Quando encontrei você - Livro...

By autorarearaujo

551K 47.3K 2.6K

Quatro anos. Esse foi o tempo que Eduarda ficou em coma após sofrer um grave acidente de carro. Assustada e s... More

Prólogo
Acordando
Começando do zero
Voltando para casa
Retornando ao Brasil
O casamento de Kadu
O encontro
Ele é o meu médico
Doutor Victor
O convite
Saindo com Davi
Iniciando do zero
Tarde no shopping
Um sábado perfeito
O passado de Eduarda
Surpresa no sítio
Beijo com gosto de algodão doce
Depois do beijo
Se entregando ao amor
Indicações
Eu digo sim
Instinto protetor
Ela transformou-se em meu mundo
Os primeiros passos
Entrega perfeita
Namorada
E o passado começa a voltar
Indo às compras
A briga
Reconciliação
O jantar de aniversário
Visita inesperada
A preocupação de Eduarda
O almoço com Verônica
Conversa séria
Conhecendo os amigos de Victor
Segredos
Enfrentando o pai
Armadilha
Seria o fim?
Dividido
Manchete
Conversa definitiva
A escolha
A verdade sobre o acidente
A verdade sobre o acidente
A última jogada
Um novo recomeço
Epílogo
Minhas Obras

As promessas de Victor

10.1K 993 66
By autorarearaujo




Eduarda

Ele me odiava. Meu pai me odiava.

Como era possível sentir repulsa pelo seu próprio sangue?

Eu estava trancada no meu quarto desde o momento em que meu pai foi embora, depois de gritar ofensas e me acusar de estragar sua vida.

Eu era seu tesouro mais valioso, seu pequeno raio de luz. Como de uma hora para outra, ele tinha me virado as costas?

Só por que tínhamos pensamentos diferentes? Só por que eu não quis assumir o seu lugar na empresa? Ele tinha dois filhos que poderiam fazer isso, não precisava de mim.

Como ousou vir aqui e me acusar, se foi por causa dele que me perdi?

Foi graças a ele que me envolvi com as pessoas erradas. Abandonei meus sonhos por não ter seu apoio. Deixei de viver minha vida por não ter seu amor. Ele só sabia me cobrar e me julgar.

Para ele, minha carreira de pintora não me levaria a nada. Acabaria passando fome e envergonhando seu grande nome.

Acabei me fechando em meu mundo, procurando formas de preencher o lugar vazio deixado por ele. Sempre solitária, sem amigos, já que ele controlava tudo ao meu redor.

Só senti um pouco de liberdade quando entrei na faculdade, e pude finalmente sair de perto dele. Mas sempre que podia, ele jogava na minha cara que eu estava desperdiçando meu tempo e o seu dinheiro com bobagens.

Foi quando conheci outro mundo. Um mundo que eu podia ser quem eu queria. Eu tenho minha parcela de culpa, mas foi ele que me empurrou para longe.

— Eduarda, filha, abra a porta e vamos conversar.

Era a quinta vez que ela batia na porta. Eu apenas ignorava. Não queria ver ninguém.

— Se você não abrir essa porta, vou ligar para o seu irmão.

O que Kadu iria fazer? Derrubar a porta? Gritar comigo?

— Filha...

— Me deixe em paz mãe, por favor.

— Eu sinto muito por tudo o que seu pai lhe disse...

— Ele é um monstro...

— Abra a porta e vamos conversar.

— Não. E por favor, pare de insistir.

Fui até minha penteadeira e fiquei olhando minha imagem no espelho. Meus olhos estavam inchados. Ele não merecia minhas lágrimas, mas mesmo assim, eu ainda chorava.

O computador estava ligado. Eu tinha entrado na internet para ver as notícias locais, saber o que estavam falando e para ter a certeza que meu pai estava inventando tudo. Ele tinha escondido todo o meu passado. Quem havia descoberto e soltado as informações?

E o pior que nisso tudo, estava Victor e Davi. Duas pessoas que não tinha nada a haver, mas que iriam sofrer por minha causa.

Eles não mereciam passar por isso. Eu queria que fosse diferente, não queria estar presa a uma cadeira, dependendo do outros.

Eu tinha que aceitar que eu não merecia ser feliz.

Peguei meu troféu que ganhei como bailarina aos nove anos e joguei contra o espelho. Por pouco não me feri. Vi minha imagem distribuídas em vários pedaços. Era assim que eu estava, em pedaços.

— Eduarda, sou eu, abra a porta.

Ouvi a voz de Victor do outro lado, mas não me mexi, continuei olhando para minha imagem distorcida.

— Que barulho foi esse que escutei? Eduarda, me responde, você está bem?

Victor forçou a fechadura da porta, tentando abri-la.

— Por favor, Eduarda. Deixe-me ouvir sua voz – pediu.

Soltei um longo suspiro e fui abrir a porta. Victor estava com um olhar preocupado, e minha mãe estava logo atrás segurando o telefone no ouvido.

— Graças a Deus – disse desligando o telefone – eu já estava ligando para seu irmão.

— O que aconteceu? – Victor perguntou sem desviar seu olhar do meu.

— Um acidente – foi tudo o que consegui falar.

Minha mãe olhou para nós dois e depois começou a se afastar.

— Vou deixar vocês sozinhos...

Quando minha mãe se afastou, Victor entrou e fechou a porta. Caminhou até onde estava o espelho e depois se virou em minha direção.

— Quer conversar sobre isso?

Fiz que não com a cabeça.

Victor caminhou até minha cadeira e se ajoelhou, colocando suas mãos nas minhas pernas. Eu daria qualquer coisa para sentir seu toque.

Ele me viu olhando para suas mãos e as retirou.

— Não, por favor, deixe-as aí – falei segurando suas mãos.

— Está sentindo alguma coisa? – perguntou esperançoso.

— Não, mas continue a me tocar.

Ele sorriu e tocou minhas pernas novamente, acariciando-as.

— Cheguei em casa e não te encontrei.

— Minha mãe foi me buscar. Meu pai queria falar comigo. Teria sido melhor ter me deixado lá. Ele falou tantas coisas...

Calei-me quando um nó formou-se na minha garganta.

— Conte-me o que aconteceu. Estou aqui.

— Eu não quero, não consigo. Eu só queria esquecer ele, as coisas que me falou... Por que tudo parece ser tão difícil na minha vida?

— Nem tudo. Você tem a mim – sorriu tímido – e o Davi.

— Você e Davi têm sido a minha válvula de escape.

— Eu quero muito mais que isso. Eu amo você Eduarda. Te amo da forma mais pura que alguém pode amar.

Uma lágrima correu em meus olhos e Victor a colheu.

— Sei que não está sendo fácil. E não posso te prometer que vai melhorar, mas prometo te dar o meu peito como travesseiro e o meu ombro como apoio para chorar.

Soltei um leve sorriso.

— E o meu amor. Não é nada comparado ao que você merece...

— É o suficiente.

Victor me pegou em seus braços e me levou para minha cama. Seu olhar nunca se afastando do meu enquanto me deitava sobre as cobertas. Sua boca tomou a minha, fazendo as palavras desnecessárias para o momento.

Seus lábios tocou a base do meu pescoço espalhando suaves beijos, indo para meu ombro e parando na alça da minha blusa.

— Você tem a pele tão macia, doce... Como consegue ser assim tão...

Seus lábios voltaram e encontrar minha boca. Seu desejo aumentando, a medida das batidas do seu coração.

Senti sua mão tocando meu ombro, deslizando a alça da blusa e acariciando minha pele.

— Victor...

Ele parou de me beijar e me encarou.

— Me desculpe... Eu me deixei levar – disse se afastando.

— Está tudo bem, eu... Eu...

— Eu não sei por que deixei meu desejo me levar... Você passando por uma turbulência, e eu querendo...

Victor se levantou da cama e caminhou até o meio do quarto, passando as mãos nos cabelos.

— Victor...

— Preciso de um minuto para me acalmar – disse de costas para mim.

— Olhe pra mim, Victor – exigi.

Vi ele soltar um longo suspiro e depois virar para onde eu estava, mas sem se aproximar.

— Eu também quero... Mas não agora. Preciso me adaptar as minhas novas condições... Quero me entregar por inteira... Quero que seja especial para você.

— E eu quero seja da mesma forma para você. Eu só perdi o controle por um momento.

— Você também consegue fazer uma bagunça comigo.

Ele sorriu e voltou a sentar na cama quando eu lhe ofereci minha mão para que segurasse. Beijou meus lábios e depois ficamos com nossas cabeças encostadas uma na outra.

— Eu amo você – falei baixinho.

Victor se afastou e vi um grande sorriso se formar em seu rosto.

— Vou te fazer esquecer tudo isso. Vou encontrar uma maneira.

— Você já está fazendo um excelente trabalho.

Victor me beijou e me puxou de encontro ao seu peito. Fiquei ouvindo as batidas descompassadas do seu coração. Abracei seu corpo e fechei os olhos sorrindo com sua promessa.

— Vamos sair.

Afastei-me e olhei surpresa para Victor.

— Agora?

— Sim. Algum problema?

— Você sabe que sabe que eles estão esperando isso, não sabe? Ver a gente juntos...

— E vamos nos privar de sair por causa deles? – ele estava sorrindo.

— Não está preocupado em ser notícia amanhã novamente?

— Sim, estou, mas vamos precisar sair em algum momento, por que não agora? O que você gostaria de fazer? Um lugar que queira muito ir?

Continuei olhando, tentando decifrar seu sorriso.

— Vamos lá, Eduarda. Um lugar...

Pensei por alguns segundos até me decidir.

— Praia. Quero ver o pôr do sol sentada na areia.

Victor se levantou da cama e pegou minha cadeira.

— Ok, vamos para a praia – disse sorrindo.

— Está falando sério? Vamos sair agora?

— Claro que estou. Vamos logo ou não conseguirei realizar o seu desejo.

— Mas Victor... – tentei argumentar.

— O que foi? A corajosa Eduarda está com medo de alguns repórteres? – disse cruzando os braços sobre seu peito.

Eu ia contestar, mas foda-se todos. Eu merecia ser uma pessoa normal, pelo menos por algumas horas.

— Está bem – sorri – vamos para a praia. Só preciso trocar de roupa.

— Trocar de roupa que nada. Você está linda assim. Aliás, você fica linda de vestido.

— Eu sempre estou de vestido – falei revirando os olhos.

— Nem sempre. Às vezes te vejo de biquíni... E também fica muito bem.

Senti meu rosto queimar.

— Adoro quando te deixo assim.

Ele me beija nos lábios e coloca em minha cadeira.

— Precisamos apenas pegar um casaco. Fim de tarde pode fazer um pouco de frio.

— Segunda gaveta da cômoda. Casaco rosa.

Chegamos à sala e Kadu estava entrando segurando o telefone no ouvido.

— Daqui a pouco estarei em casa, vim apenas ver minha irmã... Também te amo ruivinha.

Ele desligou o telefone e nos encarou.

— Victor, devo me acostumar com sua presença?

— Kadu... – ralhei.

— Calma, estou brincando – ele falou guardando o celular no bolso – mas como irmão protetor, quero saber quais são suas intenções para com minha irmã.

Eu queria matar meu irmão.

— Kadu, sou mais velha que você. Então vamos parar de agir como se fosse o contrário.

Kadu riu mais ainda, levando Victor a rir também.

— Acho que seu irmão tem razão. Precisamos formalizar nossa situação. Kadu, eu e sua irmã estamos juntos.

— É, eu descobri... Pelas fotos – ele estreitou o olhar.

— Não tinha nada demais – tentei justificar.

Kadu se aproximou e tocou o ombro de Victor.

— Sei que você é mais velho do que eu, e tem mais experiência... Então cuide da Eduarda... E evite que eu quebre seu nariz se ela chorar algum dia.

— Meu Deus, estou me sentindo uma adolescente. Já sou adulta, posso cuidar de mim mesma.

Os dois me ignoraram e continuaram a conversar.

— Tem minha palavra, mas agora precisamos correr – disse Victor me levando para a porta.

— A onde estão indo?

— Ver o pôr do sol – gritei da porta. 

Continue Reading

You'll Also Like

128K 7K 200
Rodeada de amigos, Sophia era a mais popular do grupo da faculdade. Em um acidente fatal acaba perdendo o movimento do corpo, tudo que precisava era...
237K 21.7K 65
- Naquele momento percebi como seria fácil me apaixonar por ela. Ariela gosta de viver a vida adoidada, muitas vezes mostra estar feliz por fora quan...
36.1K 2.2K 81
Kiara Elliot é uma jovem arquiteta que trabalha e estuda muito para conseguir fazer seu mestrado em Harvard. Ela é uma jovem alegre, batalhadora, a a...
402K 21.5K 73
( O LIVRO ESTÁ DISPONÍVEL NA AMAZON, E NA VERSÃO FÍSICA DIRETAMENTE COMIGO.) ❤? Bernardo sempre foi responsável vindo de uma...