21 - filme de terror (part.2)

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23:01

— Louis, você já decidiu o que vai fazer no seu aniversário?

— Não. Ele é só no final do ano.

— Tá. — Silêncio seguiu-se e Louis fechou os olhos, mas então: — Mas você não tem nem uma ideia do que quer fazer?

— Não. Ainda tenho tempo pra pensar.

— Não tem nem uma meta? Ou algo que queira fazer? Tipo, sabor do bolo, quem não vai chamar, coisas assim...

— Não. Ainda tenho um ano pra pensar nisso.

— Ah, tá.

23:35

— Louis?

— Hm.

— Tem certeza que a Tv ligada não está te atrapalhando a dormir?

— Tenho.

— Absoluta?

— Sim.

— Não está falando isso porque sabe que é a única forma de eu dormir, está?

— Não. Não está me atrapalhando, Hazz.

Harry se calou, passando os próximos longos minutos encarando o teto e tentando se lembrar da última vez que Louis tinha usado aquele apelido. Não se lembrava. Ele fazia aquilo quando eram bem novos, crianças. Provavelmente era o poder do sono trabalhando em Louis.

23:55

— Como estão as suas costas?

— O quê? — Louis murmurou, a voz embargada de sono.

— As suas costas. Elas melhoraram? Teve que ir ao hospital? Contou pros seus pais? Eu pensei em perguntar pra minha mãe mas não sabia se os adultos sabiam...

— Elas estão bem melhores, ainda tem umas manchas roxas, mas a dor passou. E eles não sabem.

— Como conseguiu cuidar dos ferimentos sem ajuda?

— Sou amigo da senhorinha da enfermaria da minha escola.

— Ah, tá... Ela disse algo sobre os machucados?

— Só disse que poderia ter sido pior.

— Pior como?

— Ah, Harry, vai dormir. Amanhã a gente conversa.

— Mas amanhã você vai ficar com os seus amigos...

— E daí?

Harry não respondeu.

12:12

— Louis?

— Hmm.

— Acha que, no futuro, ainda seremos assim?

Harry escutou barulho nos lençóis e achou o rosto de Louis na penumbra, ele tinha se virado para o lado.

— Assim como?

— Assim. Ainda vamos vir pra cá todos os finais de semana e feriados? Ou só nos feriados? Ou nós vamos crescer e só aparecer no Natal?

— Por que isso agora?

— Tenho medo de perder isso.

— Isso o quê?

— Isso. Essa casa, e não me refiro ao bem material, essa sensação de liberdade e conforto, esse lago, essa coisa que a gente tem.

Louis ajeitou a cabeça no travesseiro para olhá-lo melhor.

—A gente, eu e você?

— Sim. Quer dizer... Também.

august (larry's version)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt