Quando você foi embora

Door amarcchi

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Serena e Noah namoraram durante o Ensino Médio, acreditando que a paixão seria eterna. O eternamente dos dois... Meer

Sinopse e Nota da Autora
Prólogo
Capítulo 1 - O que você disse?
Capítulo 2 - Não era amor de verdade
Capítulo 3 - Eu sabia que ele não viria
Capítulo 5 - Gosto do jeito que você fala meu nome
Capítulo 6 - Eu sempre me importei com você
Capítulo 7 - Vocês não conversaram?
Capítulo 8 - Monitor e namorado
Capítulo 9 - Ele é meu vizinho
Capítulo 10 - Você lembra quando a gente vinha aqui?
Capítulo 11 - Boa noite, Serena
Capítulo 12 - Odeio os homens
Capítulo 13 - Que bom que você veio
Capítulo 14 - Onde você está?
Capítulo 15 - Eu me sinto melhor quando estamos juntos
Capítulo 16 - Você está atrasada, sabia?
Capítulo 17 - Introdução à anatomia
Capítulo 18 (parte um) - Futebol
Capítulo 18 (parte dois) - Futebol
Capítulo 19 - Ela ainda está dormindo
Capítulo 20 - Sinto falta disso
Capítulo 21 - Não consigo dormir
Noah
Noah (continuação)
Noah (final)
Capítulo 22 - Você está flertando com Noah?
Capítulo 23 - Encontro (parte 1)
Capítulo 24 - Encontro (parte 2)
Capítulo 24 - Encontro (parte 3)
Capítulo 25 - Cale a boca
Capítulo 26 - Eu tenho medo
Capítulo 27 - Porque estou com saudades (parte 1)
SPOILER
Capítulo 27 - Porque estou com saudades (parte 2)
Capítulo 28 - Cada passarinho no seu ninho
Capítulo 29 - Não consigo me concentrar assim
Capítulo 30 - Duvido
Capítulo 31 - Você queria que eu te beijasse?
Capítulo 31 (continuação)
Capítulo 32 - Não precisa pedir desculpas
Capítulo 33 - Tchau, Ken
Capítulo 34 - Isso é um jantar romântico?
Capítulo 35 - Nós precisamos conversar
Capítulo 36 - Quero que nunca mais fale comigo
Capítulo 37 - Você acha que ele está assustado?
Capítulo 38 - Você gosta de bolo?
Capítulo 39 - Anna é minha filha
Capítulo 40 - E o meu pai?
Capítulo 41 - Eu tenho certeza
Epílogo
História nova

Capítulo 4 - É bom ouvir sua voz de novo

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Door amarcchi

Gente, demorei mas cheguei com o último capítulo da maratona! Eu queria estendê-la até sábado, mas estou me recuperando da cirurgia que fiz e não sei se vou conseguir escrever mais. Portanto, caso amanhã eu não poste nenhum capítulo, nos encontramos na sexta que vem, ok?

Muito obrigada por todos os votos e comentários: em uma semana de história já temos 1000 leituras! UHUL! Sintam-se todos abraçados rs

P.s.: preparem-se para suspirar.

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- Sim, estou bem – respondo Mathias quando minhas cordas vocais decidem voltar a produzir qualquer som. – Eu apenas preciso ir ao banheiro.

- Sem problemas. Espero você aqui – diz, sorrindo.

Eu me afasto o mais rápido que consigo, na direção oposta à que Noah foi. Não queria correr o risco de encontrá-lo no caminho, porque eu sinceramente não sei qual seria minha reação. Em minha memória os últimos minutos prometem me assombrar para sempre, lembrando-me da expressão de Noah quando me viu e quando se afastou.

Como em um filme, toda a cena de nosso último dia juntos, há três anos, passa diante de meus olhos. Em seguida, lembro quanta tristeza ele me causou quando partiu, deixando-me sem entender nada do que estava acontecendo, sentindo-me traída.

Prendo meus cabelos para trás em um coque e mergulho minha cabeça embaixo da torneira do banheiro, apenas desejando que aquele mal estar fosse embora. Eu estou tensa; tenho medo. Sinto medo por causa de todas as coisas que senti ao ver Noah, parado próximo a mim. Se não tivesse controlado minhas pernas, eu certamente teria corrido em sua direção e o abordado com o abraço mais longo e apertado que eu já dei.

Fecho os olhos enquanto a água fria escorre por meu rosto, imaginando como teria sido abraça-lo mais uma vez. Posso até mesmo imaginar seus braços ao meu redor, minha cabeça contra seu peito, o calor de seu corpo contra o meu, e o cheiro familiar me envolvendo. Será que ele ainda usava o mesmo perfume?

Com mais raiva ainda, agora por estar pensando nele de forma que não deveria, esfrego meu rosto com força, sem me importar com a maquiagem já borrada. Só quando me olho no espelho novamente, vendo os resquícios do rímel sob meus olhos, é que percebo que estou chorando. E eu nem mesmo saberia explicar o porquê.

Imaginei meu reencontro com Noah muitas vezes durante os últimos anos. Em todos os cenários, eu ia até ele e o insultava por ser tão imbecil e insensível, dizia que nunca mais queria vê-lo, ou o ignoraria completamente. Em meus planos, eu nunca incluí uma cena na qual eu ficasse petrificada com sua presença, desejando mais que qualquer outra coisa tocá-lo e ouvir sua voz. Não planejei querer afundar meu rosto em seu pescoço e ser segurada por ele, enquanto meus dedos brincam com seu cabelo. E, certamente, eu não imaginei que o olhar de Noah sobre mim fosse ser tão... intenso; carregado de coisas que ele queria dizer.

Seco meu rosto e reaplico um pouco de maquiagem, esperando que isso consiga disfarçar meu nariz vermelho e meus olhos tristes. Eu não queria me sentir assim, e também não queria ter que encontrar Noah em qualquer outro momento da festa, mas não poderia passar outra meia hora dentro do banheiro, afundando-me em minha própria tristeza.

Do lado de fora a música alta volta a preencher meus ouvidos, e meus olhos automaticamente varrem o local após perceber que Mathias não está mais no lugar onde o deixei. Curiosa, caminho pelo jardim, procurando-o.

- Serena! – escuto Mathias me chamar.

Viro-me na direção de sua voz para encontra-lo em uma roda de pessoas sentadas no chão, rindo e bebendo.

- Vem brincar, Serena – Olga grita, animada, e só então percebo que ela também está no meio das pessoas, sentada ao lado de Sebastian, que está ao lado de...

Noah.

Meu coração idiota começa a bater mais rápido e logo todo o controle que havia adquirido em meu tempo no banheiro é levado embora. Ele não está olhando para mim, o que torna tudo muito mais fácil. Na verdade, é como se propositalmente ele estivesse olhando para o outro lado, simplesmente ignorando minha presença porque queria.

- Senta aqui – Mathias diz, batendo a mão no espaço vazio ao seu lado.

Eu fico dividida entre a possibilidade de sentar ali e me divertir com meus amigos, ou ir embora, evitando a presença de meu ex-namorado, que só levanta seu rosto quando escuta Mathias me convidar para sentar ao seu lado. Com sucesso, apenas finjo que não há um par de olhos castanhos me encarando do outro lado da roda, e me sento ao lado de meu monitor.

- Nós estamos jogando "Eu nunca" – Luiza explica, visivelmente bêbada, entregando-me um pequeno copo cheio de o que eu só posso acreditar ser vodka. – Um de cada vez vai dizer uma coisa que nunca fez. Pode ser qualquer coisa. Mas se você já fez o que a pessoa disse, tem que beber uma dose. Sacou?

Eu assinto, compreendendo o que ela havia dito. Bem, não havia mal nenhum em brincar, não é? Eu precisava mesmo me divertir um pouco.

- Agora é minha vez! – Luca, o fanático por futebol praticamente grita. – Eu nunca fui a um jogo do Botafogo.

Ao nosso redor, duas pessoas tomam suas doses, indicando que já haviam presenciado uma partida do time que Luca dissera.

Certo. Nada mal. Um jogo completamente inofensivo.

- Eu nunca beijei uma garota – uma menina diz e todos riem.

Todos os garotos da roda viram as doses ao mesmo tempo.

- E eu nunca beijei um garoto – Luca interrompe a vez da próxima pessoa, tentando fazer gracinha, como sempre.

- Luca, é um de cada vez! – Olga reclama, revirando os olhos. – E todo mundo sabe que você é BV.

As risadas tomam conta do ambiente.

- Vem aqui que eu te mostro como sou BV – ele desafia minha amiga.

As risadas continuam, dessa vez juntas de provocações como "nossa, eu não deixava falar assim comigo", "quero ver no que vai dar" e "calou a boca dela". Eu não conseguia conter o riso. Olga nunca ficava envergonhada, mas a julgar pela forma como ela olhava para Sebastian de soslaio, sei que estava desejando que pudesse sumir dali.

- Se você quer me mostrar alguma coisa, venha você aqui – ela responde, com a voz confiante.

Isso foi o suficiente para que os garotos rolassem no chão de tanto rir, principalmente porque Luca desconversou e disse que não ia mostrar nada. Minha amiga ria também, contente por ter dado a volta por cima.

Assim que todo mundo se acalmou de novo, eu ainda tinha um sorriso nos lábios - o qual se desfez rapidamente quando olhei sem querer na direção de Noah, que olhava sério para mim. Eu me forço a olhar para Olga, a próxima pessoa da roda a dizer alguma coisa na brincadeira.

- Eu nunca me dei mal em Anatomia.

Eu pego meu copo e viro a dose, sentindo o líquido amortecer minha língua.

- Se depender de mim ela nunca mais tira uma nota baixa – Mathias anuncia, o que faz Olga e eu rirmos.

Noah olha para Mathias. Ele encarava meu amigo sem se importar em ser flagrado.

- Eu nunca beijei ninguém que está aqui nessa festa – é a vez de Sebastian.

Com poucas palavras, ele estragou minha noite. Noah olha para mim no mesmo momento em que eu o olho, me causando frio na barriga. Pelo seu olhar eu posso ver que ele estava curioso para saber se eu beberia minha dose ou não.

Será que ele se lembrava da última vez em que nossos lábios se encostaram?

Nós dois viramos a dose ao mesmo tempo. Por sorte, várias outras pessoas também beberam, não nos deixando em foco. Próximo ao lugar em que eu estava, sentia Nadia olhando para mim com raiva.

Não consigo me impedir de olhar mais uma vez para Noah, que dessa vez, ao invés de estar me olhando de forma intimidante, encarava fixamente o fundo do copo que segurava apoiado em sua perna.

Eu me distraio por um momento quando Mathias sussurra em meu ouvido dizendo que vai ao banheiro. Eu sorrio para ele, que me dá uma piscadinha como resposta.

- Noah, sua vez de dizer alguma coisa – Nadia o chama, forçando uma voz açucarada.

Ele arregala os olhos, como se estivesse surpreso por ouvir seu nome ser chamado.

- Eu passo minha vez – é tudo o que ele diz, com sua voz mais grossa do que eu me lembrava ser.

Fecho os olhos quando ele termina de falar. Se eu soubesse que ouvir sua voz faria um arrepio percorrer meu corpo, não teria aceitado participar da brincadeira.

- Então eu posso falar – Luiza se voluntaria e todos assentem. – Eu nunca me apaixonei por alguém aqui dessa roda.

Isso só pode ser brincadeira.

- O negócio tá ficando quente – Luca comenta.

Olga, Nadia, Noah e eu viramos a dose, recebendo aplausos de nossos colegas. Não quero nem imaginar por quem Naja teria se apaixonado – e não ficaria surpresa se eu descobrisse que foi por todos.

- Minha vez – Nadia diz, olhando diretamente para mim. – Eu nunca fui abandonada por um namorado.

Oh, não.

Eu não consigo acreditar que ela havia mesmo dito aquilo. Ela sabia exatamente o que fazer para me irritar, e estava mais do que óbvio, desde o início da festa, que queria fazer com que eu me sentisse mal. Tenho vontade de arremessar meu copo contra sua cabeça, mas ao invés disso, viro a dose, que desce queimando minha garganta.

Feito isso, apenas me levanto de onde estava e me ponho a caminhar para longe dali. Antes que viesse atrás de mim, me apresso a escrever uma mensagem para Olga dizendo que quero ficar um pouco sozinha e que vou voltar a pé para casa. Ela insiste, mas acabo vencendo.

Desligo o celular e chuto uma pequena pedra na rua, quando já estou a alguns metros da casa. Se o objetivo de Nadia era me humilhar, ela havia obtido sucesso em seu objetivo. Eu apenas quero chegar em casa, tomar um longo banho e então me afundar em minha cama, onde poderei ficar tranquila sem ser afetada pelos olhares de Noah e o veneno de Nadia.

- Serena – a voz, que eu passei os últimos três anos querendo ouvir de novo, chamou por mim.

Ouvir meu nome sair dos lábios de Noah é algo que eu nunca me acostumaria.

Eu paro de caminhar quando escuto sua voz, parte por estar surpresa por ele ter me seguido até ali, parte pelo susto de ouvir alguém me chamar de madrugada, em uma rua escura. Eu não me atrevo virar para olhá-lo, tampouco dizer qualquer outra coisa.

- Você não pode sair por aí sozinha – ele diz, um pouco mais baixo agora que estava próximo de mim, apesar de ainda estar fora de meu campo de visão. – Já está tarde.

Sem responde-lo, eu volto a caminhar. O que ele esperava que eu fizesse? Eu tinha vindo de carona com Olga, que não merecia ter sua felicidade de estar saindo com Sebastian estragada por mim. Minha amiga finalmente havia conseguido a atenção do cara que gosta e eu não seria a pessoa a arruinar tudo.

- Por favor, não me deixe falando sozinho – ele pede, e pelo silêncio que me cerca, sei que não está me seguindo.

Paro de caminhar de novo, e dessa vez o escuto se aproximar. Preciso mandar meu coração se acalmar quando ele contorna o lugar onde estou parada e fica de frente para mim, olhando fixamente em meus olhos. Não estamos exatamente muito próximos – estamos tão distantes quanto eu ficaria de alguém que me parou para pedir informação na rua. Mas isso não significa que meus pensamentos não estejam indo à loucura.

Em seus olhos tudo o que eu posso ver é tristeza.

- Sinto muito pelo o que Nadia falou.

Ele deveria sentir muito por ter ido embora; assim ela nunca teria motivo para dizer algo daquele tipo.

Noah expira o ar com força, levando uma de suas mãos ao cabelo escuro.

- Você não vai dizer nada? – pergunta em um sussurro, e só então me dou conta de que eu realmente não disse nada perto dele desde que voltou. – Eu estou pirando.

Ele me olha com expectativa.

- Não tenho nada para dizer – respondo, desviando meu olhar para o chão. Meu tom é tão baixo quanto o seu.

A expressão que toma conta de seu rosto me surpreende. Toda a tensão que antes tinha, deu lugar a um sorriso discreto, aliviado. Preciso ordenar a mim mesma a não fazer o que foi meu primeiro instinto: sorrir de volta. Tê-lo em minha frente, sorrindo e olhando-me com saudade nos olhos, apenas dificulta minha decisão de não abraça-lo.

- Por que está sorrindo? – pergunto, esforçando-me para soar indiferente.

- É bom ouvir sua voz de novo.

Depois de sua declaração, começo a andar. Não poderia ficar perto dele nem mais um minuto. Se ele acha que tem o direito de ir embora por motivo nenhum e voltar anos depois achando que nada mudou, está muito enganado. Ele teria ouvido minha voz todos os dias pelos últimos três anos, se não tivesse me excluído totalmente de sua vida.

Sei que quis estudar fora do Brasil, e respeito seu desejo, mas por que nunca me contou? Por que esperar até poucas horas antes da viagem para me contar? Eu o teria incentivado, mesmo que meu coração doesse com a distância. Poderíamos visitar um ao outro mensalmente, e ele poderia me ligar todas as noites, apenas para dizer o quanto sentia minha falta.

Mas nada disso aconteceu.

- O que você está fazendo, Serena?

Pare de falar meu nome desse jeito.

- Indo para casa.

- Não vá sozinha – diz, me seguindo. – É perigoso.

Eu o ignoro e continuo a caminhar.

- Serena, por favor – ele me pede.

- Apenas volte para a festa, Noah.

- Não posso deixar você sozinha.

Eu decido não dizer qualquer outra coisa. Talvez se eu ficasse com a boca fechada, Noah parasse de falar coisas que me faziam querer deixar todo o orgulho de lado e simplesmente jogar meus braços ao redor de seu pescoço e abraça-lo.

Permanecemos em silêncio durante todos os trinta minutos que se seguiram até chegarmos em casa. Eu, andando um pouco a frente e ele, poucos passos atrás de mim, caminhando com as mãos nos bolsos da calça escura. Ele não tentou puxar conversa, o que me trouxe sentimentos contraditórios: por um lado, feliz por ele ter respeitado meu silêncio; por outro, triste, porque tudo o que eu queria era ouvir sua voz.

Quando chegamos em frente à minha casa, eu olho rapidamente para ele e faço um aceno com a cabeça. Embora eu tenha raiva dele, a companhia foi bem vida para que eu me sentisse mais segura. Ele fica imóvel, me observando.

Estou abrindo a porta de minha casa quando percebo que ele ainda não se moveu. Antes que eu entre em casa, escuto-o respirar fundo, como se estivesse tomando coragem para fazer algo.

- Foi bom ver você, Serena – seu tom de voz é baixo, quase como se não quisesse que eu tivesse o escutado.

Fecho a porta atrás de mim lutando contra a vontade de olhar em sua direção e, ao me deitar em minha cama, suas últimas cinco palavras ainda dançavam em minha mente.



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