Para o Amor e a Fé - JIKOOK [...

By camppz

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• CONCLUÍDA • JIKOOK Um romance leve e sensível para aqueles que ainda acreditam no amor. Para os que acredi... More

Informações [REPOST]
Para você.
Prólogo - Quando seus dois pés não encostam na terra.
Capítulo 1 - Quando seu coração te subestimar.
Capítulo 2 - Bendito seja os olhares trocados e as palavras não ditas.
Capítulo 3 - Para você, que me viu maior do que o meu pequeno eu.
Capítulo 4 - Quando seus sonhos te engolem.
Capítulo 5 - Quando você sente que não é você.
Capítulo 6 - Não é fácil se soltar. Não é fácil estar livre.
Capítulo 8 - Quando floresce, é como uma rosa.
Capítulo 9 - Quando se espalha, é como flor de cerejeira.
Capítulo 10 - Quando murcha, é como ipomeia.
Capítulo 11 - Tu és nédio, um remédio.
Capitulo 12 - E você será feliz.
Capítulo Extra - Souvenirs
Epílogo - Como aquele lindo momento.
Para o Coração.

Capítulo 7 - Em todos esses momentos.

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By camppz

Em todos esses momentos.

Com o despertar do som do celular, eles se assustaram e se afastaram um pouco. Se olharam como se estivessem em um transe.

Jimin engoliu seco e foi até seu celular que tocava alto em cima da mesinha de centro.
Jungkook por outro lado ainda sentia tudo, o toque, o lábio grande do loiro, o sabor do gloss na sua boca, seu cheiro. Sentia tudo.

Puxou os fios da nuca tentando aliviar a tensão do que acabará de acontecer.

—  Oi Namjoon Hyung. Sim, já chegamos e estamos bem.

Jimin conversou mais um pouquinho com seu Hyung, mas logo desligou a chamada e olhou ainda com o rosto corado para Jeon.

— Vamos para a exposição agora? —  O moreno perguntou tentando disfarçar.

— Ah... certo claro. Vamos. — Sorriu.

[...]

— Isso foi incrível! Eu não imaginava que seria tão perfeito assim. —  Jungkook falava alegremente e ria grande saindo do Aquário.

O passeio dos dois durou em média três horas. Um lugar enorme feito todo de paredes de vidro, cheio de peixes de todos os tipos e tamanhos que se possa imaginar, tubarões pequenos e grandes, focas, lontras marinhas, raias, pinguins e um infinito de outras espécies de animais aquáticos.

Jungkook e Jimin achavam que não haveria dia melhor e lugar melhor que esse.
Andaram por todos os andares, tiraram fotos de tudo e muitas fotos deles também.
Ele explicava para Jimin as espécies que conhecia, explicou a funcionalidade de cada um e a sua paixão pelo peixe palhaço.

Concluiu que além de um lugar esplêndido como imaginou que seria, ele acreditou que não existiria parceiro melhor que Jimin numa viagem como essa.
Durante todo o tempo juntos ele foi ouvido atentamente por um loiro curioso que perguntava de tudo, se sentiu especial por ter toda a atenção do garoto para si.

Desejou que todas essas sensações nunca acabassem.

—  Esse foi o melhor dia da minha vida! Eu estou tão animado que iria de novo e andaria em todos esses andares de novo. — Completou. —  Ji, daqui a um tempo nós podemos voltar o que acha?

— Eu acho ótimo, neném. Esse dia está sendo incrível... — Observou o moreno com seu sorriso avantajado.

— Uhum... Ainda não acredito que vimos um casal de lontras. Eu queria tanto ir de novo. —  Jeon falou fazendo bico e Jimin riu da sua careta.

— Neném, nós estamos andando a três horas, eu amei demais e também iria novamente, mas vamos comer alguma coisa.

Jungkook aceitou e estendeu a mão para Jimin, que rapidamente lhe segurou.

— O loiro sorriu vendo a atitude do rapaz, que talvez mesmo sem perceber, já estava se acostumando com a situação.

Se acostumando com ele, com o toque dele.

Depois de saírem do local, continuaram a conversar sobre tudo o que viram, em ser um lugar calmo e sem barulhos frenéticos e irritantes, a quantidade de pessoas respeitável para um ambiente não tão espaçoso.
Acreditaram que era o local perfeito, feito para eles.

Caminharam até o centro de Busan, onde contém vários estabelecimentos abertos, restaurantes, comida de rua, cafeterias e etc.

-— Vamos comer barriga de porco? Quero muito. — Jeon sugeriu.

— Claro, eu amo barriga de porco.

— Tem um lugar que eu sempre venho com o tio Jin, não é um lugar muito apresentável ou chique, mas a comida é tão gostosa...

— Não tem problema, não ligo para essas coisas. —  Apertou fraquinho a mão de Jeon e sorriu.

Foram até um pequeno restaurante já conhecido por Jungkook em todas as suas viagens à cidade.
É um estabelecimento pequeno, com poucas mesas e cadeiras, a luz fraca e o cheiro delicioso de comida fresca.

Entraram no local, fizeram seus pedidos no balcão e se sentaram na última mesa, bem no fundo onde era mais reservado e longe de sons altos demais.

— Eu sei que o lugar não é tão chamativo, mas a comida daqui é sem igual. E a barriga de porco vai ser a melhor que você já experimentou, eu prometo.

— Eu não me importo, neném. Onde você for eu vou. — Sorriu e observou o rosto feliz de Jungkook e sentiu seu coração aquecer. — Você 'tá muito longe, senta aqui do meu lado?

Jungkook que não estava longe, apenas a mesa que lhes separava, sem pensar muito apenas pegou sua cadeira e posicionou ao lado de Jimin, esse que puxou para que ficasse mais perto ainda.

— Eu estou tão feliz, não acredito que vi tudo aquilo no aquário... as vezes me sinto um bobo por pensar e me sentir assim. Quer dizer, tenho a sensação de que não tenho mais idade para essas coisas. —Falou brincando com os hashis em cima da mesa.

— Eu também estou feliz, neném. Mas você gostar desse tipo de coisa não te faz um moleque nem mesmo um bobo, você só gosta de coisas que, ''ao padrão'', é anormal. Eu amo animais, e você também e não tem problemas sobre gostar, não te faz menos maduro por amar esse tipo de hobby ou entretenimento. Se te faz feliz, não vejo problema algum.

— Você tem razão, Jimin. Ainda estou aprendendo a lidar com algumas coisas.

—  Eu sei que sim, todos nós estamos. E hoje é o segundo melhor dia da minha vida.

— Segundo?

— É... —  O loiro abaixou a cabeça sorrindo e cutucou a ponta dos dedos.

—  Qual é o primeiro?

— Quando eu pedi um bichinho de estimação para o Hyung, ele me levou até a clínica do Jin.

Jeon sentiu seu coração disparar.

Pensar naquele dia, diferente de muito tempo atrás, lhe trazia boas lembranças e calmaria para o coração. Ele conheceu Jimin, o pequeno loirinho de chupeta amarela que o fez chorar e ter uma dor de cabeça depois.

— Huh... Se lembra de tudo? Você era tão pequeno.

— Tudo não, mas me lembro de ir até a clínica, olhar para você, chorar por que eu queira o porquinho e depois ir embora. -— Olhou para os olhos do maior ao seu lado que o olhava indignado.

—  Você só se lembra disso? Seu pestinha. Você gritou comigo, Jimin! — Riram com a lembrança. — Eu chorei muito aquele dia, não pelo fato de você ter gritado, mas sim porque naquela época eu comecei a entender algumas coisas sobre mim.

— Que coisas, Jun? São lembranças ruins?

— Não... Na verdade aquele foi o ponto chave da minha vida e se eu não tivesse o apoio da minha família talvez tudo seria diferente agora. Como eu e você.

— Nós?

— É... —  Coçou a nuca devagarinho e sentiu seu rosto esquentar.

— Esse é o momento em que a gente tem aquela conversa? — O loiro se virou de frente para o rapaz ao seu lado, dando-lhe total atenção.

— Eu não sei como te dizer isso, Jimin. Na verdade, as vezes me acho precipitado em pensar em tudo o que eu penso quando o assunto é você. —  Respirou fundo três vezes e continuou. —  Mas tem uma coisa dentro de mim, algo que eu ainda não descobri, essa tal coisa me faz querer me conectar com você. Me faz te querer por perto, muito perto, e também te deseja. Eu... sinceramente me sinto confuso, não porque eu tenho dúvidas do que eu sinto, mas sim sobre nós dois e o que estamos construindo. E sei que isso não é de agora, Jimin. Nós sempre tivemos algo que nos ligasse: os porquinhos, a clínica, até mesmo os nossos problemas, Namjoon e o tio Jin e o Yoongi Hyung... algo sempre vai fazer com que nós estejamos próximos. E agora a diferença é que eu estou me deixando levar, tudo o que está aqui — Tocou o próprio peito — Pede para ser colocado para fora. Talvez você não pense como eu e não concorde, ou talvez não sinta o mesmo, mas eu precisava te falar isso.

Sabe aquela sensação de que o mundo parou, que não existe ninguém ao seu redor e que nada vai atrapalhar? Que estão onde devem estar, como se tudo aquilo fosse certo: o desacerto de manhã, a viagem, os toques no quarto, o passeio no aquário e agora isso. Tudo cooperando para o mesmo propósito.

É isso que Jimin sentiu.

Sentiu propósito.

Ele olhou para Jungkook que também o olhava, eles disseram tanta coisa nesse silêncio. É como se Jeon tivesse dado a largada, como se estivesse abrindo um portal no qual a partir dali tudo iria começar.

—  Neném. — Fungou fraquinho. — Assim você me deixa bobo. — Riu colocando as mãos na boca e fazendo seus olhos se fecharem. - Jungkook. -— Chamou e tocou o rosto do mesmo com as duas mãos calmamente. Olhou seus olhos de jabuticaba e seu nariz grande, esperando alguma repreensão do mesmo, essa que não veio. — Se você pudesse se enxergar com o meu olhar, pudesse sentir com a minha alma iria entender do porquê todos esses anos eu... eu sempre quis tanto você. Eu não sei se é certo dizer, mas eu quero você a muito tempo, eu sempre te quis Jungkook, desde o primeiro dia em que eu bati meus olhos em você. Nós éramos tão novos e eu tentei evitar, mas chegou um momento em que era impossível eu não te querer. Te quis tanto que às vezes ficava com febre emocional de tanta saudade. Você sempre foi meu catalisador e, mesmo sem saber, me curou e me ajudou de tantas formas inexplicáveis... Eu nunca pensei que você sentia o mesmo por mim, mas eu te queria tanto Jun, tanto... que doía. —  Jungkook sorriu, segurou a mão de Jimin que estava em sua bochecha.

-— Mesmo eu tendo os problemas que tenho, ser chato e arrogante, você mesmo assim me quis? Eu sou todo diferente, Jimin. Cheio de defeitos e limitações.

—  Foi exatamente isso que me fez querer você. Eu me apaixonei pelos seus defeitos, pois foi por eles que eu te conheci. Quando eu te vi você chorou, teve uma crise e desde esse dia eu te quis. Mesmo com todas as suas limitações.

—  Como é o nome disso que estamos sentindo?

— Tem algo que nos une, que faz com que estejamos aqui hoje e dizendo todas essas palavras. E esse algo é amor e fé.

—  Nossos porquinhos da índia?

— Sim, neném. Por eles nós não nos separamos por quinze anos.

— Se eu não tivesse te dado o amor talvez nunca mais nos veríamos

— Uhum. —  Jimin sorriu e se aproximou de Jungkook, lhe deixando um beijo na bochecha.

Viu o rapaz ficar vermelho e riu.

—  Amor e fé uniu até nossos Hyungs.

—  Verdade. Acho que é o dom deles. O poder do amor e da fé.

Ficaram em silêncio por alguns segundos até Jungkook reparar na música baixinha que estava tocando no ambiente.

—  Eu gosto dessa música. Me faz pensar em você. —  Disse deixando o loiro tímido e de coração acelerado.

—  Essa música está dentro da sua caixinha de presente que eu te dei.

—  E qual motivo você colocou para que eu escutasse ela?

— Para quando estivermos juntos.

Lover - Taylor Swift

Nós poderíamos deixar as luzes de Natal até janeiro
Esta é a nossa casa, nós fazemos as regras
E há uma aura deslumbrante, um tom misterioso em você, querido
Eu te conheço há 20 segundos ou 20 anos?

Posso ir aonde você vai?

Podemos ser próximos assim para todo o sempre?
E ah, me leve pra sair, e me leve pra casa

Você é meu

Amado

Nós poderíamos deixar nossos amigos dormirem na sala de estar
Esta é a nossa casa, nós decidimos
E eu tenho altas suspeitas de que todo mundo que te vê te deseja
Eu já te amo há três verões, querido, mas eu quero todos eles

Posso ir aonde você vai?

Podemos ser próximos assim para todo o sempre?
E ah, me leve pra sair, e me leve pra casa (para todo o sempre)

Você é meu

Amado

[...]

Depois que terminaram de jantar, caminharam pelo centro da cidade, foram às lojas, praças e conseguiram ir até um pequeno parque.
Jimin nunca viu um Jungkook tão falador e animado como o de hoje. Queria que todos os dias fossem como esse, fossem felizes e com um moreno bonito, tatuado, com um sorriso de coelho no rosto.

— Olha, tem uma doceria ali. — Jeon apontou para o estabelecimento na frente do hotel em que estão hospedados. —  Podemos pegar algo e ir para o nosso quarto descansar?

—  Claro. Eu estou desejando algo bem doce mesmo.

Foram até a conveniência e pegaram alguns doces, todos chocolates e de vários tipos.
Jimin optou por pegar um pote de fondue feito na hora com morangos e muito chocolate.

Depois de saírem com uma sacola cheia e um Loiro com um pote na mão, foram até o hotel e subiram para o seu quarto.
Jimin caminhou até o sofá grande e se sentou lá cruzando as pernas.

— Vem cá, neném. Senta aqui. — Chamou dando batidinhas do seu lado.

Caminhou até o loiro e se sentou.

—  Vamos dividir, é muita coisa só para mim.—  Pegou um pouco de chocolate e morango e apontou a colher para a boca do rapaz ao seu lado.

— Eu consigo fazer isso sozinho, Jimin.

— Eu sei, mas eu quero te agradar.

Jungkook olhou para Jimin que tinha um sorriso bobo no rosto, abriu a boca e aceitou o chocolate de bom agrado.

—  Isso 'tá muito gostoso. —  Jeon falou lambendo os lábios. Se acomodou melhor no sofá e descansou sua cabeça no encosto.

— Não mais que você. — O loiro ao seu lado riu enquanto observava o rosto espantado de Jungkook. — Não precisa ficar com vergonha, eu sempre fui assim com você. A diferença é que agora você leva a sério tudo o que eu digo.

—  É. Você sempre foi um linguarudo mesmo. Como aquele dia, no seu aniversário de dezesseis anos.

Jimin soltou uma gargalhada jogando seu corpo para trás, lembrando - se desse dia fatídico. Colocou o potinho de doce em cima da mesinha de vidro e continuou rindo.

Suas bochechas ficaram mais vermelhas do que o normal enquanto ria abundantemente.

Jungkook por outro lado apenas observava a cena com um bico nos lábios. Lembrar do dia em que achou que seria beijado e foi enganado, para ele era como colocar um chapéu de palhaço na cabeça e sair na rua chamando atenção. Jeon nunca sentirá tanta vergonha como nesse dia.

— Você fez aquilo de propósito, Jimin.

— Fiz sim e você caiu direitinho. — Comentou, tentando recuperar o fôlego.

— E você era menor de idade, o que tinha na cabeça em fazer aquilo?

— Hm... você sabe... eu sempre gostei de você, e quando me perguntou o que eu queria de presente eu só respondi.

— É, mas... - Pensou bem e cruzou os braços.

— O que, Jun? —  Jimin engoliu o riso vendo todo o constrangimento do moreno ao falar desse assunto. — Eu não ia te beijar na boca, seu bobo. Eu ia te dar um beijo na bochecha. Você que ficou todo fofo negando, mas por dentro eu sei que quis me beijar, mesmo com o seu problema sobre toques.

Jungkook puxou os fios da nuca tentando esquecer que realmente achou que seria beijado nos lábios.

— Que vergonha. — Riu de nervoso.

— Tudo bem, neném. Eu também tenho um dia que sinto muita vergonha. — Sorriu e se acomodou no sofá. Olhou para o rapaz ao seu lado sorrindo. —  Quando eu te chamei de gostoso na empresa, no início desta semana.

— Jimin... você me deixa tão constrangido.

—  E mesmo assim quis me beijar. — Riu sentindo a barriga doer.

— Certo. Chega desse assunto. —  Respirou fundo ouvindo a risada do loirinho. Levantou-se do sofá e olhou para ele.

Jimin estava realmente feliz, nunca viu o garoto rir tanto como hoje.
Na verdade, na medida em que chorou, ele riu também.
Queria poder deixá - lo feliz para sempre, com suas bochechas vermelhas e o sorriso tão grande e iluminado.
Diria a ele que tudo bem sentir se desolado e confuso como hoje, querer silenciar a própria dor na tentativa de amenizá-la.
Mas diria também que assim como o sol que nasce todos os dias, ele também nasceria.

Que somos a flor que nasce em meio a guerra que está dentro de nós.

Jungkook

—  Qual cama você quer dormir? — Jimin perguntou, já com seu pijama azul escuro, cabelos recém lavados e secos e um olhar brilhoso pidão.

— Qualquer uma.

— Eu posso dormir com você? A cama é de casal, então...

—  O que?! Jimin. Meu Deus.. —  Olhei de boca aberta sem acreditar no que ele estava sugerindo. Como ele poderia ser tão atrevido assim, meu Deus.

Senti meu coração acelerado e as borboletas fazerem voltas e voltas no meu estômago.

— O que foi, neném? Só quero dormir com você. — Me olhou como se não tivesse dito nada demais. — Jung, você... — Arregalou os olhos e tapou a boca quando deixou um riso sair. — Você achou que.. que eu queria dormir com você para outras coisas?

Puxei o fio da nuca com força. Acho que hoje eu poderia enfiar minha cabeça debaixo da terra e ficar por lá ou perder todos os fios que sobram da minha nuca.

— Eu não disse isso, é só que você...

— Eu só quero dormir com você na mesma cama, Jun. Nada demais, ta? — Sorriu e se aproximou.

—  Certo... só não se aproxima muito. — Dei um passo para trás.

Jimin parou no lugar e piscou algumas vezes, sorriu levemente e voltou para trás.

— Lembrei que tenho um trabalho da faculdade para adiantar, então vou ficar mexendo no celular até tarde. Vou dormir aqui nessa cama mesmo, para não te atrapalhar. —  Foi até a outra cama e puxou os lençóis e o edredom branco.

Estranhei sua mudança repentina e sabia que ele estava mentindo.
Fui até o banheiro, fiz minha higiene e troquei de roupa para um pijama simples.

Voltei para o quarto minutos depois e vi Jimin deitado de costas para mim, de olhos fechados e aconchegado nos lençóis.

Caminho até a cama que sobrou e pego um travesseiro e depois vou até a cama do loiro atrevido. Subo nela e me deito de frente para ele.
Seus olhos se abrem devagar e me analisa em silêncio.

— Você não tinha trabalho nenhum, né? —  Vi ele respirar fundo, mas sem me responder. —  Porque continua mentindo para mim? Era só ter dito que mudou de ideia e não queria mais dormir comigo.

Ele apenas sorriu com os lábios e logo fechou os olhos.

Fiquei o olhando por todo tempo, não sei quantas horas se passaram ou minutos, mas vi quando ele embalou num sono pesado com ronquinhos baixinhos.

Um dos motivos pelos quais eu odeio que mentem para mim é o sentimento corrosivo que há dentro de que mente e de quem é enganado.
Me sentir enganado é como se eu não fosse bom o suficiente para saber a verdade, me dá a sensação de que eu não teria condições de lidar, por isso mentem.

E eu não gosto que me invalidam, como se eu fosse incapaz.
Quem mente é como alguém insensível e imoral.
E Jimin não é assim.

Depois que nós quase nos beijarmos, não tocamos mais no assunto e nem tentamos novamente.
Sinto que Jimin evita me olhar em certas situações, e agora não quis dormir comigo.
Certo, eu neguei de primeira, mas é porque eu me senti assustado pois nunca dormi com outra pessoa. E também, com tudo o que eu estou sentindo tenho receio em deixar meus sentimentos falarem mais alto e acabar estragando tudo.

Na mesma intensidade em que eu gosto dele, eu sinto desejo, muito desejo.
Eu tenho vontades, e quando se trata dele tudo se intensifica.

[...]

Abro os olhos lentamente quando sinto a claridade do sol bater no meu rosto.

— Bom dia, neném.

Abro melhor a minha visão totalmente e vislumbro o sorriso bonito do loiro na minha frente.
Vi suas bochechas grandes pressionadas no travesseiro, sua boca vermelhinha e os olhos em uma linha reta e suas pintinhas marrons claras quase não evidentes.

Meu estômago embrulha.

Acho que agora eu gosto dele mais ainda.

— Estou com saudades do Amor. —  Jimin comentou.

— Eu estou com saudades da .

— Eles não se veem há tanto tempo, né? —  Sorriu e se aconchegou mais na cama.

— Sim, desde a última cria da fé, há oito anos.

—  Meu Deus, oito anos... como será a reação deles ao se verem?

—  Huh, julgando por eles serem porquinhos da índia... —  Falei e Jimin riu colocando a mão na boca.

— O que tem? Eles são porquinhos diferentes, estão vivendo além da conta. —  Disse passando a mão em sua franja na tentativa de tirá-la dos olhos, mas falhou. —  Talvez quando se verem eles tenham algum tipo de reação diferente.

— Hm... você tem razão. —  Respirei fundo e elevei minha mão até seu cabelo e coloquei sua franja atrás da orelha. Olhei em seus olhos e pude certamente ver um brilho passar por eles.

Meu organismo não me abandona, me senti revirar por dentro, aquela sensação que não sinto com qualquer outra pessoa, somente ele é o causador do que se move dentro de mim. É quem me instiga.

—  Amo muito esses porquinhos, Jun. Eles são tão especiais para mim. —  Suspirou. —  Eu sei que um dia eles se vão, mas só de pensar nisso eu fico angustiado. Será como perder parte de mim.

— Eles são os nossos anjinhos que cuidaram muito bem da gente, e continuarão a cuidar, mas de longe. O fato deles viverem por tanto tempo, em alguns momentos, me assusta. Mas também acredito que existe um motivo para tudo nesse mundo e, amor e fé, tiveram uma grande razão para ter acontecido, para serem nossos. Acredita quando eu digo isso?— Toquei a têmpora com a ponta dos dedos e desci num carinho longilíneo até sua bochecha.

— Sim, neném. — Disse baixinho. Sorriu fraco e fechou os olhos recebendo o carinho. —  É propósito.

Sorri e me aproximei mais dele, quase colando nossos corpos.

— Me desculpa por ontem. Sabe, quando eu disse ontem que tinha algumas coisas em mim difíceis demais... era sobre isso que eu estava falando. —  Abriu os olhos e os direcionou para mim. —  Mas nada justifica minha atitude, então me desculpa por aquilo. Eu não queria que você ficasse longe de mim.

—  Me desculpa por ter mentido para você, mesmo sabendo que você repudia isso.

— Tudo bem, Jiminie.

—  Eu posso te abraçar?

Respirei fundo três vezes e assenti.

O loiro sorriu e se aconchegou no meu peito, afundou sua cabeça no meu pescoço, passou seu braço na minha cintura e as pernas por cima das minhas.

—  Quando eu vejo a gente assim eu penso que algumas não mudaram. — Disse se aconchegando mais. Segurei sua cintura e fiz um carinho e seus cabelos. —  Sempre que dissemos coisas um para o outro que nos magoam, pedimos desculpa. Sempre tentamos concertar as coisas entre a gente.

— Aprendemos muito um com o outro durante todo esse tempo.

—  Nós dois somos assim, cheios de conflitos numa tempestade impetuosa. Mas também, diante de tudo isso, nós nos queremos. — Falou docemente. —  Eu quero que essa sensação que está dentro de mim não pare nunca, eu me sinto vivo, me sinto com vontade de viver. Eu não pensei em nada, não tive gatilhos e nem mesmo me senti triste. Eu só consigo ser feliz. E eu quero tudo isso com você, Jungkook. Quero ter todas essas boas sensações com você.

[...]

As horas se passaram e ficamos um pouco mais deitados conversando sobre nossos porquinhos e lembrando de situações engraçadas que passamos com eles.
Depois saímos para almoçar e fomos a alguns pontos turísticos da cidade.

Voltamos para o hotel somente para buscar nossas malas que já tínhamos deixado arrumadas.
Jimin estava terminando de se arrumar no banheiro, enquanto eu o espero sentado no sofá.
Meu celular tocou no meu bolso e vejo que é Hari.

— Kookie, onde você está? Já saiu do hotel? Estou no aeroporto.

— Ah... Oi Hari. —  Olhei para Jimin que saiu do banheiro e veio até mim. —  Eu estou saindo daqui agora.

— Ah sim, então estarei te esperando. Vem logo.

— Tá.

Desliguei sem esperar uma resposta.

—  Era a Hari perguntando se eu já estava indo.

—  Então vamos, se não iremos nos atrasar. —  Sorriu.

Jimin pegou sua mala e eu minha mochila, fizemos nosso check out e pedimos um táxi até o aeroporto.

Alguns minutos depois chegamos, fomos logo fazer o check in pois nosso voo sairia em menos de uma hora.
Logo após fomos para o local privado de embarque e desembarque, procuramos a nossa plataforma e de longe pude ver Hari sentada em um dos assentos de espera.

Nos sentamos um pouco distante dela, não queria ter que ouvir seu falatório chato.

— Neném, será que dá tempo de ir ao banheiro?

— Da sim, vai lá.

Ele sorriu e se levantou dizendo que voltaria rápido.

Assim que Jimin saiu, outra pessoa sentou em seu lugar. Olhei para o lado e era Hari.

— Ei, não me viu ali não? — Jogou seus cabelos pretos para o lado e sorriu.

—  Sim... É que

— Tudo bem. Mas me conta, como foi o passeio?

—  Foi ótimo. — Sorri me lembrando de tudo o que fiz com o loiro.

— Pelo seu sorriso acredito que sim. Fico feliz também, kookie. Aliás, ainda está de pé aquele nosso jantar, né? — Hari se aproximou e falou baixinho perto do meu ouvido. —  Nós podemos fazer algumas coisas bem legais, o que acha?

— Hari, não chegue perto por favor. Você sabe que eu não gosto desse tipo de contato.

Ela se afastou sorrindo para mim.

—  Eu entendo, meu bem. Eu sou paciente. Aliás, eu gosto de você. Gosto muito. Espero que um dia você me entenda.

Olhei para ela, que sorriu simples e puxou o celular do bolso.
Eu espero que ela não esteja criando expectativas sobre mim, eu nunca dei esperanças para ela, nunca além de sermos conhecidos.

— Olá, Jimin.

— Oi, Hari. Como vai? — Ele vendo que Hari está sentada no seu lugar, preferiu sentar-se de frente para mim.

— Bem, obrigada.

Depois disso ficamos em silêncio, Hari mexeu no celular e depois atendeu uma ligação de seu pai.

Ouço o som de notificação no meu celular e o pego do meu bolso e vejo que é uma mensagem de Jimin.
Olho para ele que ainda está olhando para o celular.

Respirei fundo ainda não estando acostumado com todo tipo de coisa atrevida que possa vir desse loiro.
O

lhei para ele que também me olhava com um sorriso no rosto. Puxei os fios levemente da minha nuca e ri.

Atrevido.

Antes que eu pudesse lhe responder, foi anunciado que o voo acabara de chegar.
Olhei para ele que ainda ria, como se amasse me ver com essa cara de bobo constrangido.

Puxei sua mala e ele veio até mim.
Em minutos já estávamos dentro do avião procurando nossos assentos.
Assim que encontro a numeração da minha poltrona, coloco minha mochila e a mala pequena de Jimin no compartimento acima.

— Meu assento é com você, kookie. Posso ficar na janela? — Hari parou do nosso lado.

—  Como assim comigo?

Peguei a passagem da sua mão e vi que ela estava com a numeração do mesmo assento que o meu, ou seja...
Olhei para Jimin que apenas sorriu de lado e pegou sua passagem para procurar seu assento.

— A minha é essa aqui. — Jimin apontou para a poltrona da frente. — Boa viagem para vocês.

Sorriu e logo se sentou na poltrona da janela.

Eu queria ele comigo, tínhamos planos de ver todas as fotos que tiramos e mandá-las para os nossos hyungs.

— Posso ir já janela?

Puxo os fios da minha nuca e fecho os olhos.

— Vai logo, Hari. Senta lá.

Ela se sentou e eu fui em seguida.
Coloquei meus inibidores de som e encostei-me na poltrona.

Jimin

O vôo enfim pousou e já estamos na área de desembarque com nossas malas nas mãos.

—  Bom, então já vou indo. Meu pai está me esperando lá fora. Foi bom viajar com você, meu bem. — Hari diz, e antes de ir embora rapidamente dá um beijo na bochecha de Jungkook. —  Tchau.

Sem que ele pudesse pestanejar, ela saiu rápido quase correndo. O vi puxar os fios da nuca com força.
Limpou a bochecha com o dorso da mão e respirou fundo três vezes.

-— Err... Acho melhor nós irmos. Jin e Namjoonie estão nos esperando lá fora.

—  Jimin ...

— Ei, está tudo bem. Já conversamos sobre isso, lembra?

— Sim.

Sorrio para ele, que me retribui ainda ressentido pelo o que acabará de acontecer.

Não posso dizer que fico bem com toda essa situação, Hari claramente tem uma queda grande por Jeon.
Ela gosta dele, mas não sabe que ele... bom, que eu e ele estamos... descobrindo algo juntos, então ela irá investir nele. A única coisa que posso fazer nesse momento é tentar colocar na minha cabeça que tudo isso faz parte da vida
Tentarei não me sentir mal com situações como essa novamente, além de que Jun me falou tantas coisas bonitas esse fim de semana que sinto que nada poderia me abalar.

Demos a volta no aeroporto e saímos do desembarque e antes de irmos para a saída eu puxei sua mão devagarinho.

Vejo ele aéreo e mais calado que o normal.

— Está tudo bem, neném?

— Eu gostei tanto desse fim de semana, Jimin. —  Disse baixinho. —  Agora voltaremos a nossa rotina e eu pensei sobre isso durante o voo. Sabe, nós conversamos muito sobre... hm, sobre a gente né? — sorri afirmando. — E também estivemos mais próximos. Eu quero saber se... —  Jungkook dizia tudo tão pausadamente, como se estivesse escolhendo cada palavra para ser dita com cuidado. Seu rosto corado e a mão sempre na nuca para aliviar a sua ansiedade. Eu só penso no quão fofo ele consegue ser, mas também tão homem maduro ao mesmo tempo. — O que você acha?

Pisquei algumas vezes e percebi que havia perdido uma parte da sua fala enquanto estava concentrado em seu jeitinho de falar.

—  O que?

— Jimin! — Resmungou. —  Eu perguntei sobre se algo iria mudar daqui pra frente.

-— Nada irá mudar, neném. — Me aproximo um pouquinho e toquei seus ombros. Ele não se retrai, pelo contrário, junta mais um pouco nossos corpos. — Eu quero com você tudo aquilo que eu disse ontem. Quero sentir essas coisas boas para sempre, quero me sentir vivo.

—  Eu também. —  Sorriu e tocou minha franja como de costume.

Na vida, nós desejamos tantas coisas que às vezes parecem impossíveis de acontecer. Eu sempre achei que a calmaria não viria, à mente vazia sempre seria barulhenta demais, as crises sempre seriam constantes e avassaladoras, que ser amado por quem ama era impossível. Mas eu descobri que dor nenhuma dura para sempre, que um dia iremos encontrar o nosso refúgio, nosso tira dor, nosso lar.

O amor e a fé.

São nos defeitos dele que eu me sinto em casa, num lar. No fato de que me apaixonei sem mesmo sentir a textura da sua pele. Que me apaixonei pelo seu lado mais difícil.

— Quando eu estou assim com você, eu sinto o meu estômago revirar e minha pele doer de um jeito bom. Você também se sente assim?

Soltei um riso nasal pelo o que ele disse e a forma como falou, todo acanhado.

— Eu sinto muitas coisas quando estou tão pertinho de você, Jun. Meu corpo todo corresponde a-

—  Boa tarde.

Olho para o lado e vejo tio Jin com uma pequena bolsa na mão, junto com Namjoonie Hyung.
Os dois nos olham sem entender nada, talvez seja por estarmos tão próximos. Me solto dele devagar e sorrio sem graça.

Não que eu tenha vergonha, longe disso. Jin e Namjoon Hyung sabem que eu gosto do Jung. Não sabem que é tão intenso quanto é de verdade, mas sabem que eu tenho uma forte queda pelo moreno tatuado.

— Oi Hyungs. —  Jungkook fala e caminha até seu tio

— Oi. —  Falei me aproximando de Namjoon

Ficamos em um silêncio constrangedor.

Eu até entendo nossos Hyungs, principalmente por parte do Jungkook. Eu nunca escondi literalmente meus sentimentos por ele, então não há espanto algum pela minha parte.

— Nós estamos bastante cansados. Será que já podemos ir? — Pergunto tentando amenizar a situação.

Namjoon concordou e se despediu do seu noivo com um beijinho na boca, olhei para Jun e o mesmo sorriu para mim e acenou rapidamente.

Retribui com um grande sorriso.

— Quando chegar me avisa, 'ta? — Sussurrei para ele de longe.

O vi apenas afirmar com a cabeça, dar as costas e seguir Jin Hyung.

— Vamos por aqui, meu carro está do outro lado. — Pegou a minha mala e fomos para o estacionamento de fora. — Como foi a viagem, Mochi?

Sorri para ele e senti minha bochecha esquentar.
Em menos de dois dias, eu abracei Jungkook e quase o beijei também. Me declarei e abri meu coração.

— Você está realmente apaixonado, huh? Sua carinha não mente, Ji.

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