Longe da cidade

By Lemussumeci

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Após não passar em nenhuma das faculdades que se inscreveu, Yasmin é obrigada a se mudar para Boirapera, uma... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24

Capítulo 20

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By Lemussumeci

 Passamos o resto da tarde nos arrumando, já que éramos muitas e meninas quando se arrumam juntas demoram bem mais.

Conseguimos ficar todas antes do esperado e seguimos para a praça. As meninas parecem animadas mas com um pé atrás por ser na praça.

— Chegamos lindas. — Digo e vejo que a maioria já está aqui.

— Yas! Você veio. — Nanda diz me abraçando e sorri para as meninas. — Prazer, eu sou Fernanda.

— Essas são Ayla, Raquel, Stella, Nat e Helena. — Elas sorriem e cumprimentam Nanda.

— Venham conhecer o pessoal. — Ela nos guia até a roda onde seus amigos estão e apresenta as meninas.

— Amigas da Yas são nossas amigas também, sentem ai. — Cecília diz e as meninas se ajeitam na roda.

— Cadê aquela sua amiga bonitinha? — Stella sussurra no meu ouvido e demoro um pouco para entender de quem ela fala.

— A Sofia? — Ela concorda com a cabeça. — Não sei se ela vem, mas sinto em te dizer que ela namora.

— Não acredito. Ela é muito linda para namorar com outra. — Ela faz uma cara triste e eu dou risada dela. — Então vocês nunca ficaram?

— Não, claro que não.

— Achei que já tinha ficado com alguém.

— Já fiquei, mas não foi com ela não. Nem vai dar pra você conhecer a menina porque ela se mudou.

— Você sempre dá sorte, né? Nenhuma dura. — Rimos juntas. Somos amigas antes do meu namoro com a Ayla então ela conheceu várias ficantes minhas, que nunca duraram. — A única que durou tá bem ali. — Ela diz olhando para Ayla, que está conversando com Cecília.

— Você nem começa.

— Sabe que só viemos para vocês voltarem, né? — Ela diz tão naturalmente que me pergunto como não pensei nisso.

— Não vieram para me ver? — Digo um pouco chateada e acho que ela percebe.

— Claro que viemos mas essa coisa de não nos vermos é mentira, sempre nos encontramos mas sempre parece que falta alguém. — Ela me dá um empurrão com o braço. — Queríamos nosso casal de volta também.

— Não tem muito que vocês possam fazer.

—Ela ficou muito mal Yas. Desde que vocês terminaram. — Ela parece pensar no que vai dizer. — Eu sei que ela não demonstra e nem te falou nada mas ela sofreu muito. Ela ficou sozinha em casa, não queria ver ninguém, nem a Nat. Foi um período difícil para todo mundo.

— Eu não fazia ideia.

— Nem tinha como você saber. Sempre que falamos que íamos te contar ela ficava brava e chateada e não deixava. — Ela respirou fundo. — A gente respeitou o tempo dela. Agora ela parece melhor. — Ela diz e eu olho para Ayla.

— Achei que ela tinha ficado de boa com o término, ela sempre aproveitou ser solteira mais do que eu. — Antes de termos algo sério ela ficava com várias pessoas e nunca me escondeu isso, mas eu nunca liguei.

— Era diferente, ela não tinha te conhecido e não sabia o que era estar com você. — Não respondo porque não sei o que dizer, não fazia ideia dessas coisas.

— E você Stella? Faz o quê? — Escuto Cecília perguntando e vejo que todas estão conversando agora.

— Eu faço curso de direito. — Ela responde e elas engatam em uma conversa sobre o curso.

— Eu vou ao banheiro. Já volto. — Digo e saio sem saber se alguém ouviu o que eu disse. Aqui na praça tem uma vendinha que parece aquelas de bairro e nos fundos tem um banheiro. Cumprimento a moça que trabalha lá e sigo para os fundos. Entro na cabine para respirar e quando saio vejo Ayla parada na pia, vou na torneira do lado e lavo a mão, fingindo não ligar para sua presença.

— Você tá bem? — Ela pergunta encostada na parede me olhando.

— Sim, por quê?

— Você saiu tão rápido de lá, fiquei preocupada.

— Não foi nada, só tava apertada. — Minto na cara dura.

— Não tava não. — Olho para ela sem entender. — Você não deu descarga e eu te conheço para saber que se não fez isso não foi ao banheiro.

— Você é fiscal de xixi agora? — Ela ri.

— Só quero que saiba que eu me preocupo, se quiser conversar pode me procurar.

— Você também. Pode me falar se precisar. — Digo e ficamos em silêncio nos olhando. — Não vai falar nada?

— Não tenho nada o que dizer.

— Não foi isso que fiquei sabendo.

— Stella já foi abrir a boca, né? Sabia que ela não ia aguentar. — Ela desvia o olhar do meu sem conseguir me encarar.

— Por que não me procurou? — Essa é a parte que não consigo entender. Se ela tivesse vindo falar comigo, com certeza teríamos voltado.

— Não queria que ficasse comigo por pena.

— Você é maluca? — Ela me olha confusa. — Eu te amo. Te amo desde que a gente se viu pela primeira vez. Acho que isso nunca vai passar e por mais que tenhamos... — Sinto minhas palavras se perderem assim que ela encosta nossas bocas. É um beijo calmo, que representa saudade. Nossa, como senti falta disso.

— Desculpa, não ter te procurado. Eu fui a errada, eu tinha que ter ido atrás de você. — Ela diz assim que nos separamos, mas continua bem perto de mim.

— Não importa. Na verdade importa muito, mas só de você saber que errou já me dá um alívio. — Ela ri e fica me olhando.

— Você sempre gostou de estar certa.

— Quem não gosta né?

— Sempre que penso nisso lembro daquela frase que amar é melhor do que ter razão.

— Eu sei. É uma boa frase. — Ficamos em silêncio e depois de um tempo me olhando ela sorri. — O que foi?

— Senti falta de te olhar. Você é muito linda. — Sorrio e é minha vez de beijá-la.

Nos beijamos por um tempo até que escuto a porta abrir. Olhamos rapidamente em direção a ela e vejo que é a Bia.

— Meu Deus! Me desculpa. — Ela parece tão envergonhada e sai tão rápido quanto entrou, nem consigo dizer nada.

— Acho melhor irmos. — Ayla diz.

— Sério? — Digo em um tom irônico e ela me beija novamente antes de sairmos. Vejo Bia encostada na parede do corredor e decido falar com ela. — Vai indo que eu já vou. — Ayla concorda e segue. — Oi. — Digo me aproximando devagar e ela me olha tímida.

— Foi mal, não sabia que vocês tavam lá.

— Não tem problema. Você nem tinha como saber. — Ela assente e o silêncio permanece. — Vim conversar pra saber se não ia ficar um clima estranho entre a gente, mas pelo visto já tá. — Ela ri.

— Não queria que ficasse estranho também, só que eu já tava tendo um dia ruim, fui para o banheiro tentar respirar e vejo vocês se pegando.

— Você quer conversar sobre seu dia ruim? — Pergunto pois não custa nada tentar ajudá-la.

— Sem ofensas, mas você seria uma das últimas pessoas que eu poderia falar. Você é legal e tal, mas é muito próxima do meu problema. — Penso um pouco e me toco que o problema talvez seja Sofia.

— Se for sobre Sofia, não ligo. Minha vó que é puxa saco dela. — Ela ri.

— Ela não gosta de mim. — Ela diz mas parece não se importar muito. — Geralmente quem gosta da Sofia, não gosta de mim. Não sei o que ela diz para as pessoas.

— Para mim ela nunca disse nada. — Ela disse poucas coisas sobre seu relacionamento com Bia.

— Talvez isso seja coisa da minha cabeça só, e as pessoas realmente não gostem de mim sem influência dela.

— Não fala isso. Vai ver você é muito pra essa cidade, muito pra essas pessoas, grande demais para tudo isso. — Não sei da onde isso surgiu, mas acho que foi a coisa certa a se dizer pois ela me abraça e parece emocionada.

— Obrigada Yas. Eu tenho que ir agora. Muito obrigada. — Ela grita já saindo do lugar e me deixando sem entender nada. Mas ela parece feliz, acho que é isso que importa. 

 Voltei para o lado de fora e ficamos conversando até tarde, quando decidimos ir para casa. 

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