Capítulo 4

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- Confie em mim pai. - disse com segurança, não queria parecer fraca na frente dele. Mas na verdade eu estava nervosa. Voar seria impossível, minhas asas molhariam e não conseguiria carregar meu pai para fora dessa... caverna subterrânea, eu acho que seja isso.

A água escureceu, ficando da cor de um chá, não conseguia saber onde era o chão, as paredes em cima eram diferentes dos espelhos que vi embaixo da água. Elas eram rochosas e lisas, alguma espécie de viscosidade verde estavam grudados nela. Ou seja, escalar seria pedir paea morrer. Comseguia ver o céu a uns quinze metros de altura, as nuvens passavam lentamente, alguns reflexos do sol iluminava a água que de maneira estranha foi tingida daquela cor de chá, por algum motivo que desconheço.

Alguns galhos das enormes árvores caiam para baixo, estavam a uns dois metros de nós, pareciam fortes e resistentes, eles se enrrolavam em si mesmo e balançavam.

- Alguma ideia em mente? - perguntou meu pai mechendo os braços para não afundar. Seu rosto estava um pouco vermelho. Respirei para pensar em alguma coisa.

- Não temos tanto tempo Allie... - disse meu pai atrás de mim, me virei movendo meus braços para manter minha cabeça fora da água. Quando encarei seus olhos claros, eu soube o que perturbava ele.

- Ora, Ora... - disse um intraterreno sugindo de dentro da água, ele era aterrorizante. Semelhante a um crocodilo de focinho longo e calda lisa e preta, seus dentes afiados amarelados se abriram para nós, sua pele grossa como um casco de um barco velho me causaram arrepios. Ele nos encarava como se quisesse nos devorar. - Não é que estão mandando comida de ótima qualidade do reino mortal, eles não vão escapar como aconteceu com aquele mortal de olhos verdes, agora sabemos como agir.

- Verdade, a fome que sinto é maior que a raiva daquele mortal insano. - disse outro crocodilo surgindo atrás de mim com os olhos vidrados de desejo por comida.

"Pense Alyssa, você não chegou até o País dos Espelhos para morrer."

Dizia para mim mesma  pensar em algo, eu precisava sair daqui, a única saída era para cima. Que Droga!!!

- Ah, se não fosse o sábio, aquele pobre mortal teria sido minha refeição. - disse um deles desanimado.

- De fato, nossa barriga teria saído da miséria. - disse o que estava atrás de mim se aproximando, me afastei encostando a costa nas costas de meu pai. Aqueles monstros nos cercaram.

- Vamos morrer. - disse em um sussurro para meu pai enquanto os dois crocodilos falavam em várias maneiras de nos devorar.

- Não vamos. - disse meu pai firme encarando um dos crocodilos. Olhei por cima do ombro para tentar ver seu rosto.

Um dos crocodilos pegou com sua pata curta e forte os braços de meu pai e o puxou para si. Meu pai ficou de frente para mim.

- Não faz ideia da fome que sinto. - disse o outro crocodilo me agarrando por trás, suas patas grossas de intraterreno me causaram náuseas. Eu perdi minhas forças aos poucos.

- Alyssa... - disse meu pai com a respiração ofegante, o crocodilo enforcava meu pai com as patas, seus cabelos estavam bagunçados e seu rosto tomava a coloração quase cor de púrpura.

Foi o bastante para mim. Eu não perderia meu pai, não mesmo. Eu morreria se necessário. O que Morfeu me diria em uma situação dessas?

" Use seu lado intraterreno"

Posso imaginar ele me dizendo isso, como ele disse quando o carro ficou preso nos trilhos do trem e quase eu morri. Ele tinha uma carta na manga.

Olhei em volta procurando alguma coisa, mas a única coisa que enxerguei foi os galhos a uns dois metros de mim. Não era o que eu queria, mas era a única coisa.

Ensnared - Fanfic da saga O Lado Mais SombrioWhere stories live. Discover now