Blackbird

By cristurner

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Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Oito
Epílogo
Haunted Eyes

Capítulo Vinte e Sete

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By cristurner

Ainda me surpreendia em como o velho parecia estar sempre renovando seus métodos de tortura. Talvez a idade estivesse contribuindo para que ele se considerasse ainda mais acima das convenções sociais. Não que Dante realmente tivesse a idade avançada. Tinha pouco mais de sessenta anos, mas ele sempre se aproveitava de qualquer oportunidade ou desculpa que poderia arrumar para infernizar a vida alheia.

Deus que protegesse o mundo se algum dia Dante Knight resolvesse se aposentar. Só Ele sabe o que velho conseguiria maquinar com tempo livre de sobra. O que quer que fosse, contudo, certamente rivalizaria com o que se passava em sua mente agora. Aquele sorriso me dava arrepios.

– Sim, pai? – perguntei assim que ele parou de andar em um canto mais vazio perto de uma pilastra.

Não muito longe podia ver Fissy com um sorriso tão falso quanto seu cabelo e um vestido vermelho surpreendentemente elegante, educadamente desviando as pessoas que tentavam se aproximar de nós para alguma conversa idiota. Seu trabalho como cão de guarda estava reluzente hoje, tanto quanto sua habilidade de me irritar. Ela adorava me interromper e eu detestava isso, mas no momento em que adoraria uma interrupção, ela cuidava justamente do contrário e eu a detestava ainda mais por isso. Contive a careta ao ter que me virar para o velho. Até mesmo observar o comportamento carniceiro de Wissy era melhor do que conversar com Dante.

– Duncan, por que você não me disse que estava namorando aquela mulher?

Estranhamente sua voz parecia conter menos desdém do que o normal, o que imediatamente fez alarmes dispararem em minha cabeça.

– Não apareceu a oportunidade.

Respondi cautelosa e resignadamente, já me preparando para a discussão que certamente aconteceria quando ele começasse a destilar seu veneno sobre como Ravenna não era adequada por qualquer dos motivos distorcidos que ele julgava ser preciso como a mais reta das réguas.

– Então... você está namorando a jovem Merthier – falou quase que para si mesmo, olhando para o longe por sobre a borda de seu copo.

Pude ver seu sorriso gelado por de trás da transparência do cristal e foi como se dedos de aço se fechassem em meus pulmões, apertando-os de maneira dolorosa. Engolindo em saco, encontrei minha voz para corrigi-lo:

– Reid. O nome dela é Reid. Ravenna Reid.

– Ah sim. Reid – estalou a língua. – É verdade. Agora me recordo. Os arquitetos de minhas mansões. Reid. Sim. Escritório enorme. Sim. Não tinha feito a conexão.

– O quê?

Mas ele não estava me ouvindo. Como sempre, tudo que lhe importava era seu próprio pensamento, suas ideias, então continuou murmurando para si mesmo, ainda que estivesse teoricamente falando comigo.

– Ah, Duncan. Tão esperto de sua parte. Nunca pensei que tinha isso em você.

– Pai, do que você está falando? – dessa vez o tom assertivo finalmente fez com que ele se virasse para mim.

– Como do que eu estou falando? De esse seu... namoro – cuspiu a palavra com desdém. – Tão bem arquitetado esse plano, aproveitando-se da oportunidade que caiu no seu colo. A herdeira Merthier. Que fisgada. Ela se adequa perfeitamente a sua nova posição. Rica, certamente com boa educação e até que ela é bonita. Não que esse último critério fizesse muita diferença – abanou a mão como que para espantar essa ideia que considerava irrelevante. – O importante são os outros dois. Herdeira e educada. Essa tal Rebecca vai ser a esposa perfeita para você. Vou ser sincero, Duncan, não pensei que você tinha o que era preciso. Se jogando como um idiota naquela floresta esquecida por Deus, francamente, Duncan. Você precisa entender que pessoas como nós não fazem esse tipo de coisa. Reis mandam peões. Exatamente como em um jogo de xadrez, jogo esse que pensei que você nunca aprenderia. Mas, que surpresa – abriu os braços e deu mais um daqueles sorrisos calculados, uma risada estranhamente sincera sacudiu seu corpo. – Cá estamos. Você, por fim, aprendeu. Agora precisamos amarrar isso com mais firmeza. Quanto tempo vocês estão "namorando"? Não importa. Mais duas semanas já é um prazo bom para um pedido oficial. Imagina, unir a fortuna Merthier e a Knight. Alcançaremos a lua. Ha! Ainda tem o nome Reid. Bastante respeitado. Podemos mandá-la para aqueles eventos de caridade detestáveis. Ótimo, Duncan. Segunda-feira vamos planejar tudo. O casamento vai ser o evento do ano – ergueu o braço para dar ênfase, depois pousou a mão em meu ombro. – Ótimo, Duncan. Estou orgulhoso de você, filho. Agora preciso falar com Missy para que ela comece os preparativos.

Dizendo isso, saiu de meu campo de visão, indo para não sei onde, pois não conseguia me mexer para ver nada ou me importar com qualquer coisa. Sentia que o tapa que ele dera em meu ombro, no que provavelmente deveria ter sido uma maneira reconfortante, afundara meus pés no mármore branco do mosaico do chão. Talvez meu cérebro ainda estivesse absorvendo o que tinha acontecido, ou talvez apenas tivesse se fechado em si mesmo para impedir que entendesse as consequências do que se passou.

A respiração estava presa em minha garganta e as imagens ao meu redor sumiram em borrões coloridos enquanto minha cabeça tinha pequenas e novas explosões doloridas a cada vez que uma nova realização me atingia com a força de um tanque.

Merthier.

Os produtos de beleza Merthier.

Como eu nunca tinha feito aquela ligação antes? Não precisava ser Dylan Chase para juntar os fatos que agora pareciam tão claros. Era como puxar um fio que desenrolava tudo.

Por um segundo o passado me reclamou e de repente estava de volta no quarto de mamãe, com oito anos de idade, sentado na cama, esperando que ela terminasse de pentear os bonitos cabelos castanhos. Eles brilhavam, fios claros dançando sob a luz do sol que entrava por entre as gretas que a cortina branca deixava passar. No canto esquerdo sobre o vidro da penteadeira, o frasco vermelho escuro com o nome Merthier escrito em caligrafia fina e elegante.

Tão rápida quanto aquela memória apareceu, encontrei-me de volta ao presente e analisando as pequenas coisas do dia-a-dia que deveria ter percebido também. O prédio onde morávamos era muito caro, o bairro era nobre e nem uma única vez ouvi Ravenna reclamar sobre os custos de manutenção. Não entendia de roupas de mulher, mas as dela eram obviamente de boa qualidade, agora podia ver que por certo eram as melhores que o dinheiro poderia comprar. Sim, ela era uma excelente profissional e clientes nunca lhe faltavam, porém, os mimos que tinha não poderiam ser custeados apenas por seu salário. Ainda havia sua boa educação. Sempre impecável à mesa e podia jurar que já a tinha ouvido resmungar em italiano, o que provavelmente vinha de sua fluência também nessa língua, tornando-a poliglota.

Acho que podia me considerar o exemplo maior de cego seletivo. Todas as evidências estavam bem debaixo de meu nariz e eu escolhi ignorar. Não liguei os pontos e me deixei enganar, não por ela, mas por minha fantasia idiota de normalidade. Gostava da ideia de sair da KI e daquele mundo de etiquetas insuportáveis e hipócritas para chegar em casa e encontrar minha namorada incrível e tão... normal. Exceto que ela não era normal.

Ravenna Reid era a herdeira de um verdadeiro império. E eu não sabia se a conhecia mais.

...

Talvez se não tivesse tão perdido dentro de minha própria cabeça, teria percebido o peso do silêncio que nos acompanhou para fora do baile e durante toda a viagem de volta. Ao invés disso, entretanto, continuava apenas dissecando meus próprios pensamentos de novo e de novo, em uma ação que se assemelhava a um obsessivo sádico que cutucava o próprio machucado para ver se realmente estava doendo, mesmo quando a conclusão era óbvia.

Era óbvio que um machucado causava dor, era óbvio que Ravenna Reid não era quem eu pensava.

Minha cabeça doía tanto que sentia como se pequenas agulhas se fincassem atrás de meus olhos. Não sentia minhas mãos graças a força com que apertava o volante e não deveria estar dirigindo com a atenção tão mínima na estrada. Não fosse o treinamento de disciplina militar que te fazia continuar quando já tinha ultrapassado seus limites, não teria conseguido guiar o carro. Como um autômato, estacionei em minha vaga e da mesma maneira zumbi cheguei até nosso andar. Foi só quando senti sua mão em meu ombro e sua voz suave chamando meu nome que voltei a realidade.

Seus bonitos, tão bonitos olhos violeta me encaravam com preocupação, mas daquela vez, pela primeira vez, não me reconheci no reflexo que eles criavam. Senti-me doente com aquela constatação. Engoli a bile que ameaçava subir por minha garganta e me fazer passar mal ali mesmo, no corredor, como o menino assustado que agora eu era.

Precisava de espaço e tempo para me reagrupar. Mal podia me lembrar da última vez em que tinha me sentido tão desamparado, sem saber o que fazer com o gosto amargo na boca porque o mundo estava me transformando em uma grande piada de mal gosto.

– Eu... eu preciso fazer uma coisa – peguei-me balbuciando. – No meu apartamento – esclareci ao perceber que não estava fazendo nenhum sentido. – Preciso. Eu só... só preciso.

Preciso ficar sozinho. Precisava que a porra daqueles pensamentos parassem de me rodear como abutres e precisa que aquela sensação de estar sufocando em água congelante sumisse. Não sei se foi a falta de fôlego suficiente ou a dor torturante em minha cabeça que me fez perder a noção do tempo, porém me vi, quase em uma experiência extracorpórea, entrando em meu apartamento e caindo na cama de casal.

Sobre lençóis frios e que não tinham cheiro de chiclete.

Em uma casa que não era um lar.

Longe da mulher que havia se tornado meu porto seguro.

Sozinho em meio a tormenta e me afogando.

Sendo puxado para o fundo e para a escuridão. Longe da luz que tinha me acompanhado nesses últimos tempos.

...

– Tom disse que ele está assim faz horas.

– Bêbado e patético?

– Sim. Desde de manhã. Aliás, Tom disse que ele tem feito isso faz dois dias. Chega de manhã e vai embora só de madrugada. Enchendo a cara de uísque há dois dias.

– Ridículo.

– Exato.

Você tem ideia do porquê ele está assim?

– Não. E a última vez que o vi se embebedando foi quando Faber... bem. Você sabe.

Podia ouvir as vozes atrás de mim e sabia bem a quem elas pertenciam, mas estava ocupado demais sentindo pena de mim mesmo para me importar, então, ao invés de me virar para encará-los, fiz sinal para que o barman, Tom, trouxesse outra dose. Só levantei os olhos quando um braço passou por cima de meu ombro e tirou o novo copo de uísque de meu alcance assim que ele foi colocado sobre o balcão.

– Me devolva, panaca – rangi os dentes para Chase, virando o corpo para encará-lo.

– Ou você vai fazer o quê? – arqueou a sobrancelha com um sorrisinho irônico no canto dos lábios.

– Vou quebrar a porra desses seus dentes perfeitos – bati a mão contra a madeira do balcão para enfatizar minha ameaça, subindo o tom de voz a cada palavra.

Dessa vez foi Puppy quem soltou uma risada seca.

– Você não consegue nem mesmo falar sem embolar as palavras e realmente acredita que poderia vencer um de nós em uma briga?

– Cala a boca, imbecil. Eu derrubo vocês dois em uma porra de uma briga. Podem vir. Os dois – fiquei em pé, cambaleando um pouco quando o mundo rodopiou de leve ao meu redor assim que me encontrei desamparado pelo banco alto.

Meus irmãos se entreolharam e Dylan colocou meu copo de volta sobre o balcão antes que os dois avançassem para mim ao mesmo tempo. Por um segundo senti o mais puro choque, não acreditando realmente que eles aceitariam minha provocação, porém logo a surpresa desapareceu, dando lugar a adrenalina que antecipa uma boa briga.

Eles podiam vir.

Cerrei as mãos em punhos.

Estava com muita vontade de socar alguém e descontar um pouco da raiva que estava me comendo vivo.

Chase levaria o primeiro soco, decidi, levantando o braço. Antes que pudesse alcançá-lo, contudo, descobri-me imobilizado. Os dois se moveram muito mais rápido do que meus reflexos entorpecidos pelo álcool poderiam acompanhar. Sacudi-me com raiva, tentando me libertar, mas fui completamente ignorado enquanto era arrastado, cada um dos meus amigos segurando um dos meus braços, para o fundo do bar. Durante todo o percurso tentei chutá-los enquanto discorria todos os xingamentos conhecidos para descrever os dois merdinhas, mas eles continuaram em silêncio, só parando ao me jogarem sobre um dos sofás de couro preto que ficava no canto mais ao fundo do bar. Quando tentei me levantar para afundar um soco no rosto de qualquer um deles – francamente não me importava nem um pouco em qual, ambos os imbecis estavam merecendo – fui empurrado de volta sentado, o que me fez ficar com ainda mais raiva.

Odiava aquele sentimento de impotência. A porra do álcool em minhas veias embaralhava meus sentidos, não de maneira cegante, mas o suficiente para me impedir de enfrentar os dois como sabia que podia fazer. Não estar no controle de minhas ações era pior do que à espera de uma surra.

Não poder se defender. Impotência. O entendimento de que você, naquele momento, não pode fazer absolutamente nada para impedir o que estava vindo. Geladamente aterrorizante.

E o sentimento de impotência parecia ser a porra da única coisa que era constante na minha vida nesses últimos três dias. Nem quando Dante planejava cada segundo do meu dia, eu me sentia tão preso. Sentia como se estivesse enfiado dos pés até os joelhos em cimento fresco e agora, por óbvio, não conseguia me mexer. E a cada nova hora parecia estar me afundando mais e mais, como areia movediça mortal. De movimento em movimento, nessa minha metáfora bem realista, o cimento já estava em meu pescoço e sufocava.

Três dias de merda em que sufocava devagar.

Três dias de merda desde aquele baile. Três dias desde que vira Ra-

De repente, cansado demais para lutar ou mesmo para ficar com raiva, apoiei os cotovelos sobre os joelhos, inclinando-me um pouco para frente ao passar as mãos pelo rosto. Eles reconheceram minha derrota e pude sentir a diferença no ar quando ambos abandonaram a postura de quem espera um ataque.

– Duke, o que você está fazendo? – a voz de Chase não carregava tanto julgamento quanto eu provavelmente merecia.

– Além de desperdiçar seu tempo de maneira patética se embebedando, é claro. – Puppy, por sua vez, foi bem cortante.

Não pude evitar um sorriso seco e cansado. Às vezes me esquecia de como Hunter tinha o gênio forte, literalmente um lobo em pele de cordeiro. As pessoas tinham a tendência de subestimá-lo graças a sua personalidade sempre sorridente e esse podia ser, e para muitas pessoas foi, um erro fatal. Eu, entretanto, conhecia meu amigo. Sabia quão preciso em seu ataque ele podia ser, e tinha a plena certeza de que estava prestes a ser o alvo de um dessas agressões.

Se, naquele momento, tivesse com um pouquinho de paciência, teria tido o bom julgamento de perceber que deveria ficar de boca fechada e apenas ouvir o que provavelmente merecia ouvir, porém não estava me sentindo muito razoável no momento/ç

– Não é da sua conta, Caleb. Fique fora disso – rangi os dentes.

– Não é da nossa conta? – repetiu, incrédulo. – Você 'tá falando sério, cara? Que merda é essa? Eu nem... nem... – soltou uma risada seca, balançando a cabeça, afastou-se um passo para trás. – Chase, fala você.

Dylan revirou os olhos e relaxou os lábios, que estavam apertados em sinal de desgosto, para falar:

– Duke, o que aconteceu? – sentou-se na mesinha baixa na minha frente. – Por que você está aqui? Por que não está respondendo seu celular?

– Por que porra você sumiu de casa? – Hunter interrompeu, aparentemente não conseguindo manter seu temperamento em cheque ou se manter em silêncio. – Você tem noção de quão preocupada Rave está? Que merda está se passando nessa sua cabeça?

O apelido de Ravenna me atingiu com a mesmo impacto e dor que teria acontecido se ele tivesse pegado uma garrafa e quebrado o vidro em minha cabeça.

– Você... você falou com ela? – engoli em seco.

– É claro que falei com ela, imbecil – basicamente gritou, seu rosto se avermelhando de raiva enquanto os olhos brilhavam de um jeito meio maníaco, dando-me a certeza de que ele estava se controlando para não me agredir fisicamente. – Falei com sua namorada quando ela me ligou ontem, chorando desesperada porque você não voltava para casa fazia três dias. Três dias que você nem mesmo atende o celular. Que porra é essa, Duke?

Certamente ele continuaria gritando algumas verdades não fosse Chase intervir:

– Chega, Hunter. Isso não está resolvendo nada.

Puppy fechou a boca de má vontade, a ameaça ainda refletindo visivelmente em seus olhos. Dylan, muito elegantemente, mas sem nenhuma simpatia, apoiou os cotovelos sobre as coxas e pela primeira vez na vida me encarou com a mesma falta de emoções que havia visto tantas vezes em seus olhos antes de sairmos em uma missão.

Nos olhos azuis do meu irmão, onde sempre vi reconhecimento, agora não havia nada. Absolutamente nenhuma merda de um nada. Se já não estivesse em uma porra de um momento tão ruim, se já não estivesse me sentindo o último pedaço de lixo do mundo, aquele teria sido um bom momento para começar.

– Duke, o que você está fazendo?

Esperava um sermão mais duro do que o de Hunter, então fiquei bem confuso com a pergunta serena.

– O quê?

– O que você está fazendo, Duke? – repetiu, ainda mais lento do que da primeira vez.

– Fazendo o quê?

– Por quê?

Não era à toa que o homem era um terror nos interrogatórios. Nenhum tipo de tortura era páreo para ter alguém nos olhando como se pudesse ver dentro de nossas almas.

– Porra, Chase – joguei as costas contra o encosto do sofá, bufando de raiva. – Eu não tô a fim de brincadeirinhas imbecis. Ou você fala de uma vez o que quer falar, ou me deixa quieto. Que porra.

Arqueou a sobrancelha.

– Por que você está num bar às sete da noite de uma quarta-feira se embebedando? Por que não está indo trabalhar? Por que não está dormindo em casa? Por que está agindo como o mais completo dos idiotas? Pode escolher.

Como todo covarde que não gosta quando tem umas boas verdades esfregadas na minha cara, escolhi o caminho mais fácil: a pura e simples negação completa.

– Eu estou dormindo em meu apartamento. Dormi lá nos últimos dias também. Ou você acha que Tom me deixou dormir aqui, babaca?

– Não se faça de idiota, Knight. – Hunter, muito sem paciência, resolveu que já tinha ficado quieto por tempo demais. – Ele não está falando do seu apartamento, mas da sua casa. Lembra da sua casa? Onde você esteve morando nos últimos dias? Onde sua namorada está te esperando todos esses dias em que você sumiu sem dar o mínimo de satisfação? Você me dá pena, Knight. Parece um a criança. Já ouviu alguma coisa sobre lidar com seus problemas? Sobre responsabilidade? Sobre telefonar?

Cada palavra era cuspida com desprezo que me atingia com a força de um coice de cavalo. Nem mesmo o zumbido gostoso do álcool diminuiu o nojo que sentia de mim mesmo. Outra vez, ao invés de assumir a raiva que sentia de mim mesmo, preferi redirecioná-la para meus amigos que me faziam encarar a verdade suja.

– Já ouviu falar sobre a porra de uma ideia chamada cuide da porra da sua própria vida?

Trinquei os dentes, pronto para levantar e dar o fora daquela Inquisição de merda, mas a mão de Chase em meu ombro, me empurrando de volta para o sofá cortou minha ideia de fuga. Com um baque oco, vi-me de volta para o lugar de onde mal consegui sair.

– E você, o que você quer agora, porra? – virei-me para ele. – Mais alguma pergunta imbecil para me encher o saco?

Ele levantou uma sobrancelha, parecendo ironicamente divertido com o meu comportamento infantil.

– Que foi que aconteceu? Foi seu pai, não? Você ficou esquisito depois de sábado, depois da festa da KI. Então certamente foi seu pai. O que ele fez, tratou mal Rave?

– Ah – soltei uma risada seca, desejando mais do que qualquer coisa, naquele momento, que ainda tivesse meu copo de uísque a mão. – Isso seria o esperado, não? Mas não... não – sacudi a cabeça. – O velho estava realmente satisfeito com minha namorada. Ou, melhor dizendo, com o sobrenome dela.

Ao invés de reagirem com surpresa que eu esperava, contudo, eles se entreolharam, cautelosos, e, mesmo em meu estado meio embriagado, levei apenas um segundo para perceber o que aquilo significava.

Vocês sabiam! – cuspi, indignado, a acusação.

Outra vez tentei levantar e de novo fui empurrado de volta para o sofá, porém agora estava agitado demais para aceitar aquilo de bom grado, então, apesar de voltar a me sentar, fiz questão de acertar um murro no ombro de Chase – apesar de ter mirado seu rosto, infelizmente os reflexos dele estavam bem melhor do que os meus no momento.

– Se nós sabíamos que Rave é uma Merthier? Sim, sabíamos. Não é exatamente um segredo, e você também teria feito a conexão se estivesse conseguindo enxergar um palmo além dos olhos violeta de sua namorada. Que ela é podre de rica? Bom, isso eu perguntei, por curiosidade, e ela me contou, muito simpática, sobre como seus bisavós franceses fundaram uma fábrica de cosméticos que se transformou no império que é hoje.

– Quando vocês conversaram?

– Deixa de ser idiota, Knight – a impaciência de Hunter mais uma vez se fez presente. – Pare de ficar se apegando a detalhes minúsculos. Que importa se conversarmos com ela? Rave é nossa amiga também. No momento, muito mais nossa amiga do que você, devo acrescentar.

Nem me preocupei com seu tom petulante porque, no final, ele tinha razão. Precisava parar de me apegar a detalhes ridículos e me concentrar no problema maior. Não é que estivesse com ciúmes de ter minha mulher se tornando amiga de meus irmãos. Não era isso. É que é bem mais fácil não encarar a confusão em que estava. Impressionante como quão covarde alguém podia se tornar.

– Meu ponto é – Chase voltou a falar – que você saberia da fortuna da sua namorada se tivesse perguntado. Não é nenhum segredo e também não estou entendendo o porquê de você ter trazido esse tema à tona. O que isso tem a ver com alguma coisa?

– Você não entende.

Sacudi a cabeça e, por um segundo, pensei em não dizer nada, em continuar remoendo as coisas sozinho, porém estava bem claro que essa estratégia não funcionara nos últimos três dias. Uísque e autopiedade não estavam me levando a lugar nenhum. A cada novo segundo me sentia como se estivesse sendo puxado mais e mais para de baixo d'água.

Não conseguia respirar. E o pior é que nem mesmo tentava me mexer para voltar à superfície. Calmamente me deixava ser puxado para o fundo. Sem lutar. Vencido, derrotado.

Patético.

Engoli em seco.

– Ela... – limpei a garganta para disfarçar como as palavras me falharam. – Ela não é quem eu pensei que fosse.

O quê? Ahh não. – Hunter sacudiu a cabeça e pude ver em seus olhos que ele estava no limite, prestes a me dar as boas porradas que provavelmente eu merecia. – Já chega. Para mim já deu. Vou buscar uma cerveja antes que seja obrigado a cometer uma violência – estava se afastando antes mesmo de terminar de falar.

Dylan esperou que ele estivesse longe do alcance e voltou a me encarar, ainda mais sério do que antes.

– Duke, do que você está falando? Como assim Rave não é quem você pensou que fosse? – sua voz era tão dura e afiada que poderia ter cortado aço.

Se erguesse a cabeça, quase podia ver os litros e litros de água cristalina se fechando com o peso de mil toneladas sobre minha cabeça.

– Você não entende. Já disse. Você não entende porque não cresceu com o velho. Não sabe como foi ter cada detalhezinho, cada micro detalhe de sua vida manipulado. Tem ideia de quantas vezes algo me aconteceu e pensei ser uma coisa quando na verdade era outra completamente diferente? Quantas vezes isso foi algo cuidadosamente arquitetado por Dante para me fazer de idiota? – esfreguei as mãos pelo rosto. – Eu... eu pensei que Ravenna fosse alguém que ela não é. Eu namorava a psicóloga que ama cachorros e está sempre malditamente de bom humor, não a herdeira de um império.

Ele piscou devagar. Em silêncio e muito devagar, inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos sobre as coxas. Depois de uma eternidade, falou:

– Duke, você está se ouvindo? Está ouvindo o que está dizendo? Isso tudo é um monte de merda. Qual a diferença entre a mulher que você conhecia no sábado para a mulher que Ravenna era no domingo? Só por que agora ela tem alguns muitos milhões na conta? Você também tem. Por acaso ela te tratou diferente por causa disso?

– Não. Espera. Não é isso. Você não está entendendo. Eu nunca disse que era algo diferente do que sou.

– Deixa de ser hipócrita, Knight. Eu aposto minha Glock que você demorou para falar sobre seu emprego ou sobre qualquer detalhe da sua infância, se é que falou.

– É diferente – rangi os dentes.

– Por que é diferente? Por que Rave perguntou, por que ela se importou o suficiente para questionar sobre sua vida enquanto você não se mexeu nem mesmo para saber sobre a avó dela que faleceu? Porque tenho certeza de que se você tivesse mencionado a senhora Merthier, ela teria dito sobre como o avô herdou a empresa e a ampliou para dedicar cada novo produto a esposa. Ela tem orgulho do que os avós conseguiram – seu tom se suavizou um pouco ao falar de Rave. – O fato de não mencionar essa história a não ser quando questionada, não significa que estava escondendo algo, mas sim que ela não acredita que isso de alguma maneira define como ela se vê. Ravenna certamente teria dito se você tivesse perguntado. Ninguém tentou te enganar, Duke. Será que você não consegue enxergar isso?

Suas palavras lentamente entravam em meu cérebro com a força de pequenas agulhas em brasa: doloridas como o inferno e impossíveis de serem ignoradas. Basicamente juntava várias coisas que odiava em um só pacote: odiava brigar com a Rave, odiava quando tinha que falar sobre meus pais, odiava perceber que estava agindo como um covarde, odiava quando Chase estava certo e eu estava errado.

E Dylan ainda não tinha terminado de me dilacerar:

– Sabe o que eu acho? – franziu o cenho. – Acho que você é um babaca ainda maior do que você poderia imaginar. Nem mesmo percebeu que está fazendo justamente o que prometeu que nunca mais faria, não é? – abriu um sorrisinho um tanto quanto sádico. – Não percebe que de novo deixou Dante se esgueirar para dentro de sua vida.

Levantei minha atenção do chão tão rápido que não me surpreenderia se meu pescoço tivesse dado um estalo.

– O quê? – sussurrei, pois estava acabado demais até mesmo para ficar terrivelmente surpreso.

– Está deixando seu pai ferrar com a sua mente outra vez, Knight. Vamos lá – ergueu o queixo em desafio. – Tenho certeza de que você não estaria desse jeito se tivesse descoberto de outra maneira sobre a herança de Rave. Por que isso faz diferença?

Permaneci em silêncio porque, como todos os outros aspectos da minha vida naquele momento, não tinha certeza.

– Não tem resposta, não é mesmo? – arqueou a sobrancelha, um sorriso esperto no canto dos lábios. – Não consegue me responder porque não existe resposta. É muito simples, Duke. Nada mudou. Sua Ravenna Reid ainda é sua Ravenna Reid. Ela não tentou te enganar. Foi um simples desencontro. Você não perguntou, ela achou que não era imprescindível mencionar. Foi só isso, cara. Só isso.

– Não fique procurando problemas onde eles não existem – a voz cansada de Hunter soou em algum lugar a nossa direita.

Nem mesmo percebi que ele havia voltado, estava ocupado demais brigando comigo mesmo. Como uma criança assustada, tentava ignorar a verdade nas palavras de meus melhores amigos, pois sabia que as consequências de aceitar meu erro eram enormes.

Admitir que estava errado significaria que havia abandonado minha namorada sem nenhuma palavra de explicação, que deliberadamente tinha machucado minha mulher. Como um tolo e com poucos atos havia destruído o que de melhor tinha em minha vida.

Oh, Deus. 

Um soluço seco escapou de minha garganta.

Agora podia literalmente sentir a água salgada entrando por meu nariz e descendo por meus pulmões. Avançando por minhas veias e destruindo qualquer esperança que tinha de sobreviver.

Senti pesos sobre meus ombros e, por reflexo, sai de minha autocomiseração, e levantei a cabeça. Meus irmãos me olhando com preocupação, cada um tinha uma mão sobre meus ombros. Sem qualquer tipo de julgamento, apenas a mais sincera preocupação.

– Nós vamos dar um jeito nisso, Duke. – Dylan ofereceu.

– Apesar do babaca que você foi, Knight, Chase tem razão.

E por um momento, ao invés de me concentrar na maneira como estava me sentindo sem ar, fiquei agradecido por ter dois irmãos como os idiotas na minha frente, homens bons que se preocuparam em enfrentar a tempestade para me atirar um colete salva-vidas.

Do The Hook's fomos para casa de Hunter, onde tomei um banho congelante – com a certeza de que Puppy havia propositalmente desligado a água quente como último castigo pelo que fiz sua nova melhor amiga passar – para me livrar do cheiro de fritura e para me sentir mais humano outra vez. Com um jeans e moletom emprestado de Caleb, fui obrigado a me sentar à mesa da cozinha e a engolir três canecas de café e comprimidos para dor de cabeça, esperando os minutos se arrastarem até que eles estivessem convencidos de que eu estava sóbrio. Só então os dois me acompanharam até a porta de meu prédio, despedindo-se com desejos de boa sorte. Confesso que precisei respirar fundo antes de entrar no elevador e levei alguns minutos parado em frente da porta de casa, suor frio descendo por minha espinha ao me dar conta de que precisaria bater na porta daquela que costumava ser minha casa. Foram necessários cinco minutos encarando a madeira lisa antes de finalmente conseguir a coragem para tocar a campainha. Sabia que tinha demorado poucos segundos para que a porta se abrisse, mas parecia que tinha andado por mil quilômetros de brasas no chão do inferno antes que minha namorada aparecesse. E quando ela o fez, contudo, quase desejei que não tivesse feito.

Pensei que a encontraria triste, talvez com os olhos inchados de chorar. Talvez preocupada, descabelada ou algo do tipo. Não que fosse arrogante ao ponto de pensar que minha falta lhe deslaçaria a alma, mas acreditei que encontraria nela um reflexo, mesmo que pálido, do que estava sentindo. E eu, sim, estava me acabando. Ao invés disso, entretanto, a mulher que me recebeu estava impecavelmente vestida em um vestido preto, botas da mesma cor até os joelhos e nem um único cabelo dourado fora do lugar. De maneira não relevante, percebi que, pela hora, ela havia acabado de chegar do consultório.

Ravenna estaria tão linda como sempre, não fosse o jeito como me olhava. O mar de águas violeta tão vívidas onde sempre me perdia haviam desparecido completamente, substituídos por um pálido tom lilás. Não havia qualquer brilho ali, nada da felicidade resplandecente que sempre parecia envolver tudo e todos ao redor. Ravenna Reid não me encarava como se eu fosse estranho – isso teria sido melhor -, ao invés disso, encarava-me como se nem mesmo me visse, como se eu não estivesse ali. Antes que tivesse qualquer chance de começar a me explicar, entretanto, sua voz, também seca de qualquer sentimento, soou:

– Olá, Duke. O que posso fazer por você?

Pisquei devagar.

O quê?

– O que posso fazer por você? – repetiu da mesma maneira robótica. – Vejo que você está de volta ao prédio. Veio buscar suas coisas?

– B-buscar minhas coisas? – franzi o cenho, dando um passo para frente. – Do que você está falando?

Como um espelho, assim que me aproximei, ela deu um passo para trás, mantendo a distância entre nós.

– Ravenna Reid?

Dessa vez ela estremeceu como se tivesse sido estapeada, pela primeira vez demonstrando uma rachadura no forte que construíra ao seu redor. Engolindo em seco para tentar conter a sensação sufocante de ter minha garganta obstruída pela emoção, obriguei-me a continuar:

– Ravenna Reid, eu posso explicar. E-

Não me chame assim – sibilou. – Não fale comigo como se tudo fosse igual. Como se você não... se não...

Sua voz se quebrou de novo e com ela se foi também sua máscara fria. Agora podia ver a dor em sua expressão, o cansaço, a desolação e tudo aquilo voltou para mim, como um ricochete, com a força de uma bigorna. Perdi meu norte, o rumo e as palavras. Reid se aproveitou de meu silêncio para continuar falando:

– Também não quero explicações. Só... só pare de falar – terminou em um fiado de voz. – Não quero ouvir.

– Espera! – quase gritei. – Não. Espera. Eu quero explicar. Eu preciso explicar.

– Não, Knight. Nós fizemos o que você queria. Todo o tempo. Durante cada segundo – sussurrou, o olhar meio perdido. – Sabe quantas vezes eu primeiro levei em consideração o que você queria? O que você poderia pensar? – desviou o olhar para o chão. – Sinto-me uma grande idiota – falou baixo e para si mesma. – Idiota porque pensei... acreditei que...

– Ravenna Reid, me deixe só explicar – de novo tentei me aproximar. – Eu s-

– Não. Não – balançou a mão, dando outro passo para trás, o olhar ferido nunca deixando o seu rosto. – Não, Duke. Eu não... – olhou para o lado e soltou a respiração em uma lufada pesada e uma risada seca. – Uma vez ouvi que em todo relacionamento sempre tem alguém que ama mais. E... sabe... – encolheu os ombros, passando a mão trêmula por seu rosto para limpar duas lágrimas solitárias que desceram por suas bochechas.

A faca cega voltou a me atingir por entre as costelas, girando para fazer o maior estrago possível.

– Por muito tempo, eu aceitei isso. Aceitei que eu era quem mais amava em nossa relação, mas descobri durante esses dias que eu sou a única que ama. Assim não dá mais – balançou a cabeça. – Talvez nunca tivesse dado certo. Acho que enxerguei o que queria ver. Não é culpa sua. Não é culpa de ninguém. É assim que eu sou – encolheu os ombros, levando a mão à bochecha para secar mais uma lágrima. – E eu não quis aceitar que, assim como não quero mudar quem sou, você também não quer mudar quem você é. Mas finalmente entendi – soltou um soluço, balançando a cabeça. – Finalmente entendi. Você é você, Duke, eu sou eu, e nós não somos realmente compatíveis, realmente um casal.

Não! Me deixa explicar.

Sabia que tinha gritado, mas não conseguia passar pela parede concreta de puro desespero que me impedia de me importar com detalhes supérfluos, impedia-me de me preocupar com qualquer coisa além do fato de que minha namorada estava desistindo de mim.

De nós.

– Não, Duke. No primeiro dia em que você sumiu, eu fiquei louca de preocupação. No segundo dia, quando Hunter me contou que você estava no The Hook's, esperei que você voltasse para casa e me explicasse o que estava acontecendo. Hoje eu já não quero uma explicação porque não há justificativa para o jeito como você me machucou. Quem sabe um dia, quando não estiver doendo assim – bateu a mão no peito -, eu queira ouvir o que você tem para dizer. Mas não hoje. Hoje só quero que você vá embora – sua voz foi sumindo até quase desaparecer. – Depois mando suas coisas.

Antes que pudesse superar o terror paralisante que me impedir de me movimentar, Ravenna Reid fechou a porta, deixando-me sozinho no corredor e com a certeza de que aquela água gelada e salgada que entupia meus pulmões jamais me abandonaria, vencendo-me lenta e agonizantemente enquanto minha única chance de respirar novamente se afastava para longe. Para dentro da casa que costumava ser meu lar.

Para longe de mim.

###

N/A: AHAAAAA! peguei vocês, não? Acharam que Dante Knight iria tentar separar os dois, não? E foi justamente o contrário. Mas quem precisa do pai quando consegue estragar tudo sozinho, não?

Ao menos conseguimos dar uma espiadinha na amizade dos nossos soldados favoritos. Que acharam de Chase e Hunter ajudando Duke? Muito amor, né? *-*
Esse capítulo foi doído, gente. Difícil de escrever. Sim, sei que foi pequeno, mas era ai mesmo que tinha que terminar. Quero teorias sobre como vai ser o próximo e último capítulo de Blackbird. Nesse capítulo, inclusive, iremos descobrir porque a história chama BB. hhaha Teorias sobre isso? Adoro teorias, amadas. Não me deixem falando sozinha.
Descobriremos o que a vida reservou para Rake no próximo capítulo. Não peeeercam.  

Obrigada pelos comentários, votos e views, amores. Por me seguirem. Por adicionarem a biblioteca. Muito obrigada <3

DUZENTAS MIL VISUALIZAÇÕES! WHAAAAAT. MUITO, MUITO OBRIGADA <3 Aproveito para dizer que, como falta só o próximo capítulo e o epílogo, vou sortear dois spoilers exclusivos para duas pessoas que comentarem nesse capítulo e que comentarem/votarem em dois capítulos aleatórios (pode ser esse, pode ser o último, pode ser o primeiro, etc)  que eu escolher. Então, vamos lembrar de votar/comentar para ganhar um spoiler exclusivo de como Rake vai terminar <3 

OBS: SE VOCÊ GOSTA DA MARVEL, QUE TAL DAR UMA CHANCE PARA BURNING ICE? É um livro onde escreverei uma série de oneshots em que teremos Bucky Barnes como principal e convido vocês a conhecerem Dahra Lisbon, a personagem principal dessa história ;) Você pode encontrá-lo aqui: 



Ou no meu perfil. P.S: é restrita (6) heheh :* 

N.B: Duke, Rave, eu... quem mais tá de coração partido depois desse capítulo??


Love you all <3

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