Capítulo 8
- Você é o meu pai. - Quando percebi o que falei, comecei a chorar na frente dele, e sem esperar por alguma palavra dele, sai correndo para fora do salão chorando muito. Ele ficou lá com cara de quem não estava entendendo nada.
Rayane e Cadu vieram atrás de mim, Toninha ficou lá feito estátua olhando para seu ator preferido.
- Calma Emilly, você não pode ficar assim. - Rayane falou me abraçando.
- Ele mentiu, disse que estaria aqui só na próxima semana. - Falei chorando e acariciando minha barriga, pois senti aquele tremorzinho novamente.
- Não foi com ele que conversamos, e sim com o empresário dele, então se alguém mentiu, esse alguém não foi seu pai Emilly - Rayane falou ainda me abraçando.
- Emilly me desculpe fiz besteira. - Falou Toninha vindo correndo em minha direção, e atrás dela vinha meu pai, gelei na hora quando o vi.
- Toninha o que você fez?
- Ele perguntou o que estava acontecendo com você, e sem perceber, pois, estava em choque com sua presença ali, pois ele é um ator famoso, e contei a ele de quem você era filha. - Falou nervosa, e assustada por ter contado.
- É verdade, que você é filha da minha amada Helena Castiel? É verdade? Me diga por favor. - Ele perguntou ansioso. Será que ele ainda ama minha mãe?
- Sou sim, sou filha da Helena. - Falei olhando para ele em frente a calçada do salão de festas.
- Como ela está? Onde posso encontrá-la? Ela deve estar casada, pois tem uma filha linda como ela. - Ele falava muito emocionado.
- Isso não será possível, ela nunca se casou. - Falei chorando novamente, mas sem que ele percebesse, pois olhei para o chão ao falar.
- Como assim? Não entendo. - Perguntou ele assustado.
- Minha mãe morreu quando eu tinha dezesseis anos, foi assassinada por bandidos, o único homem que ela teve na sua vida, foi o senhor. Enquanto estava viva, sempre esperou por você, mas nunca voltou para ela. - Falei indignada.
- Não acredito, eu voltei, e a procurei por toda essa cidade, sua mãe parecia que não queria ser encontrada, pois simplesmente desapareceu, sem deixar pista, mas se você está dizendo que eu fui o único homem que ela teve. Quantos anos você tem? - Ele me perguntou com as lágrimas descendo pelo rosto, mas limpou com um lenço, para eu não perceber, mas percebi, o quanto estava sofrendo com o que contei a ele.
- Fiz vinte dois anos. - Respondi a ele, que pela expressão do seu rosto, ficou surpreso com minha resposta. E em seguida, percebi que tinha um carro preto estacionado do outro lado da rua, e dois homens de terno, ameaçaram a descer do carro, mas Davi, fez sinal, para que eles continuassem ali, e foi o que fizeram voltando para dentro do carro. Tenho quase certeza que esses homens, são seguranças do Davi.
- Então pelas minhas contas, sua mãe estava grávida de três meses, quando eu parti, para gravar meu primeiro filme americano. Então você Emilly, é esse mesmo o seu nome? Tenho certeza que sim, pois fizemos planos de nós casar quando eu voltasse para o Brasil, e sempre falávamos que o nome de nossa filha séria Emilly. E aqui está você minha filha! Filha da mulher que amo até hoje, nunca me esqueci de sua mãe. - Ele falou se aproximando de mim, e me abraçou, não consegui segurar e chorei nos seus braços de soluçar, e pelo visto ele também chorava, mas pelo que vi não era só a gente que chorava, meus amigos que estavam ali na calçada comigo também choravam de emoção.
E ainda chorando, me afastei dos seus braços, e no mesmo momento, ele limpou suas lagrimas com o lenço.
- Esse são seus amigos? - Perguntou Davi olhando para eles, pois estavam todos chorando.
- Sim, são mais que amigos, são a única família que eu tenho.
- Agora também tem a mim.
- Sim, minha família está só aumentando. Vem, vou presentar eles para o senhor.
- Por favor filha, posso te chamar assim? Não me chame de senhor, pois não sou tão velho assim. - Falou ele sorrindo para mim.
- Tudo bem, vou chamar de "você", pois realmente não parece nem um velho, e claro pode me chamar do que quiser, vou me acostumar com a ideia de ter um pai agora. - Falei me aproximando dos meus amigos.
-Toninha esse é meu pai, você já sabe quem é neh. - Falei deixando ela sem graça que até ficou com as bochechas coradas. E continuei...
- Toninha é minha babá quando eu era pequena. Hoje ela é mais que uma simples babá, é minha segunda mãe, pois sempre cuidou de mim.
- Muito prazer, linda jovem. - Falou ele cumprimentando Toninha com aperto de mão e continuou...
- Obrigada por ter cuidado tão bem da minha filha.
- Imagina, não precisa agradecer, amo ela como se fosse minha filha também. - Falou Toninha me abraçando.
- Esses são meus melhores amigos Rayane e kaylon, o Cadu como gosta de ser chamado, para mim, são mais que amigos, são irmãos de coração. - Falei para o Davi "quer dizer meu pai".
- Muito prazer. - Falou Davi cumprimentando eles.
- Pai, o Arthur me disse que estava aqui, o que faz aqui fora? "Ta" todo mundo "te" procurando. - Falou um rapaz se aproximando que o reconheci na hora.
- Nicolas?
- Sim, me chamo Nicolas. Quem é você? - Como assim quem sou eu? O que ele pensa que está fazendo, fingindo que não me conhece.
- Emilly esse é meu filho Nicolas. - Falou Davi, um pouco surpreso com minha reação.
- Filho, como assim? - Perguntei assustada, Toninha correu para perto de mim, percebendo que eu não estava bem.
- Você conhece meu filho? - Davi, "quer dizer meu pai", me perguntou vendo meu estado, pois estava assustada com a atitude do Nicolas.
Não consegui responder sua pergunta. Por que Nicolas fingia não me conhecer? Fiquei tão decepcionada que comecei a me sentir mal.
- Não me sinto bem Toninha? - Falei me apoiando nela.
- O que foi Emilly, o que está sentindo? - Perguntou Davi preocupado, e quando percebeu que eu iria desmaiar, me pegou no colo e gritando falou:
- Nicolas pega a chave do meu carro, vou leva-la para o hospital.
- Pai..., mas é meu casamento.
- Filho, essa é minha filha é precisa de ajuda.
- Não precisa eu estou de carro, eu levo ela para o hospital. - Falou Cadu, ao notar a indiferença por parte de Nicolas. E eu, ouvia tudo do colo do meu pai, até finalmente não ouvir mais nada.
Acordei, e ao abri os olhos vi que eu estava em um quarto de hospital novamente. Meio sonolenta tentei me levantar.
‒ Emilly você acordou? Por que você não me contou que está gravida? - Perguntou Davi muito preocupado. Tenho que acostumar com essa ideia de ter um pai, pois nunca tive um por perto. Agora ele está aqui todo preocupado e atencioso.
‒ Desculpe Davi, não tive tempo de contar ainda, mas agora você já sabe. Mas está tudo bem com o meu bebê?
‒ Está sim Emilly. - Respondeu Toninha.
‒ Filha posso saber quem é o pai do bebê? - Davi me perguntou muito preocupado ainda.
‒ Nicolas é o pai do meu bebê. - Falei chorando colocando a mão no rosto, pois estava gravida do meu irmão. Isso não podia ter acontecido, é terrível, pensar nisso.
‒ Mas por que está chorando assim? - Perguntou Davi vendo meu desespero.
‒ Porque estou gravida do meu irmão. - Falei de imediato.
‒ Não filha, Nicolas é meu enteado, quando casei com minha primeira esposa, ela já tinha ele, e era pequeno na época, separei da mãe de Nicolas, ele tinha dezesseis anos, então me chama de pai. Você Emilly, tem uma meia irmã por parte da minha segunda mulher que já faleceu. Vitoria tem apenas cinco anos, mas ela não mora comigo, mora com seus avós maternos em Santa Catarina, Florianópolis. Eu viajava muito quando minha esposa faleceu, pois faleceu no parto, então ficou sobre os cuidados dos avos, mas a vejo sempre que dá, é a minha paixão. Agora Deus me deu você. - Falou Davi passando as mãos em meus cabelos tentando me acalmar.
‒ Isso quer dizer que Nicolas não é meu irmão? Que alivio, nossa é uma sensação horrível pensar que estou gravida do meu irmão. Graças a Deus ele não é.
‒ Filha, Nicolas se casou, a festa que você decorou, e para o casamento dele. Pelo visto, Nicolas não sabe que você está gravida dele, mas vai saber. - Davi falou saindo do quarto com o celular nas mãos, e em seguida Doutor Carlos entrou no quarto.
‒ Como está minha paciente? Acho que deve gostar do quarto do hospital, ou está aqui por mim. - Falou o Doutor brincando.
‒ Na verdade Doutor detesto hospitais, então pode ser a segunda opção. - Falei brincando também. Eu já estava mais calma. Só não consigo entender o porquê Nicolas fingiu que não me conhece. Ou sou muito burra mesmo, ou eu não quero acreditar que o pai do meu bebê se casou. "Ta" na cara que o motivo é esse, como ele iria dizer que se lembrava de mim, se acabou de se casar. Agora eu sei que o Nicolas é um tremendo babaca.
‒ Emilly, agora vamos falar sério. Você sabe que mulheres gravidas tem que tomar certos cuidados? Pois tudo no seu organismo fica alterado; os hormônios, progesterona, quedas de pressão arterial, e em raros casos, alterações psíquicas. E por motivos de estresse e nervoso, fez sua pressão cair mais rápido, causando um mal-estar que a fez desmaiar. Já disse é vou repetir! Todo cuidado é pouco, sua gravidez é de risco, pois teve um pequeno sangramento novamente, mas o bebê é forte e como você está lutando para viver, ele está muito bem graças a Deus, seu útero está fechadinho. Então vai continuar de repouso e nada de ficar nervosa, pois sua pressão está caindo muito rápido e isso não é bom, nem para você é nem para o bebê. Vou te dar alta, pois não a necessidade de ficar aqui, espero não te ver tão já, não aqui, mas sim em meu consultório para consultas de rotinas. - Doutor Carlos falou saindo do quarto, dizendo que me espera no consultório daqui quinze dias, e nem me deixou perguntar nada, apenas saiu.
‒ Sinto muito filha, Nicolas já foi para sua lua de mel, mas assim que ele chegar, vou conversar com ele. Deixa comigo filha que ele vai saber desse bebê. - Falou Davi ao entrar no quarto novamente.
‒ Vamos Emilly, vamos para casa. - Falou Cadu me ajudando sair da cama, pois eu estava meio tanto.
‒ Davi quer dizer pai, não quero que fale nada a Nicolas sobre o bebê, eu quero contar para ele.
‒ Então filha não contarei nada, vou entrar no meu carro e seguir vocês, pois quero saber onde mora, para poder visita-la, me passa o número do seu celular, para eu te avisar quando Nicolas chegar. - Davi falou me acompanhado até o carro do Cadu, passei meu celular para ele, que salvou no seu celular. De repente muitos reportes e paparazzi surgiram do nada, meu pai, mas que depressa correu para seu carro e entrando ligou o carro. Cadu fez o mesmo e saímos no meio daquele monte de reportes cercando nosso carro, muitos fleches foram tirados, mas conseguimos passar, mas olhando para trás vi que o carro preto que estava na frente do salão, seguia o Davi..
No caminho para casa meu celular tocou, olhando o visor vi que era o Brayan, mas que depressa eu atendi.
‒ Alo
‒ Oi meu anjo tudo bem com você? Andei tão ocupado que não deu para te ligar mais cedo, mas não deixei de pensar em você.
‒ Estou melhor agora, e acabando de sair do hospital, estou no caminho para casa.
‒ Meu anjo o que aconteceu? O bebê está bem?
‒ Está sim graças a Deus, tenho tantas coisas para te contar, como eu queria você aqui.
‒ Meu anjo amanhã vou estar aí, e vamos nos conhecer, você não faz ideia o quanto espero por isso.
‒ Eu também Brayan, mas vou ter que desligar agora, pois acabo de chegar em casa vou tomar um banho e tentar descansar um pouco, mas tarde te chamo do WhatsApp ok
‒ Ok anjo, posso te ligar quando me chamar.
‒ Claro que pode.
‒ Ta certo então, beijos meu anjo até mais. E desligou.
Cadu estacionou o carro em frente minha casa, meu pai parou o carro logo atrás e o carro preto parou a trás dele. Meu pai ao me ver descer do carro veio ao meu encontro. Mas percebi que olhava para todos os lados.
‒ Filha agora sei onde mora, voltarei para te visitar, mas preciso voltar para festa. A filha que eu sempre sonhei em ter com a Helena, descobri que eu tenho, e tenha certeza essa foi a melhor notícia que tive hoje, você me fez o homem muito feliz, apesar da tristeza que senti quando me contou que sua mãe faleceu de uma maneira tão cruel, fiquei realmente chocado, mas vou cuidar de você a partir de agora. - Davi, meu pai, falou me abraçando. De repente vimos fleches para todos os lados, meu pai se despediu de mim, e correu para seu carro, e nós entramos correndo dentro da casa.
A casa ficou cercada de paparazzi, e jornalista, perguntando qual era meu envolvimento com o Davi Reymond, mas não dei atenção e fui tomar um banho.
Rayane também foi tomar um banho, pois detesta cheiros de hospitais. Cadu também foi. Mas não sei se é impressão minha ou está rolando um clima entre Cadu e Rayane. Será que Cadu, nunca ficou com ninguém por gostar de Rayane? Tenho quase certeza que é isso. Toninha foi preparar algo para mim comer, enquanto isso fui tomar meu banho.
No banheiro, pensei em tudo que me aconteceu. Encontrei meu pai, e pelo visto ele ficou muito feliz. Depois descobri finalmente algo sobre o Nicolas, que por coincidência, é enteado do meu pai. Mas fiquei decepcionada com a atitude dele. Como fui burra, de ter me entregado para um homem que nunca vi. Sei que tive um pouco de culpa, pois eu podia ter falado que não queria. Agora não adianta lamentar, o que ta feito, está feito, e um bebê que amo muito cresce dentro de mim.
‒ Emilly você está no banho, Nicolas está aqui e quer falar com você. - Toninha gritou da porta do meu quarto. Mas eu não sei se ouvi bem. Nicolas está aqui? Não estou acreditando, meu coração acelerou, parece até que me falta o ar, o momento tão esperado chegou e eu não consigo acreditar que é verdade.
Boa noite galerinha linda, mais um capítulo saindo. Espero do fundo do meu coração, que comente dizendo o que achou desse capitulo, pois sua opinião é muito importante para mim.
Bom, não esqueçam das estrelinhas e uma ótima noite a todos.
Tania VGiovanelli TB❤