Autora on:
Kieran defendeu um golpe de Cassandra com sua espada, ela tentou lhe dar uma rasteira mas ele pulou, desviando de um soco em seguida.
O macho sorriu, encarando-a em desafio e ela retribuiu o sorriso.
Tinham dormido juntos naquela noite, quando acordaram decidiram que estava mais do que na hora de treinarem.
E agora estavam há mais de meia hora se enfrentando.
Obviamente nenhum dos dois queria ferir, estava sendo uma luta justa.
Kieran usa a espada para proteger o golpe de Cassandra, ela força sua espada, tentando fazer ele ceder, mas Kieran permanece firme.
Até que ela recua, fazendo-o baixar um pouco a guarda e então ela golpeia, resultando nas duas espadas jogadas longe.
Kieran ergue ambas as sobrancelhas e sorri levemente.
- Não me derrotou - ele diz.
- Eu poderia - ela fala convencida e o macho se aproxima, rodeando sua cintura com os braços e deixando um selinho casto em seus lábios.
- Mas não derrotou - ele a provoca.
- Você nunca vai admitir que sou melhor? - ela arqueia uma sobrancelha e ele assente.
- Você é melhor, em tudo - a voz baixa dele a fez sorrir, antes de segurar ele pela nuca e colar seus lábios em um beijo profundo.
Cassandra o encarou quando se afastaram.
- A queda das estrelas é hoje.
Ele assente.
- Que horas você vai?
Ela sorri um pouco.
- Eu estava pensando em não passar com a minha família esse ano - ela diz sugestiva.
Kieran franze o cenho, confuso.
Até que lentamente a percepção do que ela disse o atinge.
- Sério? - questiona, não escondendo a surpresa.
- Podemos ver de uma das montanhas nos arredores da cidade, isso se você quiser - ela fala baixo, o coração batendo acelerado em seu peito, estava nervosa.
Kieran sorri, olhando para ela de uma forma intensa, o suficiente para que o coração dela acelerasse mais.
- Eu adoraria - foi a resposta dele, antes de colar seus lábios nos dela e beija-la de forma carinhosa, sentindo as mãos da fêmea acariciarem sua nuca enquanto ela retribui ao beijo.
{...}
Amélia olhou confusa para Horus quando este retornou.
Ele estava sombrio, a fêmea não sabia dizer se era pela visita ao Belel ou pelas palavras de Reina.
Reina, que estava sentada no sofá em silêncio até então, também o encarou, parecia levemente preocupada, embora Amélia não soubesse o porquê.
- Obrigado - Horus disse a Amélia, que assentiu.
- O que houve? - questionou baixo.
- Não é nada, senhora - foi a resposta de Horus.
Amélia se aproximou, falando baixo o suficiente para que Reina não ouvisse.
- O que ela disse não é verdade, você não é um monstro Horus - Horus baixou a cabeça, mas não disse nada.
Amélia suspirou e decidiu que estava na hora de voltar e enfrentar sua família.
Provavelmente estavam irritados por ela ter socado Amren.
E ela faria de novo, estava cansada de sempre ter que ouvir as coisas calada.
Amélia começaria a revidar.
- Estou indo, tente pensar no que eu disse - ela aconselhou.
- Eu vou - foi a resposta de Horus.
Amélia olhou para Reina, pressionando os lábios e então atravessou.
Horus caminhou em direção aos corredores, mas parou quando um corpo menor atravessou seu caminho e uma Reina irritada o encarou.
Ele olhou para baixo, para ela.
- Sim? - disse calmamente.
- Onde estava? - Reina questionou e Horus cruzou as mãos atrás das costas.
- Fui procurar o Belel - a voz de Horus é profunda.
Reina franze o cenho.
- Por que está irritado? - questiona.
- Não estou - ele tenta passar, mas Reina espalma uma mão em seu peito.
Era incrivelmente... firme.
Ela não imaginava isso, já que ele era feito de sombras.
Horus a olhou novamente, Reina não conseguia distinguir nada do que ele sentia.
Mas ela ainda conseguia ver um pouco do que parecia um rosto em meio as sombras.
- Me diga - ela pede.
- Por que quer saber? - ele inclina a cabeça levemente para o lado.
- Por que se eu te deixei assim...
- Não deixou - ele negou rapidamente.
- Deixei sim, é por eu ter te chamado de monstro? Eu estava com raiva - ela fala.
- Eu não me importo - ele responde friamente.
Ela se afasta, encarando-o por um segundo a mais, antes de suspirar.
- Irei sair - anunciou.
Horus ficou tenso.
- Sair?
- Sim, quero passear pela cidade mais próxima, não quero ficar enfurnada nessa casa o dia todo - ela cruza os braços, a expressão irritada.
Horus arqueia ambas as sobrancelhas.
- Tudo bem.
A expressão irritada dela dá lugar a uma expressão surpresa.
- O que?
- Se quer sair, iremos, diga o lugar - ele pede calmamente.
Reina estreita os olhos.
Ele não poderia ter cedido tão fácil.
Nada nunca foi tão fácil para Reina, ela sempre teve que apelar ao pedir algo.
Horus não gostava dela, então como poderia ter cedido com tenta facilidade?
- Quero ir para a diurna - ela fala e ele assente.
Mas Reina decide tentar novamente.
- Crepuscular - ele assente de novo.
- Primaveril - ela fica verdadeiramente confusa quando ele ergue a mão.
- Por que faz isso?
- O que eu faço?
- Você está sendo bom mesmo me odiando - ela se afasta, não entendia as atitudes dele.
- Não odeio você - Horus respondeu.
- Mas deveria, eu fiz...
- Eu não odeio você - Ele reforça e Reina se cala, mordendo o interior da bochecha com força.
Então ela assente e segura sua mão.
- Outonal - ela diz e sombras os rodeiam, atravessando ambos.
{...}
Amélia sorri apreensiva ao encontrar sua tia indo para a biblioteca.
Nestha cruzou os braços e a aguardou, uma expressão séria no rosto.
- Precisamos conversar - ela fala e Amélia assente.
Nestha faz caminho para a biblioteca e Amélia a segue, ainda confusa, embora tenha uma ideia do que quer que falariam.
Nestha a conduziu para a biblioteca e então ambas desceram os níveis da mesma, para falarem a sós.
O silêncio fazia o coração de Amélia acelerar conforme desciam.
Quando Nestha parou, ainda de costas para ela, perguntou com uma voz séria.
- O que foi aquilo? - questionou, Amélia sabia do que ela falava.
- Aquilo foi eu cansada de ter que suportar a inconveniência de Amren - responde, a voz baixa e levemente raivosa.
- Só isso? Vi que se incomodou quando ela falou sobre...
Nestha não terminou, se virando para encarar Amélia, a expressão séria e os braços cruzados, ela usava couro illyriano e o cabelo estava preso em uma coroa de tranças.
- Não tem nada a ver com ele - Amélia disso.
Nestha não sabia sobre Aleksander.
Ninguém além dos seus pais sabia, podiam suspeitar, mas só Rhys e Feyre sabiam sobre o que realmente aconteceu.
E Nestha parecia tentada a descobrir também.
- O que aconteceu entre vocês? - questionou, a voz baixa.
- Do que está falando? - Amélia tentou contornar o assunto, se fazendo de desentendida.
Mas Nestha percebeu.
- Não minta, sabe que vou descobrir, sabe que pode confiar em mim - ela disse.
- Você não entenderia, ninguém entende o motivo de eu ter...- Amélia se cala.
Estava cansada.
Cansada de ter que escolher sempre, de ter que mentir para ser feliz.
Porque a única pessoa que a fazia feliz era odiada por praticamente toda Prythian.
E queriam mata-lo.
E Amélia não poderia dizer em voz alta que eram parceiros e nem que estavam apaixonados.
Porque ninguém acreditaria ou aceitaria.
- Como sabe se vou ou não entender se não me diz? - questionou.
- Vocês odeiam ele, como vão entender que me apaixonei pelo inimigo mesmo depois de tudo? - os olhos de Amélia estavam cheios de lágrimas.
Nestha ficou ereta, encarando Amélia surpresa.
Mas não disse nada por longos segundos.
Amélia continuou, a voz embargada.
- Como vou dizer pra você que estou dormindo com o maior inimigo de Prythian e que me apaixonei? - ela continua, lágrimas descendo por seus olhos - como espera que eu olhe nos olhos de Azriel e fale que me apaixonei pela pessoa que matou a mãe dele?
- Amélia...
- Não, tia, vocês não entenderiam, Aleksander é horrível para todos vocês, não o vêem como eu vejo, não acreditariam se eu dissesse que ele desistiu de seus planos por mim, que ele me ama o suficiente para destruir tudo por mim - um bolo se forma em sua garganta.
Amélia desvia os olhos, limpando as lágrimas.
- Se apaixonou por ele - é o que Nestha diz, tentando confirmar se ouviu certo.
- Sim - Amélia responde, baixando os olhos.
Ela espera a explosão, espera que Nestha a repreenda, ainda mais quando sente a aproximação da tia.
Mas Nestha faz algo que a surpreende.
Ela a abraça.
Amélia suspira surpresa quando os braços de Nestha a rodeiam, mas a abraça de volta, sentindo aquele calor confortável que sua tia a transmitia.
Depois de longos segundos, ambas ainda abraçadas, Nestha fala.
- Cassian foi o único que me amou quando todos desistiram de mim, o único que não me odiou nem por um segundo, o único que ficou do meu lado quando eu era um monstro com todos ao meu redor, mesmo eu o desprezando, ele não desistiu de mim, mesmo eu sendo horrível até com minhas irmãs, como acha que não entendo? - Nestha questiona baixo, Amélia e ela se separam.
Amélia mordeu o lábio inferior, encarando a tia com tristeza.
- Eu era horrível, Amélia, até Feyre tinha perdido as esperanças, mas alguém estava lá quando desabei, alguém que desprezei e que mesmo assim se apaixonou por mim, Aleksander nunca a desprezou, ele a tratou como se fosse o amor da vida dele desde o início, então eu entendo - Nestha sorri levemente.
- Como vou fazer isso? Como vou ficar com ele? - questiona baixo.
Nestha franze o cenho.
- Não vai atacar ele, não é? - Amélia nega.
- Sinto muito - ela fala baixo.
Nestha assente.
- Não concordei com isso desde o início, ele é seu parceiro, isso já mudava algo, agora saber que está apaixonada por ele me faz perceber o quanto estamos sendo egoístas - ela diz.
- Eu não posso deixar que ataquem ele - Amélia fala.
- O que fará?
- Tentarei impedir, tentarei impedir que alguém morra ou que eles prendam Aleksander - é a resposta de Amélia.
- Então eu ajudarei você, quando chegar a hora eu irei ajudá-la e então você e Aleksander irão se esconder, tudo bem? - Amélia assente.
Nestha a abraça de novo e suspira.
- Onde está Cassandra? - questiona.
Amélia ri baixo quando se afastam.
- Provavelmente com Kieran - diz sorrindo maliciosa.
Nestha arregala os olhos.
- Não me diga que...
- Estão juntos - Amélia responde.
Nestha suspira.
- Cassian vai morrer ao saber que a menininha dele já namora - diz divertida.
- Pensei que reagiria de outra forma.
- Antes sim, mas isso que me contou muda tudo - Nestha responde.
- Obrigado tia - Amélia fala e Nestha sorri, passando por ela.
- Você também merece ser feliz, Mélia - diz, antes de sair dali, deixando Amélia para trás, imensamente mais tranquila.
{...}
Reina estava olhando admirada para uma variedade de roupas que estavam expostas na loja.
Horus estava ao seu lado, apesar de ninguém vê-lo, ele observava Reina encarar um vestido de uma loja, esse estava exposto na vetrine.
O vestido era liso, feito em um tecido leve e aparentemente confortável.
É verde, com duas fendas nas pernas e um decote generoso que valoriza o busto, as alças finas.
- Gostou? - Horus questionou, chamando a atenção dela.
Reina o olhou, piscando os olhos.
- O quê?
- Gostou do vestido? - ele questionou, olhando para ela.
- É bonito - foi o que ela disse, desviando os olhos para uma barraca do outro lado da rua, esta vendia jóias - vamos.
Ela seguiu em direção a barraca e Horus e encarou por alguns segundos, olhando para o vestido mais uma vez antes de seguir atrás dela.
Feéricos andavam pelas ruas da cidade, ninguém o via felizmente, mas Reina recebia diversos olhares, Horus entendia.
Era impossível não olhar para ela.
Ele geralmente era encarado com medo, sua aparência não ajudava nisso e esperando evitar tal desconforto para Reina, Horus se escondeu.
Ele descobriu sua verdadeira aparência, mas por algum motivo sempre que tentava mudar para sua forma original, a voz do Belel vinha em sua mente, dizendo que isso não mudava nada, Horus desistia em seguida.
Reina falava com a vendedora, que sorria para ela.
- E esse? - perguntou com um sorriso, apontando para um colar.
A fêmea mais velha encarou Reina.
- Este é feito de ouro puro, o material dele vem do continente, além de ser um ouro raro, envelhecido por assim dizer.
Reina arregalou levemente os olhos, vendo o colar.
Era delicado, uma corrente fina de ouro, com um pingente de estrela.
- Lindo - ela sussurrou, antes de agradecer - obrigado.
Então se afastou, cruzando os braços nas costas e caminhando pelas ruas, fechando suavemente os olhos para aproveitar a brisa fresca da outonal.
Reina gostava dessa corte, gostava do outono eterno, também gostava do vinho dali, era uma delícia.
Ela olhou para Horus caminhando ao seu lado, estavam ali há algumas horas, Reina já estava ficando cansada de andar, ela comeu diversas coisas enquanto estava ali, desde salgados à guloseimas.
- Vamos voltar - ela diz e Horus a encara confuso.
- Achei que quisesse passar o dia - ele diz.
Ela assente.
- Já vi o suficiente, obrigado - é o que diz, ainda era um pouco estranho para a fêmea, ela não estava costumada a agradecer pelas coisas, já que ninguém a dava nada há um bom tempo.
Horus assentiu, decidindo o que faria depois, então segurou a mão de Reina e ambos atravessaram.
Reina suspirou assim que chegaram a sala de estar.
- Vou dormir um pouco e... obrigado de novo - ela diz, pressionando os lábios e acenando com a cabeça, antes de se afastar.
Horus a observou sumir no corredor, então atravessou de novo.
{...}
Amélia tinha passado as últimas horas lendo, ela não queria dar de cara com seus pais ou pior, com Amren, ainda não estava com paciência para aturar a fêmea.
Amélia não queria estragar seu aniversário com pouco, então ficou na biblioteca, lendo.
As horas passaram com um borrão e mesmo que tentasse ocupar sua mente com os livros, Amélia não conseguia acalmar seu coração, que parecia parcialmente vazio, como se faltasse algo.
Ela sentia falta de Aleksander.
A essa hora estariam juntos, talvez em casa, aproveitando a companhia um do outro.
Talvez em alguma corte, curtindo ao ar livre antes da queda das estrelas.
Ela não ligava, contanto que estivessem juntos.
Durante o dia, conforme seguia lendo, Amélia sentiu algo puxando suas costelas.
De início ela se assustou, olhando para o local e tentando achar algo.
Mas novamente sentiu isso e como uma deixa o laço de parceria veio em sua mente, Amélia sorriu um pouco.
Ele estava usando o laço, pela primeira vez.
Amélia procurou aquela ponte roxa que os ligava e delicadamente puxou também, deixando que ele sentisse os seus sentimentos.
Ele também permitiu, uma onde imensa de emoções a atingiu, entre elas se sobressaem o amor e a saudade que ele sente.
"Amo você"
Ela ouviu o sussurro dele em sua mente, imediatamente seu coração aqueceu e um sorriso brotou em seus lábios.
- Amo você - ela diz em voz baixa, mas soube que ele ouviu quando um suspiro satisfeito foi ouvido por ela, que sorriu, antes de continuar lendo, agora um pouco mais tranquila.
Logo iria anoitecer e ela fingiria que tudo está bem e que vai trair o próprio parceiro.
Ainda que isso fosse a última coisa que faria.
{...}
Reina bocejou assim que acordou ao anoitecer, ela iria apenas cochilar, mas acabou dormindo e só percebeu o quanto estava cansada antes quando acordou.
Ela não sonhou novamente e agradeceu por isso, a última coisa que precisava era de mais um sonho para estragar seu dia.
As lembranças vez ou outra a impediam de continuar seu dia como se estivesse bem, como se ainda não fosse atormentada pelas más lembranças do seu passado.
Ela se aproximou da janela do quarto, onde via a floresta silenciosa.
Ela sabia que Horus estava na casa, o ouvia no andar de baixo, como se ele quisesse isso, como se quisesse deixar claro que estava ali.
Reina sorriu levemente.
Se Horus não trabalhasse para Aleksander, ela acharia que ele sentia algo por ela.
Mas é impossível, Horus não sentiria algo por alguém como ela.
"Ninguém nunca vai amar você de verdade"
As palavras de Baltazar a assombram desde que ele as disse, quando brigaram, ou melhor, quando ele a agrediu em uma das várias vezes.
Isso também a lembrou de quando ele a agrediu e após isso a destruiu, ela não tinha feito nada para irritar ele, mas aparentemente ela não precisava fazer nada.
Lembrança on:
Reina sorria satisfeita enquanto caminhava de volta para casa, ela se sentia mais leve depois de aproveitar a tarde com Thays, sua governanta.
Ela a dispensou assim que decidiu voltar para casa, Thays estava cansada e não seria problema voltar apenas no outro dia.
Ela tinha comprado algumas coisas, entre elas um lindo vestido rosê que lhe caiu muito bem.
O sorriso da fêmea sumiu quando viu um cavalo familiar amarrado na árvore em frente a sua casa.
Baltazar estava em casa.
Reina respirou fundo, sentindo seu coração acelerado quando entrou na casa.
Ele não estava na sala, então a fêmea subiu as escadas e foi para seu quarto.
Ele não estava lá também.
Reina suspirou aliviada, talvez tivesse acabado de chegar e nem notou que ela tenha saído.
- Onde estava? - A voz masculina soou autoritária atrás dela.
Reina se virou, encontrando seu marido parado na porta.
Ele usava calça preta e camiseta branca social, os longos cabelos estavam amarrados em um rabo de cavalo e o rosto bonito, apesar do mau caráter estava raivoso.
Reina engoliu em seco.
- Eu saí um pouco - ela disse baixo.
"Não levante a voz"
"Ou ele irá castigar você"
Ele descruzou os braços, se aproximando dela, Reina baixou a cabeça quando ele parou em sua frente, o macho era forte e bem maior que ela.
Ele olhou para as bolsas nas mãos dela e se abaixou para pegá-las, Reina não disse nada.
Ela tinha a respiração presa, estava esperando a reação dele.
O macho retirou o vestido rosê da bolsa e torceu o nariz em desgosto.
- É com isso que gasta meu dinheiro? - perguntou com desdém.
- Eu gostei - as palavras escaparam de sua boca e soaram um pouco...decididas demais para Baltazar.
Ele a encarou, franzindo o cenho.
- Que tom de voz é esse? - questionou baixo.
- Desculpe - foi o que ela disse.
- Olhe para mim - sua voz saiu firme e Reina o fez, olhando para ele, que segurou seu queixo com firmeza.
Ele a encarou por um segundo que pareceu uma hora.
Reina sentiu sua respiração falhar quando ele sorriu um pouco e a virou de costas.
As mãos dele tocaram seus ombros, então os lábios dele, beijando a pele dela, que trincou a mandíbula.
"De novo não"
Reina segurou as lágrimas que queriam fugir dos seus olhos quando ele segurou as costas de seu vestido e rasgou o tecido, arrancando do corpo dela como se ela fosse um manequim.
Ela não disse nada, não quando ele a segurou e deitou na cama, não disse nada quando ele a beijou com força, arrancando sangue dela, não disse nada quando ele a tocou sem a sua permissão e não disse nada quando mais uma vez ele a destruiu.
Lembrança off:
Reina piscou com força, franzido o cenho quando sentiu seu rosto molhado.
Ela limpou aquelas lágrimas teimosas.
Por que estava chorando?
Conseguiu segurar quando Baltazar a tinha sob ameaça, porque agora não estava conseguindo?
Reina suspirou, se acalmando e limpando o resto das lágrimas.
É passado.
Aquilo era passado.
Ela estava livre dele.
Não estava mais casada e Baltazar estava morto.
Ela ouviu batidas na porta e murmurou um "entre".
Horus entrou no quarto, ele tinha uma caixa nas mãos e colocou em cima da cama, cruzando as mãos atrás das costas quando Reina se virou.
Ela olhou para a caixa e confusão tomou seu rosto.
- O que é isso?
- Haverá a queda das estrelas na corte noturna hoje, achei que poderia ver - foi o que ele disse.
Ela se aproximou, interessada.
- Podemos ver? - questiona.
Ele assentiu.
- Pode ver de uma das montanhas, não podemos entrar na cidade - ele diz como se ela pudesse negar, como se estivesse se desculpando.
Ela sorriu levemente.
- Eu...vou, obrigado Horus - disse baixo, ainda o encarando, um brilho passou pelos olhos dela e Horus não esperou uma deixa para sair do quarto, não quando o olhar dela o deixava desnorteado.
Reina olhou para a caixa na cama, se aproximando e tocando a mesma.
Era verde, envolta em veludo, um laço enfeitavam a tampa, na cor verde claro.
Reina retirou a tampa, um suspiro surpreso saindo dos seus lábios ao ver o que tinha dentro.
Era o vestido verde que tinha visto na vitrine de uma loja na corte outonal.
Horus tinha comprado...
- Ele...- as palavras sumiram da boca dela e Reina olhou para uma pequena caixa de veludo verde no fundo da caixa do seu vestido.
Ela segurou a mesma e abriu, encontrando o colar dourado que viu na corte outonal.
Horus comprou...
Comprou ambos.
A sensação que sentia era estranha, ela sentia algo aquecer em seu peito.
Reina não estava acostumada com isso.
Ela não ganhava um presente sem intenção por trás há... séculos.
Na verdade, ela não se lembra de já ter ganho.
Reina sorriu, ficando de pé e correndo para o banheiro.
Ela vestiria aquele vestido e veria a queda das estrelas.
Não tinha como ficar melhor.
{...}
Amélia se encarou no espelho, suspirando pela décima vez, enquanto admirava o vestido que usava.
Ela tinha subido para o quarto assim que anoiteceu, não tinha ido na casa dos seus pais, já que eles iriam para a casa do vento, onde veriam juntos a queda das estrelas.
Ela olhou seu vestido, que sua mãe tinha comprado.
O mesmo era em um tom claro de todo, com uma fenda na perna direita que deixava a mesma toda a mostra e um decote generoso que deixava o colo dos seus seios a mostra, um tecido transparente cobria metade da abertura do decote.
O vestido não tinha mangas, as alças eram feitas de um tecido brilhoso, assim como o resto do vestido, cuja saia era praticamente transparente, com um short por baixa para cobrir suas partes íntimas.
Amélia penteou os cabelos, deixando-os soltos e ondulados, ela passou uma maquiagem leve e um brilho nos lábios, a fêmea também usou jóias.
Amélia suspirou quando mais uma vez se olhou, usava uma sandália simples na cor preta.
Ela sentiu algo em seu peito, um leve aperto, ao se lembrar que não estaria com Aleksander.
Que essa data tão especial ela não passaria com ele.
Isso foi o suficiente para seus olhos lacrimejarem, mas ela se forçou a pensar que era melhor, isso ou ela e talvez aquele mundo morressem.
Amélia sorriu, prendendo a tristeza que ameaçou assolar a fêmea, então saiu do quarto e desceu as escadas, pronta para fingir que não sentia falta do seu parceiro.
(Vestido que Horus deu a Reina)
(Colar que ele também deu)
(Vestido da Rainha, Amélia)
(Próximo cap mostro o de Cassy)
Oiiiii pessoal!
Eu sumi por duas semanas, cara parece que faz anos.
Um bloqueio criativo horrível me atingiu, tanto que demorei mais de uma semana pra terminar esse cap.
Não tenho conseguido dormir direito, por isso não consegui escrever, além de outros problemas, enfim, espero que consiga atualizar muito em breve.
Tava louca pra postar e vou tentar escrever mais hj.
*Kieran e Cassandra no começo sendo um casal fofo dmsss.
A pobi da Amélia sentindo falta de seu Alek, não julgo, ia fazer pov dele mas deixei pro próximo cap, o coitado também tá sofrendo de saudade.
Nestha sendo necessária após um leve desvio de inteligência heheheheh.
Reina e Horus ein? Ele mostrando que é um fofo tbm, queria que alguém gostasse de mim assim 🤧.
Mostrei um pouco do passado da Reina que contarei mais no próximo cap, que por sinal já é a queda das estrelas.
E trarei bastante surpresas nesse capítulo, acho que não vai caber só em um pq se não fica muito grande, mas vcs vão amar.
E aproveitem, logo as palavras do Belel farão sentido.
Espero que gostem.
Bjs.