Segredos Mortais - Os Guardiõ...

Da LCBiondo

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Vampiros, anjos caídos (Guardiões), Bruxos! Cada espécie com suas diferenças, mas todos com um mesmo objetivo... Altro

➸ O início
A Invasão
Cinco anos depois' Aldeia de Xeeva
A Revelação
O Pesadelo-Guardião I
O Baú Misterioso
A história do Imperador
O Anjo - "Leiael"
A Invocação
Aviso aos meus leitores e seguidores!!!
O Aviso
O sonho
O Pedido
O esconderijo
O Sacrifício
❤️Bem vindos ao Novo e Fascinante Livro- Segredos Mortais.
➸ Citação de Abertura❤️
Capítulo 1 - A captura de Heitor - Itália - Castelo Svevo ❤️
Capítulo 2Cidade de Serenity - Cinco anos atrás
Capítulo 3 ❤️
Capítulo 4 ❤️
Capítulo 5 ❤️
Capítulo 6 ❤️
Capítulo 7 ❤️
Capítulo 8 ❤️
Capítulo 9 ❤️
Segunda parte de "Segredos Mortais" "Inédito"
Capítulo 11 ❤️
A visão da morte da irmã de Gabriele ❤️
Capítulo 13 ❤️
Capítulo 14 ❤️
Capítulo 15 ❤️
"O Resgate" Segunda parte ❤️
"O resgate" Terceira parte ❤️
Capítulo 19
Presente especial para vcs!!!!E-book grátis!
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➸ Capítulo 20 -Final- ❤️

"O Resgate" Primeira parte ❤️

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Da LCBiondo


A sua desobediência às ordens de Zoraky, às ordens do clã, o levaram para o cativeiro. Um orgulho profundo havia crescido dentro de seu peito. O sentimento de raiva que alimentava contra Zoraky o manteve forte durante todos os dias em que estivera no cativeiro. Foi o orgulho e o amor que o fizeram resistir a tudo que passou nos confins daquele castelo decrépito.

Malcon, era o único que tinha passe livre para fazer o que quisesse sob as ordens de Zoraky. Ele ia e vinha como um mensageiro entre os clãs; matava e mandava matar, tudo sob o regime do clã e para o clã. Eu sabia que ele odiava o regime a que servia, mas não tinha coragem para se rebelar... até hoje.

Após quase três horas, nos aproximamos de Svevo. Na estrada era visível a monstruosidade que existia lá. O lugar parecia morto, as árvores estavam secas e crânios estavam pendurados em seus galhos, assim como na encosta da estrada onde estacas sustentavam esqueletos e crânios que decoravam as proximidades do castelo, dando uma imagem de entrada para o inferno.

Malcon abriu o mapa mais uma vez sobre a terra mostrando-nos os túneis subterrâneos que haviam no castelo, e que eram usados para surpreender os inimigos em batalhas. Os túneis tinham saídas para o mar, e de acordo com nosso plano, eles seriam nosso ponto de entrada.

Os paredões de pedra ao seu lado pareciam enormes muralhas com mais de dez metros de altura. Podíamos ver seus topos como enormes icebergs.

Não eram mais usados fazia alguns anos não. Tínhamos um bom plano de ataque. Porém, ao avistar ao longe algumas criaturas voando em nossa direção, percebemos que Zoraky havia descoberto nossa estratégia antes mesmo que pudéssemos chegar aos arredores do castelo. Sua primeira ameaça nos deixou com os nervos rígidos. Um grito ecoou pelo quarteirão inteiro.

A alguns metros da entrada do castelo de Zoraky um enorme grupo estava a nossa espera. Provavelmente era o pai de Gabriele e seus servos. O carro parou logo atrás da fileira à nossa frente. Assim que tento sair do carro sinto uma mão segurar meu braço. Era Gabriele que me olhava aflita.

- O que houve? Precisamos nos juntar aos outros para iniciar a invasão, o sol já está nascendo. Ela levou delicadamente as mãos sobre seus olhos escondendo-os. Uma aflição tomou conta de mim. Nesse momento ouvi uma batida no vidro. Assim que me virei, vi Leiael, Din e Adar esperando que saíssemos do carro. Observando a aflição de Gabriele faço um gesto com a mão pedindo que sigam. Sem protestar Din e Adar seguiram e foram se juntar aos outros, mas Leiael permaneceu parado ao lado do carro.

- Espera um minuto Gabriele, já volto. - Disse passando a mão sobre sua perna, saindo do carro.

- O que foi? Por que não se juntou aos outros? Eu já vou, só preciso falar com Gabriele. Ela não parece muito bem, deve estar nervosa com o que teremos que enfrentar daqui alguns minutos.

- Não, Lara. Não aceite o que ela vai te pedir. - Ele disse em minha mente.

- O que? - Respondi espontaneamente em voz alta. Ele colocou seu dedo indicador sobre meus lábios pedindo que eu ficasse em silêncio, e em seguida apontou para sua cabeça. Fale comigo só por pensamento, por favor. Pediu ele.

- Mas por quê? - Perguntei encarando-o. - O que está acontecendo? Não aceitar o que? O que ela vai me pedir? O que você sabe? - Perguntei irritada. Ele me puxou pelo braço me afastando do carro.

- Me escute. Gabriele fez um acordo com o pai dela para que ele aceitasse se juntar a nós, e você não pode aceitar, de jeito nenhum, o que ela vai te pedir. Está me ouvindo, Lara? - Disse ele me sacudindo, falando alto o suficiente para despertar a atenção de Gabriele, que saiu do carro e veio até nós.

- Eu ia falar para ela Leiael, não precisava se meter, eu jamais faria alguma coisa sem falar com ela antes. - Disse Gabriele se aproximando de Leiael, enfurecida. Ele a empurrou para trás mudando a cor de sua íris de azul para um negro sombrio.

- Você já fez sem falar com ela. Como você faz um acordo com quem quer que seja prometendo algo que não é seu? - Disse ele dando dois passos em sua direção. Após olhar para mim, Gabriele abaixou a cabeça ficando de costas.

- O que está acontecendo? Dá para me explicar e parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui? - Falei olhando para Leiael, que, nervoso, passava a mão sobre seus cabelos.

- Vamos, Gabriele. Você vai contar ou prefere que eu conte? - Disse ele impaciente. Percebi Gabriele respirar fundo enquanto ficava de frente para mim.

- Não sabia o que fazer, achei que não teria problema. Aliás, como você é uma vampira poderosa, não precisa de talismã. - Disse ela insegura. Sem ter certeza de suas palavras.

- Talismã? Do que você está falando?

- Ela...

- Cala a boca. - Gritou ela interrompendo Leiael. Deixe-me falar, você já se meteu demais onde não foi chamado! - Disse ela rangendo os dentes.

- Meu pai pediu que entregasse a ele o colar que Daniel lhe deu, em troca, ele se uniria a nós invocando os feiticeiros mais poderosos de nossa fraternidade. Não achei que isso pudesse trazer grandes consequências. Leiael andava de um lado para o outro com as mãos na cabeça, revoltado. Num impulso ele se lançou parando em frente a Gabriele.

- Você tem noção do que você fez? Você tem noção do risco em que você colocou a Lara? - Perguntou Leiael. Gabriele olhou para mim insegura.

- Calma, Leiael! O colar não tem tanto valor assim para mim, sei me proteger sozinha. - Ele balançou a cabeça segurando meus braços enquanto encarava meus olhos.

- Você não sabe o que está dizendo, Lara. Você sabe quem consagrou esse colar? Você sabe de quem era esse colar? - Perguntou ele empurrando-me para trás, dando as costas.

- Daniel falou que foi uma feiticeira muito poderosa e que ela era uma grande amiga dele. - Falei olhando para Gabriele que tentava evitar que uma lágrima escorresse pelo seu rosto.

- Lara, pelo amor de Deus. Estamos prestes a enfrentar uma criatura que tem o poder de dominar os demônios. Por que você acha que Daniel te daria um colar e pediria para você nunca o tirar do pescoço? Esse colar te protege mais do que você imagina. Daniel não lhe deu, ele simplesmente lhe devolveu. Esse colar sempre foi seu desde que nasceu, ele foi feito para você. Ele foi feito por sua mãe, Lara.

Leiael suspirou apreensivo, sentindo que havia falado mais do que devia. Senti meu corpo transpirar friamente. Meu corpo ficou tão pesado que minhas pernas pareciam não suportar meu peso. Gabriele estava com os olhos arregalados olhando para mim, demonstrando uma culpa que me deixou ainda pior. Não sabia o que dizer e muito menos o que fazer. Deixei que meus joelhos tocassem o chão enquanto respirava a brisa fresca que sacudia meus cabelos. Com a visão turva observei o enorme grupo à frente, e eles pareciam se distanciar cada vez mais. Deitando minha cabeça para trás olhei para as nuvens escuras que se formavam acima de nós. Não era momento de explicações. Precisava tomar uma decisão. Com os punhos cerrados contra o chão, dei um impulso me levantando. Ficando novamente em pé na frente de Gabriele. Tirando o colar de meu pescoço coloquei em sua mão apertando seus dedos para que segurasse. Ela se recusou a pegar enquanto olhava de canto de olhos para Leiael.

- Desculpe, Lara. Eu não sabia que o colar havia sido consagrado por sua mãe. - Disse ela, quase que num sussurro. Apertei sua mão novamente olhando em seus olhos.

- Eu acredito em você, teria feito o mesmo. Cumpra sua parte no acordo, entregue-o ao seu pai. - Falei para ela tentando parecer o mais segura possível. Mas observando Leiael completamente revoltado, confesso que fiquei receosa sobre estar ou não fazendo a coisa certa. Daniel fez sinal para que nos juntássemos a ele. Confirmo com a cabeça que já estamos indo.

- Escute, precisamos ir, faça o que precisa fazer e esqueça isso. Precisamos estar com a mente vazia. Tudo que é nosso acaba voltando para nós.

- Lara... Não faça isso! - Sussurrou Leiael segurando novamente em meu braço, dei um puxão me desvencilhando dele, rispidamente.

- Sei o que estou fazendo. Precisamos ir. - Sai em direção aos outros e me juntei a eles, enquanto Leiael e Gabriele ficaram mais uns segundos conversando antes de virem atrás de mim.

Ao me aproximar do grupo vejo Daniel e Saulon conversando um pouco distante do grupo. Assim que me aproximo, eles se juntam a nós. Olho para eles encarando-os esperando as instruções.

- Que bom que aceitou se juntar a nós Saulon. Chegou a hora de vingar a morte de sua filha. - Falei encarando-o. Ele me encarava de forma estranha, como se estivesse surpreso em me ver.

- Você é tão parecida... isso é incrível. - Disse ele interrompendo sua frase. Dando um passo em minha direção, ele jogou sua capa para trás sem tirar os olhos de mim. Queria saber o que estava pensando, e soube, consegui ler seus pensamentos.

- Prestem atenção! - Disse Daniel em alto e bom som. Como já amanheceu temos uma vantagem sobre as criaturas. Não subestimem seus poderes. Nem todos são como nós, mas muitos dos híbridos mutantes são tão resistentes quanto vocês durante o dia. E não sabemos do que são capazes. Como Malcon relatou muitos deles foram submetidos a experiências e torturas monstruosas, foram criados e treinados para nos matar, sem piedade. Nós somos seus piores inimigos. Portanto, tentem entrar e sair o mais rápido que puderem. E lembrem-se, usem o patuá com as ervas em último caso, não se esquecendo de manter distância. Alguns ingredientes entrando em contato irão enfraquecê-los. Alguma dúvida? - Perguntou Daniel olhando diretamente em nossos olhos. Todos escutavam atentamente, sem demonstrar nenhuma dúvida. Saulon olha para Daniel que não correspondeu o olhar.

- Tem mais uma coisa que precisam saber, principalmente os que vieram comigo. Posso sentir a presença de armadilhas em toda parte. Pregos de aço e sal estão espalhados na entrada e em várias partes do castelo. Fiquem atentos.

- Zoraky já sabe que estamos aqui. É melhor irmos logo. Preparem suas armas e tentem acertar no coração ou decepem as cabeças das criaturas. Caso sejam mordidos apliquem imediatamente o soro. Disse Daniel nos entregando um cartucho com alguns tubos azuis. Heitor não expôs até então nenhuma reação anormal. Mas... caso percam o controle terei que matá-los. Sinto muito. Não são obrigados a usar o soro. - Disse ele.

- Lara, Gabriele, essas são para vocês. - Disse Daniel entregando quatro flechas para cada uma de nós. Dentro das flechas adaptei cartuchos com um soro que contém verbena, prata líquida e pó de aço. Elas são feitas de um metal mais resistente. Portanto, tentem acertar no coração. Confirmamos com a cabeça, observando Daniel e os outros olharem para cima. Várias criaturas voavam acima de nós em círculos, como se esperassem a ordem para atacar.

- Vamos nos separar em grupos. Sigam entre as árvores e tentem entrar pelo mar. Vão agora.

Enquanto corríamos entre árvores secas e ossos que estavam pendurados nelas, sentíamos que as criaturas nos acompanhavam. Duas delas passaram sobre nós em um voo rasante. Caí depois de tropeçar em um tronco que havia no chão. Senti Leiael me erguer enquanto Gabriele lançava uma flecha na criatura que virou poeira no ar.

- Isso! Um a menos. - Comemorou sua pontaria.

- Continuem em frente até chegar no mar. Eles não gostam de água salgada. Corram. - Gritou Leiael abrindo suas enormes asas e voando ao encontro das outras criaturas que nos seguiam. Alguns híbridos apareceram de trás das árvores, nos surpreendendo, dei um mortal por cima deles cruzando as adagas, decepando suas cabeças. Gabriele com sua boa pontaria transformou em poeira meia dúzia deles. Até então estava fácil demais. Parei, esperando Gabriele que vinha logo atrás de mim. Ela levanta o arco em minha direção lançando uma flecha que passa raspando meu ombro. Assim que olho para trás vejo a criatura tentando arrancar a flecha de seu coração enquanto queimava, se transformando em pó como as outras.

- Foi mal, precisa ficar mais atenta. - Brincou Gabriele parecendo se divertir com a situação. - Acabo de salvar sua vida, está me devendo uma. - Piscou ela sorrindo.

- Espero não precisar salvar a sua. - Falei andando atrás dela. O som das ondas parecia estar diante de nós. Assim que passamos por mais algumas árvores chegamos ao final do caminho. Diante de nós, um azul infinito rodeava as muralhas do castelo. O mar era a única bela imagem naquele lugar. Abaixo de nós, uma distância de quinze metros de altura nos separa das enormes pedras que estavam agrupadas, as ondas estouravam violentamente sobre elas levantando uma parede de água diante de nossos olhos.

- É lindo, né? - Disse Leiael, parando ao meu lado.

- Conseguiu destruir aquelas coisas?

- Sim. Foi muito fácil.

- Esse é o problema. Estou achando fácil demais.

- Algumas criaturas ficam vulneráveis de dia. Precisamos usar isso a nosso favor. O sol as enfraquece e a noite as deixam com força total, por isso precisamos sair daqui antes do anoitecer. Vamos!

- Não tem como ir por aqui. Não estão vendo o abismo em nossa frente? Precisamos voltar. - Disse Gabriele. Eu e Leiael nos entreolhamos trocando sorrisos. Fui para o outro lado de Gabriele, passando meu braço entre o seu, enquanto Leiael fazia o mesmo.

Ela olhava nós dois, assustada.

- Não me digam que vamos ter que pular? Tenho medo de altura. Disse ela fechando os olhos. Sorrindo, eu e Leiael pulamos empurrando Gabriele. Enquanto caíamos ela gritou parecendo curtir o frio na barriga.

- Não me solta, senão vou matar vocês.

Leiael me segurava pela cintura enquanto eu apertava a mão de Gabriele.

- Solte ela. - Falou Leiael em meu pensamento. Abrindo as asas e dando um voo rasante na água. Olhei para ele negando com a cabeça.

- Ok. Vejo vocês em breve. - Disse ele soltando nós duas. Nosso grito foi abafado quando caímos na água. Quando voltei à superfície pude vê-lo distante, voando em direção ao castelo onde algumas criaturas voavam em círculos aguardando para o ataque.

- Desgraçado! Por que ele fez isso? - Gritou Gabriele nadando em minha direção. Eu dei um sorriso em linha reta, franzindo minha testa.

- Aposto que você sabia. - Disse ela jogando água em mim, eu joguei de volta. - Vocês vão ver, vai ter volta.

- Ah, vai dizer que não gostou nem um pouco?

- Até senti uma adrenalina, mas se tem uma coisa que eu odeie mais do que essas criaturas nojentas, sem ofensa... - Disse ela irônica -... É água fria. - Disse Gabriele fazendo um bico. Balancei a cabeça, desta vez sorrindo.

- Vamos entrar por trás do castelo. Precisamos nos apressar. Leiael vai atrair as criaturas para o outro lado.

- Vamos. - Gabriele suspirou irritada com a água gelada, nadando até a encosta da muralha. Enquanto nadávamos podíamos observar alguns híbridos lutando sobre a ponte que dava para a entrada principal. Eles eram enormes e muito feios, pareciam uma espécie de morcegos gigantes, mas com uma fisionomia meio humana, ou melhor, uma rara semelhança. Após alguns minutos, nos esgueiramos entre umas pedras que ficavam próximas da parede exterior. Olhei para Gabriele pedindo que me seguisse.

- Não, Lara. Vou me juntar aos bruxos e ao meu pai, precisamos nos unir para fortalecer ainda mais nosso poder. Siga daqui sem mim. Tome cuidado. Logo, Leiael deve encontrar você.

- Ela está certa, Lara. Entre pelo túnel, logo te encontro. - Disse em meu pensamento. Olhei para Gabriele sem esconder minha preocupação.

- Se cuida, ok? Boa sorte.

- Para você também. - Observei por alguns segundos enquanto ela seguia em direção à ponte, indo ao encontro de dezenas de híbridos que lutavam com alguns bruxos. Ela puxou seu arco e suas flechas das costas, atirando algumas flechas em direção aos vampiros.

Assim que mergulhei por baixo de um eixo de ferro que estava preso entre as paredes, senti algo passar por mim tão rápido que não consegui identificar. Virei-me rapidamente de um lado para o outro tentando evitar um ataque surpresa. Mas não havia nada. Assim que subi até a superfície, percebi que estava dentro do que parecia ser uma caverna subterrânea. Era fria e sombria. Havia uma espécie de escadaria entalhada na parede, sendo que alguns degraus pareciam completamente destruídos. Enquanto observo melhor o interior do túnel sinto algo me puxando para baixo, querendo me afundar. Tentei gritar enquanto me debatia, mas a água abafava minha voz. Puxei as adagas ficando atenta à espera da criatura. Distante de mim vejo algo se aproximando rapidamente, não consegui ver o que havia me puxado e nem entender porque havia me soltado com a aproximação da... forcei meus olhos tentando identificar o intruso, e assim que ele se aproxima o reconheço.

- O que você está fazendo? - Pergunto guardando as adagas e dando um soco em seu peito.

- Você me bate por eu salvar sua vida? - Pergunta Leiael, sarcástico. Olho para ele enfurecida.

- Quem disse que salvou minha vida? O que quer que tenha me puxado correu com medo de minhas adagas, não de você!

- Ok... Não temos tempo para discutir isso, mas... - Dei outro tapa nele, desta vez no braço, impedindo-o de continuar.

- Hei, bater em anjo é pecado, sabia? - Disse ele jogando seus cabelos molhados para trás.

- Espere aqui. - Disse ele entrando em um buraco que havia na parede. Enquanto ele sumia parede adentro, desaparecendo na escuridão, observava alguns e escritos e desenhos cuneiformes entalhados numa espécie de arco que estava mais à frente. A grafia parecia bem antiga, mas entre elas, eu consegui identificar duas palavras: Lara Sams. Senti um arrepio em minha espinha. Já havia passado tempo suficiente para Leiael ter voltado, precisava achar Adele, os gritos e estouros pareciam estar cada vez mais perto. Podia sentir a terra cair sobre minha cabeça enquanto as paredes tremiam com as explosões.

- Leiael? - Chamo por ele com o pensamento. Equilibrando-me sobre algumas pilhas de tijolos até chegar a uma segunda passagem. Desta vez, ao longe havia uma luz que piscava sem parar. Antes de entrar volto à passagem que Leiael seguiu e da qual não saiu. Olho atentamente tentando ver alguma coisa.

- Leiael? - Chamo por ele, novamente. Como um fantasma ele aparece em minha frente. Com o susto me desiquilibro, sentindo meu corpo cair. Instintivamente fecho meus olhos esperando meu corpo entrar novamente em contato com a água gelada, mas sinto duas mãos segurando minha cintura enquanto apenas as pontas dos meus cabelos tocam a água. Abro meus olhos observando uma fileira de dentes alinhados, um par de olhos azuis e um peito nu e molhado à minha frente, quase colado ao meu corpo. Suspiro sentindo meu rosto se transformar em uma careta.

- Mal começamos a batalha e já é a segunda vez que a salvo. - Disse ele me puxando para perto de seu corpo, arqueando as sobrancelhas. Empurro Leiael para trás, encostando-me a parede.

- Por que demorou? O que tem lá dentro? - Perguntei torcendo meu cabelo tirando o excesso de água.

- Não tem nada, é uma passagem sem saída. - Disse ele seguindo em frente.

- Se não tem nada por que demorou? - Perguntei desconfiada, seguindo- o.

- Estava tentando achar alguma passagem secreta. - Disse ele pulando para o outro lado indo em direção das escadas.

- Hei, tem uma outra passagem aqui e uma luz parece estar piscando ao fundo.

- Você só me diz isso agora? - Disse ele pulando de volta parando ao meu lado.

- Não mandei você pular para o outro lado. Você está bem engraçadinho, hoje. Vamos! - Falei empurrando-o para dentro da passagem.

- E você está bem agressiva. Isso porque nem nos casamos, ainda. - Ignorei suas palavras balançando a cabeça irritada com seu deboche.

Enquanto adentrávamos o subterrâneo do castelo um som arrepiante nos fez parar.

- Sei que você está aí. Escondida como um rato desonrando seu sangue.

- Se você fugir o sangue de sua prima escorrerá pelo esgoto, servindo de alimento para os ratos. E você terá que viver com o sangue dela em suas mãos. - Assim que ameaço ir ao seu encontro, Leiael me segura levando sua mão em minha boca.

- Calma! Você está maluca? Se você aparecer colocará tudo a perder. É isso que ele quer, ele quer desestabilizar você. Vamos salvá-la, mas precisamos pensar em alguma coisa antes de atacar, já que fomos traídos. Esse é só mais um de seus jogos doentios. Ele consegue sentir nossa fraqueza e usá-la contra nós. Aja o que houver, não deixe que ele perceba suas fraquezas. Entendeu, Lara? - Instruiu Leiael, preocupado. Afirmei com a cabeça torcendo para conseguir.

Ele me envolveu em seus braços apertando-me contra seu peito. Mesmo sem querer dar atenção a suas palavras, sabia que estava certo.

O silêncio que pairava era mais assustador do que as paredes que cercavam o castelo. Milhares de crânios esculpiam as paredes desde a entrada até os portões principais. Não queria imaginar o que iríamos encontrar lá dentro. Após seguirmos pela passagem e subir algumas escadas, saímos em um quarto, onde apenas uma pequena janela com grades permitia a entrada do ar.


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