Ele é o meu médico

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Eduarda

Fiquei olhando para Victor enquanto ele me colocava delicadamente de volta em minha cadeira. Suas mãos tomaram cuidado para que não tocassem em lugares inapropriados.

— Você está sentindo dor em algum lugar?

— O que disse? – perguntei tentando me concentrar nas suas palavras.

— Que pergunta idiota a minha... Você está em uma cadeira de rodas...

Ele pareceu ter ficado sem graça com seu comentário.

─ Está tudo bem, eu perguntei por que não ouvi sua pergunta. Nós já nos conhecemos? – perguntei olhando em seus olhos castanhos.

— Acredito que não.

— Me desculpe, posso estar apenas confusa – falei colocando minhas mãos na guia da cadeira e sentindo uma dor – Ai...

Olhei para minhas mãos e percebi que elas estavam sujas de sangue.

— Como...

— Você deve ter se cortado com os cacos de vidros da jarra que derrubou – disse apontando para o chão.

— Ah...

— Você tem kit de primeiros socorros aqui?

— Hã... Eu não sei... Na verdade não me lembro... Tudo parece igual, mas...

— Ok, vou dar um olhada aqui e ver se tem algo – disse olhando ao redor do quarto procurando o kit.

Depois de alguns minutos, desistiu e voltou para onde eu estava.

— Não achei nada, mas podemos pelo menos lavar suas mãos e ver se algum caco perfurou a pele.

Victor guiou minha cadeira até o banheiro e depois de abrir a torneira, pegou minhas mãos e as colocou debaixo d'água. Minha pele ardeu com o toque, mas não recuei. Deixei que ele as lavasse para simplesmente sentir seu toque.

O quanto isso era louco?

— Boa notícia, não tem nada na pele – disse examinando minhas mãos com cuidado.

Eu estava encantada por um cara que conheci a poucos minutos, e nem me importei em estar sozinho com ele.

— Mas seria bom passar algo para ajudar a cicatrizar mais rápido – ele continuou falando como se entendesse sobre o que estava falando – Pronto!

Victor secou minhas mãos, apenas tocando minha pele com a toalha e depois me levou de volta para o quarto.

— Obrigada.

─ Não foi nada, eu estava... – ele começou a falar, mas parou quando viu alguns quadros na parede – Estamos em um ateliê?

— Eu não chamaria esse quarto de ateliê. Eu costumava ficar aqui algumas horas quando estava em casa antes de... – parei antes de concluir a frase.

— Você que pintou todos? – ele parecia surpreso.

— Sim. São desenhos toscos, eu usava para me distrair.

Ele caminhou até uma pintura de uma ponte, onde um pequeno rio passava por baixo. Foi uma das minhas primeiras pinturas que fiz quando voltei de uma viagem de férias com minha família.

— Suas pinturas conta muita história aqui.

Victor tocou a pintura com as pontas dos dedos.

— Você gosta de pinturas?

Quando encontrei você - Livro 4Onde as histórias ganham vida. Descobre agora