Ensnared - Fanfic da saga O L...

By Mimy_Noemi14

3.9K 167 36

Muitos já devem ter lido "O lado mais sombrio". Minha intenção é fazer uma versão de como será o quarto livro... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Notas
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18

Capítulo 8

240 13 7
By Mimy_Noemi14

Um feche de luz nos trasporta para um ambiente mais bizarro que o antigo.

Morfeu segura firme meu braço. Eu caio ao lado de meu pai e Morfeu ao meu lado. Minha cabeça bate contra o braço dele me fazendo grunhir antes de meu corpo se chocar contra um chão barrento e duro feito pedra.

- Ai. - reclamo quando as luzes coloridas em minha cabeça me fazem voltar ao normal aos poucos.

- Você está machucada? - perguntou a voz de meu pai, em seguida segurou meu braço. Fitei seus olhos que me analisavam atentamente.

- Não, estou bem pai. - respondi balançando minha cabeça que começava a latejar.

Os braços de Morfeu seguraram meus dois ombros me colocando de pé, só então percebi que minhas asas estavam abertas e me puxavam para o chão empoeirado, Morfeu me proporcionou equilíbrio enquanto eu sustentava as minhas asas.

- Bom trabalho queridinha. - elogiou Morfeu me fitando, suas pedras brilhantes no seu rosto piscavam em um azul intenso, destacando sua cor pálida e seus olhos escuros.
- Mas da próxima vez seja um pouquinho mais rápida, só o suficiente para não sermos atacados por brinquedos possuídos.

- Onde estamos exatamente Morfeu? - perguntou meu pai irritado, ele encarou Morfeu sério.

Morfeu limpa sua jaqueta com dois breves tapinhas em seus ombros, uma pequena nuvem de poeira paira acima dele, suas asas se movem para dissipar ela.
Morfeu encara meu pai pouco interessado.
- Não é óbvio? Na quinta dimensão do País dos Espelhos Thomas. - Morfeu moveu suas mãos em um gesto demorado, mostrando o lugar em nossa volta.

Meu pai faz uma carranca para ele. Só então noto onde estamos.

Espinhos, espinhos e mais espinhos...

O chão empoeirado e rachado em divisões secas, o céu amarelado, o sol tem preguiça de se mostrar, nenhuma vida aparentemente ao nosso redor. Árvores sem folhas, seus galhos secos e mortos, nada de vento, nada de vida, nem mesmo um ruído de pássaro.

Nem sei de onde saímos, olhou ao meu redor e não existe nenhum espelho, ou portal, apenas o resto daquela carcaça de floresta.

O lugar era tão estéril, que não tinha nem mesmo ervas daninhas. Minha boca estava seca e pela primeira vez desde que cheguei aqui, senti fome, meu estômago se contorceu.

- Isso nós sabemos Morfeu. - disse revirando os olhos para ele. - Mas é isso? Vamos morrer aqui? Não escapei daqueles malditos brinquedos para morrer aqui!!!

- Temos cerca de duas horas para chegar na Fortaleza, antes de escurecer é claro. Então, se não chegarmos, aí sim iremos morrer. - disse Morfeu fazendo uma expressão de cansado, ele deu de ombros fazendo um bico nos lábios para mostrar seu tédio.

- Que diabos é Fortaleza? - perguntou meu pai rispidamente.

Morfeu vira sob os calcanhares e nos encara com a mesma expressão de pouca importância.
- Onde sairemos daqui, Jeb e Alison precisam de nós para sair dessa dimensão, ela exige muita magia, e um simples teste do medo não irá nos livrar dessa vez.

Meu pai me encarou e sua visão se escureceu. Ele estava pensando na mesma coisa que eu. O teste do medo.

Mas eu ainda não tive tempo de perguntar aos dois sobre isso.

- Tudo bem, podemos ir voando? - perguntei querendo chegar logo a um ponto.

- Devemos ir voando minha flor, a não ser que você queira ser morta por esse lugar. - disse Morfeu erguendo uma sobrancelha e tocando seu próprio queixo.

- O que quer dizer? - perguntou meu pai cauteloso.

- Assim que escurecer, esse lugar vira uma espécie de intraterreno carnívoro, a própria terra nos engole. Se estiver certo o que eu li nos livros sobre o País das Maravilhas algum tempo atrás. - disse Morfeu olhando para cima como se tentasse se lembrar de alguma coisa, manteve sua mão em seu queixo, ele parecia não ter pressa.

Estávamos prestes a morrer em duas horas e ele pouco se importava. Que raiva.

- Se Jeb e Alison ainda estão aqui, estão vivos ainda? - perguntou meu pai tremendo suas mãos, seus olhos se escureceram.

- Pai... - disse tentando chegar em seu braço, mas ele partiu para cima de Morfeu segurando a gola de sua jaqueta. Morfeu nem ousou se mecher, apenas encarou meu pai com fascínio.

- Se minha Alison morrer vou pendurar você na parede do covil da Irmã Dois assim que chegarmos no País das Maravilhas, está me ouvindo?! - a voz de meu pai era como um trovão, mesmo ele falando entre os dentes, sua mandíbula cerrada, seus olhos me lembravam os olhos de mamãe, seu rosto um pouco sujo de terra, suas roupas um trapo, mesmo assim ele parecia um intraterreno incrível, meu pai era tudo, menos humano.

- O pseudoelfo levou ela para a Fortaleza, eles estão bem. Enquanto a Vermelha ainda não nos encontrar é claro. - disse Morfeu empinando o queixo para cima, ele era um pouco mais alto que meu pai, mas nem moveu sua mão para tentar se livrar de meu pai, ele não ousaria.

- É melhor você ter razão, Alison não merece ficar presa nesse lugar, ela é frágil, sabia que faz pouco tempo que ela recuperou sua sanidade mental? Pois fique sabendo, ela precisa de mim. - bradou meu pai apertando mais suas mãos na gola da camisa de Morfeu.

Morfeu me fitou, então meu pai soltou ele, mas continuou encarando seus olhos. Me senti culpada por ainda não ter colocado meu pai a par de tudo. Alison mentiu tanto para proteger ele que agora que ele sabe de tudo, pode acabar perdendo ele, engoli em seco.

- Alison sabe se virar caro Thomas, mais do que você imagina, suponho? - disse Morfeu oferecendo a verdade em forma de pergunta, ele se recompôs ajeitando sua jaqueta que foi amassada pelas mãos de meu pai. Morfeu ergue uma sobrancelha e me encara.

- O que quer dizer? - bufa meu pai olhando para mim e depois para Morfeu. Ele percebeu algo de errado, meu pai era esperto.

Eu precisava falar a verdade, ele descobriria tudo de qualquer forma. Eu não queria tirar o direito d eminha mãe contar para ele, mas eu não conseguia mas sustentar essa mentira, não dava. Minha cabeça estava girando em confusão.

- Quero dizer "tomatinho", que sua amada nem sempre foi essa bonequinha frágil que você tanto pensa que protege. - disse Morfeu erguendo um dedo e fazendo uma expressão exagerada de estar pensando em algo. - Na verdade, não me lembro dela algum dia ter sido assim. Garotinha esperta foi Alison, se aproveitou de sua falta de memória e se fez de esquecida também, um bom truque. - Morfeu estala o dedo e sorri para o nada. - Vou usar ele, eu usaria de qualquer forma mesmo.

Fuzilei Morfeu com o olhar, ele não tinha o direito de falar isso para meu pai. Papai colocou suas mãos em sua cabeça, como se tentasse arrancar suas lembranças, seus olhos se enxeram de lágrimas, mas ele as segurou, seu rosto ficou vermelho e sua boca se escancarou.

- Ela sempre soube... - sussurrou meu pai para si mesmo, mas eu e Morfeu ouvimos. Morfeu deu de ombros ao notar meu olhar mortal sobre ele. Idiota.

- Não é bem assim pai. - disse me aproximando e segurando seu ombro, ele se vira para mim e me encara, apenas uma lágrima escorre de seu rosto esquerdo, ele nem precisou piscar para isso acontecer. Sua angústia era nítida.

- Você sabia disso também. - disse meu pai encarando minhas asas com indignação.

- Sobre a mamãe descobri a pouco tempo, é melhor ela mesma explicar. Mas sobre mim, o senhor nunca acreditaria se eu apenas falasse. - disse triste e jogando os braços como que em desistência.

- Ainda é difícil acreditar, quando estou entendo, descubro outra grande farsa, tudo atuação. Alguma coisa é verdadeira Alyssa? - a voz de meu pai era calma, mas seus olhos claros expressavam toda seu sentimento. Ele estava magoado, triste e angustiado.

- Meu amor, o amor de mamãe, é verdadeiro. - disse fazendo um esforço tremendo para encarar ele, minha garganta estava seca e minha voz arranhava como um violino desafinado. - Apenas confie em mim, todas as suas perguntas serão respondidas, não duvide disso. Mas agora estamos correndo contra o tempo.

- Confiança? - disse meu pai soltando uma risada irônica e cheia de revolta. - Você e sua mãe nunca confiaram em mim ao ponto de me dizer a verdadeira história. Agora quer me exigir confiança?

- O senhor acreditaria em nós? Acreditou em mamãe quando ela me cortou com as tesouras de podas? - disse me irritando, o relógio não esperaria muito tempo, o sol estava quase se pondo e precisávamos chegar na tal Fortaleza. Então disse a coisa mais idiota do mundo, apenas para sairmos logo desse ponto zero. - O senhor não acreditou em Alison quando ela tentou lhe explicar, não acreditou em mim quando tentei explicar sobre o incidente no baile, antes nos levou a um hospital psiquiátrico.

Eu comecei a chorar, não pelo fato de ter sido levada ao hospital psiquiátrico, mas porque não era justo acusar meu pai de algo que ele não teve culpa. Seu olhar tristonho fez meu coração se partir em sete maneiras diferentes.

- Eu poderia ter tentado, poderíamos estar em casa, se você tivesse me dito, me mostrado algo. - disse meu pai fechando os olhos com força e se controlando para não chorar, ele abre os olhos e me fita. - Tudo poderia ter sido diferente Allie.

Eu queria dizer que ele estaca certo, queria abraçar ele, queria dizer que eu estaria sempre ao seu lado. Mas não podia, o tempo estava acabando. Eu precisava agir, essa conversa teria que esperar.

- Nos leve para a Fortaleza Morfeu, temos pouco tempo. - disse firme encarando Morfeu com toda minha indiferença.

- Que seja. - disse Morfeu erguendo suas asas e desviando seu olhar para um dos braços de papai, em seguida segurou um pouco hesitante. - Vamos?

- Sim, agora. - disse agarrando o outro braço de papai e trocando um olhar significativo para Morfeu.

Ele alçou vôo na mesma hora que eu, meu pai estava entre nós, sendo carregado pelos braços. Morfeu parecia não ter dificuldade para carregar meu pai, mas minhas mãos não estavam aguenando, minhas asas se esforçavam para se manter em pleno ar.
Arfei olhando para frente, tive a impressão de estar assim há horas. Não tinha horizonte ou saída, tudo era um deserto empoeirado e com um chão rachado. Uma rajada de vento frio tocou meu rosto, naquele instante percebi que havia chegado no meu limite.

- Alyssa me solte, você não tem força o bastante. - grinhiu meu pai ao me ver lutar para manter o mesmo ritmo que Morfeu.

- Não posso... - minha voz saiu como um gemido, minhas costas ardiam com o peso.

- Deixe ele comigo, eu dou conta. - disse Morfeu puxando meu pai e colocando seus braços por baixo dos braços dele. Respirei fundo e fitei Morfeu.

O ar era frio e úmido, a floresta sem vida estava abaixo de nós. Meu pai me olhou aliviado e desviou seu olhar para frente.

Morfeu balançou a cabeça em um sinal silencioso indicando para pousamos juntos.

Segui atrás dele e pousamos em uma terra de areia fofa, não era mais empoeirada e cheia de quebradiças no chão.

Ao redor dela não havia mais nada a nossa frente a não ser areia infinita e atrás a floresta sem vida e seca.

- Cadê a Fortaleza? - perguntei hesitante assim que alcancei o chão.

Morfeu pousou atrás de mim colocando meu pai em pé cuidadosamente.

- Estamos nela. - respondeu Morfeu sorridente. Fitei ele como se fosse louco, o que era bastante possível.

- Isso é brincadeira não é? - perguntou meu pai limpando a roupa e esticando o pescoço para ver ao redor.

- Humanos, sempre incapazes de ver além de seus vãs olhos. - resmungou Morfeu para meu pai. - Vejam, existe magia em todos os cantos desse lugar.

Olhei em volta e as pontas dos meus dedos tremeram com as palavras de Morfeu, realmente, vinha magia de todos os cantos.

Olhei o horizonte de areia e caminhei até ele, mas algo me impediu de continuar, uma barreira me deteve a dois metros de onde estávamos, toquei na falsa projeção e todo o painel da imagem falsa projetada para confundir os intraterrenos brilhou com meu toque e só parou no limite de seu feitiço.

- Uau... - disse observando aquela energia através daquele horizonte tão real aparentemente.

- Não disse. - disse Morfeu triunfante e deu um pulo até ficar perto de mim, seus cabelos azuis roçaram de leve os meus ombros.

Me virei para ele e fiquei pasma ao ver aquela monstruosidade atrás do meu pai, ele nem havia se dado conta ainda.

- Morfeu... - sussurrei com os olhos saltando de órbita encarando aquilo.

Morfeu se virou imediatamente e seus braços e músculos da barriga ficaram tensos.

- Estava fácil demais para ser verdade. - resmungou Morfeu olhando para o mesmo ponto que eu.

Torcia para que ele tivesse uma carta na manga para nos livrar dessa vez. Ou então iríamos morrer, sem dúvida.

Continue Reading

You'll Also Like

565 96 20
Nicole, uma garota demasiado insignificantes para a altura e demasiado importante no futuro. Vive num mundo onde a magia é real e onde existem criat...
13.5K 898 17
Louise Grawths, saberia como lidar com a obsessão de dois irmão gêmeos?
40.4K 2.1K 34
Isso aqui é a mais pura diversão, se você quiser ler sinta-se à vontade. Só fique sabendo que nenhum capítulo é revisado, ele só é corrigido quando e...
888 209 18
Esta é uma história diferente de todas as que você irá ler. Não é uma lenda comum como as outras, ela carrega consigo um significado especial. Pois...