O Vilão

By FeyreArcheron15

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Amélia Archeron sempre foi o orgulho dos seus pais. Filha dos grão-senhores da corte noturna, portando um pod... More

Avisos!
Cast!
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Leiam por favor!
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Aviso!!!
Capítulo 41
Respondam por favor!!!
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Link do vídeo do tik tok!
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Aparência do Horus!!!
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Instagram!!!
Capítulo 66
Horus e Reina!!!
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Leiam por favor!
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 79
Aviso!
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Próxima fic!!!
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95

Capítulo 78

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By FeyreArcheron15

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Uma semana.

Havia se passado uma semana desde que Aleksander tomou Prythian e se tornou Grão-rei.

As coisas estavam indo de acordo com seu plano.

As cortes foram seladas com magia, prendendo as pessoas dentro delas para que não tentassem fugir do continente.

Os grão-senhores estavam confinados na cidade escavada.

Eles não saiam dos seus quartos há uma semana e por mais que estivessem desesperados por causa de seu povo, eles não tinham outra escolha.

Aleksander os estava prendendo ali.

Ele espalhou seus monstros pro Prythian, deixando cada corte nas mãos deles.

Os monstros não eram piedosos, eles seguiam as regras de Aleksander, mas quando o povo demonstrava uma mínima reação contra o grão-rei, eram mortos pelas criaturas, que se divertiam com isso.

Guenlock ficou com a corte outonal.

Cérbero estava em illyria, que não aceitou bem a nova administração do acampamento, mas mesmo com todo o ódio acumulado, sabiam que nunca venceriam Aleksander.

Cérbero e Guenlock fizeram questão de falar isso para o povo, tinham finalizado seu plano.

E estavam satisfeitos por terem conseguido o que planejavam há tanto tempo.

Amélia estava morta, Aleksander tinha se tornado grão-rei e os tornou seus comandantes, deixando as cortes em suas mãos.

Feéricos eram mortos todos os dias, seja por manifestar alguma reação que fosse contra as regras de Aleksander, ou só falar.

Os monstros não precisavam de muito para punir ou matar.

Aleksander não se importava, afinal.

A cada dia que se passava, ele se importava menos com os feéricos.

Seu senso de justiça parecia ficar enfraquecido há cada hora.

Ele sabia que seus monstros matavam por coisas mínimas, mas não conseguia se importar o suficiente para fazer algo a respeito.

Ele não queria.

O macho não sentia mais arrependimento por suas ações, ele simplesmente não queria se arrepender.

Não tinha sentido.

Por que ele deveria se arrepender?

Porque deveria ajudar aqueles feericos?

Seu ódio crescia a cada dia, ele não estava tendo sucesso em encontrar uma forma de traze-los de volta.

Mesmo depois de destruir duas vilas, matar dezenas de feéricos por não conseguirem ajudar ele.

Aleksander procurou anciãos, ele sabia que ainda existiam feéricos velhos o suficiente para saber de algo, mas não sabiam.

Não tinha como trazer Amélia e Kieran de volta.

O macho estava furioso.

Ali, sentado em seu trono, com uma expressão fria no rosto, mesmo que seu olhar demonstrasse crueldade, ele encarava o illyriano ajoelhado em sua frente.

Já era noite quando o trouxeram.

O macho foi levado até ali por Cérbero, que parecia satisfeito vendo a expressão de Aleksander ao encarar o macho.

Que tinha cortado as asas de sua filha, mesmo após a proibição dos grão-senhores da corte noturna.

Alguns comandantes de illyria também estavam ali no salão, incluindo Devlon.

Comandantes de outras cortes também estavam presentes, Aleksander queria que vissem o que irá acontecer com quem desobedecer suas ordens e tentar desafiar ele.

O macho se inclinou levemente para a frente em seu trono, o colar em forma de um planeta em seu pescoço ficou suspenso no ar, balançando levemente.

O illyriano o olhava, mesmo com seu coração acelerado e o medo tomando seu corpo, ele se recusava a desviar o olhar.

Aleksander estava em silêncio.

Sua voz fria soou após longos segundos, baixa e letal.

- Eu deixei claro...o que iria acontecer com quem desobedecesse as minhas ordens.

O illyriano ergueu o queixo, sua aparência de um macho humano de 40 anos, não deixava dúvidas de que ele tinha séculos de vida.

- Ela mereceu - foi a sua resposta.

O Criador se recostou no trono, a expressão neutra.

Ele indicou Cérbero com a mão, que se aproximou.

- Meu senhor? - A criatura fez uma reverência para ele.

- Cérbero, repassou as minhas regras? - o criador perguntou baixinho.

O monstro assentiu.

- De forma clara, Elohim.

- E ainda sim me desobedeceu? - Aleksander arqueou uma sobrancelha para o illyriano.

Ele apenas repetiu.
- Ela mereceu.

- O que ela fez? - Ele perguntou para o monstro.

- Ela se recusou a fazer tarefas domésticas - O monstro não ligava para a causa, ele só queria ver a ira de Aleksander.

Queria ver o criador perder o controle e junto a pouca bondade que ainda restava dentro dele.

Todos viam a expressão de Aleksander se tornar mais dura a cada dia que se passava.

Cérbero e Guenlock queriam empurrar ele do precipício, para que não tivesse volta.

E estavam conseguindo.

Muitos já sussurravam coisas de Aleksander por ai, chamando-o de tirano e dando a ele títulos que achavam melhores para ele.

"Destruidor do arco-iris"

Alguns chamavam, se referindo a Velaris.

"O conquistador"

"Aleksander o cruel"

Entre outros.

Aleksander encarou o illyriano.

- Cortou as asas dela por causa de tarefas domésticas? - Apesar da frieza das palavras, o ódio gélido era nítido no tom do macho.

O illyriano viu isso, porque seus olhos se arregalaram levemente.

- Cérbero, a fêmea sobreviveu? - questiona.

- Sim, ela está viva - a criatura respondeu, em seguida acrescentou - mas nunca mais vai voar.

Aleksander estalou a língua.
- Tirou dela o que mais amava por que ela se recusou a fazer suas vontades? - aquilo o lembrou dela, da fêmea de olhos violetas.

Tinham tirado o que Aleksander mais amava porque não podiam controlar ele.

Primeiro mataram Kieran.

E depois Amélia.

- Aquela puta deveria ter me obedecido - o illyriano rosnou.

- Tirarei algo de você, também - a voz cruel de Aleksander soou divertida, mas a expressão estava sombria - As mãos ou as asas?

O illyriano congelou, vendo o criador encarar ele fixamente.

- O quê? - puro medo era presente em sua voz, mas ele rosnou, fazendo menção de se levantar.

Amarras de escuridão rodearam seu corpo, deixando o macho preso ao chão, Aleksander sorria pequeno.

- Não pode fazer isso! - ele rosna.

- Não posso? - ele deu uma risadinha - veja bem, eu posso fazer o que eu quiser.

- Maldito!

- Não seja dramático, se escolher as mãos, nunca mais irá pegar em uma espada para lutar e se escolher as asas...bom, isso é óbvio  - o sorriso de Aleksander aumentou.

- Que bom que mataram aquela puta feérica que segurava a sua coleira, ou eu mesmo a mataria - O illyriano soltou, pura raiva em seu semblante.

O sorriso de Aleksander sumiu.

Sua expressão se fechou em puro ódio, os olhos vermelhos faíscando e sua magia serpenteando pelo salão.

Os outros presentes deram um passo para trás quando sentiram a montanha tremer levemente diante do poder do criador.

O illyriano pareceu se dar conta do que tinha falado, porque puro terror cobriu seus olhos.

- Acha que conseguiria lutar contra ela? - Aleksander disse baixinho,  mostrando os dentes - Amélia esmagaria você e nem precisaria usar magia para isso.

Um nó se formou em sua garganta ao pronunciar o nome dela, mas Aleksander não permitiu que vissem o quanto aquilo tinha afetado ele.

Por isso aliviou sua expressão e se ergueu do trono, usando uma túnica totalmente branca.

- Eu disse para escolher, as mãos ou as asas, mas acabei de mudar de ideia.

- O quê? - por um momento, o illyriano pareceu surpreso.

- Arrancarei os asas então - foi a última coisa que Aleksander disse.

Em menos de um segundo ele estava atrás do illyriano, surpreendendo aos outros presentes que deram passos para trás, surpresos com a velocidade dele.

O macho segurou a base das asas do illyriano com as mãos e apoiou um pé nas costas dele.

O illyriano não conseguiu reagir.

Com um puxão, Aleksander arrancou ambas as asas daquele macho.

Sangue jorrou, manchando a roupa do grão-rei e seu rosto.

O grito de dor do illyriano durou por muitos e muitos segundos, ele caiu no chão, gritando e se contorcendo, lágrimas manchando seu rosto.

Aleksander deixou que as asas caíssem no chão, ele sentia o líquido viscoso escorrer por seu rosto.

Mas sorriu ao ver o illyriano se contorcendo e chorando no chão, ainda gritando de dor.

Puro horror cobria a face dos comandantes presentes.

A expressão de Devlon continha medo.

Aleksander já tinha uma espada na mão quando se aproximou do illyriano que tremia de dor no chão.

Com um movimento a lâmina desceu sobre o pescoço do macho, arrancando a sua cabeça.

Os gritos cessaram e a cabeça do illyriano rolou pelo chão, sua expressão congelada em um grito de dor.

O criador apenas encarou os outros presentes.

- Se me desafiarem, serão os próximos.

                                {...}

Aleksander se permitiu tomar um banho antes de sair novamente, ele saiu do banheiro com nada além de uma toalha enrolada em sua cintura, gotas de água ainda escorriam por seu peitoral e seu cabelo estava úmido.

Ainda tinha coisas para tratar.

Seu quarto na cidade escavada era grande, exageradamente grande, em tons de preto e vermelho vinho.

Mas Aleksander tinha gostado daquele quarto e o tomou para si, fazendo algumas mudanças nele.

O quadro pendurado na parede em frente a sua cama era uma das coisas novas por ali.

Aleksander encarou a pintura.

Ele achou na sua outra casa, há alguns dias atrás quando voltou lá.

Era o quadro dele que Amélia tinha pintado.

Aleksander não sabe se ela teve tempo de terminar o quadro que ele tinha pedido, o quadro dela.

Ele nunca iria saber...

Um movimento na sacada chamou sua atenção e ele passou a mão nos cabelos molhados, estreitando os olhos para a sombra que se moveu ali, escondida pelas cortinas esvoaçantes que estavam fechadas.

Uma fêmea passou por ali.

Aleksander ergueu ambas as sobrancelhas, surpreso.

Ela era loira, os olhos azuis e a típica beleza feéricos, além de ser esguia.

A fêmea usava um robe de seda vermelho, cujo a abertura do decote deixava parte de seu colo à mostra.

Ela tinha um sorrisinho no rosto, pura malícia em seu olhar.

Em um movimento Aleksander segurou seu pescoço e a fêmea arfou quando suas costas bateram contra a parede, o macho a encarou desconfiado, ainda com a mão ao redor de seu pescoço.

- Quem é você? - ele pergunta  baixinho, a voz fria.

A fêmea apenas sorri, a respiração ofegante e o olhar malicioso fixado nele.

- Eu sou um presente - ela ronrona, a voz como a de um amante.

Ele estreita os olhos, desconfiado.

- Que tipo de presente?

A mão dela se espalmou em seu peitoral e a fêmea sorriu ao sentir os músculos.
- O que você acha?

O corpo de Aleksander ficou tenso.

Ele se afastou dela, mas a fêmea voltou a se aproximar e tocar seu rosto.

Ele agarrou seu pulso em um rompante, a expressão fechada.

- Sai - ele rosnou.

A expressão dela se tornou satisfeita com o desafio.

- Tem certeza? - em um movimento, o robe de seda caiu no chão, deixando-a totalmente nua.

Aleksander não tirou os olhos de seu rosto, mesmo quando ela se aproximou.

- Sou sua por essa noite, criador - ela murmurou.

- Vá embora - ele rosnou.

Ela sorriu maliciosa.
- Não precisa temer, a feérica não pode mais prender você.

Mas ele a encarou com uma raiva letal.

- Se não sair daqui nos próximos dez segundos, vou arrancar a sua cabeça - ele rosna baixinho.

A expressão dela é coberta pelo medo.

- Mas...

- Nove, oito, sete...- ele começou a contar.

A fêmea franziu o cenho para ele.

- Por favor...

- Cinco, quatro...- ela pegou o robe, vestindo e saindo do quarto antes que a contagem terminasse.

Ele suspirou irritado, se perguntando quem tinha mandado aquela fêmea.

E porque diabos ela tinha ido ali? Ele poderia mata-la com um pensamento.

Aleksander suspirou, se aproximando de seu guarda roupa e pegando uma calça cinza e uma camiseta branca.

Quando terminou de se vestir, o macho pegou um copo com um líquido âmbar em seu bar improvisado no próprio quarto e saiu para a sacada.

Ele tomou um gole, sentindo o líquido queimar em sua garganta.

E então observou a cidade abaixo.

Estava escura em sua maior parte, poucos pontos de luz chamavam atenção, mas a cidade em si estava silenciosa.

Aleksander suspirou, apoiando os cotovelos no parapeito e encarando a barreira de magia ao longe.

Magia roxa.

Como a magia de Amélia.

- Sinto sua falta - ele murmurou, cansado.

O macho permitiu que sua máscara caísse pouco a pouco, o cansaço sendo evidente em seu rosto, a tristeza tomando seus olhos.

Estava falhando em conseguir trazer Amélia de volta, Aleksander não conseguiu sequer uma informação.

E já destruiu duas aldeias, ele não conseguia mais controlar sua raiva.

Ele tinha que descontar em algo ou acabaria enlouquecendo.

Mas ele não poderia demonstrar isso, não para os outros.

Ainda tinha uma vingança para completar.

Horus já estava cuidando de algumas coisas, garantindo que o plano de Aleksander desse certo.

Ele falou a verdade quando disse que a mãe se arrependeria de ter desafiado ele.

A porta do quarto foi aberta de forma brusca, Cassandra passou por ela, sendo seguida por um guarda.

Aleksander franziu o cenho ao vê-la caminhar até ele.

- Meu senhor, perdão - o guarda disse.

Aleksander o dispensou com um simples gesto de mão.

- Tudo bem.

O guarda os deixou sozinhos.

E Cassandra o encarou feio, com os braços cruzados.

- Vai ficar parada me olhando ou vai falar o que quer? - ele questiona, tomando mais de sua bebida.

Cassandra suspira, parecia cansada de uma forma que nem mesmo Aleksander conseguia explicar.

- Primeiro destrói Velaris, depois destrói um exército, toma a cidade escavada, aprisiona Prythian, prende os grão-senhores, mata quem se opuser a você e destrói duas aldeias por que eles não lhe disseram o que queria, você enlouqueceu?! - ela grita.

Aleksander arqueia uma sobrancelha.

- Não sou eu que estou gritando - ele caminha até seu bar improvisado, deixando o copo lá e se virando para ela de novo.

A expressão dele é fria e aquilo irrita a fêmea.

- Você está ficando louco - ela aponta o dedo para ele, pura raiva em suas feições.

- Louco por querer vingança? - a expressão dele lentamente é tomada pela raiva.

- Acha que isso é vingança? - Cassandra se aproxima - está matando quem ela amava, acha que ela estaria orgulhosa?

Aleksander mostra os dentes, mas os olhos de Cassandra estão cheios de lágrimas.

Ele se aproxima até estarem frente a frente.
- Pare de usá-la para me atingir.

- Eu estou falando a verdade, você sabe o que ela diria sobre isso - ela diz, a voz embargada - Sabe o que Kieran diria.

Pura tristeza nubla os olhos dele, mas Aleksander não deixa que aquilo o faça vacilar.

- Você deveria ser a primeira a me apoiar, estou fazendo isso para trazer eles de volta - ele diz baixinho.

- Às custas da vida de inocentes? Às custas da cidade que ela amava? - Cassandra franze o cenho.

- Destruirei esse mundo se for preciso, mas eles vão voltar - a voz de Aleksander soou fria.

- Você está cego pelo ódio - ela rosna.

Ele lhe dá as costas, decidindo se controlar, porque ninguém mais entenderia suas razões.

Ninguém mais entenderia a sua revolta.

Cassandra continua, a voz quebrada.
- Acha que Amélia se orgulharia?

Aleksander explode, encarando a fêmea com ódio.

- Ela está morta! - ele grita, lágrimas brilhando em seus olhos - Vocês mataram ela, tiraram ela de mim, então...se realmente se importa com sua família, fique longe de mim, porque eu vi o que aconteceu quando ela confiou em vocês e eu não vou cometer o mesmo erro.

A expressão de Cassandra desaba e ela olha Aleksander com decepção.
- Ela teria tanta vergonha.

Ele vacila.

Por um momento, um mísero segundo, Cassandra viu a postura dele vacilar.

Como se a mínima ideia de Amélia o odiar fosse algo que ele não pudesse suportar.

Ele dá as costas para Cassandra, a respiração acelerada.

- Vá embora.

Mas ela dá um passo a frente.
- O Belel me disse o que aconteceria com você, ele disse para eu ficar ao seu lado e eu vou fazer isso, mas não posso continuar tentando te ajudar se matar mais inocentes - ela impõe.

Ele fecha os olhos, ainda de costas para ela, para que Cassandra não veja as lágrimas que banham seu rosto.

- Não preciso de você - a voz dele falha, o macho se amaldiçoa por isso.

A fêmea se aproxima, seu cenho se franzido em compreensão.

- Eu sei que dói e que é difícil, mas precisa entender que não está indo pelo caminho certo - ela diz, a voz baixa.

Ele suspira cansado.
- Eu implorei a mãe para que trouxesse ela de volta, implorei para que trouxesse Kieran, sabe o que ela me disse? - ele soltou uma risadinha seca - nada.

O macho se vira, o rosto ainda molhado pelas lágrimas e os olhos vermelhos.

- Eu não vou parar, não até trazer eles de volta, então se não quer ficar ao meu lado, tudo bem - é o que ele diz antes de caminhar para a sacada.

- Acha que ela ficaria ao seu lado? - é a resposta dela - continue destruindo se quiser, mas...quando tiver dúvida se está fazendo o certo, se questione se ela o apoiaria.

A fêmea sai do quarto, deixando Aleksander ainda pensativo, ainda se permitindo chorar silenciosamente.

                               {...}

Aleksander abriu os olhos, sentindo um pressentimento ruim.

Ele não sabia onde estava, mas sentia o chão gelado e úmido abaixo de si.

O macho estava deitado, ouvindo vocês desconexas e uma gritaria.

Ele se ergueu com dificuldade, olhando ao redor.

Estava no acampamento, naquele mesmo dia em que foi preso.

Amélia estava ali, ainda sendo segurada para que não se aproximasse de Aleksander.

Mas ele já tinha sido atravessado, Amélia estava sorrindo, encarando Cassandra que também sorria.

E então aconteceu, a flecha a acertou e o sorriso sumiu do rosto dela.

Aleksander desviou os olhos, ouvindo a gritaria ao seu redor.

Ele estava sonhando, igual nas outras noites.

Mas dessa vez parecia ser pior dessa vez, porque ele sentia a pressão crescente em seu peito, uma dor que ele não sentiu nas outras vezes que sonhou.

Aleksander sentiu sua respiração falhar, o ar fugindo dos seus pulmões conforme ele tentava se acalmar, sem sucesso.

A visão mudou, dessa vez Amélia estava em uma cama, mas seus olhos já tinham se fechado, ela já estava morta.

Feyre e Rhysand choravam, assim como o resto da família do grão-senhor.

- O que...- ele não conseguiu terminar, tudo aconteceu muito rápido.

Ele abriu os olhos em um rompante, sentindo a falta de ar lhe atingir.

Tinha sonhado com ela de novo, mas dessa vez tudo aconteceu tão rápido.

E ele sentia como se fosse explodir.

O macho se ergueu da cama, fechando os olhos para acalmar a respiração e tentando se controlar.

Mas a dor em seu peito insistia em crescer.

Ele não suportava mais estar sem ela.

Aleksander não suportava mais viver sem Amélia.

Ele não tinha mais Kieran, seu amigo.

Estava sozinho.

Prythian o odiava, sempre odiou desde que ele voltou.

Qualquer um naquele continente o mataria sem pensar duas vezes.

Ele não podia confiar em ninguém além de Horus.

E até Horus estava diferente, desde a morte de Reina ele não tinha mais voltado para a sua forma, como se aquilo o fizesse lembrar dela.

Horus estava em sua forma de sombras, sempre frio e distante.

E Aleksander se sentia sufocado, tanto rancor, tanto ódio e...tanta magia.

E ele ainda sim não conseguiu salvar ela, não conseguiu salvar seu amigo.

Tanto poder...

E ainda sim se sentia incapaz.

Ele arquejou, um som doloroso deixando sua garganta quando suas pernas falharam e ele caiu no chão, de joelhos.

O ar não chegava aos seus pulmões.

Aleksander sentia como se estivesse sufocando, como quando ficou preso naquele caixão de ferro.

Só que agora ele não sabia como escapar.

Ele nem sabia o que estava acontecendo.

Seu coração estava acelerado, batendo tão rápido que ele conseguia ouvir os batimentos, parecia prestes a explodir.

Ele sentiu a dor aguda cruzar seu peito e colocou a mão em cima do coração, usando magia para parar o que quer que fosse aquilo.

Mas não conseguiu se concentrar, lágrimas molharam seu rosto e ele arquejou em busca de ar, puxando uma respiração forte na tentativa de parar aquilo.

A porta de seu quarto foi praticamente arrombada e passos rápidos foram ouvidos.

A visão do macho estava turva, mas ele ouviu uma voz chamando seu nome.

- Aleksander!

- Cassandra...- ele murmurou, sem forças para encarar a fêmea.

Sentiu mãos segurando seu rosto e quando ergueu a cabeça, viu a expressão desesperada dela.

- O que é isso? - ele grunhe, fechando os olhos.

- Olha pra mim! - ela diz alto, o obrigando a fazer isso - Respira fundo e solta o ar devagar, vamos.

A fêmea demonstrou como fazia e Aleksander tentou seguir seus passos, com muita dificildade.

E quando conseguiu controlar sua respiração minimamente, quando a dor em seu peito diminuiu e seu coração voltou a bater normalmente, ele desabou, caindo deitado no chão, mas Cassandra o segurou, mantendo o macho sentado, ainda que sentisse dificuldade pelo peso dele.

Os olhos de Aleksander estavam fechados e ele parecia cansado.

- O que houve? - ela questionou baixinho.

- Sonhei com ela - foi a resposta baixa e rouca dele.

Cassandra suspirou, sabendo como ele se sentia, de alguma forma, parecia pior do que com ela.

Porque Aleksander não tinha mais ninguém além de Horus e...ele tinha perdido as únicas pessoas que o amavam.

Cassandra entendia o porque o Belel tinha pedido aquilo a ela, para ajudar ele.

Porque só ela o entenderia.

Cassandra se aproximou quando a primeira lágrimas caiu no chão, seguida por outra e então outra.

Aleksander estava chorando silenciosamente.

Ela passou os braços ao redor dele, como fez no dia em que ele visitou o túmulo de Amélia.

- Está tudo bem - ela sussurrou, suas próprias lágrimas no rosto.

O soluço dele foi baixinho e novamente, depois de tantos dias, ele se permitiu chorar.

E Cassandra ficou lá, silenciosa, deixando que ele chorasse tudo o que vinha guardando há tanto tempo.

Demorou muitos minutos para que ele ficasse em silêncio e quando o fez, quando se afastou dela, ele a encarou.

- Me desculpe - por tudo, era o que ele queria dizer.

A fêmea franze o cenho.
- Está mesmo arrependido?

Ele desvia o olhar.

Não, Aleksander não estava.

- Eu não consigo me arrepender, não até traze-los de volta.

Cassandra suspira.
- Durma, conversaremos sobre isso amanhã.

Ele assente e com a ajuda da fêmea se levanta.

- Cassandra - Aleksander a chama quando a fêmea faz menção de sair do quarto.

Cassandra o encara, esperando que ele diga algo em relação ao arrependimento que não sente.

Mas o macho apenas a olha com gratidão.
- Obrigado.

O tom dele, a forma como a encarou...

Cassandra soube que Aleksander não ia parar, que ele a estava agradecendo por ajuda-lo, mas que ele não iria parar a sua vingança.

A fêmea apenas suspirou, assentindo antes de sair do quarto.

                             {...}

Horus estava encarando Aleksander com frieza, não direcionada ao criador obviamente.

Essa era a expressão de Horus agora, ele parece ser o único que quer o mesmo que Aleksander, vingança.

E ambos teriam.

Aleksander abotoava o seu sobretudo cinza, ouvindo o relatório de Horus.

- Como as coisas estão por lá? - ele questiona.

- Os feéricos já não estão relutantes em usar a magia para transferir a água - ele responde.

- A barreira de magia vai resistir, eles devem continuar transferindo água até a barreira transbordar, só então eu irei agir - a voz de Aleksander era afiada, sem qualquer resquício da dor da noite anterior.

- Eles irão, senhor, a barragem já passa da metade da capacidade total - ele responde.

- Acha que fica pronta em uma semana? - ele questiona.

- Talvez antes disso - ele responde.

O criador sorri.

- Ótimo - ele se vira para Horus, encarando-o com satisfação - quero você aqui hoje, iremos jantar.

Horus arqueia uma sobrancelha.
- Posso saber com quem?

O sorriso de Aleksander é sádico.
- O Mestre-espião.

Puro ódio enche a expressão de Horus e antes que ele negue, Aleksander fala novamente.
- Você vai gostar do nosso jantar de hoje.

- Como? - Horus questiona.

Aleksander caminha até passar por ele, fazendo um sinal com a mão para que Horus o siga.

- Venha, vamos visitar alguém.

Horus o segue.

- Quem, meu senhor?

Aleksander sorri ainda mais, caminhando pelos corredores em direção ao quarto de hóspedes.

- Conhece Gwyneth Berdara?





































































* Amei escrever a cena dele arrancando as asas do illyriano, me julguem.

Spoiler: Logo Aleksander vai visitar illyria ein...

Ele tendo uma crise por sonhar com Amélia 😥

Ele tá negando o luto por ainda ter esperanças de que ela vá voltar.

Mas será que ela volta?

E Kieran?

Que barragem é essa que Aleksander está construindo ein? Teorias?

Tô amando ver ele e Cassandra se aproximando aos poucos, criando uma amizade lentamente, mesmo que seja instável.

Próximo capítulo vai pegar fogo, essa última frase de Aleksander ein? 👀

O que será que ele vai fazer?

Espero que gostem.

Bjs.



















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