august (larry's version)

By kitty_y

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recortes dos finais de semana que Harry e Louis passaram juntos, na casa do lago, no meio da floresta, cresce... More

the 1
1 - culto demoníaco
2 - sanduíches
3 - ferrugem na sua porta
4 - closet (vol.1)
5 - cozinha não é um bom lugar para se guardar a identidade
6 - piratas
7 - você é a pior pessoa que eu já conheci em toda minha vida
8 - Duncan careca
9 - closet (vol. 2)
10 - seven
11 - fusca azul
12 - lua cheia
13 - dia de dar! (no escuro)
14 - se a vida te dá um pneu...
15 - casa abandonada
16 - closet (vol.3)
17 - banheiro
18 - anjo caído
19 - boop!
20 - filme de terror (part.1)
21 - filme de terror (part.2)
22 - despedidas
23 - fantasma
24
25 - Harry
26 - odeio você
27 - telefonema maldito
28 - festa e Ziggy Stardust
29 - reunião de família
30 - Príncipe Encantado e o Psicopata
31 - chat
32 - ☆
33 - Tomlinson, venha pegar minha bola!
34 - The end
35 - Next Chapter
36 - eu não esqueci de nada
37 - Elton John pela Garota Bonita
38 - camiseta
39 - shrek saradão
40 - por que ainda me chama?
41 - Com amor, Louis
42 - James Dean
43 - você sabe o que há de errado
44 - "idiota"
45 - exílio
46 - dromedário de 20.000
47 - acampamento
48 - peace
49 - E & W
50 - estrelas
52 - eles podiam ter ficado juntos no final
53 - home
54 - melancia
55 - Julia e Johnny
56 - meias
57 - bolas e línguas
58 - queimadura de sol
59 - sanguessuga
60 - satélites
61 - the "I remember what you said last night" chapter
62 - don't read the last page

51 - the lakes

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By kitty_y

i fall apart with all my heart,
and you can watch from your window
— Tennis Court, Lorde

Haviam passarinhos cantando do lado de fora e cheiro de café da manhã inglês no ar.

Louis abriu um olho, achando a luz da manhã entrando escassa através do tecido da cabana, chegando um tanto esverdeada no colchão, nos lençóis no chão, em seus olhos e em Harry, deitado ao seu lado.

Ele não se atreveu a se mexer, não se atreveu a mover um dedo sequer, com medo de perder a imagem que tinha agora: Harry, deitado ao seu lado, de costas para Louis, com nada além de um calção, a corrente dourada e meias nos pés. Dormia pacificamente, com uma das mãos embaixo do próprio travesseiro enquanto o outro braço estava estendido para lá. Os cachos bagunçados e jogados por cima da fronha bege, o maxilar relaxado e os olhos fechados delicadamente.

Louis ergueu a cabeça devagar, umedecendo os lábios, tomando cuidado para não acordá-lo, e o olhou de cima, pensando que em algum momento da noite Harry tirou o casaco que vestia e o jogou aos seus pés.

Louis sorriu, as bochechas corando, e se viu ali, dentro da mesma cabana que Harry, sorrindo feito um bobo apaixonado para Harry. Viu toda sua vida se resumir àquilo, àquela cabana, à respiração serena que fazia seu peito subir e descer sob a claridade mansa; viu seu mundo se reduzir àquele espaço e tempo, à Harry e ao que sentia no fundo de seu peito, aquele sentimento bom que não possuía nome nem forma mas o fazia sorrir sem jeito, sem medo que acabasse, sem preocupação em segurá-lo, apenas mergulhando ali. E Louis estava bem, nunca esteve melhor, poderia viver daquela forma eternamente, naquele momento eternamente, assistindo Harry dormir.

Ele comprimiu os dedos dos pés, os estalando, felizinho, e decidiu se levantar antes que acordasse Harry sem querer. Mas decidir isso em pensamento era mais fácil do que executar de fato. Louis mordiscou o lábio inferior com nervosismo, tentando conter o sorriso que só crescia e crescia e crescia. Tinha que sair dali, mijar, tomar café da manhã-

— Eu sei que você está me olhando. — A voz de Harry soou, e Louis só entendeu que ele estava acordado quando viu a pequena covinha surgindo na sua bochecha.

Louis gaguejou, pego no flagra, sem conseguir achar algo concreto pra falar, então só se jogou por cima da lateral de Harry, deixando sua cabeça pender ao lado de suas costelas.

— Não sabe, não. — resmungou, inspirando seu cheiro, sentindo o calor de seu corpo, e sorrindo de novo.

— Louise acordou com aquele papo político de novo? — Harry perguntou, a voz rouca de sono, os olhos ainda fechados. — Estão fazendo café inglês e não panquecas como os americanos. — Ah, sim, Louise não defendia o patriotismo, apenas defendia a não-americanização das coisas.

— Não sei. Não levantei ainda. — respondeu, esticando um dedo curioso na direção do braço esticado de Harry, subindo-o pelos músculos de seu bíceps e o descendo mais um pouco para dedilhar sua veia esverdeada.

— Estava me esperando?

— Não. — Louis mentiu, sabia que Harry sabia a verdade. — Só estava pensando em como sairia daqui já que você me espremeu no canto da cabana e ficou com a cama inteira pra você e Dylan.

— Ei, não fale do seu irmão, ele não está aqui para se defender! — Era engraçado escutar Harry tentando demonstrar algum sentimento na voz quando tudo o que saía era sono.

— Então confessa que veio pra cima de mim durante a noite? — Louis perguntou, erguendo o queixo para olhá-lo.

— Não. Foi você que veio pra cima de mim, seu bobão. — Harry respondeu, sonolento, se espreguiçando e esticando os pés entre os pés de Louis.

— Que mentira, eu nunca fiz isso! — Louis protestou, presenciando a linda cena de Harry sorrindo contra o travesseiro, os olhos fechados se esticando nas extremidades.

— Ahh, você é tão chato... — Harry reclamou, escondendo as duas mãos debaixo do travesseiro, inclinando mais o quadril e, consequentemente, esfregando a lateral da coxa contra a ereção matinal de Louis.

Louis lentamente paralisou, tendo total e absoluta consciência do que estava acontecendo, sentindo o calção de Harry subir contra sua perna, sentindo o elástico azul que circundava os ossos do quadril de Harry raspando contra a sua própria V line.

Ele se ergueu sobre as mãos, uma de cada lado do corpo de Harry, sem interromper o contato de seus quadris, descolando seu peito da costela dele e olhando-o de cima. Queimando por dentro, sentindo algo se espiralar em sua barriga uma, duas, dezenas de vezes, passando os olhos pelo seu rosto, pelo seu pescoço, pela maldita corrente dourada e sendo atraído pela tatuagem de estrela. A hipótese de que Harry tinha caído no sono de novo e tinha feito aquilo por acidente passou pela sua cabeça, mas logo desapareceu quando os pés dele agarraram uma de suas panturrilhas como se a quisessem para si.

Louis sorriu pequeno, rindo de si mesmo e pensando que definitivamente tinha que sair dali agora. Ele tentou comprimir os lábios, mas não conseguiu, então flexionou os braços e abaixou o tronco, deixando um beijo rápido no ombro de Harry.

Harry franziu o cenho, pego de surpresa, mas quando abriu os olhos e ergueu a cabeça, Louis já tinha saído da cabana e um "Bom dia para você também" soava do lado de fora.

O sol esquentava gradativamente com o passar das horas. Eram nove e pouca, os pinheiros altos delimitavam o céu azul de forma simétrica, pequenas nuvens se desmanchavam até desaparecerem, a brisa soprava a superfície do lago e a fazia reluzir feito zilhões de pedras de brilhante.

Harry já estava sentado à mesa, esperando que toda a família estivesse sentada para começar a comer, escutando Lina, sentada ao seu lado, falar sobre o desenho que coloria.

— Não é possível que só eu tenha escutado os barulhos na floresta. — Louise falava do seu outro lado.

— Você. É. Maluca. — Lorelai repetia. — Óbvio que só você escutou.

— E você dorme igual um velho! Porque não é possível, eu escutei um barulho muito estranho, parecia um sonar ou... o radar do nosso barco.

— Eu sabia! — Harry escutou seu pai exclamar como se gritasse "Eureka!" — Aliens estão rondando nossa casa!

Harry franziu o cenho levemente, mas não ergueu a cabeça do encosto da cadeira nem abriu os olhos.

— Ai, pai, claro que não. — Sarah falou.

— Tenho medo de aliens. — Lissa falou, baixinho, na ponta da mesa.

— Johnny, querido, por favor, podemos não falar disso? — Jane falava de algum lugar.

— Mas é verdade! Querida Alissa, não há o que temer, estamos todos seguros dentro de casa! — Ele continuou.

— Na verdade... Nem tanto. — Louise contrapôs. — Não temos nenhum cachorro e eles conseguem entrar facilmente em casa.

— Como sabe disso? Por acaso já os perguntou isso? — Lorelai implicou.

— Ai, garota, fica quieta, você não acredita em nada além do que lê nas suas revistas de moda! — Louise chiou e as duas começaram a discutir.

Harry sorriu sob o sol, ainda de olhos fechados, sentindo-se em casa, em paz, sabendo que existindo alien ou não, com discussão ou sem, estavam em família, e nada nem ninguém poderia interferir no laço entre eles.

Ele escutou passos pelas tábuas de madeira, provavelmente sua mãe, Jo e Fred se aproximavam para comer, mas não se deu o trabalho de se mover ainda, sabia que não eram Louis porque conhecia muito bem o som de sua passada e a forma que andava e como aquelas madeiras rangiam sob seus pés.

Até que um aroma diferente preencheu o ar, algo doce, erva doce, mas não o chá ou a essência. Tinha o quê morno e simultaneamente refrescante de sabonete, suave feito água e com uma pitada de amaciante de lavanda. Ele conhecia aquele cheiro, era o mesmo que beijava seu nariz quando entrava no banheiro após Louis tomar banho, o mesmo que inundava os lençóis de Louis, o mesmo que exalava de Louis. Harry ergueu a cabeça, tendo os olhos atingidos pela luz do sol, aguçando os ouvidos ao escutar passos que conhecia muito bem a vida inteirinha.

Louis surgiu, um bico no rosto, os cabelos lisos úmidos penteados para trás, uma camiseta de algodão e uma bermuda jeans surrada, e sentou-se de frente para Lina. Harry prendeu o riso, Louis tinha tomado banho pela razão que tinha em mente ou por qualquer outra?

— Teve um sonho erótico ou o quê? — Louise o olhou com estranheza, e Louis engasgou com a própria saliva.

— Louise! — Jo reprendeu a filha.

Harry comprimiu os lábios, fazendo muita força pra não rir.

— Eu só tomei banho, garota! É bom às vezes, sabia? Deveria tentar. — Louis estava vermelho e não era pela crise de tosse.

— Ah, Louis, olha quem fala! Fiquei surpresa porque você toma só um banho por dia, e olhe lá, e tomou um logo pela manhã... antes mesmo de comer... Sei lá, estranho.

— Claro que não, Louise! — Louis parecia envergonhado, lançando um olhar na direção de Harry rapidamente. — Eu não faço isso-

— Ah, sim, tem dias que você nem toma, né...

Antes que Louis pudesse rebater, sua mãe interrompeu:

— O que acham de velejar em algum dia dessa semana?

— Acho uma ótima ideia! — Jane concordou. — O tempo já firmou, aposto que o mar está ótimo. 

— Eu topo! — Lorelai disse, animada, e Sarah concordou com a cabeça, sorrindo pequeno enquanto mastigava.

— Bom, podem levar seus amigos se quiserem, com exceção daquele Lee, Louis, por favor. — Tia Jo disse, e Harry olhou disfarçadamente para Louis, tentando achar qualquer traço que indicasse que ele iria contra, que havia a possibilidade de Lee ir.

— Nós não somos mais amigos. — foi a resposta de Louis, tranquilo, se esticando para pegar a caixa de cereal colorido.

— Ah... não? — A mãe dele estava surpresa, assim como Harry, que esticou os pés para cima da cadeira vazia ao lado de Louis e passou a comer mais devagar para prestar atenção na conversa.

— Não. — Louis suspirou, derramando o leite na tigela. — Já faz um tempo, na verdade...

— Graças a Deus! Odiava aquele garoto. — Louise falou, dramaticamente, no meio de uma garfada.

— O que aconteceu? — Lorelai quis saber. — Digo, ele sempre foi idiota, mas o que te fez perceber isso?

Louis suspirou pesadamente. — Sei lá. Só cansei de escutar umas coisas. — E se espreguiçou, esticando os braços para trás e o pescoço para o lado.

Ah! Obviamente Louis achou os pés de Harry e quis fazer algo com eles. Ele puxou a meia de um deles, sem tirá-la por completo, deixando-a daquela forma irritante, como quando você está dormindo e a meia sai sem querer e metade do seu pé fica com frio e você tem que se descobrir todo para conseguir colocá-la de volta.

— Ah, que bom, meu filho, aquele garoto era péssimo. — Sua mãe disse num suspiro. — Mas e quanto a Perrie e Liam?

— Eles estão bem. — Louis respondeu, com um sorrisinho no canto da boca para Harry, que o fuzilava com os olhos. — Vou ver se eles podem ir.

— Arruma. — Harry sibilou, sem emitir som, recebendo apenas aquele sorrisinho irritante como resposta.

— Eu também não gostava daquele garoto, Tommo. — Johnny falou, com pesar. — Ele sempre fazia piadas de mal gosto a respeito das coisas que eu falava. Sabe... eu nunca fiz mal para ele... — lamentou, um tanto cabisbaixo, e sua esposa lhe acariciou as costas com uma mão. — Mas não fique chateado por isso, ele nunca foi seu amigo de verdade.

— Tudo bem, tio Johnny, eu me sinto muito melhor agora.

E Harry analisou a situação. Se sentia aliviado pela ideia de nunca mais precisar se preocupar com a possibilidade de encontrar Lee, mas sua curiosidade o fazia questionar o mesmo que Lorelai perguntou. Louis tinha parado de falar com Lee quando? Fazia um bom tempo desde a última vez que Harry o tinha visto e ele não poderia estar mais agradecido, principalmente agora.

— Harry, leve Zayn e Niall também.

— Okay! — Harry deu um sorriso de covinhas animado para a tia Jo. — Eu vou ver direitinho, ainda não sei se Niall pode entrar na água...  — começou, suspirando quando sentiu as mãos de Louis envolvendo seus calcanhares e os puxando para o colo por debaixo da mesa.

— Por que não? — Louise perguntou. — Ele é sereia agora?

Louis tirou seus meias.

— Não... Ele só- — Harry se calou, congelando, arqueando as costas e parando de respirar por um momento quando Louis apertou o polegar no centro de seu pé, como se apertasse um botão, fazendo os sentidos de Harry se revirarem não com cócegas mas com um rompante de prazer. — quebrou... o pé. — falou, a voz falhando um pouco, voltando a respirar.

— Ai, meu Deus, sério? — Sua mãe parecia preocupada. — Como?

Harry bufou por dentro por ter que continuar a falar enquanto Louis parecia decidido a continuar fazendo o que quer que fazia com seu pé.

— Ele estava numa festa. — começou, sentindo seu interior entrando em combustão quando Louis acariciou o peito de seu pé com carinho, como se pedisse desculpas. — Conheceu uma garota que gostava muito de dançar e decidiu tentar impressioná-la. Ele foi tentar fazer um passo que eu não me lembro o nome e acabou quebrando o pé.

— Ah, coitado. — Jo suspirou.

— Ele pelo menos ficou com a garota? — Lorelai quis saber.

Harry sorriu, lembrando-se de como Niall estava empolgando no telefone ao que lhe contava como quebrou o pé. — Ela o levou para o hospital, passou a noite lá com ele e o levou para tomar sorvete quando ele foi liberado.

— Uma verdadeira história de amor. — Falaram, mas Harry não escutou porque tinha o próprio coração batendo nos ouvidos à medida que Louis o mostrava que não sentia nem um pouquinho pelo que tinha feito antes, à medida que Louis apertava a base de seu pé com os dois polegares e os arrastava para cima com preguiça e nenhum pingo de piedade.

O toque firme que os dedos tinham ao passar pelas áreas de tensão que Harry nem sabia que existiam estavam em perfeita harmonia com a carícia áspera que os calos das mãos de Louis faziam na lateral de seu pé. E o cacheado tentou, com muito esforço, relaxar, dizendo a si mesmo que aquilo que arqueava sua coluna era só receio de alguém vê-los, mas sabendo, bem no fundo, que se estivessem num cômodo sozinhos, Harry já teria perdido todo o controle que tentava segurar com as duas mãos.

Louis, no entanto, parecia tranquilo, não olhava para Harry nem para o colo, prestava atenção no que Johnny falava agora. Mas Harry... Harry tinha decidido ficar parado, o lábio inferior entre os dentes ao que tentava a todo custo respirar, manter a calma, não pensar no que aqueles mesmos dedos podiam fazer em outras partes de seu corpo.

Ao chegar no centro de seu pé, na depressão no meio, no côncavo entre o calcanhar e a carne macia acima, Louis juntou os dois polegares e apertou, de uma vez só, sentindo pequenos pontos duros e tensos e os desmanchando ao girar os dedos para dentro.

Harry não tinha escutado nada que eles tinham falado, mas escutou muito bem o silêncio repentino e sentiu os olhos que se prenderam em si quando ele socou a parte de baixo da mesa com o joelho.

— Ai. — soltou um muxoxo, sentindo o joelho doer e as bochechas queimarem. Ele viu a preocupação subir pelas feições de Louis, mas não se atreveu a esticar os pés de novo. Ao invés disso, dobrou os joelhos e os abraçou em cima da cadeira, os dedos dos pés ainda comprimidos com o que ondulou pelo seu corpo, com o que se embolou na base de seu estômago e fez um nó ali, a mesma coisa que espiralou por entre as suas pernas quando Louis acertou aquele exato ponto.

O dia estava azuladamente azul, e Harry e Louis decidiram aproveitá-lo inteiramente no lago. Já estavam a tanto tempo lá dentro que os pequenos peixes não fugiam mais deles e seu corpo inteiro já estava enrugado.

— Eu acho que eu colocaria um tobogã. — Agora, os dois estavam agarrados a um tronco caído na água enquanto faziam planos de reforma para quando comprassem a casa dos Duncans.

— Eu alargaria o nosso píer o suficiente para colocar uma mesa de jantar, e tiraria o deles, ocupa espaço demais. — Harry opinou, se debruçando na madeira e dando impulso para cima, apoiando o queixo no topo da cabeça de Louis, que estava do outro lado, de costas para ele.

— Usaria a casa deles? — Louis perguntou, se virando e obrigando Harry a se abaixar de novo. Louis tinha feito aquilo porque sabiam o quão próximos estavam, e de repente olhar para Harry de tão perto pareceu uma ótima ideia.

Harry pensou, ainda debruçado na madeira, o corpo inclinado na direção de Louis.

— Não sei... Acho que não. Nunca abriria mão da nossa casa.

— É.... — Louis concordou, brincando com os anéis nos dedos de Harry. — Eu também não. Mas o que vamos fazer com a casa deles então?

— Sei lá. Podemos alugar... Ou fazer tipo a casa da prefeitura, licenciar festas pra cidade inteira no verão. — Harry deu de ombros, enlaçando seu indicador no de Louis.

Louis abriu um largo sorriso. — Acha mesmo que um dia seremos tipo a Pennie e o marido dela?

Harry deu de ombros, sem graça porque ambos sabiam o que aquilo significava. O que envelhecer ali, juntos, significava; como Pennie e Walter, o casal de idosos que se conheceram no verão, quando eram adolescentes, e estavam juntos até hoje.

— Talvez... — disse, olhando-o por debaixo dos cílios. — Gosto da ideia...

— Da ideia de termos uma casa aqui, eu e você, para morarmos aqui, eu e você, e fazermos festas para a cidade inteira, como Pennie e seu marido? — Louis parecia meio deslumbrado, os olhos azuis brilhando assim como a superfície cristalina do lago.

Harry mordeu o lábio inferior, olhando em seus olhos, um tanto tímido e receoso, mas os dedos de Louis ainda estavam entrelaçados nos seus.

— Sim. Moraríamos na casa do lago para sempre, faríamos festas na casa dos Duncan que no caso já seria nossa durante o verão e...

— E quanto às outras estações do ano? — Louis perguntou, um tipo diferente de luz incidindo em seu rosto. — O que faríamos, nós dois aqui, nas outras estações do ano?

Um lado da boca de Harry se curvou num meio sorriso, apenas uma covinha aparecendo.

— Bom, podemos deixar para decidir na hora. — deu de ombros. — Podemos dar outros tipos de festas ou... sei lá, aproveitar um lago e duas casas só para nós dois.

E Louis sorriu, sorriu porque sabia que havia uma promessa ali, sabia que Harry a tinha feito e que Louis também estava comprometido com aquilo.

Estavam sentados na margem lateral do lago quando Louis achou o roxo no joelho de Harry.

— Quem fez isso com você? — perguntou, brincando, os cabelos úmidos espetados para cima porque Louis tinha corrido as mãos por ali minutos atrás.

Harry o olhou com deboche, dobrando o joelho pra cima.

— Desculpa. — Louis sussurrou, e abaixou o rosto para beijar seu joelho, bem acima do roxo que se formava. — Não foi minha intenção. — e substituiu sua boca por uma de suas mãos, fazendo carinho sobre o machucado.

— É. — Harry falou, tentando soar irritado, mas perdeu tudo quando Louis curvou os dedos para a parte inferior de seu joelho, deixando apenas o polegar acariciando a parte de cima. — Sei bem qual foi sua intenção.

Louis lhe lançou um sorriso malicioso, ainda segurando seu joelho, ainda lhe fazendo carinho, ainda com a boca muito próxima da sua perna.

Ao longe, alguém os chamou, gritando que iam sair para jantar, e Louis subiu primeiro para que Harry pudesse ficar mais tempo no lago.

Da janela de seu quarto, Louis se pegou olhando para a casa dos Duncans, sonhando acordado, se imaginando mais velho ao lado de Harry, andando por aquelas bandas e tendo a casa do lado só para eles dois. Sua visão foi atraída por uma movimentação no lago, Harry nadava novamente, o rosto virado na direção do quintal dos Duncans também. E Louis desenhou um X sobre o coração com o indicador, fazendo sua promessa ali, na frente do lago, da casa do lago, e de Harry.

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