Capítulo 8

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Um feche de luz nos trasporta para um ambiente mais bizarro que o antigo.

Morfeu segura firme meu braço. Eu caio ao lado de meu pai e Morfeu ao meu lado. Minha cabeça bate contra o braço dele me fazendo grunhir antes de meu corpo se chocar contra um chão barrento e duro feito pedra.

- Ai. - reclamo quando as luzes coloridas em minha cabeça me fazem voltar ao normal aos poucos.

- Você está machucada? - perguntou a voz de meu pai, em seguida segurou meu braço. Fitei seus olhos que me analisavam atentamente.

- Não, estou bem pai. - respondi balançando minha cabeça que começava a latejar.

Os braços de Morfeu seguraram meus dois ombros me colocando de pé, só então percebi que minhas asas estavam abertas e me puxavam para o chão empoeirado, Morfeu me proporcionou equilíbrio enquanto eu sustentava as minhas asas.

- Bom trabalho queridinha. - elogiou Morfeu me fitando, suas pedras brilhantes no seu rosto piscavam em um azul intenso, destacando sua cor pálida e seus olhos escuros.
- Mas da próxima vez seja um pouquinho mais rápida, só o suficiente para não sermos atacados por brinquedos possuídos.

- Onde estamos exatamente Morfeu? - perguntou meu pai irritado, ele encarou Morfeu sério.

Morfeu limpa sua jaqueta com dois breves tapinhas em seus ombros, uma pequena nuvem de poeira paira acima dele, suas asas se movem para dissipar ela.
Morfeu encara meu pai pouco interessado.
- Não é óbvio? Na quinta dimensão do País dos Espelhos Thomas. - Morfeu moveu suas mãos em um gesto demorado, mostrando o lugar em nossa volta.

Meu pai faz uma carranca para ele. Só então noto onde estamos.

Espinhos, espinhos e mais espinhos...

O chão empoeirado e rachado em divisões secas, o céu amarelado, o sol tem preguiça de se mostrar, nenhuma vida aparentemente ao nosso redor. Árvores sem folhas, seus galhos secos e mortos, nada de vento, nada de vida, nem mesmo um ruído de pássaro.

Nem sei de onde saímos, olhou ao meu redor e não existe nenhum espelho, ou portal, apenas o resto daquela carcaça de floresta.

O lugar era tão estéril, que não tinha nem mesmo ervas daninhas. Minha boca estava seca e pela primeira vez desde que cheguei aqui, senti fome, meu estômago se contorceu.

- Isso nós sabemos Morfeu. - disse revirando os olhos para ele. - Mas é isso? Vamos morrer aqui? Não escapei daqueles malditos brinquedos para morrer aqui!!!

- Temos cerca de duas horas para chegar na Fortaleza, antes de escurecer é claro. Então, se não chegarmos, aí sim iremos morrer. - disse Morfeu fazendo uma expressão de cansado, ele deu de ombros fazendo um bico nos lábios para mostrar seu tédio.

- Que diabos é Fortaleza? - perguntou meu pai rispidamente.

Morfeu vira sob os calcanhares e nos encara com a mesma expressão de pouca importância.
- Onde sairemos daqui, Jeb e Alison precisam de nós para sair dessa dimensão, ela exige muita magia, e um simples teste do medo não irá nos livrar dessa vez.

Meu pai me encarou e sua visão se escureceu. Ele estava pensando na mesma coisa que eu. O teste do medo.

Mas eu ainda não tive tempo de perguntar aos dois sobre isso.

- Tudo bem, podemos ir voando? - perguntei querendo chegar logo a um ponto.

- Devemos ir voando minha flor, a não ser que você queira ser morta por esse lugar. - disse Morfeu erguendo uma sobrancelha e tocando seu próprio queixo.

Ensnared - Fanfic da saga O Lado Mais SombrioWhere stories live. Discover now