Leonardo as levou até uma cabana no meio da mata. Era simples, porém bem aconchegante. E as coisas que tinham ali deixaram as três moças bastantes assustadas. Elas nunca tinham visto nada que tinha ali dentro. E perceberam que realmente a vida era muito melhor com a tecnologia. Sofá, TV, retratos na parede, mesa de centro, livros e uma lareira.
Paula caminhou até um dos retratos fixados na parede onde pode ver uma moça, por mais ou menos uns 35 anos de idade e um garoto que poderia ter a mesma idade que a Paula. Imediatamente ao ver aquela foto, Paula sentiu um frio na barriga e começou a encarar o garoto na foto. Ela não conseguia desviar o olhar, por mais que tentasse, não conseguia.
— Parece que o retrato a escolheu. – Falou o Leonardo sentando no sofá. – Na verdade o garoto da foto tem sonhado contigo desde que completou os 13 anos.
— Desde que a maldição foi despertada. – Falou Paula.
— Isso mesmo. – Falou Leonardo.
— Porque sempre acontece aos 13 anos? – Perguntou Vanessa curiosa sentando ao lado do Leonardo.
— Digamos que é a fase da vida em que a pessoa começa a se desenvolver, começa a aprender tudo sobre a vida, digamos também que é o auge da vida. A fase propicia para fazer escolhas. A fase onde você mesmo pode fazer o seu futuro sem desviar do seu destino. Porque todos os humanos nascem com um destino, nasce com uma missão. E com vocês não foi diferente.
— Como assim? – Perguntou Christina.
— Vocês três foram escolhidas antes mesmo de nascer. Foi destinada a vocês uma missão. Vocês seriam responsáveis por: Carregar e dar à luz a aquele amaldiçoado que será capaz de vencer a batalha; A Carregar e dar à luz a alma gêmea do amaldiçoado que o poderá trazer de volta a vida após a semi-morte dele; E a que será responsável por todos os obstáculos para tornar o nosso escolhido o Primoral, o fortalecer.
— Então deixa eu ver se entendi. – Falou Paula – Uma de nós dará à luz ao escolhido, a outra dará à luz a alma gêmea do escolhido e a outra será meia que do mal e fará obstáculos para dificultar a missão deles?
— É meio que isso, mas a outra não será do mal, ela é a fundamental para a missão. Se ela não existisse, o garoto jamais será capaz de se fortalecer e destruir de uma vez por toda essa ameaça.
— Mas a gente saberá de tudo, como acha que isso vai acontecer? – Perguntou Vanessa.
— A partir do momento que vocês entraram aqui nessa casa vocês foram escolhidas, e a partir do momento que vocês saírem, esqueceram tudo que eu disse e irão começar a seguir a vida separadamente, não saberão muita coisa sobre isso, somente o básico. Não saberão qual dos filhos de vocês será o escolhido, qual será a alma gêmea e qual será o que atrapalhará tudo. Foi tudo feito de caso pensado.
— Vejo que vocês pensaram em tudo. – Falou Christina.
— Se eu soubesse que a gente iria se separar, não teria saído da aldeia. – Falou Vanessa.
— Não se preocupem. Vocês se reencontrarão. – Falou Leonardo – Cedo ou tarde irão.
— O que devemos fazer agora? – Perguntou Paula.
— Apenas saírem pela porta. – Falou Léo.
As três garotas se levantaram, uma olhou para a outra e se abraçaram as três. Elas não falaram nada, sabiam que aquilo era necessário para o bem da humanidade, e como o anjo tinha dito, elas se veriam novamente. Cedo ou tarde. Antes tarde do que nunca. Ao saírem pela porta, as três entraram em uma espécie de transe e caminharam em três direções diferentes, uma para mais longe que a outras.
= Duas horas Depois =
Paula foi a primeira a sair do transe e ficou assustada ao se encontrar perdida e sozinha no meio de uma floresta escura. E por mais que ela tentasse, não sabia para quem direção voltar, e não se lembrava dos rostos de Christina e Vanessa, apenas sabia que eles existiam.
Ela continuou a caminhar em direção a uma clareira quando se esbarra em um garoto e uma mulher de aproximadamente 35 anos. Com a força do impacto ela cai sentada no chão, o garoto de aproximadamente 17 anos olha bem para o rosto dela e se assusta.
— É ela mãe. É ela. – Falou ele assustado. – É ela que sempre está nos meus sonhos, e é mais linda do que imaginava.
Paula sente suas bochechas ficarem vermelhas, mas não fala nada.
— Você está bem, minha querida? – Perguntou a mulher – Está machucada?
— Não, estou bem sim. – Falou ela se levantando. – Só estou meio perdida. Na verdade, eu não lembro de nada.
— Não se preocupe. Cuidaremos de você. – Falou a mulher.
— Deixe que te ajudo. – Falou o garoto pegando na mão dela e a ajudando a caminhar. Os olhares se cruzaram e ela sabia que talvez, o conhecia de algum lugar. Mas não se lembrava de onde.
=. Não muito longe dali =
Christina caminhava já fora do transe, e não sabia onde estava. Assim como Paula, ela não lembrava de quase nada. Apenas caminhava e caminhava sem rumo algum. Ela já estava exausta, quando de repente perdeu os sentidos e foi direto ao chão.
No dia seguinte ela acordou com alguém a sacudindo.
— Moça. – Falou ele – Acorda, você ficara doente.
Ela foi abrindo os olhos lentamente e viu um garoto sentado ao lado dela.
— Você está bem? Está perdida ou coisa assim? – Perguntou ele.
— Sim, me perdi de minhas amigas e não sei onde estou, nem para onde vou. Acho que bati forte com a cabeça, está doendo.
Como você se chama? – Perguntou ele sorridente.
Ele tinha por volta da mesma idade que ela, e parecia ser um bom garoto, foi por isso que ela não hesitou em responder.
— Me chamo Christina, mas pode me chamar de Chris.
— Prazer, sou o Felipe. – Falou ele – Venha, vou te ajudar.
Ele a ajudou a levantar e depois a carregou floresta a fora.
=. Longe dali =
Vanessa parecia ter sido a única que ao sair do transe se sentiu diferente. Estava com um olhar diferente e um desejo enorme de sair dali. Ela conseguiu achar uma rodovia ao sair da floresta, onde passava vários carros. Ela caminhou rente ao acostamento. Quando de repente um carro parou perto dela. A porta de trás foi aberta e ela sem pensar duas vezes entrou dentro.
— Para onde está indo garota? – Perguntou o motorista na frente.
— Na verdade eu não sei nem quem eu sou. – respondeu ela.
O jovem que estava sentado no banco de trás do motorista, ao lado dela, virou e a encarou.
— Pode seguir viagem – falou ele ao motorista. – Quando chegarmos na cidade vemos o que podemos fazer por ela.
Vanessa o olhou com cuidado e atenção, ele retribuiu o olhar.
Oito anos mais tarde.
Na altura dos anos, Paula tinha se casado com o garoto da floresta, ele era realmente o que estava no retrato. Foi um ano depois de tudo isso que ambas deram à luz a uma criança. Ou foi o que eles acharam que tinha acontecido. Porém, para a surpresa não delas, mas sim de todos que tinham arquitetado esses planos, os três (quatro) que tinham nascido, todos foram garotos. O que deixou claro que não seria capaz de acontecer um romance entre dois deles, não que isso não fosse o certo, mas um deveria ter nascido mulher porem eles não iriam mais interferir em nada, iriam deixar o destino que foi escritor ser levado para onde deve ir, ou onde eles planejaram que fosse.
O filho da Paula foi nomeado Gabriel, nasceu com os olhos verdes, assim como o do pai, e o cabelo meio que loiro. Era o bebe mais lindo que eles já tinham visto. O da Christina, ou os da Christina, um nasceu com os olhos negros e cabelos negros, e era o bebe mais tranquilo que eles já tinham imaginado. O estranho de todo esse parto, era que durante toda a gestação, em todas as consultas era visto apenas um bebe, mas após ela dá à luz ao primeiro, ela desmaiou foi aí que os médicos perceberam que tinha mais um, porem ele era um natimorto. Para não frustrar a mãe ao acordá-la, os médicos resolveram ir contra o código, esconderam esse fato dela, par poupá-la da dor. Porém, o corpo da criança, desapareceu do hospital.
O bebe que tinha nascido vivo, foi nomeado de Henry e dois anos depois Christina deu à luz a uma garota a que foi nomeada de Vitoria, e passou a ser chamada carinhosamente de Vicky. Após o nascimento da garota, "eles", os chefões que comandava tudo, começaram a perceber que talvez tudo estivesse saindo como o planejado, já que agora uma garota tinha nascido.
Mas não para por aí, Vanessa também deu à luz a um garoto. Ela tinha também se casado, casou-se com o garoto que a deu carona, e o parto dela foi tranquilo, e ela deu à luz a apenas um, a quem ela deu o nome de Gustavo, ele parecia um pouco o Henry, cabelos negros e olhos negros. E foi ai que tudo que já sabemos, começou!
Obs: Se quiser saber mais sobre o filho da Vanessa, o Gustavo, precisará ler o livro "Otávio"!