— O que é isso?
Eu já havia parado de chorar há algum tempo.
— Anticoncepcional. — Alex ajeita a bandeja em minha cama.
— Anti… o quê? — olho para o remédio com quatro fileiras.
— Isso impede você de ficar grávida.
— Grávida?!
Minha garganta logo se transformar em um nó. Cansei de chorar, mas o pensamento que rodeia minha cabeça me faz querer fazer diferente.
— Não comece a chorar, eu não gozei dentro. — ele pegar um pão de dentro da minha bandeja de café.
— E isso faz alguma diferença? — puxo a bandeja para perto de mim.
— É claro que faz. Mas tome essas pílulas todo dia, no mesmo horário, ou elas não terão efeito.
— E se eu estiver grávida? — um tremor passar por mim ao pensa nisso. Isso seria a minha ruína. Minha desgraça.
— Não precisa se preocupar, seu útero está salvo de meus espermatozoides, e meus filhos que nunca nascerão — ele pegar em suas partes íntimas quando diz filhos. — nunca contaminarão o útero de qualquer mulher.
Quando terminar de falar, ele pegar outro pão. Me restando apenas um, o pego logo.
— Porquê?
— Sem perguntas, só coma. — e eu como, não porque ele pediu mas porque eu realmente estava com muita fome.
— Ótimo, mais tarde trago seu almoço. — diz assim que deixo a bandeja vazia e em seguida sai do quarto.
Acabo dormindo.
Acordo com a Madre me dizendo que eu poderia ficar o dia todo na cama. Eu não merecia sua bondade, mas eu a aceito mesmo assim.
Volto a dormir novamente e só sou acordada quando o Alex me cutuca.
— Seu almoço.
Sento na cama. Ele me observar enquanto como e finjo não prestar atenção nisso. Ambos ficamos em silêncio e só falo quando ele pega minha bandeja para levar.
— De onde você tirou esse anticoncepcional?
Eu já havia tomado o primeiro da cartelinha.
— Comprei hoje. — e levanta se preparando para sair novamente, mas para e abri a boca duas vezes antes de sussurra: — Desculpa. — e sai me deixando sem entender nada.
🍎🍎🍎
Acordo com uma vontade louca de fazer xixi. E quando faço, meus olhos enchem de lágrimas. Isso ardeu.
Saio do banheiro andando devagar e é assim que Alexandre me encontra. Ele estava segurando meu jantar em uma bandeja.
— O que aconteceu com você? — pergunta.
— Porquê fazer xixi dói?
— Você está mesmo me perguntando isso? — coloca a bandeja sobre a cama.
— É você que sabe sobre… essas coisas.
— Tá, mas eu sou homem, não mulher.
— Você faz isso com as mulheres, deveria saber. — sento na cama fazendo uma careta.
— Caso você queira saber, você é a primeira virgem com quem transei.
— Eu não queria saber. — mexo na sopa sem ânimo. — Estou sem fome, se quiser. — Ele já está comendo. Entro em baixo do lençol e fico sentada olhando pro nada.
— Então foi por isso que você saiu ontem à noite? Nunca tinha lidado com uma virgem? — ele para de comer.
— Não sou bom em consolar, estou acostumada a transar e sair em seguida. O que senti ao ver você chorar não foi bem o que eu esperava.
— E o que você esperava? — ele não responde, apenas continua comendo. E quando termina, levanta. — Espera!
— Se for algo sobre sua urina, desculpa, mas eu realmente não sei — acabo rindo. Merda! Não era para eu ter rido.
— Como padre, o que você aconselharia que eu fizesse depois desses acontecimentos?
Ele ficar um tempo me encarando, quando percebe que estou falando sério, ele ficar pensativo.
— Cento e cinquenta pais nosso, e cento e cinquenta, Ave-Marias.
— Obrigada.
— Você vai rezar mesmo?
— Vou.
Ele balançar a cabeça sorrindo e sai do quarto. Eu me ajoelho no chão e apoio meus cotovelos na cama e começo.
— Pai nosso que estás no céu…
🍎🍎🍎
Faço um careta quando me sento ao lado de Meredite no banco.
— Se eu não te conhecesse Eva, eu juraria que você andou fazendo o que Adão e Eva fizeram para fazer seus filhinhos. — faço uma careta de novo. — Mas eu te conheço, pode parar de me olhar assim.
Se ela soubesse o por que de minhas caretas. Agora eu entendo porque freiras eram virgem, bem, a maioria delas.
— Meredite, você… — como perguntar isso a ela sem me entregar. — Você já…
— Bom dia, irmãs.
— Bom dia, padre. — Meredite cumprimenta, já eu me poupo de responder ou até mesmo de olhar para ele.
— Eva, poderíamos conversar um instante? — Foi uma luta sentar. Mas acabo me levantando e ele nos afasta dos ouvidos curiosos de Meredite. — Você tomou o remédio?
— Você me fez levantar pra isso?
— Tomou?
— Tomei.
— O que você ia perguntar pra Meredite?
— Nada que é de sua conta.
— Se envolver o fato de você ter trepado comigo, então sim, é de minha conta.
— Palavreado de baixo calão.
Ele ficar me encarando esperando uma resposta, cruzo os braços mostrando resistência.
— Gosto mais de você quando minha boca ou minhas mãos estão em seu corpo. — ele cumprimenta uma irmã que passar pela gente como se o que ele acabou de dizer não fosse nada demais — E as manchas vermelha que fiz em seus… — ele desce o olhar para meus os meus seios. Tenho vontade de colocar as mãos sobre eles para impedir que ficassem a vista de seus olhos — Foram de propósito.
— Seu idi…
— Termine, Doce Eva.
— Idiota!
— Minha garota.
— Eu não sou sua garota, e não vou precisar mais olhar nessa sua cara cínica, por que eu vou sair do convento.
— Não, você não vai.
— Tente me impedir.
— Isso é um desafio?
— Leve como quiser.
— Aceito.
O sorriso que ele dá me fez querer retirar tudo o que eu disse. Ele gosta de desafio. Merda, Eva.
— Até mais, Eva.
— Vai para o inferno. — sussurro só para ele escutar.
— Estou indo comprar nossas passagens, doçura.
🍎🍎🍎
Duas batidas me tiram de meu sono. Tento ignorar, mas as batidas se repetem, mais altas dessa vez. Abro a porta e não fico surpresa ao vê-lo.
— O que é?
— Estava dormindo?
— Estava, ou não posso mais, padre?
— É claro que pode irmã, mas não agora.
Olho para ele sem entender.
— Falei com Madre Superior e comentei o fato da biblioteca estar cheia de poeira.
— É? Que bom.
— Eu me ofereci para limpar…
— Que gentil.
— … com sua ajuda, e como ela sabe que você adora aquele lugar, achou uma ótima ideia.
— Você não fez isso.
— É claro que fiz. — ele se aproximar com um sorriso — Bem-vinda ao trem, Doce Eva