Wild Hearts (Part I)

By landgraciele

41K 3.7K 1K

Criada de acordo a visão conservadora de seus pais, Clarke sempre seguiu pelo caminho mais cômodo. Aceitando... More

Las Vegas
Stanford
Confrontation
Revival
The Truth
Certain Death
Little Bird
After Match
Anger and Guilt
Comprehension
Humanise
Answers
Roadtrip
Only for you
Bônus: breaking the rules
Whenever, Wherever
Señor Frog's
Angels and Potatos
Los Hermanos
Bônus: first kiss
Don't let me go
Hope
Bônus: something really stupid
Bônus: I love you
Reckoning
Diving and Balance
I told you so
San Francisco
Pier 39
Bônus: grounded
Criminal
Bônus: my little girl
Not a joke
Bônus: don't let the past dictate
Broken Hearts
Bounderies
Oblivion
Farewell

Finnick Collins

675 74 9
By landgraciele

Day 215 – 217

Abby acendeu a luz do quarto, mas continuava parada encarando a Blake mais nova com uma interrogação na face. Octavia fitava a mulher, agora com a expressão vazia, enquanto sua mente maquinava numa desculpa, no mínimo, viável. Respirou fundo e, deixando que todas as lágrimas reprimidas caíssem, começou a chorar. Abby se aproximou dela e bateu de leve no ombro da menina, sem saber exatamente o que fazer. Octavia suspirou de alívio internamente por se lembrar que a médica tinha esse ponto fraco.

– Briguei com meu irmão, Abby. Mas não queria estragar a noite de ninguém, nem voltar para casa... Então a Clarke falou que eu podia ficar aqui... – Fungou, recebendo um lenço da médica. – Mas acho melhor ir embora, não quero causar nenhum transtorno.

– Claro que não, você fica. – Abby tentou sorrir, afagando os cabelos morenos. – Qualquer coisa, estarei no meu quarto. Boa noite.

– Boa noite, Abby, e obrigada. – Fungou mais uma vez, vendo a mulher deixar o quarto.

Assim que a porta se fechou, a morena deu um salto da cama, lembrando-se que havia empurrado Lincoln pela janela. Na hora, parecia a única saída. Naquele momento, entretanto, ela já não estava tão certa. Correu até o parapeito e olhou para baixo, Lincoln estava caído entre os arbustos e o sangue da morena gelou. Ela tinha matado o homem que quebrou seu coração.

– Merda. – Xingou ao se dar conta de que tinha que tirar Lincoln dali.

Passou seu corpo pela janela, apoiando-se na encanação lateral. Olhou para baixo, a procura de algo para se apoiar e enxergou um ponto de apoio que seria ideal. Se ela não fosse tão baixa. Grunhiu um xingamento, perguntando-se por que diabos não havia usado as escadas e a porta da frente. Tentou voltar para a janela do quarto de Clarke, mas estava fora de seu alcance. Suspirou, teria que tentar o apoio de baixo. Saltou e, por pouco, não foi parar no chão. Respirou fundo, balançando seu corpo para conseguir apoio.

Grudou seu corpo contra a parede e olhou para baixo. Era um salto de pouco mais de dois metros de altura. Não era muito, mas ela precisava manter uma postura correta se não quisesse se machucar. O vento frio tocou sua face e ela repassou cada detalhe do salto. Seu celular começou a vibrar no bolso de trás de seu jeans, fazendo-a se apressar ao lembrar que estava com as chaves do carro de Lexa. Respirou fundo mais uma vez e pulou. Ainda no ar, dobrou as pernas e ergueu os braços acima dos ombros.

Colocou as mãos para frente do seu lado mais resistente, o direito, e deixou que uma de suas mãos tocasse o chão absorvendo parte do impacto ali. Por sorte, lembrou-se de deixar os joelhos relaxados quando seus pés tocaram do solo. O impacto, entretanto, ainda era grande e ela teve que impulsionar seu corpo para frente, dando uma cambalhota desajeitada. No fim, seu corpo estava dolorido, mas continuava inteira. Adrenalina corria em suas veias quando correu até Lincoln e levou dois dedos até o pulso do rapaz, sentindo seus batimentos.

– Lincoln. – Chamou, sussurrando. – Lincoln, acorda. – O rapaz não respondia e seu celular não parava de vibrar. – Diga, Bell.

– O, tem como você pegar o carro da Lexa no clube e trazer para o sexto departamento de polícia? – Bellamy pediu e Octavia gelou. – Ela, aparentemente, perdeu as chaves. Tente ver com algum gerente se acha, do contrário, tem uma chave reserva na casa da Clarke.

– O que vocês estão fazendo na delegacia? – Octavia conseguiu perguntar.

– Você sumiu, perdeu a visão da Lexa dando uma surra no Finn. – Bellamy ria, como se a situação fosse engraçada.

– Finn? Finnick Collins? – Octavia perguntou, tentando confirmar quem era e Bellamy apenas fez um som nasal em resposta. Octavia riu e depois se calou ao ver o moreno se movimentar ao seu lado. – Bell, tenho que desligar agora. Encontro vocês aí daqui a pouco. – Guardou o celular e encarou o moreno, que tinha os olhos abertos e voltados para ela. – Espero que você não caia da moto, vamos.

[...]

Clarke andava de um lado para o outro na sala dentro da delegacia. Lexa estava sentada ao lado de Finn, ambos algemados enquanto um oficial tomava seus depoimentos. Bellamy tentou acalmar a amiga, mas não obteve sucesso. Raven voltou do banheiro e os encontrou sentados.

– Olha, isso não está certo. – Começou, indignada com a detenção da morena. – Ele agrediu a Lexa, ele deveria ser o único detido. – Começou, andando de um lado para o outro. Bellamy segurava Clarke pelos ombros, impedindo que ela se levantasse.

– Vocês duas, fiquem quietas ou vão acabar detidas também. – Bellamy pediu, já irritado com a situação.

– Então faça algo, Bellamy. – Clarke gritou, recebendo olhares repreensivos de dois oficiais.

– Se uma pessoa com bafo de bebida te atendesse no hospital, você daria ouvidos? – Perguntou e as amigas deram de ombros. – Estou tentando contatar algum dos advogados da firma, Clarke. Será simples e Finn acabará fichado por agressão. Alegaremos legítima defesa. Só falta alguém me atender.

– Quer saber, foda-se. – Raven disse e tirou o celular do bolso. Se afastou e fez uma ligação rápida. – Pronto, temos uma advogada.

[...]

Octavia arrastou Lincoln com dificuldade até a moto. Apesar da dificuldade e da provável concussão, o rapaz conseguiu se manter firme na moto durante todo o caminho até o pronto socorro. Seus braços se agarravam firmemente à cintura da mulher e ela se sentia culpada por estar tão preocupada com Lincoln. A morena desceu com o rapaz da moto e o levou até a recepção. Explicou o que havia acontecido, preencheu sua ficha e o deixou ali para terminar a checagem. Depois poderia voltar e ver se estava tudo bem.

Levou a moto até seu galpão e, de lá, seguiu de taxi até o clube. Passou todo o caminho pensando se, após aquela busca mal sucedida, não deveria ter uma conversa aberta com Lexa. Ela sabia que era a coisa mais prática a ser feita, mas, no fundo, uma voz a relembrava da pulseira com o nome da moça torturada por conta do pen drive. E aquela voz, por mais baixa que fosse, a amedrontava. Ela não iria permitir que ninguém machucasse Clarke ou nenhum de seus amigos e, se Lexa não pôde evitar aquilo antes, quem garantiria que pudesse fazer isso agora? Afastou esses pensamentos ao entrar no estacionamento da sexta delegacia de polícia.

[...]

Lexa olhava firme para frente, mas não ouvia nada do que o oficial falava. Finn contou a versão dele da história, se fazendo de vítima enquanto exibia os machucados. Lexa exibia dois cortes na face e um arranhão na bochecha. Em vista do rapaz, que tinha o rosto completamente ensanguentado, ela parecia ilesa. A morena, entretanto, preferia prestar atenção nos passos atrás de si.

Não conseguia olhar para trás e encarar Clarke despois daquilo. Ela havia perdido o controle para a raiva, algo que não acontecia há quase três anos. Sua relutância foi vencida quando ouviu Raven se levantar e sorrir enquanto saudava alguém. Lexa encarou a mulher que, acompanhada da outra morena e de Clarke, vinha em sua direção com uma expressão séria.

– Bom dia, oficial. – Saudou o homem fardado, que concentrou sua atenção na bela loira. – Minha cliente é réu primário e agiu em legítima defesa ao ser agredida gratuitamente por esse senhor. Portanto, gostaria de prestar uma ocorrência contra o senhor Finnick Collins e a soltura imediata da minha cliente. Ela é a vítima aqui.

Falou sem ser interrompida e com propriedade. Lexa encarava a prima em silêncio, pensando em diversas formas de matar Anya por ter aparecido tão propositalmente em sua vida. Raven encarava a loira e o oficial com um sorriso vitorioso enquanto o homem retirava as algemas de Lexa. Clarke abraçou a morena, puxando-a para si e não deixando que ela se soltasse mais. Bellamy ficou para trás e deu um sorriso irônico para o outro, junto com três tapinhas nada amigáveis, antes de seguir as outras.

Raven deu um abraço de agradecimento na loira, enquanto Lexa e Anya se encaravam e discutiam apenas com olhares. Octavia apareceu e encontrou o grupo em frente a saída da delegacia. Encarou Raven, que a essa altura estava de mãos dadas com a até então desconhecida para a morena de olhos azuis. Algo dentro dela se contorceu, mas resolveu ignorar e voltou seu olhar para Lexa.

– Aquele filho de uma mãe. – Xingou ao ver os machucados da amiga e Lexa sorriu.

– Relaxa, ele ficou pelo menos dez vezes pior do que ela. – Bellamy apontou, abraçando a irmã pelos ombros enquanto caminhavam até os carros.

Anya deu carona para Raven, sorrindo cinicamente ao encarar a prima. Clarke reparou nos olhares das duas, mas ficou calada. Aquele sorriso, entretanto, era algo que ela havia visto em duas pessoas na vida. Entrou no carro com Lexa e seguiram para casa, deixando os Blake seguirem o próprio caminho.

– Você conhece aquela advogada, Lexa? – Clarke perguntou com a voz baixa, tentando soar o mais suave possível. Lexa enviou um olhar de canto e continuou em silêncio.

– Não conte para ninguém, mas Anya é minha prima. – Lexa admitiu algum tempo depois, sabendo que mentir não ajudaria em nada.

– Parece que sua família gosta dos meus amigos, hein? – Clarke brincou, relaxando no banco, mas Lexa travou o maxilar com aquela pergunta. Involuntariamente, apertou o pequeno volume em seu bolso, sabendo que nada era por acaso.

[...]

Sábado foi um dia de reclusão. Lexa passou o dia trancada dentro do quarto e Clarke, sem ter muita opção, resolveu ir para o hospital junto com a mãe. No caminho, ela tentou abordar o assunto do seu relacionamento com Lexa, mas acabaram em um engarrafamento causado por um acidente e sua mãe correu para ajudar. A loira passou a semana pensando em como fazer aquilo, mas não existia uma forma ou momento certo. Ela só queria ter certeza de escolher o menos pior.

Raven, por sua vez, aproveitou o final de semana para estudar alguns casos junto com Anya. Não apenas pelo conhecimento que a mulher tinha, mas porque estava realmente se sentindo bem perto dela. Ainda pensava em Octavia, mas seu lado racional ganhava ao colocar em perspectiva as memórias e conversas com a morena. Iria se contentar com a amizade e seguir com sua vida amorosa, por mais que doesse.

Octavia voltou para o hospital, para saber como Lincoln estava e lá ficou até que o moreno recebesse alta. Não conversaram enquanto iam para o galpão dela e tão pouco Octavia havia se desculpado por ter jogado ele da janela do segundo andar. O rapaz não esperava nada disso, já estava surpreso o bastante por ver que a morena havia cuidado dele e que, apesar de tudo, se importava. Bellamy, alheio aos dramas, seguiu para Stanford animadamente para encontrar sua namorada.

Clarke acordou no domingo em sua cama, sozinha. Lexa se recusava a dormir com ela quando Abby não estava de plantão. Não enquanto a mulher não soubesse do real teor da relação delas. A loira bufou, lembrando-se que aquele era o último dia do trato que havia feito com a namorada e que ela não poderia ficar postergando a conversa com Abby por muito mais tempo. Levantou-se, fez sua higiene matinal e seguiu para o quarto de Lexa. Eram quase onze horas da manhã.

– Ei, leãozinho. – Lexa saudou, puxando a loira para dentro do quarto e a beijando com calma. – Esqueceu de pentear os cabelos ou está querendo fazer cosplay de rei leão mais uma vez? – Provocou e a loira bufou, passando os dedos entre os cabelos.

– Muito engraçada você, estou tremendo de tanto rir. – Ironizou, se jogando na cama.

– Só porque você falou nesse tom, agora terei que te disciplinar. – A morena ameaçou com uma voz séria enquanto se aproximava de Clarke, mas um sorriso matreiro moldava seus lábios.

– Lexa, não... – Clarke pediu, se encolhendo e cobrindo o abdômen, mas não conseguiu evitar a sessão de cócegas. – Lexa... eu vou... ai... – Ela arfava entre risos e, quando a morena reparou em seu rosto vermelho, decidiu que já era o bastante.

– Pronto, agora já está devidamente castigada. – Sorriu abertamente, levantando e sentando na poltrona que havia ali.

– Você sabe que eu sou escorpiana, não é? – Clarke perguntou, se levantando também, e Lexa franziu o cenho. – Nós somos vingativos, pelo menos é o que dizem, e eu acho que me encaixo nessa descrição.

Clarke foi até a porta do quarto, trancando-a, e depois se colocou em frente a morena. Lexa acenou com um riso nervoso enquanto a outra se livrava preguiçosamente da blusa. Sua pele branca e suave contrastava com o sutiã de renda preta. Involuntariamente, a morena mordeu os lábios e Clarke deu um sorriso provocante antes de se livrar do sutiã com a mesma lentidão, aproximando-se até que suas pernas tocassem o assento da poltrona. Entre as pernas da morena.

Lexa tentou tomar a cintura de Clarke para si, mas a loira a impediu, pressionando seus braços no apoio do assento. A morena fitou os olhos azuis, agora quase como o céu noturno, enquanto seu corpo começava a tremer em desejo. Clarke a olhou, séria, enquanto soltava seus braços e voltava a se despir, livrando-se do short e ficando apenas com sua calcinha.

Subiu na poltrona, apoiando seus joelhos ao lado externo das pernas de Lexa e encaixando seu corpo ali. Aproximou sua face da morena, que passou a língua nos lábios ao sentir a pele de Clarke contra a sua. Seus lábios estavam próximos e prontos para saborear o desespero que agora tomava conta das duas, quando batidas soaram na porta. Lexa se levantou num pulo, levando o corpo de Clarke contra o chão.

– Está tudo bem aí? – Abby perguntou ao ouvir o barulho. – O almoço está pronto.

– Está sim Abby, só tropecei aqui, já estamos descendo. – Lexa deu a primeira desculpa que veio em mente, encarando o corpo nu da loira no chão enquanto segurava o riso. Clarke se levantou, massageando a lombar enquanto fazia uma carranca para a morena. A loira se vestiu enquanto Lexa lavava o rosto corado.

– Tá doendo, sabia? – A loira bronqueou, com um bico na face, enquanto desciam as escadas.

– Prometo uma massagem de desculpas mais tarde. – Lexa respondeu num tom baixo, fazendo a loira sorrir apesar do desconforto nas costas.

[...]

Octavia andava de um lado para o outro dentro do seu quarto. Estava inquieta com a situação, que parecia fugir de seu entendimento. Ela não sabia se sentia raiva ou não de Lexa por deixar aquilo ir tão longe. Afinal, para quê manter aquelas provas se até hoje ela não teve coragem de usá-las? Não fazia sentido e ela tentou convencer Lincoln de que Lexa não era uma ameaça, ou o restante do grupo.

– Essa não é uma decisão que eu possa tomar. Lexa tem algo que nos pertence, fazendo uso ou não das informações, ela precisa devolver o pen drive. Enquanto ela continuar com ele, todos vocês estão em risco. – Lembrou das palavras de Lincoln e grunhiu. Estava decidido, iria falar com Lexa e arrancar aquele pen drive nem que tivesse que usar da força física.

[...]

Clarke encarou Lexa a sua frente com um sorriso de canto e então fitou Abby, que estava na entre as duas. Estavam prontas para começar a refeição, quando o som da campainha se fez. A mais velha suspirou, irritada por interromperem o almoço, e se levantou para atender a porta. Sua irritação desapareceu ao ver quem estava atrás dela, sendo substituída por preocupação ao ver os machucados em sua face.

– Finnick, não sabia que estava na cidade. – Sorriu, puxando o rapaz para um abraço. – Entre, por favor.

– Obrigada, Abby. – Sorriu enquanto entrava.

– O que houve com seu rosto? – A mais velha perguntou, achando aquilo estranho. Finn sempre foi muito educado e pacífico.

– Mãe, quem está aí? – A voz de Clarke veio da sala de jantar, irritada com a demora, fazendo com que o rapaz pausasse a resposta.

– Oh, você não vai acreditar! – A mulher respondeu, animada, enquanto arrastava o rapaz para onde a filha estava.

Clarke encarou o rapas com fúria nos olhos, o que fez Lexa se virar para ver quem estava causando aquela reação na namorada. Seu maxilar travou assim que viu a figura de Finn. O rapaz as encarou, com uma expressão visível de nojo. Abby, que antes estava animada, franziu o cenho ao perceber a tensão.

– Finn, tome um assento, vou buscar outro prato. – Tentou quebrar o clima, mas foi interrompida.

– Não, ele não vai ficar aqui. – Clarke falou com a voz mais alta do que o normal. – Você não tem nenhum direito de vir aqui depois de tudo, Finn. Saia daqui!

Abby encarou a filha com olhos inquisidores enquanto Finn apenas sorriu, olhando diretamente para Lexa. O momento de silêncio e tensão não durou mais do que cinco segundos, antes que a risada do rapaz ecoasse pelo lugar, fazendo Clarke se levantar. Se ele não sairia sozinho, ela o colocaria para fora. Abby, percebendo a intensão, entrou no meio dos dois. Lexa se encolheu na cadeira, tentando manter o controle. Aquela não era sua briga, era de Clarke e ela já havia se intrometido o suficiente.

– Que foi, princesa, está com medo? – Zombou, com sua voz baixa. – Relaxa, eu nunca contaria deliberadamente sobre a sua namoradinha.

– Namorada? – Abby perguntou, saindo de sua posição para encarar Clarke.

– Vá se ferrar, Finn. – Clarke gritou, dando um soco no rapaz. – E nunca mais apareça aqui!

Finn saiu da casa, satisfeito com a repercussão que aquilo teria. Aquilo serviria como retorno por ter decidido que ele não valia a pena para ela. Por ter jogado fora os sentimentos que ele tinha por ela. Dentro da casa, Abby voltou seu olhar indignado para Lexa. Clarke entrou na frente da morena, forçando a mãe a encara-la.

– Então ele estava falando a verdade, vocês duas estão juntas? – A mulher perguntou, cuspindo as palavras com incredulidade.

– Estamos... – Lexa respondeu ao ver que Clarke estava travada no lugar.

– Não perguntei para você, Lexa. Aliás, quero que saia já da minha casa. – A mulher vociferou, fazendo o olhar da morena congelar e se esvaziar. – Te dei hospitalidade e é assim que vocês me retornam? Depois de tudo que eu fiz por você, Clarke, é assim que você me retorna?

Abby andava de um lado para o outro, jogando as palavras ao vento. Lexa se levantou e fez menção de deixar a sala. Clarke, com lágrimas nos olhos, tentou segura-la ali. A morena a fitou com um olhar suave, porém firme, antes de se livrar de seu aperto e subir as escadas. Abby continuava jogando perguntas e lamentando a situação, mas Clarke se recusava a escutar todas as suas palavras.

– Isso não é sobre você! – Gritou, tempo depois, dando ênfase em cada palavra. Abby se calou, acenando enquanto lágrimas caíam de sua face. – Eu a amo, mãe. De verdade. E eu vejo que ela sente o mesmo. Eu vejo nela o mesmo olhar que eu via quando meu pai olhava para você. E você pode não entender, não aceitar, não apoiar, ou que for. Mas se você não acredita que esse amor seja certo. – Pausou, chorando enquanto seu peito arfava. – Se não pode acreditar nisso, então saiba que o amor que você teve também não era certo.

– Você é nova, Clarke. O que você sabe sobre amor? – A mulher, ainda que estivesse tocada pelas palavras da filha, continuava relutante. – E isso não é amor, é apenas uma fase e se você continuar assim vai jogar seu nome no lixo. O que as pessoas vão dizer? Você tem noção de como as pessoas são preconceituosas?

– Se meu nome e minha reputação são definidos pela minha sexualidade, então a sociedade que é um lixo. – Clarke cuspiu, indignada com cada palavra. – E sim, mãe, eu tenho noção do preconceito. Mas o pior do que o que os outros vão falar, é saber que isso te preocupa mais do que o meu bem estar e a minha felicidade. Esse é o pior preconceito que eu poderia enfrentar.

Clarke deixou a mãe para trás, indo para o segundo andar. Seu corpo inteiro tremia. Raiva, medo, dor, frustração. Uma mistura de sentimentos que não parecia ter fim. Deixou a mãe na sala, sem olhar para trás. Não iria se convencer pelas lágrimas e desolação da mulher. Ela era o que era e, se sua mãe não pudesse aceitar aquilo, ela daria um jeito de seguir em frente.

Continue Reading

You'll Also Like

1.3M 78.9K 78
De um lado temos Gabriella, filha do renomado técnico do São Paulo, Dorival Júnior. A especialidade da garota com toda certeza é chamar atenção por o...
513K 15.5K 27
Você e sua mãe tinham acabado de se mudar para a casa do seu padrasto e foi então que você descobriu que teria um meio-irmão, você só não esperava sa...
22.7K 1.9K 60
"Não me quebre de novo, sou delicada. Por favor, não quebre meu coração." Sofia já sofreu muito no passado, após ficar viúva, decidiu dedicar sua vid...
Mistakes By Tina

Fanfiction

72.6K 8K 31
Wanda é obrigada a retornar para sua cidade natal e enfrentar seus medos. Natasha é o maior deles