Crespúsculo - A Iniciação

By yasmimlohan

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E se Isabella Swan não fosse uma simples garota? Ninguém chega a Forks sem um objetivo, e ela não é diferent... More

Prólogo
Alice I
Isabella II
Isabella III
Edward IV
Isabella V
Alice VI
Jacob VII
Isabela VIII
Isabella IX
Alice XI
Isabella XII

Alice X

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By yasmimlohan

O intervalo das aulas chegou rápido demais, a própria passagem de tempo sempre foi diferente para mim, mas aquelas horas voaram, porque minha mente não estava no presente.

Tudo que eu consegui fazer foi revisar todas as possibilidades do futuro em minha mente.

As visões sobre Isabella ficavam muito mais claras quando estávamos próximas, mas também poderia ser que minhas previsões fossem mais nítidas por ela ter tomado as decisões naquele momento.

Ainda assim, tudo aquilo havia me tirado do ar. Quando entrei no refeitório busquei pelas duas bruxas, mas elas não estavam em sua mesa rotineira. Eu não havia buscado essa visão, mas fazia sentido, eu só as via conversando comigo na estrada, mas as visões voltavam a ser borradas.

Mas havia uma nova visão, eu e Isabella, em uma casa, sentadas com o grimório entre nós.

Aquilo devia ser um bom sinal. Tinha que ser.

- Podemos conversar? - Jasper me perguntou chamando minha atenção para o momento.

Ainda estávamos no refeitório, Rosalie e Emmet haviam se levantado e seguido para a saída, muitos alunos já estavam retornando para a sala, eu tinha perdido o que quer que eles tenham falado entre si.

- Desculpe. - o toquei, e consegui sentir seu amor por mim, as vibrações que pareciam aquecer minha pele há muito morta.

- Você está bem? - os olhos dele cavando meus segredos.

Eu pensei em contar, se havia alguém para quem eu queria contar era ele.

Desde o momento que eu acordei como vampira Jasper sempre esteve em minha mente, e depois ao meu lado, era como uma ferida aberta deixar de contar esse segredo para ele.

Mas não era meu segredo, e algo dentro de mim dizia que se eu contasse, se eu quebrasse a única regra que me foi dada, eu perderia algo muito importante.

- Estou. - sorri, um sorriso honesto, porque eu estava bem. Os caminhos estavam seguindo o curso que eu havia previsto, e eram bons caminhos, aquilo que importava.

- Você sabe que sempre pode contar comigo. - ele estava tentando me transmitir tranquilidade, talvez estivesse confundindo minha ansiedade pelo encontro de mais tarde com um sentimento ruim.

- Eu sei. - o beijei, sentindo uma onda de aconchego me envolver, ser amada por ele era a maior sorte que eu poderia ter. - Coisas vão acontecer e eu não posso contar tudo, porque eu não sei tudo. Mas eu sempre vou contar com você.

Nos levantamos com as mãos dadas. Jasper não disse nada, havia uma tranquilidade em nossos silêncios que nunca pude encontrar em outro lugar.

Quando cheguei a minha sala ele parou e me olhou por um longo minuto. Ele não podia prever meu futuro, mas me lia até a alma.

- Me prometa que vai ficar segura. - a urgência em sua voz era tênue, mas estava ali.

Nosso amor era uma dádiva, mas também um fardo.

Como caminhar por aí, e viver segundos vazios de qualquer significado quando sua metade está em outro lugar, vivendo uma existência que não te inclui?

Por vezes eu me sentia incompleta quando tinha que agir sem ele, mas eram momentos muito muito breves em que nossos corpos encontravam-se distantes.

Eu sabia que aquele caminho nos afastaria, que essa nova etapa não o incluiria, era maravilhoso ver algo se iniciar depois de anos de uma existência estável e prevista, mas era aterrador não poder tê-lo comigo.

Nos despedimos e eu deixei minha mente vagar entre as aulas, sem grandes novidades, as visões continuavam tremulando em minha mente, sem nada de concreto.

Quando o sinal da última aula soou eu saí em direção a floresta que cercava a escola, já havia deixado uma mensagem para Jasper avisando que não voltaria com ele, em segundos estava no limite da Reserva, o carro de Isabella estacionado no acostamento e as duas encostadas nele me esperando.

- Pontual. - Angela falou acenando para mim.

- Sempre. - tentei sorrir e relaxar, eu não queria que aquilo fosse formal demais, eu não queria ser uma intrusa a quem elas estavam reportando, eu queria ser amiga delas. - O que fazemos agora?

Isabella apontou para o carro.

- Quebramos um tratado centenário. O que você acha?

- Nós vamos entrar na reserva? - deixei minha excitação passar pela minha voz. Na minha vida, momentos de surpresa eram como presentes divinos.

- Sim. - Angela falou já entrando no carro, Isabella assumiu o lugar do motorista, elas ficaram esperando que eu entrasse. Eu não estava hesitando, apenas queria olhar, a estrada vazia e verde, o céu cinza completamente fechado, aquela caminhonete vermelha e enferrujada que carregavam as duas pessoas que mais importavam para mim naquele momento.

Foi como se a minha vida estivesse finalmente começando.

- Você vem? - Angela perguntou com um sorriso amistoso. Eu corri para o carro e fechei a porta.

- Vamos lá.

Isabella riu da minha animação, eu tenho certeza que meus olhos estavam cintilando enquanto eu observava a estrada.

Tentei prever o futuro, qualquer coisa nova, mas nada veio.

- Por que eu não posso ver o que vai acontecer? - perguntei sem conseguir esconder minha frustração.

- Elas disseram que fechariam a cortina. É só o que eu sei. - Angela explicou.

- Elas?

- O conselho, você vai saber. - foi a vez de Isabella falar, ela me olhou por um segundo e piscou. A imagem da visão que eu havia tido hoje reluziu em minha mente.

- Tudo bem. - foquei na estrada, nas grandes e antigas árvores, mais velhas que eu, com raízes profundas, pertencendo àquele lugar, à uma tribo, aquele sempre havia meu desejo, apenas pertencer.

Eu pertencia à minha família, mas ainda havia um vazio, uma falta, um propósito.

- Chegamos. - Angela anunciou quando terminavamos uma longa curva.

Logo depois a mata abriu-se para o mar, forte e azul, abaixo de nós. Primeiro eu vi as ondas, arrebentando como uma velha disputada sobre as pedras, depois a grande casa de madeira.

A mansão parecia viva, nos olhando, julgando nosso valor enquanto rangia pelo vento, era magnífica.

Descemos do carro em um silêncio solene. Isabella se aproximou de mim e tocou minha mão levemente, em um encorajamento tão íntimo que me emocionou. Angela já estava a nossa frente.

Antes que chegássemos a entrada a porta se abriu. Uma mulher alta e esguia estava nos esperando com um duro olhar. Ela era indígena, com longos cabelos negros escorrendo por seu ombro. Sua visão era assombrosa, ela emanava autoridade, havia uma cicatriz em seu rosto, três riscos do lado esquerdo, cortando da sobrancelha à bochecha.

Ela ainda era uma das mulheres mais belas que eu já havia visto.

- Alice Cullen, seja bem vinda a Casa Central. - ela abriu espaço para que entrássemos, e mesmo que a frase fosse perfeitamente normal, eu senti a hostilidade dela comigo.

Outra pessoa era responsável pela minha presença, ao que parecia.

- Obrigada. - murmurei enquanto passamos.

Eu estava decidida a ser o mais discreta e gentil possível. Eu estava em um território proibido, para falar de coisas que eu nunca havia sequer cogitado como existentes, cuidado era essencial.

A mulher esperou que passássemos, fechou a porta e segui na dianteira até o interior da casa, enquanto caminhávamos luzes iam acendendo, as velas colocadas em casa pedestal e lustre, reduzindo amarelas, deixando o espaço ainda mais misterioso.

Paramos em frente à uma sala e a porta se abriu sem que nenhuma de nós a tocasse, o lugar parecia uma biblioteca, os livros enchiam as prateleiras, velhos, cheios de poeira, grandes ramos de plantas estavam pendurados pelo teto, diferentes tipos que eu nunca havia visto, haviam animais empalhados em uma das paredes. Cabeças de leões, ursos e veados.

Em geral eu achava animais empalhados uma visão estranha, mas ali eles pareciam vivos, com as luzes das velas reluzindo em seus falsos olhos.

Havia um calor no ar, que nenhuma palavra poderia alcançar. Eu estava envolvida, o meu corpo todo abraçado pela existência de uma magia que eu nunca havia sentido.

- Alice... - uma senhora sussurrou, ela estava sentada em uma poltrona, parecia pequena, doce, e eu ainda sentia a medida de seu poder.

Haviam outras senhoras, nenhuma tão velha quanto a que falou, mas todas muito mais velhas que a moça que abriu a porta.

- Estas são as anciãs do nosso conselho, Alice. - a mulher que abriu a porta disse, ela olhava para mim com uma expressão tão vazia que ela parecia como uma de nós, uma vampira, inumana.

- É uma honra conhecê-las. - fiz uma leve reverência que pareceu ser adequada. Nenhuma delas se moveu.

- Sente-se. - a mais velha disse apontando o chão, era estranho, mas me sentei.

Angela e Isabella sentaram-se atrás de mim, a outra mulher continuou em pé.

- Isabella me falou sobre você... - ela olhou para Isabella, muito tempo passou e ela ainda não havia continuado, apenas o som da lenha crepitando na fogueira. - Eu sou Aléia. - e então houve outro intervalo. Ela agia como se o tempo passasse de outra forma em sua mente.
- Alice, o que você sabe sobre o passado?

- O passado? Que passado? O meu? - aquela pergunta me incomodou profundamente.

- Você não sabe. - não era uma pergunta.

- Não. Minha vida como humana é um vazio. Eu não sei o que aconteceu.

- Eu acho que sei. - Aléia olhou para a mulher que estava em pé. - Nós não permitimos vampiros aqui. - houve outra grande pausa e eu temi que ela fosse me expulsar. - Mas temos a obrigação de cuidar de todas as bruxas.

Eu não precisava de ar, mas coloquei uma grande quantidade em meus pulmões, eu precisava dar um senso de realidade ao momento.

- A senhora acha que eu sou uma bruxa?

- Eu sei que você é.

Algumas das senhoras sorriam para mim, Aléia me olhava com doçura.

- Por que você não nos conta o que você viu? - uma senhora perguntou.

Mesmo não estando fisicamente incomodada eu me mexi desconfortável.

Quando pensei sobre falar sobre as visões com Isabella não imaginei que estaria rodeada de senhoras desconhecidas.

- Alice - Isabella tocou meu braço, e foi parecida com a sensação de quando Jasper tentava me acalmar. - Está tudo bem.

Eu a olhei e senti meu corpo relaxar. Ela devia saber de tudo, e se ela pertencia àquele lugar, então seria ali.

- Três anos atrás eu tive uma visão, na verdade foram várias. Todas envolviam Isabella. - fiz uma pausa e olhei para trás, ela ainda me olhava com serenidade. - Primeiro eu nos vi juntas, abraçadas, sorrindo, depois nós estávamos juntas em um campo aberto, coberto de neve. E... Eu não sei... Eu não sei exatamente mas havia uma guerra...

- Haverá uma guerra. - Aléia me corrigiu.

- Sim, eu acho que haverá uma guerra.

- Nós sabemos que haverá. - Aléia estava sorrindo, placidamente, como se estivéssemos discutindo sobre o chá.

- O que vocês sabem?

- Foi previsto. - Aléia olhou para Isabella, e tomou outro longo momento. - A Suprema do norte deverá unir as três naturezas. Mas para isso haverá uma guerra, com o clã governante, e a família dela estabelecerá o governo da Tríade.

- Mas o que eu tenho a ver com isso?

- Alice, toda suprema tem duas irmãs, que compõe sua tríade de poder. Desde o princípio sabemos que Isabella é a Suprema, e que Angela faz parte da tríade dela, agora acreditamos que você completa o triângulo.

- Mas eu sou uma vampira.

- Antes de ser uma vampira você provavelmente era uma bruxa.

- Nós temos como saber isso. - uma outra senhora disse.

- Se você nos permitir. - Aléia me deu outro de seus sorrisos.

- Tudo bem. - falei me sentindo entorpecida.

Ver o futuro era tudo que eu sabia fazer, e nunca havia cogitado conhecer o passado.

- Essa é a Emily. - ela apontou para a mulher que abriu a porta. - Ela vai nos ajudar.

Emily sentou-se a minha frente, os mesmo olhos inexpressivos.

- Você quer ver? - a voz dela foi quase doce.

- Por favor... - minha voz quase não saiu embargada pela emoção.

Emily assentiu e tocou o meio da minha testa com o polegar. Ela fechou os olhos, depois eu senti uma pressão, e meus olhos se fecharam.

Então começou. Eram flashes rápidos de toda a minha vida. Eu tive uma família, mas eles tinham medo dr mim, das coisas que eu dizia, do que eu podia ver. Depois eu estava em um hospício, dias e dias vendo uma parede, era tudo vazio. E as visões, eu não conseguia parar as visões, o tempo todo a vida de outras pessoas passando pela minha cabeça.

Um homem me salvou, ele dizia que era médico, como Carlisle, ele me transformou. E então acabou. Eu estava acordando, sozinha, sem meu salvador, e Jasper já estava na minha mente. As visões não eram mais difusas, eram claras, ele era claro.

Tudo sumiu de repente. Emily havia parado de me tocar. Agora ela me olhava com olhos marejados, ela havia sentido minha dor.

- Eu sinto muito. - ela tocou minha bochecha de leve, depois levantou-se e foi para trás de nós novamente. - Ela era uma vidente. Não foi achada por uma de nós porque foi internada, passou quase a vida toda na solitária, escondida do mundo.

- Agora ela foi achada. É isso que importa.

Então, lá estávamos nós. Todas as peças encaixadas, meu passado, meu presente e meu futuro. Eu era uma bruxa, com um lugar no mundo, mesmo que esse lugar fosse o meio de uma guerra.

- Minha família... - eu comecei a pergunta mas já sabia a resposta, eu sabia desde a primeira visão.

- Eles não podem saber. - foi Emily quem disse, resoluta.

- Mas e Edward?

Aléia suspirou, ela pareceu cansada só pela menção do nome dele. - Seu irmão... O que você sabe sobre isso?

Eu engoli seco, não queria falar de meu irmão, mas eu não mentiria, não naquele momento tão importante.

- Ele foi embora porque o sangue da Bella é atrativo demais. - fiz uma pausa esperando que alguma delas protestasse, mas não ouve sequer um movimento. - Mas ele vai voltar, e eu não consigo esconder tudo dele, não essa quantidade de informações.

- Ele pode ser bom. - Aléia inclinou a cabeça como se ponderasse uma questão. - Mas ele pode acabar com tudo. Nós sabemos.

- Podemos impedir que ele leia nossos segredos. - uma das senhoras falou, ela estava séria, como se não gostasse do rumo da conversa.

- Podemos. - Aléia voltou a me olhar. - Podemos?

Eu acenei que sim, mas me senti amedrontada. Ter a ideia de alguém mexendo com a sua cabeça não era muito confortável, ainda mais de uma vez no dia, era um pouco demais.

Ouvi Angela se levantar atrás de mim, ela se ajoelhou a minha frente, mais próxima do que Emily havia ficado, ela também estava tensa.

- Isso não vai doer, mas você vai se sentir um pouco confusa.

Eu assenti e continuei a olhando, agora ela parecia obstinada. Suas mãos muito quentes tocaram as laterais da minha cabeça, ela entoou uma cantiga em latim, sua voz mais soando mais rouca, mais solene, eu podia sentir camadas de magia sendo criadas na minha mente, pesando minha cabeça.

Ela parou depois de alguns minutos, caiu no chão sentandode qualquer jeito.

- Isso deve funcionar. - ela disse entre respirações ofegantes.

- Logo Isabella poderá ajudar... - Emily falou enquanto se aproximava, ela ajudou Angela a se sentar em uma cadeira afastada e pegou um copo de água para servir.

- E agora, o que fazemos?

- Agora você será treinada. O destino de muitas pessoas está na mão de vocês.

-------------

Oie. Ontem não teve capítulo porque ele era grande demais eu não consegui terminar de escrever, mas aqui estamos.

Os detalhes ainda estão por vir. Mas e ? Gostaram?

Eu amo esses pequenos plots do livro, como a história da Alice, e acho uma pena a autora não ter explorado melhor, mas aqui a gente vai botar essas meninas pra ferver hein.

Votem, me ajudem a ser uma pessoa mais feliz e realizada.

Comentem, comentem muito. Eu adoro saber o que vocês acharam.

E até o próximo. ❤

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