A Verdade {fanfic de A Seleçã...

By ManndyGoncalves

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"Você está banido do palácio por um ano Kile Woodwork." Um ano. Um ano em que serei livre. Um ano em que cons... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capitulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
EPÍLOGO

Capítulo 5

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By ManndyGoncalves

Eu disse sim a proposta do rei.

Depois de muita pressão dos meus pais sobre abraçar meu caminho e dar um rumo ao meu sonho. Meu pai disse que se eu quero ser arquiteto, conceber coisas, talvez o melhor lugar seja estar em uma posição onde eu possa fazer isso com a liberdade de ser um chefe e não a limitação de ser um subordinado.

Meu pai sempre quis que eu fosse um guarda como ele, então ele dizer para agarrar meus sonhos significou muito e teve peso em minha decisão.

Mas mesmo que o meu 'sim' tenha sido dito com total segurança, só agora sentado no jardim do palácio estou pensando no que vem a partir de agora. Continuar no palácio, continuar encontrando Eadlyn. Ou eu posso aceitar esse cargo e encontrar uma casa em algum lugar de Angeles.

- Sem sono Kile?

Volto minha atenção para o lado onde Aspen surge.

- Pensando um pouco. - Digo. - Já se sentiu como se sua vida estivesse ligada a de outra pessoa e fosse difícil se desligar?

- Na verdade já.

Ele senta-se ao meu lado no banco. Era uma pergunta evasiva, não imaginei que eu ia obter uma resposta e ainda por cima positiva. Então, mentalmente me pergunto se isso é sobre Lucy ou se existiu alguém antes dela.

- E conseguiu se desligar? - Pergunto dessa vez não sendo evasivo, eu quero e preciso que alguém me dê uma esperança de que isso vai passar.

- Consegui. - Aspen me responde. Ele parece estar refletindo sobre algo, como se por um instante não estivesse mais no jardim comigo e sim em outro lugar. - As vezes você precisa confiar que as escolhas que essa pessoa fez foi a melhor para ela e acreditar que as escolhas que você mesmo fará a seguir serão as melhores para você.

- E se você ainda achar que você era a melhor escolha?

Aspen me olha com um misto de compreensão e carinho. O seu olhar me diz que de alguma forma ele entende, mesmo que pareça impossível. As vezes é difícil acreditar que todas essas pessoas que convivemos e tem uma vida que parece perfeita tiveram um passado, e que esse passado tem marcas difíceis. Como meus pais, como Maxon e America, e provavelmente como Aspen e Lucy. Talvez eu sempre preferi pensar que eles tinham o relacionamento perfeito porque no futuro eu sonhasse em ter o que eles tem, mas agora saber que nenhum deles teve o amor fácil demais me dá esperança que eu ainda vou tê-lo mesmo que por caminhos difíceis.

- Então terá que aprender a conviver com a Eadlyn mesmo assim. Sinto muito. - Ele lamenta trazendo o nome dela a tona.

Estou prestes a agradecê-lo pelo conselho e por me dar atenção, mas algo chama minha atenção nas árvores perto do muro.

- Aspen tem algum guarda fazendo ronda no muro? Posição de três horas. - Digo usando o que ele e meu pai me ensinaram.

É bom saber que não sou uma negação completa quando se trata de segurança.

- Não. - Aspen diz se virando com calma.

- Não tenho certeza, mas parecia sombra de uma pessoa se movendo.

- Entre. - Ele manda e faz sinal chamando dois guardas.

- Tudo bem eu f...

- Kile, entre. - Ele diz com a firmeza e severidade de um pai e eu com o respeito de um filho o atendo.

Assim que abro a porta da cozinha por onde sai encontro Eadlyn pronta para abri-lá pelo lado de dentro.

Os cabelos dela estão bagunçados e ela está usando um robe por cima da sua roupa de dormir. Não deveria pensar que tipo de coisa ela está por baixo, mas eu penso.

- Ei aonde pensa que está indo rainha? - Brinco.

- Perdi o sono. - Ela diz. - As vezes parece que me sinto sufocada e quero correr lá para fora só para respirar. Minha mãe disse que ela sentiu assim na primeira noite aqui, e correu, meu pai apareceu. Foi como se conheceram.

Eadlyn fica muito terna, menos segura e mais frágil quando fala da sua família. Eles são seu mundo. Tenho reparado nela nos últimos dias, ela alterna momentos de segurança com outros que parece perdida.

Tenho curiosidade de perguntar, tenho medo da resposta, então não faço a pergunta.

- Não acha estranho nos conhecermos há tanto tempo que é impossível saber que momento aconteceu? - Eadlyn pergunta.

Como foi que uma pergunta sobre para onde ela estava indo acabou levando a uma conversa sobre nós?

- Provavelmente minha mãe foi visitar sua mãe no quarto, eu tinha um ano e fui junto. - Respondo. - Vai ver sua mãe te deu banho e eu fui o terceiro cara a te ver nua, depois de Ahren que já te via na barriga e seu pai.

Eadlyn ri, naturalmente e alto. Isso muda o momento. Nenhum som que escutei no último ano conseguiu suprir a falta que me fazia ouvir Eadlyn rir por algo que eu disse ou fiz.

- Você não tinha rido assim desde que cheguei. - Comento.

Ela para de rir.

- Isso porque você é um idiota. - Ela fala sorri de leve. - É o nervosismo com a coroação.

- Por que? - Questiono.

Ela já tem experiência com isso.

- Você nasceu para ser rainha Eady. - Digo o óbvio. - Já teve sua coroação um ano atrás, eu estava aqui, e então uma semana após o fim da Seleção pediu licença do cargo alegando...

- Precisar de um tempo para me adaptar a minha nova vida. - É ela quem termina. - Eu ia me casar, tinha tanta coisa pela frente e eu queria aproveitar isso e ser rainha e noiva era horrível.

- Não imagino um noivado impedir Eadlyn Schreave de ser rainha, ainda mais com o trono ameaçado pelo Marid. - Faço uma observação.

Eadlyn me dá um olhar como se quisesse me ordenar para parar de falar ou fazer perguntas. É o mesmo que ela usava quando eu queria puxar conversa ao invés de nos beijarmos.

- Marid parou de interferir logo, ele não era tão assustador quanto parecia. - Diz. - Kile, tem um minuto? Eu gostaria de te mostrar algo.

- Claro.

Nós andamos em silêncio pelo palácio. Uma tensão estranha entre nós. Eu não me dou conta para onde estamos indo até estarmos no corredor do quarto dela. Ela caminha com mais pressa e empurra a porta.

Eu paro antes de entrar.

- Eady é seu quarto, não posso entrar. - Digo.

- Tecnicamente, não é meu quarto mais. - Ela responde. - Além do mais selecionados também não poderiam entrar no meu quarto e você não se incomodava. Agora entra trouxa.

Ela me empurra para dentro do quarto. Mesmo que ela tente parecer segura e certa do que está fazendo a atitude dela de deixar a porta aberta demonstra que ela não está totalmente de acordo que seja correto.

- Quando você foi embora, eu voltei ao seu quarto, você deixou várias coisas, inclusive desenhos. - Eadlyn conta.

Ela entrou no meu quarto depois de eu ir embora? Depois de estar noiva? Eadlyn está parecendo cada vez mais complicada de se compreender.

- Seu projeto da casa de praia estava lá. - Ela continua e anda pelo quarto a procura de alguma coisa e a encontra em uma das suas prateleiras.

Surpreso vejo que lá também está a maquete do quarto dela que eu enviei no seu aniversário. Eadlyn descobre a direção do meu olhar e sorri.

- Ficou tão perfeita. Cada detalhe. - Diz. - É incrível que pudesse se lembrar. Obrigada. Eu nunca te agradeci por ela. Mas o que eu queria te mostrar é isso.

Ela pega uma caixa de tamanho mediano e abre em minha frente, a minha gravata está lá dentro, um pedaço recortado de jornal com o nosso beijo no corredor e várias fotos nossas em diferentes momentos, na festa no jardim, eu com a coroa dela, na cozinha, nós dois com Gavril em um dos jornais, tem uma minha segurando ela na coroação e nós dois rindo. Tem até mesmo uma de nós dois bebês. Ela está tirando-as e colocando sobre a cama, onde já se sentou.

- Eu tinha guardado as coisas dos selecionados em uma caixa, mas você não podia estar em uma caixa qualquer junto com eles. Você não é qualquer um. - Ela fala.

Tenho certeza que ela falou isso supostamente como se fosse uma coisa boa, mas não é assim que eu vejo, parece que ela despejou um peso sobre meu peito me dando a consciência de que eu fui reduzido a uma caixa.

- Veja. - Eadlyn diz entregando algumas fotos na minha mão.

Há uma casa, varias fotos dela por dentro e por fora, e embora eu nunca tenha estado lá eu a conheço melhor do que qualquer um. É a minha casa para ela. A casa de praia.

- Quando foi que...

- Pensei muito sobre ela. Você disse que tudo que queria fazer era algo por mim. - Explica. - Então eu achei que era justo manter nossa lembrança em algo muito maior do que uma caixa. Eu tomei a decisão de construir isso por mim mesma.

Eadlyn me enche de certeza que superou seja lá o que nós tenhamos tido, mas então tem atitudes que me cobrem de duvidas.

- As vezes você não tem parecido você nos ultimo dias. - Digo calmamente. - É incrível que a unica vez que tenha sido a Eadlyn decidida nos últimos meses foi para fazer algo por nós. E obrigada. Eu fico feliz de saber que sou mais do que uma caixa, mas eu ficaria mais feliz se percebesse que você não passa a maior parte do tempo medindo seus próximos passos ou sendo cuidadosa.

Ela passa a mão por meu cabelo e o bagunça. Ele está mais curto do que quando fui embora e ela não consegue bagunçar tanto quanto ela gostaria.

- Eu gostaria de te dizer, gostaria que entendesse, mas tenho medo que qualquer palavra que saia da minha boca seja mal interpretada ou mal vista. - Ela fala apressadamente se levantando da cama. Só então noto o papel dobrado em sua mão,provavelmente tirado da caixa. - Escrevi isso alguns meses atrás e não te enviei, talvez te ajude a entender o que há comigo.Mas me prometa que não vai me questionar depois e tornar tudo isso pior?

- Eady eu não posso prometer sem ler. - Falo.

- Prometa. - Ela fala em tom de ordem e recua um passo mostrando que não vai me dar o papel se eu não prometer.

Talvez seja porque gosto de vê-la sendo autoritária, ou porque eu estou curioso para saber o que ela me escreveu e não teve coragem de enviar.

- Eu prometo.

Eadlyn estica a mão e me entrega.

- Agora saia daqui! - Exclama e eu deixo o quarto. Amassando e segurando papel tão forte como se minha vida dependesse dele.

Um guarda está no corredor quando eu saio. Evito olhar para ele porque sei que tipo de coisa pode estar se passando em sua cabeça sabendo que Eadlyn e eu estávamos sozinhos em um quarto.Só espero que isso não chegue ao meu pai.









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