Rachel Pov
Três dias... três benditos dias que eu já estou aqui. Hoje já é segunda-feira, a reunião de ontem foi bem produtiva para falar a verdade, pelo menos a minha carreira está indo muito bem, obrigado.
Falei com as meninas hoje de manhã, mas ainda não havia conseguido falar com a Q. E por falar nela... ela ta me ligando.
— Rae! Rae!
Sua voz saiu um pouco afobada, eu respirei fundo. Lá vem...
— Q? Aconteceu alguma coisa?
Sentei no sofá já sentindo meu coração acelerar. Ouvi ela murmurar algumas coisas que eu não consegui entender.
— Aconteceu. Eu preciso urgente de ajuda, qual é mesmo aquele shampoo que deixa meu cabelo daquele jeito macio que você gosta?
Eu não acredito, eu aqui quase parindo um unicórnio e ela me liga por causa de um shampoo? Sério?!
— Quinn, você ta de sacanagem com a minha cara não está?
Perguntei irritada e ela bufou.
— Não meu amor, por favor, é o do pote roxo, azul ou o verde?
Ela pediu manhosa e eu revirei os olhos.
— É o roxo, Quinn.
— Oh sim, você aqui danadinho!.. — Ela exclamou animada, não pude evitar rir. — Obrigado amorzinho da minha vida, você salvou a minha vida.
— Não acredito que você me ligou para perguntar sobre um shampoo.
— Você fala como se eu já não tivesse feito isso antes.
Eu ri e ela riu também. E era mesmo verdade, uma vez ela me ligou três horas da manhã só para perguntar o que fazia mal pro estômago dela porque ela estava com fome e tinha esquecido quais eram as coisas que ela não podia comer.
— Tem razão.
— Você comprava minhas roupas lembra?
Perguntou rindo e eu concordei. Quando éramos mais novas ela não sabia quais roupas decidir nunca, então ela pedia para eu comprar as roupas dela porque eu sabia todos os seus gostos.
— Lembro. O que seria de você sem mim, não é?
— Seria um nada.
Ela respondeu com ar de riso e eu mordi os lábios.
— Senti sua falta hoje... sabe, no café da manhã.
Falou com a voz triste e eu suspirei.
— Também senti sua falta hoje, Leãozinho...
— Ainda falta trinta e oito dias...
— Você está contando?
— Todos os dias, horas e minutos.
— Nossa!
Exclamei abismada, ela riu da minha surpresa.
— Eu quero que passe logo.
— Eu também, Q...
Ficamos conversando mais algum tempo e depois ela desligou porque iria lavar o cabelo. Ta ai uma das coisas que só a Quinn faz, me ligar porque não sabe qual shampoo usar. Quem faz isso? Só ela mesma.
Meu celular tocou outra vez, eu já ia mandar a Quinn catar coquinho mas, não era ela, era Tina.
— E aí Rach.
— Oi Chang.
— Vamos sair hoje?
Perguntou animada e eu suspirei considerando. Acho que preciso mesmo relaxar, então porque não?
— Vamos, claro.
— Ótimo, então toma um banho que daqui a pouco eu vou passar aí.
Desliguei o celular e fui tomar um banho.
Por que eu tenho a sensação de que hoje vai acontecer alguma coisa?
Quinn Pov
Senti um forte arrepio na minha espinha e estremeci um pouco.
— O que aconteceu?
Santana perguntou rindo da minha cara confusa, eu balancei a cabeça e dei de ombros.
— Nada... Só uma sensação estranha eu acho...
— Esquisita.
Ela zombou e eu a empurrei pelos ombros rindo. Eu tenho passado bastante tempo com ela, porque ela é quase minha guarda costas, ou cão de guarda. Rachel pediu para que ela tomasse conta de mim e ela está tomando mesmo, eu achei que ela não ia fazer isso, mas ela fez e está fazendo, confesso até que estou gostando disso.
— Vamos sair hoje?
Perguntei a ela quando o filme que estávamos assistindo acabou.
— Claro.
— Nada de Marquee ou La Conga hoje...
— Hmmm...— Ela fez uma cara pensativa e eu olhei pra ela com expectativa. — Vamos na Dark Horse?
— Obaa. Eu amo aquela boate e tem bastante tempo que eu não vou lá.
— Pois é, então vai tomar um banho que eu vou me arrumar para nós irmos.
Me avisou e eu assenti. Fui para o meu quarto tomar meu banho e me arrumar.
Mas porque essa sensação de que alguma coisa vai acontecer ainda está em mim?
Rachel Pov
Estávamos num barzinho com os amigos da Tina, que por sinal já estava pra lá de bêbada. Até que eles eram legais, tem o Puck um moreno forte muito legal que que brinca com todo mundo, a Marley que é mais na dela, o Mike que quando o conheci pensei que era parente da Tina, e o Sam uma loiro bem atraente que me lembra muito a Quinn...
Nada de pensar nela hoje, Rachel.
Eu ria sem parar das besteiras que a Tina fazia e falava, e olha que era uma segunda-feira. Meu celular tocou e eu vi no visor minha foto e a de Quinn. Corri para fora do bar para poder atender longe do barulho, mas a ligação caiu. Tentei ligar de novo mais o sinal estava horrível. Estava voltando para dentro quando senti alguém puxar meu braço com força, arregalhei os olhos e olhei para trás, me deparando com dois caras extremamente bêbados rindo para mim e me olhando de cima a baixo. Tentei entrar de novo, mas o mais alto segurou meu braço com mais força.
— Pra que tanta pressa, gatinha?
Perguntou de um modo totalmente enrolado revelando mais ainda sua embriaguez, eu já sentia minhas mãos suando. Meu coração estava descompassado.
— Me solta.
Pedi controlando a vontade de chorar, não somente pelo medo, mas também por causa da dor que eu estava começando a sentir pelo aperto em meu braço.
— E se eu não quiser?
Ele indagou sério, eu engoli em seco.
— Solta ela!
Ouvi uma voz grave atrás de mim e virei-me do jeito que deu para conseguir olhar quem era e... nossa. Ele era lindo, cabelos pretos, olhos azuis, uma boca que... meu Deus! Um rosto de lindo tão fofo e usava uma calça escura, uma regata branca e um tênis também branco. Assim que ele percebeu que eu estava olhando para ele, ele sorriu e, nossa, que sorriso era aquele? Deuses!
— E quem você pensa que é?
O nojento que ainda estava segurando meu braço perguntou. O rapaz deu dois passos para frente e encarou bem sério o cara bêbado.
— Eu sou o namorado dela, agora solte-a.
Ordenou firme e o cara soltou meu braço na hora. Ele e o amigo dele foram embora cambaleando e se desculpando, eu agradeci mentalmente a Deus e o tal rapaz que me ajudou por isso.
— Obrigada.
Pedi baixinho para ele enquanto esfregava meu braço no local onde o cara havia apertado, o tal menino lindo deu mais um daqueles sorrisos para mim. Qual é? Facilita e para de sorrir assim.
— De nada. Eu acho que vai ficar roxo.
Falou analisando a marca de dedos vermelha em meu braço, eu só conseguia olhar para ele.
— Você está sozinha?
Ele perguntou de repente, demorei um tempo para raciocinar.
— Hã, é... Não, eu to com alguns amigos lá dentro.
Apontei com a cabeça na direção do bar e ele assentiu.
— Se importaria se eu te acompanhasse?
Perguntou educadamente e eu sorri. Não me importaria mesmo sorriso encantador, eu apenas pensei, não ia falar isso né?
— Você ainda não me disse seu nome.
Ele brincou sorrindo outra vez, eu juro por Deus, esse sorriso é perfeito demais.
— Oh sim, me desculpe. Me chamo Rachel e você?
Sentamos em uma mesa perto do pessoal e ele pediu uma água para mim. Ele sorriu de novo e eu quase escorreguei pela cadeira.
— Eu me chamo Matthew.
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