Baby Bunny (Romance Gay/Mpreg)

By NMCMsama

80.1K 7.6K 1.1K

Anos se passaram, os filhotes cresceram um pouco e se metem em muitas confusões... Mas por trás do ambiente t... More

Nota inicial
Antigos e novos lobos
Mais um dia no cotidiano da vila dos lobos...
Notas da autora: Ajuda
A aventura de Owen -Parte 1
A aventura de Owen -Parte 2
A aventura de Owen - Parte 3
Tristan & Adamastor
Heiner & Melvim
Notas finais

A patrulha e o misterioso coelho

8.8K 901 208
By NMCMsama


–Amor, nós já estamos indo! –Falou Volk na entrada de sua casa, já pronto para sair. A porta foi aberta e o ar frio do fim da tarde adentou no ambiente. O sol aos poucos iria sumir no horizonte e o lobo de cabelos negros exibiu um meio sorriso que lhe era típico.

–Eba! –Disse seu filhote, Aubert, que estava tão ansioso em acompanha-lo em sua ronda noturna que praticamente saltava de alegria –Estou pronto! Vamos!

–Espere, filhote. –Riu o mais velho dando um cafune e desarrumando os cabelos ruivos do menor.

–Seu pai está certo: Espere! – Edgan disse, com o seu tom irritado habitual –Cadê o seu cachecol?

Aubert fez biquinho, não queria adiar ainda mais a sua aventura.

–Vá já buscar o cachecol que costurei para você! –Mandou o coelho –Já basta Emma doente, não quero mais um filhote atrás de mim com o nariz escorrendo e choramingando.

Aubert, com os pés arrastado, foi até o seu quarto procurar o dito cachecol.

–Mas ele pinica! –Resmungou.

Volk conteve a risada, de fato seu esposo não era muito prendado na arte da costura.

–E isso inclui você também! –Disse Edgan retirando debaixo do braço um horrendo cachecol laranja e verde –Não quero te ver doente! Afinal, você chega a ser pior que nossos filhotes!

–Er...Amor... Outro cachecol? Q-que lindo... –Forçou um sorriso e uma risada nervosa sai de sua garganta. O tecido estava descosturando em diversos pontos, na verdade o lobo não via como aquilo poderia o proteger do frio já que havia tantos buracos...

–Sei que irá passar na casa de seus pais. –Sorriu animado o coelho –Aposto que irá chamar bastante atenção. –Terminou a frase piscando.

–Sei... Isso é algum tipo de vingança? –Volk fez biquinho, seu amado tinha um estranho senso de humor que normalmente envolvia em humilha-lo em publico com seus "projetos" de costura.

–Não seja rabugento! Eu fiz com todo o meu amor! –Choramingou o menor, mas Volk conseguia distinguir muito bem em um choro de verdade e algo falso.

–Vem cá...-Volk puxou o seu coelho pela a cintura o fazendo colidir de encontro ao seu peitoral musculoso – Se você pode brincar de vingança...Eu também posso, logo terei que te punir mais tarde.

–Não é vingança, tolo! Só é um cachecol!- Disse o ruivinho, tentando parecer irritado e ignorando o corar que começava a dominar o seu rosto.

–Um horrível cachecol...

–Volk! –Resmungou o coelhinho dando um tapinha no seu marido, mas um sorriso teimava em aparecer em seus lábios – Se você odeia tanto o cachecol... Nem sabe o quão útil ele pode ser.

–Em que ele pode ser útil, precisamente?

–Tipo...Adoraria amarrar suas mãos com ele em nossa cama...

–Ohhh... Isso seria interessante. –Volk sorriu ao ponto de deixar expostos seus caninos, um rosnado excitado foi emitido – Meu coelhinho ficaria no comando?

–Exato... Sei que adora quando eu fico por cima.

Edgan riu baixo ao sentir que o seu marido estava se animando, realmente sentia o quão animado ele estava, pois algo duro pressionava o seu abdômen.

–Hum... Acho que posso faltar o trabalho hoje... Aviso ao meu pai que estou doente e...

–NÃO! –Falou Aubert, agora usando um cachecol preto e com os braços cruzados diante do peito. Rosto com uma expressão irritada, muito semelhante a de Edgan, até tinha o mesmo biquinho nos lábios –Você prometeu papai!

Volk soltou um longo suspiro e Edgan gargalhou.

–Ele tem razão, você prometeu, além disso, não acho que seja um bom exemplo para o nossos filhotes um pai que falta o trabalho para brincar.

–Tsc...Isso também é alguma vingança planejada por você? Me deixar animado para depois...

–Shhh...-O coelho colocou o dedo indicador nos lábios do marido – Lembre-se que teremos a brincadeira de punição quando retornar.

Volk rosnou baixo. Seu esposo realmente era malvado, algumas vezes.

–Que brincadeira é essa? –Perguntou o filhote, agora curioso.

–N-nada! Uma brincadeira que só os papais podem participar! Algo bastante chato... Filhotes odeiam! –Disse o lobo mais velho oferecendo a mão para que o menor segurasse –Vamos?

–Sim! –Aubert segurou a mão do pai, seu rabinho balançando para os lados rapidamente.

–Tomem cuidado! –Lembrou Edgan.

Os dois lobos acenaram enquanto saiam, quando já estavam fora da cabana, ouviram o choro de Emma, provavelmente acordando de sua soneca e clamando pelo o papa para aliviar as dores de garganta.

Volk ajeitou o seu feio cachecol no pescoço e logo notou que o seu filho o imitava.

–Pronto para a patrulha?

–Sim! –Disse o lobinho soltando um pequeno uivo, tamanho era a sua excitação.

Volk riu alto, os dois seguiram a estrada rumo a parte mais densa da floresta e os limites da parte habitada das vilas dos lobos.

~~**~~**~~

–Ali está... –Apontou Volk para uma velha árvore, cuja envergadura do tronco era imensa, talvez fosse a árvore mais antiga da floresta. Em sua base podia-se ver que fora escava e modificada de modo que agora albergava uma casa moldada na madeira. O lobo podia ver as luzes acesas do interior e a chaminé emitindo fumaça o que era indicativo que seus pais estavam em casa.

–Consegue sentir cheiro de algo? –Perguntou ao seu filho que, por sua vez, fungou o nariz tentando farejar o ambiente.

–Quem sabe seu vovô esteja fazendo alguma torta de amoras? –Incentivou Volk, na verdade estava testando as habilidades do filho, pois já fazia um tempo que farejara algo peculiar.

–Hum...Não... –Inspirou mais fundo, quase pretendo a respiração e depois expirou sonoramente –Não sinto cheiro de amoras papai...Na verdade, sinto o cheiro de outra coisa.

–Outra coisa? –O lobo mais velho arqueou uma das sobrancelhas –E o que seria?

Aubert franziu a testa e voltou a farejar, parecia meio incerto do que seria, estava tão concentrado em sua tarefa que nem percebera uma moita próxima se agitar e não devido ao vento.

–Hum...Eu acho que é o tio...-Sua conclusão não pode ser ouvida pois um vulto saltou sobre o lobinho, subitamente.

–Te peguei! –Disse um lobo adolescente que rolava no chão da trilha com o filhote assustado nos braços.

–Tio Tristán! –Choramingou Aubert –Eu sabia que era você!

–Sabia é? –Riu o outro lobo, este tinha cabelos negros tal como o de Volk só que mais curtos e espetados. Pele morena e os mesmos olhos de íris vermelha... Aquele era o irmão mais novo de Volk, Tristán –Mas isso não muda o fato que eu te peguei! Agora você é meu prisioneiro!

–Não! Papai! –Agora o choramingo do filhote foi substituído por risadas já que o seu tio o atacava com cocegas, um golpe extremamente eficaz com filhotes –A-Ajuda!

Volk balançou a cabeça, rindo baixo.

–Tris... Edgan não irá gostar de ver Aubert coberto de folhas secas e terra.

–Mas Edgan não se importa de vestir o seu filhote e marido com esses cachecóis horríveis! –Riu o jovem lobo se levantando do chão e carregando o sobrinho no colo que ainda se recuperava do "ataque de risos".

–Eles podem ser até horríveis, mas tem sua utilidade.

–Eh? –Tristán encarou o irmão, confuso –Que utilidade?

–Você é muito novo para saber destas coisas... –Respondeu Volk com um meio sorriso.

–Tsc...-Um rubor dominou o rosto do lobo adolescente – Pela deusa lua! Nem o cachecol escapa de suas ideias pervertidas?

–O que são ideais pervertidas? –Interpôs Aubert extremamente interessado naquelas conversas de adultos.

–Er...Bem...-Volk riu nervoso e massageou o pescoço, Tristán nada disse, como poderia explicar para o filhote sem traumatiza-lo sobre como seus pais se divertiam ? Não queria que o seu inocente sobrinho sofresse os mesmos traumas que ele mesmo sofreu!

–O que vocês estão conversando, afinal? Está escurecendo! –Reclamou um lobo mais velho, cabelos acinzentados indicando a sua idade avançada, mas ainda apresentava o porte forte e sadio. Sendo alto e forte poderia até gerar um pouco de apreensão a outros indivíduos que o avistassem, dando a impressão de ser assustador e perigoso, mas aquele senhor usava uma chapéu de abas largas e segurava um regador em uma das mãos e na outra uma cesta cheia de hortaliças, aquilo dissipava qualquer imagem ideal de um lobo malvado.

–Vovô! –Disse Aubert esticando os braços para o ancião que sorriu ao ver o neto.

–Ohh! Aub! Veio acompanhar o seu papai na patrulha pelas fronteiras da vila? Que lobinho corajoso!

O filhote acenou com a cabeça, confirmando o fato. Estufou o peito orgulhoso com o elogio oferecido.

–De qualquer forma, está ficando tarde, que tal adentrarem um pouco para que eu prepare as tochas? –Instruiu o ancião.

O grupo seguiu a trilha até a casa-árvore, passaram por uma grande horta onde diversos vegetais cresciam. Volk sorriu ao se lembrar de como aquela horta tinha expandido ao longo dos anos, isso por que seu velho pai se aposentou do serviço de patrulhador, conferindo a função para Volk e Tristán, o que deixou mais tempo livre para aquele hobbie.

– Fergie? Querido? O nosso filhote já chegou? – Agora era vez de um coelho se aproximar, também tinha as mesmas vestimentas que o lobo mais velho. Cabelos loiros agora estavam meio apagados pelos fios brancos que competiam por espaço em sua cabeleira. Seus olhos azuis pareciam emanar calma e segurança, ali estava o outro pai de Volk, Alucio.

–Papa... Eu estou meio velho para ser considerado um filhote, não? –Riu Volk, mas o coelho o reprendeu com o olhar, era surpreendente como aquele pequeno e frágil vovô poderia emanar tamanha autoridade, sim, isso demostrava que aquele antigo ditado estava correto: As aparências enganam.

–Para mim você será sempre o meu filhote! –Disse o coelho colocando a mão na cintura, mas a irritação logo se desfez ao ver o seu neto acenando afoito –Ohhh! Aubert?! O que está fazendo aqui?

–Vim participar da patrulha! –Informou o filhote.

–Oh! Pelas as estrelas...Ele não é muito novo para participar disso? E se ele se machucar? Não acredito que Edgan deixou que isso ocorresse!

–Querido...-Interveio Fergie para acalmar o preocupado esposo – Volk e Melvim eram bem mais novos que Aubert quando me acompanharam na patrulha noturna.

–Eu me lembro muito bem disso! Eu quase tive um ataque de coração naquele dia!

–Eu sou forte, vô! Sou grande também! –Disse o filhote estufando ainda mais o peito.

Alucio não pode esconder um sorriso se formando em seus lábios, mas a preocupação ainda era evidente em suas feições.

–Papa, se você quiser, eu os acompanho. – Volk se surpreendeu em ouvir aquela voz, na verdade não estava esperando que seu irmão mais velho estivesse ali, afinal, o chefe da vila dos lobos deveria estar bem ocupado para participar das patrulhas, não é mesmo? Mas ali estava o lobo de cabelos loiros com algumas mechas negras, olhos azuis tal como o seu pai coelho, uma figura que mesclava perfeitamente a personalidade dos seus progenitores.

–Melvim? –Tristan inquiriu surpreso – O que está fazendo aqui? Pensei que tinha conseguido a sua alma gêmea na páscoa!

Volk engoliu em seco ao ver o semblante triste que o seu irmão mais velho assumiu com aquelas perguntas. Por ser vizinho de Stern, o filho do xamã da vila, sabia de como estava sendo organizado o ritual de escolha dos lobos, ficara muito feliz em saber que os deuses tinham escolhido Melvim como um dos lobos sortudos que iriam receber seu coelho amado nesta páscoa... Também soube que o pobre coelho, aquele que seria o par ideal para o chefe dos lobos, que foi entregue como sacrifico estava quase morto. Volk lembra-se do desespero de Stern ao contar que os coelhos lançaram um corpo na floresta... Um jovem coelho que fora alvo de tortura... Sendo este um dos sacrifícios para a Páscoa. Como eles puderam fazer aquilo a um igual? Pelo visto, sua família não tinha informado o caçula, Tristan, do ocorrido.

– Heiner está aqui... –Disse Melvim –O curandeiro achou que um ambiente calmo, longe da vila dos lobos, fosse adequado para a sua recuperação.

"Então, o nome do coelho é Heiner..." Pensou Volk, sem dúvida o coelho precisava de um lugar tranquilo, Melvim por ser o líder, não teriam uma casa que poderia ser classificada como calma, afinal era lá que todos os coelhos e lobos da vila iam em busca de auxilio e para expor suas reclamações.

"Pelo menos ele está vivo..." Estava mais aliviado com aquela noticia, tinha evitado falar com o irmão nos últimos dias imaginando que Melvim precisava de um tempo sozinho, afinal... Páscoa, pelo menos para os lobos, deveria ser sinônimo de alegria e nascimento de novas famílias e não um época de angustia e dor.

–Bem, bem...Estamos conversando muito tempo do lado de fora. –Interrompeu o momento, Alucio –Vamos entrar e tomar um pouco de chá? Não podem começar a patrulha de estomago vazio!

Todos adentraram na casa, o silêncio se instaurou. Tristan parecia nervoso e confuso, sabia que devia ter falado algo de errado e ainda mais queria saber quem seria esse tal de Heiner e o porquê da tristeza de seu irmão mais velho. Teriam muito para conversar...

Absorvidos na tensa situação, os adultos nem repararam no pequeno filhote que se aventurou pela a casa...

~~**~~**~~

Aubert tinha se esquecido o quão grande aquela casa poderia ser, usava o nariz para se guiar, como o seu pai tinha lhe ensinado... O faro era a melhor arma de um lobo, pois com ele poderia encontrar rastros de suas presas e inimigos, podendo então evitar muitas situações perigosas e encontrar seus caminhos enquanto estiver perdido.

–Hum...Cheiro de amoras! –Disse triunfante seguindo o rastro do que pareciam ser as frutas frescas recém colhidas, talvez tivesse encontrado o local secreto aonde seu avô guarda as suas famosas tortas de amora. Estranhamente o cheiro o guiou para um quarto afastado, empurrou a porta com dificuldade.

–Ah? –O lobinho ficou surpreso ao encontrar, ao invés da torta, um coelho deitado em uma cama. Este tinha diversas ataduras cobrindo parte de seu rosto e seus braços. Não pode ver se o resto do corpo também estava no mesmas condições já que estava coberto por uma grossa manta.Será que estava doente?

Aubert se aproximou, curioso e farejou o desconhecido. Sem dúvida...Ele tinha cheiro de amora!

–Quem está aí? –A voz rouca do estranho fez o filhote soltar um latido, assustado.

–Sou, só eu! –Respondeu depois de um tempo, tomando coragem e subindo na cama para observar o coelho melhor.

O coelho tinha um dos olhos abertos, pode notar a íris verde intensa que o observava. O outro olho estava oculto por uma atadura que o cobria.

–O seu nome é eu? –Perguntou o estranho, Aubert pode notar um meio sorriso se formar nos lábios secos do outro.

–N-não! –Sacudiu a cabeça rapidamente – Meu nome é Aubert!

–Um bonito nome...

–Obrigado! –Sorriu o lobinho, relaxando um pouco –E o seu nome? É qual?

–Heiner... –Disse o coelho correspondendo o sorriso do menor.

–Você está dodói?

–Pode-se dizer que sim...

Aubert olhou para o seu cachecol negro e depois observou o coelho doente.

–Meu papa me fez esse cachecol... Ele me protege do frio e evita que eu fique doente! –O lobinho engatinhou na cama e desenrolou o seu cachecol do pescoço e colou delicadamente sobre o peito descoberto de Heiner – Ele pode te proteger também! Assim você não fica ainda mais dodói!

O coelho abriu e fechou a boca, parecia não saber como responder a aquele gesto.

–O-obrigado... –Disse por fim, a voz meio embargada, uma lágrima solitária rolou de seu rosto.

–Ah! Te deixei triste? –Disse nervoso o lobinho –Desculpe!

–Não... Não estou triste...

–Hum...-Aubert não parecia convencido.

–Você é parente de um lobo alto chamado Melvim?

–Oh! Sim! –Confirmou o menor, balançando a cabeça em um "sim" –Ele é meu tio! Ele é forte, mas meu pai é muuuuito mais forte!

–Sério? – Heiner sorriu novamente, uma risada abafada escapou de seus lábios ressecados.

–Eu vim aqui por que irei patrulhar as fronteiras junto com o meu pai e tio Tristan! –Continuou a falar o filhote –É a primeira vez que fico acordado até tarde! Isso mostra que estou virando um adulto, não é?

–Bem...Acho que sim.

–Se eu for adulto...Poderei fazer coisas de adulto!

–Nem todas as coisas que os adultos fazem são tão divertidas e interessantes... –Falou rouco Heiner –algumas coisas são tristes e machucam...

Aubert tombou a cabeça para o lado confuso.

–Sim, tipo quando papa me força tomar remédios! Eles têm gosto horrível! Papa disse que um lobo grandinho não reclama...Mas... –Fez biquinho se lembrando de como aqueles ditos remédios pareciam serem frutos da culinária do papa de Owen.

Heiner gargalhou com aquilo, de certa forma, assustou Aubert que não esperava que o coelho doente pudesse rir daquela maneira.

–E que coisas de adulto você quer fazer?

–Casar! –Respondeu o lobinho rapidamente.

–Ah? Casar?

–S-sim...Tem um coelhinho...Ele é meu vizinho e... Bem...-Aubert corou e baixou os olhos, envergonhado –Eu acho que ele é meu tesouro especial...

–Tesouro especial?

–Aham! Tipo como meu papa é o tesouro especial do meu papai! Eu ouvi uma vez tio Stern falando isso...Que os deuses do céu disseram q ao meu papai que ele iria ganhar um grande tesouro e ele veio na páscoa! Foi o meu papa! Depois, papai disse que o tesouro só aumentou quando eu e minha irmã nascemos. –Explicou o filhote com um ar de seriedade –E eu acho que o meu tesouro é Erwin... Tenho que perguntar aos deuses do céu isso, mas antes tenho que crescer e ser um adulto!

–Oh...Então...Para vocês a páscoa é isso? –Balbuciou Heiner, um leve corar dominou a face pálida do coelho.

Para vocês? –Aubert não entendeu e franziu a testa confuso.

–Aubert! –A porta do quarto se abriu e Melvim adentrou, ofegante –Seu pai estava te procurando...Não suma sem avisar. Ficamos preocupados! Seu vô Alucio quase teve um ataque do coração!

O lobinho abaixou as orelhas, tristonho.

–Desculpe, tio Melvim.

–Está tudo bem...-Falou Heiner exibindo um sorriso –Ele estava me fazendo companhia.

Melvim correspondeu ao sorriso, meio que surpreso com aquela ação, era raro ver o seu coelho sorrir desde que foi resgatado.

–Ele me contou histórias interessantes sobre a páscoa...Na visão dos lobos.

–C-contou? –Gaguejou o chefe dos lobos. Aubert observava tudo com curiosidade, nunca tinha visto o seu tio agir daquela maneira.

–Um certo lobo que conheço não me explicou nada sobre os "sacrifícios" serem na verdade tesouros especiais para lobos específicos.

–Er... B-bem... –Melvim riu nervosamente –Eu iria explicar... Mas eu temia como você poderia reagir...

–Melvim, eu posso estar ferido, mas não morri... Acredite, sou muito mais forte do que aparento. –Disse o coelho ríspido.

–Eu sei disso...

–Então, sente-se e me explique desde o inicio o que é na verdade a páscoa. –Exigiu Heiner.

–Er... Aubert, acho melhor você avisar o seu pai que não poderei acompanhar vocês na patrulha de hoje.

–Certo! –Disse o lobinho –E... O Heiner vai ficar bem?

Melvim fez um cafuné nos cabelos ruivos do filhote.

–Sim...Ele vai ficar bem, vou garantir que ele fique bem.

–Volte outras vezes...-Falou o coelho –Quero saber mais sobre o seu coelho Erwin.

Aubert ficou corado e apenas confirmou com a cabeça e saiu correndo do quarto, envergonhado.

–Então... Eu sou seu tesouro especial? –Perguntou Heiner, um novo sorriso ainda mais amplo se formando nos seus lábios. Melvim sentiu seu coração disparar e rapidamente sentou ao lado do seu amado, segurando delicadamente, a mão enfaixada do outro.

–Sim... Um dos maiores tesouros que poderia ter ganhado...

Continue Reading

You'll Also Like

4.4K 662 30
"No passado, um crime mudou a vida de duas crianças Agora, as consequências irão unir seus destinos" Quanto pode o futuro ser influenciado e definido...
25.9K 1.9K 23
Atrás dos olhares, atrás dos sorrisos, existe uma história que desconhecemos.
113K 8K 42
Reimaginando o universo de House of the Dragon (A Casa do Dragão) se a história acontecesse de outra forma, e se apenas mais um personagem fosse acre...
7.8K 858 52
🌼 Capa ilustrada por @_-Jasper_Kimber-_ 🌼 __/\__ Só um universitário comum, era isso que definia a vida de Kazehaya até ele presenciar um homem do...