Capitão

By ladoretto

393 16 0

Eles dizem que o amor de verão é passageiro. Mas algumas vezes o que começa como passageiro, pode levar até a... More

Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9

Capítulo 2

43 4 0
By ladoretto

Já era domingo à tarde, estava no meu quarto tentando estudar para o teste final de matemática, nunca gostei de exatas, as contas eram muito confusas para meu cérebro conseguir entender. Estava olhando pela janela pensando em tudo que havia acontecido na festa. Só de pensar naquilo meu peito apertava. Eu fui muito idiota em ter gostado de alguém daquele jeito. Vai ver que era por isso que eu gostava dele antes, eu não sabia como ele era de verdade. De repente escutei a porta do meu quarto se abrir, era minha mãe.

- Mack?
- O que você quer? - falei
- Como assim o que eu quero? - minha mãe surpresa
- Simplesmente pelo fato de que, quando você me chama de Mack você quer alguma coisa de mim - fechei meus livros e os guardei na minha mala.
- Ah, espertinha! - disse ela rindo - Bom... Mas não vim pedir nada de você, apenas te dar uma notícia - ela ficou com uma expressão séria.
- O que houve? - eu disse preocupada.
- É que... Como você sabe, eu e o Fred nos casamos recentemente e, queremos construir a nossa vida nova... Quer dizer, nós queremos viajar agora no verão para nossa lua de mel e queremos nos mudar desta casa, porque andamos conversando sobre ter mais filhos, e não tem espaço suficiente aqui, e para arrumar nossa vida nova, achamos melhor que você fosse morar uns tempos com seu pai, mas só enquanto arrumamos tudo e... - comecei a falar antes que minha mãe terminasse.
- COMO ASSIM ME MUDAR? - eu disse gritando e levantando da cadeira - Você por acaso pensou no que eu quero? Quer dizer, claro que não pensou você e ele só pensam vocês mesmos, já parou para se é isso que eu quero?
- Filha, vai ser melhor para todo mundo.
- Para todo mundo não, para você! Mas você já deixou bem claro que sou eu quem atrapalha sua vida. Mas não se preocupe, se eu for nunca mais volto! - sai do meu quarto deixando-a sozinha.

Sai de casa batendo a porta. Precisava tomar ar. Estava um domingo quente, era quase noite, o céu estava sem nenhuma nuvem, com um tom alaranjado e o sol de encontrava no horizonte, quase se pondo, como era bonito.
Desde que minha mãe se casou, ela deixou de me ter como prioridade. Sempre me deixava sozinha em casa nos fins de semana, passava dias na casa do namorado, sem nem se quer me ligar perguntando como eu estava. Eu não tinha mais a mãe que eu estava acostumada. Ela sempre quis recomeçar a vida do zero depois que ela se separou do meu pai, mas acho que o impecílio para que isso acontecesse sempre fui eu.
Comecei a pensar sobre como seria minha vida fora daqui, como iria sentir falta daquele bairro, da minha rua, dos meus vizinhos, a senhora Mafalda, da casa ao lado, ela era uma senhora adorável, nas sextas-feiras a noite ela ligava o rádio em uma estação de músicas antigas, canta, dança com seu gato Mrs.Lee. O meu vizinho da frente, Michael, eu brincava com ele quando mais nova, mas nos afastamos, ainda não descobri o porquê ao certo, mas é uma pena, ele ficou muito mais bonito agora. Não que isso faça alguma diferença, mas só foi uma observação.

Vou ter que recomeçar a minha vida na cidade do meu pai, em Cambridge, Maryland, é um lugar lindo, construções rústicas, um porto maravilhoso, o por do sol lá é perfeito, nunca vi coisa mais linda, o sol vai se escondendo atrás do mar aos poucos, o céu fica laranja com uma mistura de rosa, até o sol sumir.  Vai ser difícil, mas eu não tenho escolha. Nunca morei com meu pai, não sei ao certo como vai ser. Meu pai e eu nunca fomos o tipo de pai e filha próximos que sempre conta tudo um pro outro. Sempre mantemos uma relação saudável. Não sei muito sobre ele, nem ele sabe muito sobre mim. Aos seus olhos eu ainda sou a menina de dez anos que morava com ele. Não queria que isso acontecesse, mas no fundo eu sabia que era questão de tempo até eu ir morar com meu pai.

Já passava das sete horas da noite, achei melhor voltar para casa antes que minha mãe entrasse em desespero. Quando finalmente cheguei, não encontrei ninguém, estava sozinha em casa. Havia um bilhete colado na geladeira

"Filha,
  Eu sinto muito por tudo ter sido desta forma, mas mamãe te ama muito! O Fred virá amanhã na hora do almoço para conversarmos todos juntos. Vamos nos mudar para casa nova assim que voltarmos de viagem.
  Fui jantar com a sua tia Clarice, não sei que horas volto não me espere acordada. Deixei dinheiro em cima da mesa com o vaso, na sala, peça uma pizza. Qualquer coisa me liga.

Com amor, Katie"

Minha mãe sempre foi assim, nunca avisa antes de sair, simplesmente deixava bilhetes se explicando como se estivesse tudo bem. Ela nunca foi umas das mães mais responsáveis e dedicadas do mundo, mas ela se esforça bastante. Acho que talvez seja porque ela me teve muito cedo. Eu nasci quando ela tinha acabado de completas 17 anos. Nos meus 7 anos, eu ia apresentar Alice no País das Maravilhas no teatro da escola, bom, ela simplesmente não deu as caras. Na minha festa de 9 anos, ela esqueceu, e chegou durante o parabéns dando a desculpa que dormiu demais. Ou quando voltei da casa do meu pai, ela se esqueceu de me buscar na rodoviária, tive que ir para central de segurança e lá pedir para que ela viesse me buscar. Mas, tirando tudo isso, ela é uma boa mãe.

Peguei o número da pizzaria na geladeira, liguei inúmeras vezes, mas ninguém atendeu, tentei mais vezes e nada. Ok, sem pizza hoje. Abri a geladeira, estava vazia, para variar. Minha mãe só fazia comprar quando sobrava só o molho de tomate e a garrafa de água na geladeira. Restou-me a segunda opção, uma Hamburgueria na Avenida ali perto de casa. Liguei para Luna

- Mackenzie? Tá tudo bem?
- Topa um lanche na Hanz da avenida daqui a meia hora?
- Ok! Vou trocar de roupa e te encontro lá. Mas, o que aconteceu para esse encontro relâmpago?
- Minha mãe me deixou sem comida de novo. E eu preciso me distrair, você sabe.
- Ok, beijos, até daqui a pouco.
- Até - desliguei.

Peguei meu casaco, chaves, celular e dinheiro. Fui andando, já que minha mãe havia pegado o carro para sair. E ir de skate não era uma alternativa. Andar até lá demorava cerca de vinte minutos, não muito mais. Luna morava mais perto, então chegaria primeiro. A temperatura aqui no verão chega aos 24°C normalmente, a noite costuma fazer uns 18°C, o inverno aqui não é muito rigoroso, por ser perto do litoral e situado no Nordeste dos Estados Unidos, as temperaturas mais baixas aqui chegam aos -5°C.

Já estava quase na porta do Hanz, as paredes eram de vidro, dava para ver todas as pessoas lá dentro. Lá estava Luna, como sempre bem vestida, maquiada, parecendo uma personagem da Disney. Bem diferente de mim, sempre andava de jeans e com umas camisetas largas, não gostava de roupa grudada. Mas eu já estava acostumada, sempre ficava em segundo plano com Luna ao meu lado. Cheguei à mesa onde ela estava a abracei e sentei.

- Então minha querida amiga, o que pediremos hoje? - disse Luna sorrindo.
- Triplo X-Burguer
- Com milk shake grande
- Fritas
- Mack, você sempre lê a minha mente.
- E você o meu estômago - disse eu soltando uma risada junto com Luna tão alta que a família ao nosso lado parou para nos encarar.

  Adorava aquele restaurante pelo simples fato de ter um estilo meio antigo, lembrava a lanchonete dos anos 80. Era tudo bonito, bem decorado, amava a comida de lá e o atendimento era ótimo, e os garçons... Eram ótimos também e nisso eu e a Luna concordávamos. Nem sei quantas vezes ao pedirmos a conta, o garçom que nos atendia, colocar seu número na folha para Luna, morria de rir da cara que ela fazia de vergonha e vê-la corando aos poucos. Mas, por mais bonito que fosse o garçom, ela nunca os ligava.
- E as coisas com o Jake como estão? – perguntei enquanto esperava os pedidos
- Tudo ótimo, ele é maravilhoso, e beija maravilhosamente bem – disse ela rindo
- Me poupe dos detalhes, sério
- Eu tentei conversar com ele sobre o Theo e tudo que aconteceu aquele dia, mas ele me disse que não podia contar e que se eu quisesse saber isso teria que sair da boca de Theo.
- Não quero explicações, Luna. Nada explica a falta de senso dele.
- Mas acho que você deveria ouvir o que ele tem a dizer, nunca se sabe.
- É, quem sabe.

Luna era o tipo de garota rica. Seus pais eram donos de uma rede de lojas de roupas na cidade chamada "Mr. Taylor's" e por isso a escola sempre puxou saco dela. Sempre que o diretor Smith a via no corredor fazia de questão de dizer "bom dia Srta. Taylor" e ela queria morrer quando isso acontecia. Mesmo com sua conta tendo mais zeros que o normal, Luna era uma pessoa maravilhosamente simples e discreta, nunca fez questão de esbanjar nada do que tinha, mesmo morando em uma das coberturas mais caras da cidade.

Nosso pedido chegou e começamos a atacar imediatamente. Acabei lembrando o incidente com a minha mãe e sobre a mudança, não tinha dito nada a Luna ainda, mas precisava contar, era nossa última semana de aula e eu iria viajar logo depois.
- Luna - disse soltando os talheres;
- Oi? – disse me olhando sério
- Eu não sei bem como te dizer isso, mas hoje mais cedo minha mãe veio com um papo estranho sobre arrumar a nova vida dela com o Fred e essas coisas, e para fazer isso ela quer que eu me mude para a casa do meu pai, em Cambridge por uns tempos.
- O QUE? - Luna falou tão alto que o restaurante inteiro parou e ficou olhando pra nossa cara.
- O.k, sem gritar, calma.
- Ela não pode recomeçar a vida dela com você aqui em New Jersey? Olha, eu amo sua mãe, mas, que merda! Não estou acreditando. - disse Luna com os olhos marejados.
- Ei, é só por um tempo, não fica assim – disse segurando sua mão.
  - Promete falar comigo todos os dias, me contar t-u-d-o que acontece lá, fazer FaceTime pelo menos umas três vezes por semana e tentar voltar sempre que der para me ver?
- Prometo.
- Dedinho, por favor.
- Lu, nós não estamos mais na quarta série e...
- Dá logo esse dedinho aqui, caramba!
- Tá bom, de dedinho, prometo, desculpa.

  Parece que depois da notícia, o assunto morreu, não falamos muito depois. Ela só perguntou se eu tinha estudado para o teste de amanhã, se precisava de ajuda em alguma coisa, mas falei que estava tudo bem, o que era verdade, estudei a semana inteira para essa prova, estava mais do que preparada. Pagamos a conta ela me deu um longo abraço e logo depois fomos embora, já estava tarde, eram dez horas, e amanhã ainda tinha que ir para o colégio. Como eu iria olhar para cara de todo mundo depois do que aconteceu na festa? Eu queria ser invisível por uns tempos.

Meu despertador tocou pontuais as 7h00. Como eu odeio segunda-feira, sempre tão tediosa e cheia de rotina. Fui tomar banho, onde lá pensei em como seria na escola, se todos iriam rir de mim, me zoar... Eu estava aflita. Me vesti e desci para tomar café, lá estava minha mãe, de pijama como costume, nunca teve um dia que ela me levou pra escola vestindo outra coisa, ela só entra as 10h00 no trabalho. Ainda estava chateada com ela, mas como sempre ela insistia em conversar:

- Bom dia filha, fiz panqueca com calda, do jeito que você gosta!
- Não adianta fazer meu café da manhã preferido como se isso fosse mudar alguma coisa - falei pegando uma maçã na geladeira - fique a vontade pra comer, vou andando para o colégio, e olha só, estou atrasada.

Sai da cozinha sem olhar para o rosto dela, sempre me sinto mal de vê-la triste, mas era necessário. Peguei minha mochila, fone de ouvido, celular, chaves e me coloquei a caminho da escola. Como sempre eu coloquei meus fones no último volume, ouvindo Rolling Stones, Don't Stop. Sempre falaram que eu tenho um gosto musical um tanto quanto careta, mas eu prefiro as bandas de rock antigas a as de hoje em dia e no meu ponto de vista, não há problemas nisso.

Cheguei no colégio, senti um mar de olhares sobre minhas costas, me encolhi o máximo possível, faltava pouco para virar um tatu bola e sair rolando pelos corredores. Fui direto para minha sala. A galera falava sobre as provas, compartilhando informações, tirando dúvidas, estava prestando atenção, afinal, informação nunca é demais. Senti alguém puxando minha mochila para trás, era Luna, que antes de me cumprimentar, já foi dizendo:

- Bom dia – disse Luna
- Oi – respondi  desanimada
- Eu sei, eu sei, já ouvi muita coisa sobre você no caminho até a sala. Mas só falta uma semana e nunca mais.
- Essa é a única coisa que me alivia – respondi segurando minha testa
- Theo me pediu para te entregar isso  -  ela disse tirando um bilhete dobrado de seu bolso

      " Me encontre na quadra depois do último horário, precisamos conversar

Theo"


Terminando a prova, me senti aliviada. A prova foi fácil, porém complicada. Consegui fazer tudo, menos logaritmo, eu odiava essa matéria.  Já era o último horário, o sinal já havia batido, estava guardando minhas coisas, quando Luna passou por mim me desejando boa sorte, é claro que ela havia lido o bilhete, típico dela. O caminho para a quadra parecia não acabar nunca mais. Quando finalmente cheguei Theo estava sentado na arquibancada me esperando, não havia mais ninguém lá. Andei até ele e parei em sua frente, de braços cruzados
- O que você quer? – disse sem olhar para ele
- Eu preciso te contar uma coisa, mas não dá para ser aqui, tem como nós irmos para outro lugar?
- Eu preciso ir para casa agora, tenho umas coisas para fazer - não era mentira, minha mãe havia pedido que eu chegasse rápido em casa hoje – Me encontra naquela cafeteria amarela de esquina daqui umas duas horas.
- Perfeito, te encontro lá então.

Fui embora sem falar mais nada, estava curiosa para saber por que todo aquele mistério todo para ele me contar o que estava acontecendo. Não custava nada escutar o que ele tinha a dizer, o máximo podia acontecer é minha opinião de que ele é um imbecil se concretizar.
  Cheguei em casa, haviam várias malas espalhadas pela  sala, já sabia do que se tratava, minha mãe e Fred viajariam na sexta, ficariam mais de um mês viajando sabe Deus para onde, não tive e mínima vontade de perguntar para onde eles iam.

- Filha, que bom que chegou. Tenho ótimas notícias!
-... - continuei quieta.
- Fred e eu viajaremos na quinta, já estamos de olho em uma casa maravilhosa, você vai ver assim que nós voltarmos. - Fred estava sentado a mesa, onde o almoço já estava servido. Minha mãe pediu que eu me sentasse e a obedeci.
- Oi Mackenzie. - disse Fred, para variar, tentando ser amigável.
- Oi. - respondi, olhando pra baixo.
- Fico feliz de ter aceitado passar um tempo com seu pai até que arranjássemos nossa nova vida - disse ele com a mão em meu ombro.
- Aceitado? – disse soltando um sorriso irônico olhando para minha mãe – Com certeza, Fred.

Depois de me arrumar peguei o carro da minha mãe emprestado. Quando passei pelo café pude avistar Theo, que já estava lá me esperando, estacionei o carro e me juntei a ele em uma mesa do lado de fora do café. Sentei-me, pedi um cappuccino e esperei Theo se pronunciar

- Obrigada por ter vindo
- Estava curiosa sobre o que você iria falar
-Olha, eu e Ashley não temos nada, tipo, nada mesmo. Nunca nem ficamos. E sobre a festa... Eu não podia te defender por causa dela.
- Hm... Não estou entendendo - eu realmente não havia entendido nada.
- Lembra quando eu te disse que eu queria fazer faculdade de direito? Então, o pai dela é reitor na melhor faculdade daqui, ela me disse que se eu fingisse que estava saindo com ela, fazendo o que ela quisesse e essas coisas, ela falaria com o pai dela e me ajudaria a arranjar uma vaga na faculdade.
- Meu Deus – falei desacreditando.
- Sei que parece horrível, mas as minhas notas não são tão boas assim para conseguir entrar em uma faculdade de direito que se preze...
- Você é realmente pior do que eu imaginei. Você se vendeu por uma vaga na faculdade? Aceitou virar cachorrinho da Ashley por isso? – comecei a rir.
- Mack, eu não tive escolha, você não sabe como é difícil – disse ele fazendo cara de coitado.
- Você teve escolha sim, você poderia ter criado vergonha na cara e ter ido estudar em vez de ficar indo nessas festinhas todo final de semana. Sei bem o que é ter problemas. Eu estudei minha vida inteira com bolsa na escola, se eu tirasse uma nota baixa eu a perdia. Eu tive que aguentar meus pais se divorciando quando eu tinha só seis anos, e só eu sei o quanto foi difícil e o quanto eu sofri para superar tudo aquilo, então não me vem falar de dificuldade, você sempre teve tudo de mão beijada – disse levantando e pegando minha bolsa
- Espera... – disse ele segurando minha mão.
- Não precisa me explicar mais nada. Você não tem culpa de não ter um pingo de caráter – tirei uma nota de cinco da carteira e coloquei sobre a mesa – Não acredito que eu gostei de você por tanto tempo. Até mais!

Continue Reading

You'll Also Like

47.3K 5.3K 32
➩ 𝗚𝗮𝗯𝗿𝗶𝗲𝗹𝗮 𝗚𝘂𝗶𝗺𝗮𝗿𝗮𝗲𝘀 capitã do time da seleção feminina de vôlei brasileira , no auge da sua carreira sendo considerada uma das mai...
10.1K 661 37
Você é a nova integrante da Loud, quando você chega, todos são muito educados, menos um menino...
1.4M 96.3K 69
Emma, aos 10 anos de idade, nutre sentimentos pelo filho da melhor amiga de sua mãe. Porém, o mesmo a rejeita na época, por considera-la uma irmã. El...
1.1M 65.4K 80
Nicolas Dolabella, vem de família de classe média baixa, mora na favela e não tem vergonha disso. Noah Monteiro, vem de família de classe alta, mora...