Quando encontrei você - Livro 4

Epílogo

Cinco anos depois

Eduarda

Depois de vários contratempos, perda e desencontros, eu finalmente havia conseguido alcançar meus objetivos. Consegui concluir a faculdade e voltar a pintar.

Sonhei com esse momento desde quando coloquei meus pés na faculdade no meu primeiro dia de aula. Demorou quase dez anos até conseguir alcançar, mas aqui estou eu, me preparando para a grande noite.

Olhei detalhadamente meu vestido verde tomara que caia, a cor preferida de Victor, e agora nossa cor da sorte, com comprimento até o joelho e um cinto preto marcando minha cintura. Um scapin preto e uma bolsa de mão, apenas para dar um charme. Uma trança embutida, deixando meu look leve. Batom rosa suave, sombra dourada esfumaçada, apenas para realçar meus olhos. Um colar de diamantes simples e delicado, presente de primeiro aniversário de namoro.

Estava terminando de conferir os detalhes quando Victor entrou no quarto vestido em seu terno cinza, camisa branca e gravata na cor chumbo, com cabelos penteados para trás e fixado com gel.

- Amor, Ana Júlia perdeu seu laço novamente e não consigo encontrar.

- Você nunca consegue encontrar os laços dela - falei rindo - Peça para Davi ajudar, ele sempre encontra, não sei como.

- Desconfio que ela faz de propósito para me deixar que nem um maluco procurando. Depois o herói Davi aparece e salva a donzela.

Eu sempre ria quando ele falava dos nossos filhos assim.

- Ana Júlia tem cinco anos, não faria isso de propósito para te chatear - falei enquanto tentava ajeitar sua gravata - quando vai aprender a dar um nó direito?

- Quando você aceitar casar comigo - ele riu e depois me beijou - e voltando ao assunto da nossa filha, ela é sim capaz de fazer isso e muito mais. E ainda tem a ajuda de Davi. Aqueles dois vão acabar me deixando de cabelos brancos.

- Vai continuar lindo. Agora vá falar com Davi e peça para ajudá-lo.

- E quanto ao meu pedido de casamento? Até quando vai me enrolar?

- Não estou te enrolando...

- Está sim, há cinco anos.

Revirei os olhos e ele riu.

- Vamos conversar mais tarde sobre esse assunto.

- Pode ter certeza que vamos.

Roubou-me um beijo e depois saiu atrás de Davi. Estávamos juntos há cinco anos e parecia que a cada dia eu o amava ainda mais. Tivemos momentos difíceis no início, sua dor pela perda, sua mágoa ainda escondida por sua mãe, mas eu sempre estive lá quando ele desanimou.

Quando completamos dois anos de namoro, Victor conseguiu montar sua clínica com especialização em recuperação pós- trauma. Foi uma grande vitória para nossa família. Davi já estava indo à escola e a noite enquanto jantávamos, ele nos contava tudo o que havia acontecido no seu dia.

No terceiro aniversário de namoro, Davi começou a pedir um irmão, alguém para brincar e dividir o quarto. Eu sabia o quanto Victor queria ser pai novamente, mas acabamos descobrindo que eu tinha ficado com algumas sequelas e dificilmente iria engravidar. Chorei a noite toda com a notícia, mas Victor se manteve forte e disse que isso não iria fazer com que me amasse menos.

Não conseguimos falar a verdade para Davi, e com o tempo ele parou de pedir. Eu sempre me trancava no meu quarto para chorar após receber a visita de Nick, Nanda e Laura. Eu até evitava falar com Victor para não preocupá-lo. Quando Belinda anunciou que estava grávida, tive uma crise e fui parar no hospital. Medicada e aconselhada por uma psicóloga, eu e Victor iniciamos um tratamento para tentar engravidar.