Depois de entrar na Sala Precisa, a porta desapareceu atrás dela. Malfoy não estava à vista, mas muitas outras coisas. Algumas cadeiras, uma pilha de livros, um diadema? Havia tudo e ainda nada que indicasse suas razões para estar aqui.
Ela precisava encontrá-lo.
Mas primeiro, ela precisava decidir se mudar para Ruby era mais sábio. Ser pego como Ruby definitivamente facilitaria a situação. Como Hermione, o risco de ser morta como Grifinória era maior do que Malfoy matando uma Sonserina. Pelo menos era isso que ela esperava.
Ela vasculhava sua bolsa e tirou a poção. Ela se sacudiu e contortou suas expressões faciais. Sempre foi desagradável engolir essas coisas.
Demorou alguns segundos e ela olhou para seu reflexo no diadema cintilante. Ela agora era Ruby novamente.
Talvez ela também devesse encantar seu vestido; só para ter certeza de que ele não tinha memorizado o visual de Hermione hoje.
A varinha acenando estava um pouco mais instável do que o normal, já que o álcool estava funcionando através do sistema dela, mas o resultado parecia decente o suficiente.
Então, a busca pode começar.
Hermione sentiu como se estivesse vagando por uma eternidade, e ele ainda não estava à vista. Qual poderia ser o tamanho de um quarto? Depois de mais alguns minutos andando sem rumo, Hermione ouviu a voz de Malfoy. Ela olhou em volta para ver onde poderia se esconder e ficou atrás de uma pilha de cadeiras. Ela definitivamente reconheceu alguns feitiços. Eles tinham a intenção de consertar coisas, mas ela não conseguia identificar o objeto no qual ele as estava jogando. Parecia algum tipo de armário, mas isso era tudo o que ela podia ver de seu ponto de pé. Ela precisava se aproximar, só um pouquinho.
Ele deve ter ouvido os passos dela porque de repente tirou sua varinha e procurou alarmantemente a origem desse som.
"Quem está aí ?" exigiu Draco e caminhou cuidadosamente em direção a ela. Ela podia ver o rosto um pouco ansioso dele.
Hermione caminhou lentamente para trás, esperando que ele não a visse, mas infelizmente esbarrou em outra pilha de cadeiras e caiu. Ela amaldiçoou com a respiração, pensando que havia muitas pilhas de cadeiras nesta maldita sala. Ela realmente não queria levantar a cabeça e encarar a realidade, mas mais cedo ou mais tarde ela teve que, então, ela relutantemente olhou para cima e viu a varinha de Malfoy apontada para ela, seus olhos cheios de raiva, embora ela pudesse ver um leve indício de nervosismo.
"Você estava me espionando? Snape pediu para você me seguir?" Quando ela não respondeu, a voz dele ficou mais alta. O pânico estava escrito em todo o rosto dele.
"O que você está fazendo aqui, Ruby? Responda-me!"
O que ela estava fazendo aqui? O que ela poderia estar fazendo aqui? Ela esfregou suas têmporas. Estar bêbado em uma perseguição não foi um de seus momentos mais brilhantes. Lentamente, mas com certeza, o título da Bruxa Mais Brilhante de sua Idade deve ser retirado.
"Estava curiosa para saber para onde você estava desaparecendo ultimamente. Então, eu te segui." Ela estreitou os olhos e tentou focar o olhar. A turvação começou a aumentar... E fez Malfoy parecer muito mais bonito de fato. Ela sorriu maliciosamente com esse pensamento.
Malfoy não parecia acreditar nela, mas derrubou a varinha. Ela não parecia ser uma ameaça, mas sua linguagem corporal deixou claro que ele ainda estava de guarda. Ele olhou de perto para ela.
"O que você viu?" Ele se aproximou, obviamente tentando observá-la melhor.
O que ela viu? Os pensamentos dela estavam fazendo sua cabeça doer. Ela tinha visto Malfoy, obviamente, e algum tipo de gabinete... por que tinha um formato tão estranho? "Eu vi você, muitos móveis interessantes, alguém precisa limpar essa bagunça algum dia, e o que quer que você esteja jogando feitiços. Essa coisa." Ela soluçou bem alto e apontou para o armário.
Hermione tentou se levantar, mas estava balançando visivelmente. Ela tinha feito isso; ela estava de pé novamente. Ela sorriu alegremente.
"Você está bêbada ?" Malfoy olhou para ela para cima e para baixo.
"Eu não iria tão longe a ponto de dizer bêbada, mas eu poderia ter bebido algumas bebidas. Eles estavam deliciosos, você deveria experimentá-los algum dia." Parecia que o punchbowl tinha chegado ao cérebro dela; opa.
Malfoy sempre foi tão alto? O pescoço dela começou a doer ao olhar para ele. "Você sempre foi tão alto?" Hermione saiu.
Ele levantou uma sobrancelha, mas não conseguiu superar um pequeno sorriso se formando em seus lábios.
"Por que você está aqui, Ruby?"
"Eu disse que te segui porque você tem desaparecido ultimamente," Hermione falou um tom mais alto. "Theo deveria ter perguntado se você era surdo, não eu." Ela revirou os olhos, então de repente sorriu. "Eu gosto de você nesse terno."
Malfoy bufou com diversão. Ela deve ser uma ótima comediante. Mas ela não estava tentando ser engraçada, ela estava falando sério.
"Isso não foi uma piada, você está bonito. Não que você já tenha parecido bonito. Embora eu deva dizer que você está particularmente bonito hoje - exceto pelo seu cabelo - eu prefiro do jeito que tinha sido depois de você - "
Ela calou a boca bem a tempo. Ou melhor dito, quase bem a tempo, porque agora estava anhecer sobre ela o que ela tinha dito. Ela não deveria ter dito essas coisas. Agora ela sabia como Hagrid se sentia todas as vezes.
"Vamos esquecer isso, ok? Você deve saber, eu minto quando estou bêbada - quero dizer, eu não estou bêbada, então você vê, isso foi uma mentira, e eu não quis dizer isso - eu não quis dizer o oposto - quero dizer, eu não queria insultá-lo. Obviamente," Hermione balbuciou.
Qual era o ponto dela mesmo? Ela estava confusa. Houve um terremoto ou por que o mundo estava girando?
"Obviamente", Draco sorriu e se aproximou.
"Você cheira bem." Por que ela foi tão honesta hoje?
"Obrigado."
"A qualquer momento", ela sussurrou enquanto olhava para ele. Ela agora estava tão perto dele que seu pescoço realmente doía.
"Você é estranha, Ruby," sussurrou Draco confusamente.
Ele estava certo.
"Você é muito estranha", foi tudo o que ele disse antes de Hermione sentir seus lábios nela.
Suas células mentais estavam agora em espera, e o último pensamento racional desapareceu em lugar nenhum. Ela fechou os olhos e o beijou de volta.
Quem ela estava beijando? Ela não sabia e simplesmente gostou.
O beijo foi doce e lento no começo, mas ele começou a ficar mais exigente. Ela queria tocá-lo, quem quer que ele fosse, e colocar as mãos no cabelo dele. Ela descobriu que o cabelo dele era incrivelmente macio, e ela queria mais.
Ela precisava de mais.
Hermione tentou se aproximar ainda mais dele, o que não era realmente possível, e começou a beijá-lo com mais demanda da parte dela. Ele deu as boas-vindas à sua mudança de ritmo e colocou as mãos na bunda dela. Ela não se importava que ele a estivesse tocando onde nenhum garoto a havia tocado, e em vez disso se inclinou mais em suas mãos.
Malfoy começou a beijar o pescoço dela e ela podia se ouvir gemendo. Tantos nervos estavam respondendo ao toque dele que ela não sabia como se concentrar em algo além dos lábios dele. Seus lindos e carinhosos lábios. Uma pequena parte do cérebro dela começou a ganhar vida e disse algo sobre ter que parar antes de ir mais longe, mas ela não ouviu e colocou os lábios de volta no dele.
Depois do que parecia uma eternidade, ela o sentiu se retirar e fez um pequeno som de decepção. Ambos estavam respirando pesadamente, e ela não pôde deixar de sorrir para ele. Isso foi uma sessão de Amassos bom pra Caralho com Draco Malfoy.
Malfoy.
Malfoy.
Ela parou de sorrir e seus olhos se arregalaram. Ela abriu a boca para dizer algo, mas rapidamente fechou porque não tinha ideia do que dizer. Ela deveria agradecer a ele? Amaldiçoá-lo? Bater nele por fazê-la aproveitar aquele beijo? Ou ela deveria fugir e agir como se isso não tivesse acontecido?
A dor de cabeça voltou e ela não sabia o que fazer, então esperou que ele dissesse algo. Qualquer coisa.
"Ver seus olhos me diz que você não estava aqui para isso", disse Malfoy, ainda respirando mais pesado do que o habitual.
Hermione balançou a cabeça.
"Blaise e Theo não estão lá hoje à noite, então podemos voltar para o meu dormitório."
Essa frase a deixou sóbria, mais ou menos.
Ele estava falando sério? Ela parecia ser uma pegadinha fácil que dormiria imediatamente com ele? Ela simplesmente ignorou a resposta que seu reflexo em um espelho próximo lhe deu porque esse não era o ponto.
Como ele se atreve a fazer suposições rápidas sobre ela. A raiva subiu em Hermione, e ela olhou para ele.
"Só porque nós nos beijamos, não significa que eu vou transar com você!" Hermione esclareceu em voz alta.
"Ok, foi apenas uma oferta." Malfoy encolheu os ombros.
Ok? Hermione estava furiosa agora e se aproximou novamente.
"Está bem? Eu não sou uma garota que você pode simplesmente... usar. Eu mereço respeito." Ela cruzou os braços. Ela precisava manter algum respeito.
"Ok." Malfoy parecia divertido com o comportamento dela porque os cantos da boca dele subiram.
"Eu só queria esclarecer isso."
"Você fez."
"Bom."
Agora ela estava respirando pesadamente novamente, mas desta vez devido à sua fúra. Ela percebeu que eles estavam bem na frente um do outro novamente e deu um passo para trás, visivelmente desconfortável.
"Então – eu vou então. Obrigado por – você sabe." Ainda havia um pouco de álcool no sangue dela e ela precisava fugir dessa sala confusa e menino, ou homens, ou o que quer que seja.
Ele assentiu com a cabeça com diversão enquanto ela voltava para a porta. Ela queria dormir, ficar sozinha, e nunca mais ver álcool.
...
No dia seguinte, Hermione acordou em sua cama verde e precisava desesperadamente de aspirina. A cabeça dela estava matando ela. Obrigado Merlin, era domingo. Ela não sabia se poderia sobreviver a uma das aulas do Professor Snape hoje. Mas ainda havia trabalho a fazer, então ela se levantou, relutantemente, e foi para o banheiro. Ela podia sentir o mau hálito. Além disso, ela teve um sonho muito estranho. Algo sobre a Sala precisa. Seja qual for o contexto, não poderia ter sido tão interessante porque o sonho estava todo embaçado.
Hermione olhou no espelho e ficou feliz por não ter ninguém por perto; ela parecia horrível. Seu cabelo estava ainda mais bagunçado do que o habitual, seus olhos estavam inchados como o inferno e sua pele tinha a cor de um fantasma.
Ela definitivamente precisava de um banho.
Depois de sair do chuveiro e ter certeza de que estava muito bem, ela foi para a sala comunal onde foi recebida por Theo, Blaise e Draco. Theo olhou para ela com muita diversão nos olhos, Blaise estava lendo o jornal e o olhar de Draco era estranho. A cabeça de Hermione não estava se sentindo bem o suficiente para resolver o quebra-cabeça que Draco Malfoy estava hoje, então ela se sentou ao lado de Theo no sofá, sem dar outra olhada em Malfoy.
"Como você poderia festejar sem mim, Ruby? Sem seu melhor amigo."
Por que ele estava gritando com ela? Ela colocou a mão nas orelhas. "Eu não estava festejando, apenas estudando, mas, por favor, pare de gritar comigo. Minha cabeça está me matando."
"Eu sei como é uma ressaca. Eu mesmo já tive algumas vezes. Então, me diga, onde você esteve a noite toda?" Theo deslizou mais perto de Hermione e olhou para ela curiosamente.
Onde ela esteve a noite toda? Bem, ela não pôde contar a eles sobre a festa de Slughorn, porque Ruby não tinha sido convidada. Ela se lembrou de um visco, elogiando Malfoy, um Cormac intrusivo, vomitando - essa memória não era agradável - e encontrando Malfoy novamente.
Ela o encontrou novamente naquela noite? Estranho.
"Eu te perguntei uma coisa."
Certo, Theo tinha feito uma pergunta a ela.
"Bem, eu tenho estudado. Só que às vezes eu preciso de um pouco - vinho para sobreviver à lição de casa do Professor Snape."
Os olhos de Theo se arregalam.
"Essa é realmente uma ideia brilhante, Ruby. Da próxima vez, vou me afogar em álcool, isso torna a lição de casa muito mais divertida." Theo deu um tapinha no ombro dela e sorriu alegremente.
Ela precisava de uma aspirina ou uma poção para dor de cabeça. E a luz no calabouço era muito brilhante. Por que eles precisavam de luz em uma masmorra? A escuridão teria sido a melhor escolha. Ela sentiu que estava ficando cega enquanto sua cabeça explodia. E como se isso não bastasse, ela podia sentir Malfoy olhando para ela. Qual era o problema dele? Ela sabia que parecia ter passado pelo inferno, mas olhar não foi educado.
"Pare de olhar para mim. Eu sei que pareço uma merda." Ela franziu as sobrancelhas.
"Eu não estava olhando, apenas me perguntando sobre a quantidade de vinho que você tinha. Você parecia bastante intoxicado ontem à noite", disse ele casualmente.
Quando eles se conheceram pela última vez –
Oh.
Oh.
Isso não tinha sido um sonho. E ela não tinha estado na Sala Precisa por uma linda hora do chá. Agora ela não só sentiu que estava ficando cega, mas também queria escapar; um sentimento que esse garoto tendia a criar nela.
Theo olhou para Ruby de forma questionável. "Vocês dois estudaram juntos sem mim? Estou profundamente magoado."
"Não, nós apenas - inesperadamente nos encontramos depois que eu terminei de estudar."
Theo olhou para Draco para confirmação.
"Sim, nos encontramos. Prometo que não estudei com ela." Malfoy foi encontrado pelo brilho de Hermione, seus olhos se enchendo de diversão.
Oh, vá para o inferno.
Theo ficou visivelmente aliviado e sorriu novamente. "É bom ouvir isso. Fiquei ferido por um momento, você sabe. Pensei que você queria passar um tempo sem mim." Ele teatralmente colocou a mão no peito e Malfoy revirou os olhos.
Hermione ainda estava focada no caos em sua cabeça. Se ela encontrasse um pensativo, ela poderia simplesmente banir a memória de sua cabeça. Ou foi possível se esquecer? Não, essa não seria uma opção segura se ela quisesse manter suas outras memórias. Ela olhou para Draco novamente e seus olhos se encontraram.
Ela não conseguia ver nada neles. Não faço ideia de como ele se sentiu sobre ontem à noite. Não que houvesse muito o que sentir de qualquer maneira, certo? Apenas um beijo, um beijo apaixonado, mas nada mais do que um beijo, e alguns toques, mas foi isso. Ela estava bêbada, então não estava pensando claramente, e foi isso.
Ela desvia o olhar e se virou para Blaise.
"Posso ler o jornal depois de você?" Ela precisava de algo para manter seus pensamentos longe dela.
...
Ela deveria falar com ele sobre isso? Afinal, eles estavam sozinhos na sala comum agora. Ou isso deixaria tudo mais desconfortável? Ele estava mesmo desconfortável? Hermione sentou-se no sofá e mastigou nervosamente as unhas.
"Algo que você queira dizer, Ruby?" Malfoy olhou para cima de seu livro.
Ela pesou suas palavras brevemente antes de responder. "Estamos bem?"
"Por que não deveríamos estar?"
"Bem, você sabe."
"Eu sei ?"
"Você sabe."
"Eu não, me esmunce." Os olhos dele contaram uma história diferente.
Ela revirou os olhos para ele. "Porque nós... beijamos," ela sussurrou e se certificou de que ninguém estava por perto.
"Então?"
"Então?! Você está com Pansy! Eu não queria entrar no meio disso e não estava em sã consciência. Álcool e outras coisas, então se pudéssemos esquecer isso e não falar sobre isso. Nunca."
Por favor, concorde.
"Pansy e eu não estamos juntos. Estamos nos divertindo de vez em quando, mas é só isso."
Ela ficou aliviada. Ela se sentiu mal por fazer parte da traição e sorriu, mas queria terminar essa conversa o mais rápido possível.
"É bom ouvir isso. Não sobre vocês não estarem juntos - só estou aliviado por não estar contribuindo para destruir um relacionamento. Mas agora que estabelecemos que está tudo bem e ficamos quietos, eu vou embora então. Tenha um bom –"
"Eu não disse nada sobre fingir que não tinha acontecido."
Ele não fez? deve ter sido apenas o desejo sincero dela então.
"Oh."
Ele levantou as sobrancelhas.
"Bem, se você fosse tão gentil a ponto de fazê-lo agora." Ela tentou sorrir de forma amigável.
"Eu não vou." Ele se inclinou para trás e olhou para ela curiosamente.
"Mas por quê?" A voz dela era mais estridente do que ela queria que saísse.
"Eu não me arrependo." Draco apenas olhou para ela.
Ela piscou algumas vezes. Como ela pôde responder a isso? Ótimo que ele não se arrependeu. Ela fez.
"Ok, então não. Mas isso não vai acontecer de novo."
Ele levantou as sobrancelhas ainda mais alto. "Você parecia ter gostado. Ou devo lembrá-lo da maneira como suas mãos –"
"Não – eu me lembro disso vividamente." Muito vividamente, ela acrescentou em sua mente. "Ele – simplesmente não pode."
"Parece que ouvi seu argumento." Ele bufou alto, fazendo com que ele recebesse um olhar dela
"Tudo bem, então espere por uma repetição. Não vai acontecer de novo e tenho coisas melhores para fazer, já estou atrasado para me encontrar com Ha - com Hannah - seja qual for o sobrenome dela. Então, tenha um bom dia."
Ela não esperou pela resposta dele e foi até a porta. Como se ela o beijasse de novo. A parte de sua mente que disse que ela tinha gostado foi rapidamente silenciada.