Ceres - Agora o Inimigo é Out...

By erika_vilares

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SEGUNDO LIVRO DA SÉRIE AS ADAGAS DE CERES Os muros cinzentos que cercavam o castelo retinham a cruel realidad... More

Ceres - Agora o Inimigo é Outro
Messagem aos novos leitores
Prólogo
Capítulo Um Parte I
Capítulo Um Parte II
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete Parte I
Capítulo Sete Parte II
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Aviso
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete Parte I
Capítulo Vinte e Sete Parte II
Entrevista na Band
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Penúltimo
Último Capítulo - Parte I
Último Capítulo - Parte II
Notas da Autora
PRÉ VENDA

Capítulo Doze

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By erika_vilares

Capítulo Doze


– Então, aqui seria o feudo onde há uma cafetina com os olhos e ouvidos em Skyblower? – Lucky perguntou num tom divertido enquanto seu olhar percorria o feudo Valois movimentado a sua volta pelo fim de tarde. Como eles se encontravam mais próximos do reino do Norte, se esconder nunca fora uma prioridade, ainda menos naquelas áreas onde os boatos sobre sua cabeça não eram conhecidos.

– A própria – Savannah confirmou trocando o peso de suas pernas depois de ficar tanto tempo parados diante uma cervejaria de esquina. Lucky riu.

– Que bom isso lhe diverte, Berbatov – Amélia disse num tom zombeteiro.

Com a partida de Henry, o homem cuja a única companhia era uma raposa, que desapareceu em algum momento da noite onde ninguém notara, ele não se deu o trabalho de perguntar a Emily se o trato deles fora cancelado ou não. Por isso, Thor persuasivo convenceu a todos, incluindo os boêmios, de voltarem ao feudo Valois onde eles ouviram os boatos da prostituas que espionavam o castelo de Skyblower. Lucky aceitou, visivelmente não pela persuasão de Thor, mas sim porque decidiu dar-lhe um dia de folga para arejar os pensamentos depois do ocorrido de ontem, fora pior que qualquer má lembrança ou pesadelo porque depois de tanto tempo ele sentiu-se de volta ao passado. E por este motivo, talvez a ALDA poderia esperar mais um pouco o seu retorno.

– Para você não? – ela lhe lançou um olhar confuso esperando que ele a explicasse qual seria a parte divertida da história. – Uma mulher que controla vários tipos de mulheres que qualquer homem pode desejar, seja ela loira, morena e ruivas – ele suspirou. – Se ela quisesse se infiltrar num castelo e ter os detalhes dos segredos mais sórdidos, o faria com a maior facilidade! Isso é inteligência pura!

Amélia o encarou ligando os pontos. – Isso realmente seria um golpe de mestre.

– Por isso estamos aqui, nos resta saber se: estamos lidando com um possível cérebro das ameaças anônimas ou uma simples curiosa que gosta de ter as últimas fofocas da realeza – Thor concluiu apertando a manga de sua jaqueta de coro.

Ari e Louis saíram de dentro da cervejaria de esquina e se encontraram o grupo que já os esperava encostados na parede ao lado. – O que descobriram? – Lucky perguntou descruzando o braço e se desapoiando da parede.

– Duas ruas a frente e a primeira direita encontraremos a rua da Rosa – Louis anunciou.

– Rua da Rosa? – Amélia perguntou enrugando a testa.

– É como eles se referem as ruas dos bordéis. Rosa. – Lucky explicou com indiferença.

Amélia balançou a cabeça em concordância sem entender a ligação entre as duas coisas.

– Então seguiremos para lá, entraremos e perguntamos: quem é a cafetina que lhes patrocinam? – Savannah perguntou.

– Plano A, sim. Plano B será fazer alguém de refém – Lucky respondeu com um sorriso perverso e ela soltou um riso involuntário.

– Há plano C? – Elliot arriscou-se perguntar.

– Podemos tentar negociar um preço pela Mia, em troca de alguns minutos com a cafetina – Lucky brincou maliciosamente tomando a iniciativa de andar pela rua.

Encontrar o bordel duas ruas a frente e depois a primeira direita, não fora uma tarefa difícil para eles pela quantidade de mulheres vulgares que desfilavam na porta. Se tratava de uma enorme casa de pedras brancas onde havia uma música abafada corria para fora, eram poucas as janelas do local e todas elas estavam ocupadas por meretrizes que observavam o movimento da rua e conversavam entre si.

– Pelos deuses, nós vamos entrar aqui? – Anna perguntou chocada sentindo suas bochechas ruborizar ao olhar todo aquele espaço.

– Nós? – os quatro homens perguntaram.

Emily lançou um olhar desconfiado para eles. – Apenas vocês entrarão?

– Vocês não vão entrar – Lucky afirmou, cheio de certeza.

– E por que não? – Amélia perguntou ofendida, cruzando os braços.

– Eu tenho minhas dúvidas que eles aceitem mulheres aqui a não ser as... Empregadas da casa... – Thor disse tentando não ser rude.

– É Mia – Ari assentiu. – Vocês se sentiriam deslocadas.

– Eu não me importo de ficar aqui fora – Emily anunciou.

– E qual é nossa diferença para elas? – Savannah perguntou colocando as mãos na cintura se sentindo um tanto injuriada.

– É... Toda? – Lucky respondeu o que lhe parecia óbvio olhando Savannah dos pés à cabeça. – Começamos por onde: vocês não entrariam aqui com essas roupas.

– E muito menos com crianças – Louis acrescentou e todos olharam Anna que subitamente pareceu tão pequena e tão jovem no meio deles.

– Ei! – ela descruzou os braços e bateu o pé. – Não comecem! Eu sempre sou descartada das missões! Não há nada que essas mulheres tenham que eu não tenha.

Lucky riu duvidando de seu argumento.

– Anna, eu não me sentiria bem se você adentrasse um lugar desses.

– E você sozinho se sentiria? – Amélia questionou irritada e seu irmão suspirou. Savannah bufou olhando a sua volta, uma garota de madeixas ruivas que se localizava inclinada na janela do primeiro andar entrou na sua vista e ela semicerrou os olhos reconhecendo-a.

– Na verdade – ela começou. – Acho que deveríamos deixar os garotos irem desta vez e mostrarem que sabem trabalhar sozinhos.

– O que? – Amélia arqueou as sobrancelhas, Savannah lhe lançou um olhar discreto e Amélia confiou sem rodeios.

– Está bem – ela suspirou –, deixemos eles fingirem que não vão se divertir.

– Elas estão concordando fácil demais – Lucky sussurrou de braços cruzados para Thor.

– Eu também fico preocupado com isso – ele retorquiu.

– Ainda estamos aqui – Savannah inteirou. – Vamos, entrem. Só não façam nenhuma besteira e ajam rápido!

Mesmo desconfiados, Lucky deu de ombros ciente de que elas não poderiam entrar ali, ele seguiu para o bordel verificando o espaço com certa familiaridade, Amélia se aproximou de Thor olhando em volta.

– Não perca o juízo com Lucky. Estamos em uma missão – ela disse num timbre um tanto ameaçador.

– Eu só tenho olhos para você – ele respondeu com um sorriso divertido e acariciou sua bochecha, não contente, Amélia envolveu sua mão no pescoço e beijou com intensidade seus lábios.

Anna encontrou Elliot que carregava um sorriso cômico nos lábios por sua expressão preocupada. – Não é engraçado, eu confio em você, mas não confio nelas – ela se adiantou.

– Cadê aquela garota que vê bondade em tudo? – ele perguntou tocando seus cabelos.

– Meus critérios não se aplicam em bordéis!

– Sim senhora – ele assentiu. Anna deu um selinho em seus lábios e depois disso olhando em seus olhos. – Não fique perto de Lucky, ele não é boa influência.

Lucky que já estava na porta esperando lançou um olhar entediado para os casais, ele olhou para Louis por cima no ombro e disse com um sorriso pervertido: – É por isso que eu não namoro.

Louis deu tapinhas amigáveis em suas costas e o empurrou. – É por isso mesmo – concordou com uma risada irônica.

As garotas observaram eles adentrarem o bordel de longe até não terem mais vista para o longo corredor que os homens seguiram indo em direção à tentação. – Por favor, me diga qual é seu plano – Amélia sussurrou revirando seu olhar para Savannah. – Eu não posso deixar eles lá tendo a melhor noite de suas vidas enquanto nós esperamos aqui por respostas.

Ela sorriu e respondeu: – Só espere um minutinho.

Amélia franziu o cenho e observou Savannah se afastar do grupo deixando apenas as três.

– Depois de tudo que aconteceu entre você e Thor, você não confia nele para entrar num bordel em uma missão?

– Eu confio nele, mas não confio em Lucky perto dele – ela respondeu procurando Savannah por cima do ombro.

Savannah seguia para a janela que avistara outra hora, a cada passo ela se incentivava a não ser tímida e treinava seu breve discurso quando ela encontrasse a garota que ajudara outro dia a se vestir quando fora jogada da estalagem ainda nua. Ela se aproximou do local e andou até a janela tentando não hesitar avistando perfeitamente a mulher de cabelos vermelhos junta de outra meretriz, mexericando na janela. – Com licença?

A ruiva lhe lançou um olhar entediado imaginado ser um novo cliente e logo que seu olhar pousou sobre Savannah, um enorme sorriso emoldurou seus lábios.

– Pelos deuses, você! – ela disse animada e olhou sorridente para sua companheira de janela, uma outra mulher mestiça dos cabelos enrolados e completou: – Essa foi a garota que me ajudou outro dia! O que você faz aqui?

Savannah a fitou sem reação, não esperava ser tão bem recebida, ela abriu um sorriso para a garota de cabelos ruivos claros, sua pele era encoberta por pequeninas sardas e suas sobrancelhas eram tão claras quanto sua raiz. Seus olhos azuis esperavam uma resposta.

– Não me diga que viera procurar um trabalho?

– Não! Quero dizer, não hoje – ela afirmou sem graça. – Na verdade, eu estou aqui com minhas primas e uma delas se casará em breve com um bom partido, ele não é rico então ela quer ver com seus olhos se ao menos ele seria fiel – Savannah se escutou dizendo e se achou uma idiota por isso, mas era esse tipo de conversa que ouvira por diversas vezes no castelo "bons partidos" e "riqueza".

– Nossa, eu sinto muito – ela balançou a cabeça. – Nenhum homem aqui é casado, se é que você me entende. Por isso somos tão odiadas...

– Mas, eu não odeio vocês, ao contrário... Eu admiro vocês, não deve ser um trabalho fácil – Savannah se sentiu sem ar e balançou a cabeça se concentrando no seu objetivo. – Eu apenas queria sua ajuda para entrar e passarmos desapercebidas.

Ela arriscou um sorriso receoso e a ruiva após refletir em silêncio por alguns segundos, lhe abriu um grande sorriso: – Mas é claro! É o mínimo que eu poderia fazer depois do que você me fez! Vamos entrem!

– Sério? – ela perguntou abobada.

– Claro! Mas, não! Não entrem pela porta principal! Pegue suas primas e dê a volta na casa, vocês entraram pelas portas dos fundos e eu tornarei vocês irreconhecíveis!

+++

– Pelos deuses, eu não sairei com isso – Emily gritou ao ver a roupa que a nova amiga de Savannah, Massie lhe emprestara. Todas as garotas estavam na sala de costura onde todos os tecidos que precisavam de um novo pano ou remendo iam, ali elas encontraram trajes dos mais inacreditáveis disponíveis, a única tarefa difícil fora encontrar roupas que pudessem cobrir suas partes íntimas.

– Isso está muito decotado? – Amélia perguntou olhando-se no espelho com seu novo vestido, algo que ela nunca usara antes. Um vestido de cor rosa-salmão revestido em pura seda, sua parte superior se tratava de um top que ligava na barra da longa e fina saia através de duas linhas que formavam um X abaixo de seu peito, mas deixando sua barriga e suas costas descobertas.

– Quer mesmo que eu responda? – Savannah perguntou arqueando as sobrancelhas. Apesar do fino pano, o vestido de Savannah era aberto apenas na parte do peito onde ela colocara um top para proteger os seios.

– Por que eu sou a única que tem que mostrar as pernas? – Emily questionou.

– Porque você ficou todo o tempo hesitando em escolher uma roupa – Amélia respondeu impaciente enquanto colocava bijuterias pelo braço. – Você só está mostrando a parte frontal das suas pernas, atrás há uma calda.

– Eu estou com um corset e com a metade de uma saia!

Massie pediu para que Amélia soltasse seus cabelos e os bagunçou propositalmente. – Solte seus cabelos e bagunce para criar volume nesses cachos.

– Anna? Você está pronta? – Savannah gritou. Anna saiu detrás da cortina ajeitando o vestido mais simples que encontrara, era um tecido bege de seda que apenas deixava os braços nus e sua parte superior era presa no pescoço. Massie lhe emprestara uma peruca ruiva, e os olhos claros e adocicados da garota ficaram reluzidos atrás da franja da peruca com o leve tom de ruivo-alaranjado. Savannah olhou para sua irmã e abriu um sorriso.

Savannah não evitou retribuir.

– Acho que minha garotinha está crescendo – ela disse carinhosa e fez Anna rir.

– Estão prontas? – Massie perguntou.

As quatro se entreolharam e assentiram com a cabeça.

– Por onde começamos a procurar? – Savannah perguntou para Amélia enquanto elas andavam nos corredores escuros tentando agir o mais natural possível ignorando tudo o que acontecia a volta delas nos quartos que nem sempre tinham suas portas fechadas.

– Nos separamos – Amélia sugeriu. – Eles estão em cinco então são um grupo maior, porém nós temos algo que eles não têm.

– E o que seria isso? – Emily perguntou enrugando a testa.

Amélia observou uma prostituta de grande porte desfilar pelo corredor sem nada cobrindo seus seios nus e recheados.

– A mesma coisa que elas – ela respondeu. – Logo temos concentração. Eu vou com Anna para o andar debaixo e vocês ficam aqui em cima, tente perguntar sobre a chefe sendo discretas.

– Está bem – Savannah assentiu.

– Seja discreta – Amélia repetiu.

– Você também. 


Christina Aguilera - Show me how you Burlesque


– Onde está Ari e Louis? – Thor perguntou em meio a barulheira do salão principal. Seus olhos rodaram o lugar um tanto impressionado com a classe do bordel as taças, a decoração, as paredes eram revestidas de rubro e dourado, o ambiente tinha uma finura da sensualidade com retoques que ele mesmo só encontrou em sua vida nos castelos da realeza. Quem decorou isto, soube como fazer para atrair os melhores clientes.

– Perdemos os guerreiros na terceira porta. Eles foram seduzidos! – Lucky gritou com bom-humor entrando no ritmo das músicas agitadas que a banda contratada tocava, um grupo de mulheres desfilaram olhando para eles e Lucky suspirou. – Pode me lembrar o porquê de eu estar aqui e não poder me divertir? – ele implorou.

– Precisamos achar a mulher que administra tudo isso – Thor soprou. – Viu algo de diferente, Elliot?

– Viu a decoração deste lugar? – Thor assentiu sabendo que ambos pensaram igual. – Quem criou isso foi na intenção de receber os melhores clientes!

– Se temos que encontrar a cafetina dessas garotas, logo nós devemos falar com elas – Lucky sugeriu andando em direção ao centro e Thor o impediu.

– Não podemos ser tão indiscretos sem ter uma boa desculpa para falar com ela.

– Diremos que queremos alugar um quarto para todas nossas vidas aqui – ele sorriu. – O que não seria mentira.

– Sairemos perguntando? – Elliot perguntou confuso.

– Sim – Lucky respondeu.

– Não – Thor contrariou e recebeu uma careta de Lucky. – Apenas pense um pouco Lucky. Essas garotas não nos apontaram para a chefe delas, poderíamos ser qualquer coisa e essas pessoas não tem nomes limpos, logo não querem ser reconhecidas.

– Ótimo! – bufou. – O que o gênio da lâmpada sugere que façamos?!

Ele deu um passo à frente olhando sua volta.

– Procure pela mulher que não está caçando homens e sim aproveitando a festa. Precisamente cuidado das garotas. Quanto mais cedo nós terminarmos, mais cedo você pode ser livre para aproveitar sua noite.

– Eu procurarei lá em cima – Elliot avisou avistando as escadas nos fundos.

– Eu posso ir com você? – Lucky perguntou pensando que lá seriam os quartos.

– O salão é grande e eu preciso de ajuda aqui em baixo, Lucky – Thor interrompeu. Lucky lhe lançou um olhar emburrado.

– Você não ouviu o conselho de Amélia? – ele perguntou vendo Elliot lhe dar as costas e seguir para as escadas. – Fique longe de mim!

Thor riu e Lucky lhe deu as costas irritado, andando em direção ao centro do salão principal, ao fundo se encontrava um palco onde mulheres dançavam de uma maneira mais chamativa possível, sensualizando com seus corpos muitas vezes expostos.

Elliot tentando se demonstrar um homem sério, andou pelo salão procurando a mulher que não estaria tentando escolher algum homem para lhe extorquir dinheiro, estaria apenas aproveitando no seu império. Subir as escadas não seria fácil pela quantidade de pessoas que subiam e desciam, Elliot se espremeu no aglomerado de homens bêbados e mulheres extravagantes.

Ele subiu as escadas olhando a sua volta e seu olhar se cruzou com grandes olhos azuis familiares, a garota virou rapidamente o rosto fazendo ele apenas notar os cabelos ruivos-alaranjados, e com a quantidade de pessoas, seu passo apertou descendo os degraus mais rápido, Elliot foi empurrado para cima e logo perdeu-a de vista sem certeza do que vira.

Anna olhou para os dois lados ofegante, como ela havia perdido Amélia de vista? Ela não sabia. Está bem, Anna. Não entre em pânico. Só há mulheres vulgares que talvez não sejam mulheres e homens asquerosos que tentaram lhe seduzir, sem pânico! Ela viu um grande corredor e arriscando, ela entrou ali.

Anna andava pelos corredores sentindo todos os seus sentidos aguçados, em cada porta que ela espiava, Anna se assustava mais com o cenário. Agora era oficial, ela vira de tudo em sua vida. Ela cambaleava sem saber o que fazer até a sua frente encontrar uma grande porta dando visão para o céu escuro do lado exterior. Era a saída, ela suspirou aliviada seus passos caminharam apressados até ela e antes que Anna escapasse, ela estarreceu. Como ela provaria que também poderia ser dura como Savannah, corajosa como Amélia ou forte como Emily se ela estava correndo para a saída na primeira oportunidade?

Anna arregalou os olhos e respirou fundo, sair ou ficar? Não, eu cresci! Eu provarei isso para todos quando encontrar a cafetina deste lugar! pensou decidida.

– E você bonitinha? O que faz aqui sozinha – um homem agarrou sua mão e a primeira reação de Anna fora gritar de medo, apavorada. O homem também gritou assustado ao ver seu rosto e Anna o fitou segurando a peruca alaranjada, encontrando Louis Legrand.

– Louis! – ela o abraçou. – Graças aos deuses você está aqui!

– Eu acho que eu bebi demais – ele cobriu os olhos com as mãos. – O que diabos você está fazendo aqui, vestida desse jeito? O que diabos eu bebi para estar sonhando com isso! Ari! Me acorde! – ele berrou e Anna tapou sua boca.

– Não Louis, sou eu Anna – ela fez um gesto para que ele se silenciasse. – Você não está sonhando. Eu estou mesmo aqui – ela sorriu aliviada por vê-lo e sussurrou: – Disfarçada!

Ele assentiu com os olhos assustados, fingindo que entendera o motivo dela estar disfarçada. – Vocês já encontraram alguma coisa? Por onde essa tal cafetina poderia estar? – ela cochichou se sentindo mais segura ao seu lado, agora ela poderia colocar o plano em prática.

– Até agora eu encontrei você e acabo de descobrir que minha noite será me disfarçando de babá!

Emily e Savannah andavam pelos corredores escuros da casa, a única coisa que Savannah conseguia pensar era que aquele lugar numa noite abandonada deveria ser assustador com aquelas construções de madeira escura e desgastadas pelas constantes festas noturnas. Elas enfrentavam uma contradição em serem obrigadas a olharem nos quartos para encontrarem algo de novo, porém na maioria das vezes sempre avistavam algo que não gostariam de ver.

– Desta maneira, só vamos sair daqui conhecendo posições que eu nem sabia que eram possíveis – Savannah rezingou recebendo um olhar pasmo de Emily. – Desculpe, concentração!

As duas evitavam contato visual com os homens que passavam e ignoravam aqueles que tentavam chamar lhes a atenção. Fingiam agir o mais natural o possível para as outras companheiras de trabalho.

Um garoto de cabelos dourados que se aproximava do lado contrário do corredor, fora obrigado a passar por duas grandes mulheres que tentaram segurá-lo para que ele entrasse em um quarto junto delas.

– Vocês são verdadeiramente bonitas, mas eu já tenho uma companheira! Ela está me esperando no outro quarto – ele disse tentado a ficar. Elliot arrancou seu braço das mãos dela saiu desengonçado do quarto, logo esbarrando em outra prostituta que estava no corredor, ele perdeu total controle e caiu no pé de outra mulher.

Seu olhar se levantou encontrando lindas pernas mestiças e nuas à sua frente, seu olhar abobado se direcionou para a dona e ele se viu perdendo a cor do rosto quando viu Emily.

– Pelos deuses! – ele se afastou caindo de bunda no chão. Seu olhar se direcionou para a garota que lhe acompanhava e Elliot sentiu sua cabeça rodar quando viu Savannah. – Pelos deuses!

– Acredite, seus deuses não estão aqui neste momento – Savannah respondeu impaciente.

Ela estendeu sua mão para ele que levantou-se ainda confuso com a face corada tentando não olhar para as duas tão impressionado quanto ele estava. – O que vocês duas estão fazendo aqui?!

– Acreditou mesmo na história que ficaríamos lá fora? – Emily perguntou cansada da conversa trivial.

– Se vocês duas estão aqui, quer dizer que Anna e Amélia também estão! Vestidas assim, aqui dentro?

– Que bom que você se considera um garoto inteligente, Elliot – Savannah respondeu com sarcasmo cruzando os braços. – Estamos procurando a dona deste negócio, eu tenho certeza de que deve haver algo dela por aqui.

– Vocês já olharam nos quartos deste corredor? – as duas balançaram a cabeça com os olhos arregalados.

– Não nos faça olhar de novo, por favor.

"O que diabos vocês estão fazendo aqui?" uma voz no fundo do corredor soou e os três direcionaram o olhar curioso para lá, de onde Elliot viera. Uma mulher na porta de outro recinto gritava com alguém de dentro. "Saiam antes que ela venha e perceba o que fizeram!"

Um homem e uma mulher correram sala a fora e desceram as escadas, a mulher que gritava conferiu o lugar e logo bateu a porta dando as costas para eles. Eles não precisaram de nenhuma palavra, os três seguiram para o início do corredor escuro e adentraram no escritório.

Savannah, prevenida, ficou para trás para vigiar a porta para que eles não fossem interrompidos. Elliot e Emily aventuraram-se no âmbito desconhecido se deparando com uma aconchegante sala, cheia de adereços e coisas demasiadas extravagantes, assim como tudo naquele lugar. Podia-se ver algumas coisas nobres como pequenas estatuas, quadros ou joias e isso chamou atenção dos olhos de Elliot, como se um nobre tivesse mudando uma casa inteira para aquele lugar.

– Quem fez este lugar tem dinheiro – foi a primeira coisa que ele remarcou, indo em direção à mesa robusta que era enfeitada com grandes poltronas verdes cromo.

– Imagino que esse negócio deva ser lucrativo – ela respondeu andando em direção as paredes observando os detalhes de algumas prateleiras cheia de adornos.

– Eu quero dizer que, ele fora criado no intuito de atrair bons clientes – Elliot respondeu erguendo o olhar e esse encontrou as longas pernas nuas de Emily, seu vestido tinha uma espécie de longa calda que só cobria a parte de trás de seu corpo, o corset seguia até as coxas, porém o resto estava descoberto.

– Clientes da nobreza? – ela perguntou lhe lançando um olhar por cima do ombro quando viu ele a encarando. Elliot abaixou o olhar para a mesa continuando a mexer nos papéis que encontrara em cima da mesa, atrapalhado. – O que você estava fazendo? – ela perguntou com o cenho franzido.

– Estava... Estava verificando a superfície da parede.

– E por acaso, as paredes estavam em minhas pernas?

Ele lhe lançou um olhar envergonhado e parou de mexer nos papéis que nem ele sabia do que se tratava. – Perdoe-me, eu estava olhando suas pernas. Você está diferente – ele tentou dizer com normalidade.

– É, não é todo dia que me visto como uma meretriz.

– Eu só quis dizer que você está bonita – os dois se encararam e ela foi a primeira a desviar o olhar tímida.

– Melhor voltarmos ao trabalho – os dois continuaram a busca de algo que revelasse o nome do proprietário do lugar. – Olhe isso, este símbolo.

Elliot seguiu até ela se aproximando da prateleira que Emily vasculhava.

– Esses leões, eles não são o estandarte de Skyblower? – ela mostrou no grande caneco de metal onde tinha esculpido o brasão do reino do Norte.

– Sim, e esse é o de Wanderwell – ele mostrou no outro caneco.

– Talvez seja lembrancinhas.

– Não, eles são caros. Apenas um nobre poderia comprá-lo.

– Talvez ela ganhara?

– Talvez – ele respondeu, Emily deu as costas para ele investigando os outros detalhes do lugar. Elliot erguendo sua cabeça avistou algo numa prateleira mais alta, uma pintura. – Espere um pouco.

Emily o fitou e voltou ao seu lado curiosa.

– Pelos deuses! – ele balbuciou apanhando algo que Emily não notara, um simples porta-retrato numa prateleira onde sua visão não alcançara. Elliot estica sua mão e o apanha observando bem as crianças retratadas na pintura. – Isso não pode ser verdade...

Christina Aguilera - Express


Lucky andava entre as mulheres sentindo a tentação em sua pele em ver todas aquelas mulheres e não estar se divertindo como estaria provavelmente seus amigos. Um estalo lhe ocorreu e ele enrugou a testa. Mas por que diabos eu estou fazendo o que Thor me pediu? Ele não evitou rir sozinho e olhou a sua volta sentindo a energia da liberdade tomar seu corpo. Faremos isso ao estilo Berbatov.

Uma mulher passou perto dele com um olhar provocativo e pousou a mão em seu peito e Lucky sorriu. Ele estava decidido que ele acharia a cafetina que eles procuravam antes de todo a suas maneiras.

Thor por sua vez, tentava se concentrar diante tanta distração entre mulheres atiradas e a música contagiante. Ele andava entre os boêmios que acreditavam encontrar-se no paraíso. Uma mão entre a multidão se entrelaçou com a sua, ele pode sentir um corpo aproximando colando ao seu e logo um sussurro veio ao pé de seu ouvido:

– Eu posso lhe fazer feliz esta noite?...

– Você já fez – ele respondeu com um sorriso malicioso reconhecendo a voz sedutora de Amélia. Thor virou-se e teve o maior espanto da noite, ele sentiu o susto lhe pegar de surpresa e seus olhos se arregalaram.

– Eu sei – ela riu. – Nós fizemos a maior loucura da vez.

– Amélia, você está nua! – ele disse aproximando seu corpo para que ninguém olhasse.

– Thor, minhas partes mais íntimas estão cobertas então supostamente não estou nua – ela disse segurando o riso em seus lábios.

– Onde diabos você arranjou este figurino?!

– Meu disfarce?

– Disfarce seria se você estivesse usando roupas! – ele deu um sorriso forçado cobrindo Amélia com seus braços.

– Estamos numa missão e eu tive que me adequar como o necessário.

– Está bem. Apenas fique em lugares com pouca luz, pode haver nobres neste lugar.

– O que? – ela disse impressionada, Amélia cruzou os braços cobrindo seu corpo.

– Eu ainda não tirei minhas dúvidas, mas estou quase certo disso. Então seja atentiva – ele sussurrou olhando em seus olhos de uma maneira diferente.

– Thor, se acalme – ela tocou seu rosto sentindo a textura de sua barba. – Ninguém nunca me reconheceria, não desta maneira. Amélia não existe esta noite.

Ele tomou ar em seus lábios sentindo seus músculos tensos. – Está bem. Precisamos achar Lucky e dizer que vocês também estão aqui. Onde as outras estão?

– Eu perdi Anna de vista e por isso vim a procura de vocês, ela é apenas uma criança e tenho medo que lhe aconteça algo.

– Está bem, vamos procurar Lucky e em seguida Anna – ela assente e segue atrás dele, porém Thor hesita a olhando novamente dos pés à cabeça. – Na verdade, acho melhor que fique aqui e eu vou procurá-lo. Melhor não arriscarmos demais. Vá para o bar e me espere ali.

– Thor, você vai mesmo querer esconder-me enquanto age sozinho?

– Precaução apenas. Eu lhe encontro lá – Amélia revirou os olhos e seguiu para o bar, porém ele tentado a não deixá-la se afastar, apanhou sua mão e lhe surpreendeu com um longo beijo em seguida sussurrando ao pé do seu ouvido.

– Eu não queria admitir, mas você está de matar. É uma droga que eu tenha uma namorada – Amélia não evitou rir mordendo seu lábio inferior e Thor sorriu.

Amélia sentiu a aproximação de alguém em suas costas a puxando para perto de seu corpo, ela se desiquilibrou em seu salto e bateu em seu largo peito. O olhar de Thor encontrou uma pessoa atrás dela e ele franziu o cenho de cara feia, o homem aproximou sua cabeça do ouvido de Amélia e sussurrou na intenção de provocar Thor Czeslaw:

– É uma pena que meu amigo tenha a mais linda história de amor com a companheira dele, mas se você quiser, eu posso lhe contar com todos os detalhes entediantes.

Thor ergue a cabeça umedecendo os lábios cruzando seu olhar com o de Amélia que fecha os olhos segurando o riso inevitável em seus lábios.

– Então, essas são suas cantadas Berbatov? – ela cruzou os braços e virou-se abrindo um triangulo entre os três. O sorriso malicioso que Lucky carregava nos lábios se esvaíra no momento no qual ele reconhece Amélia não impedindo um olhar dos pés à cabeça.

– O que diabos você está fazendo aqui Hansen? – ele perguntou piscando seguidamente com os olhos incrédulos. – Vestida desse jeito? Por acaso, você está ciente disso? – ele questionou Thor.

– Sim, meu companheiro está ciente disto, obrigada! – ela respondeu no mesmo tom alto de Lucky. – Achou mesmo que eu ficaria de fora vendo vocês agirem? – questionou arqueando as sobrancelhas.

– Nós não temos tempo para outra discussão – Thor disse impaciente.

Lucky olhou para o lado e depois voltou a fitar Amélia, ele esfregou os olhos com seus dedos e tentou assimilar o que ele acabara de ver com a realidade. – Está mesmo me dizendo que vocês todas estão vestidas de prostitutas e estão espalhadas por aqui dentro?

– É, estamos um pouco extravagantes demais.

Lucky ergueu sua cabeça fitando Amélia com um olhar malicioso com um sorriso travesso nos lábios. – O que há, Lucky?

– Nada. Nadinha.

Thor trincou o maxilar e interrompeu ele.

– Você descobriu alguma coisa? – perguntou pouco amigável.

– Diferente de você, sim. Uma das garotas acabou soltando que a cafetina delas está se divertindo nesse salão.

– Ótima pista. Só devemos agora descobrir quem seria ela em meio de cinquenta pessoas!

– Não, isso já é um começo – Thor discordou. – Precisamos achá-la, porém você não pode encontrar com ela, Mia. Ela reconhecera que você não é uma de suas garotas e logo as coisas ficarão mais complicadas.

– Está bem – ela assentiu aborrecida. – Eu acharei Anna e vocês a encontrarão. O primeiro que a achar, tente ser criativo.

Os dois assentiram acenando a cabeça. Amélia de braços cruzados olhou para Thor, depois para Lucky e assim deu as costas para eles indo em direção ao corredor onde ela perdera Anna de vista pela última vez.

Thor seguiu Amélia com o olhar assim como Lucky enquanto ela se afastava o olhar dos dois se cruzaram, Thor arqueou suas sobrancelhas e Lucky imitou seu gesto notando seu olhar medidor sobre ele, em seguida bufou: – Nós estamos sendo observados – revelou fazendo Thor concentrar-se novamente. – Aja naturalmente e eu lhe confirmarei se estou certo ou não. A cafetina estava te vigiando. Ela seguirá Amélia.

De cenho franzido, Thor lançou um olhar para Amélia vendo seus cabelos negros balançarem, ela já estava distante entre a grande quantidade de pessoas naquele lugar, Lucky discretamente lançou um olhar de soslaio em direção ao bar e avistou aquela que tomara sua atenção mexer-se.

– É ela – ele afirmou.

Enfim, Thor pode olhar na direção que ele indicara e seu olhar cruzou com cabelos dourados, a rápida olhada de perfil fez com que todos seus músculos estarrecessem e automaticamente seu punho se fechou. Seu olhar acompanhou a mulher até perdê-la em meio à multidão.

Amélia subiu os três degraus e olhou a sua volta, pensando que nos seus sonhos mais loucos ela se imaginou ali, todas aquelas mulheres com aquelas roupas e acessórios extravagantes eram atraentes e chamativas. Seu olhar se cruzou com a escada onde ela perdera Anna de sua vista e logo ela desaparecera. Ela virou sua cabeça e viu um corredor que ela não imaginara para onde dava, com dois passos à frente Amélia sentiu sua mão ser apanhada dando um leve tranco no seu corpo, ela olhou ofendida por cima do ombro e ela se viu perdendo a fala ao encontrar os olhos caramelizados.

– O que aquele homem loiro que você conversava queria? – ela questionou até seus olhos caírem em Amélia. – Ei, você não é uma das minhas garotas.

Ela largou sua mão e endireitou as costas. Amélia se obrigou a cerrar os lábios porque estava ainda de queixo caído, devido tantas alterações em sua memória, infelizmente ela não se sentia completamente confiante para ter lembranças fiéis de seu passado. Porém, apesar da expressão e do corpo de mulher, Amélia sabia que diante de seus olhos ela via a única garota que ela considerou ter amizade em sua infância por estarem sempre competindo uma com a outra.

Aquela era Alicia Grimm.


_______________

Décimo Segundo Capítulo do segundo livro da série As Adagas de Ceres

5674 PALAVRAS

Dedico à BezerraJ, me pede capítulo aqui, me pede capítulo no facebook, acompanha e participa muito da história!!!! haha Um dos meus poucos leitores homens presentes, eu só tenho à agradecer todo esse apoio e essa participação! Obrigada por acompanhar AADC!!! 

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