eden's garden ∆ supernatural

By swturnno

1.1K 250 2K

•❝a voz do comando, uma habilidade há muito perdida e cobiçada até pelos arcanjos do céu. | é de consenso g... More

elenco,
𝑨𝑻𝑶 𝒁𝑬𝑹𝑶 † ❝𝗻𝗲𝘀𝘁𝗲 𝗽𝗮𝗹𝗮𝗰𝗶𝗼 𝗲𝗺𝗽𝗼𝗲𝗶𝗿𝗮𝗱𝗼❞
o primeiro momento,
o elemento do controle,
chegando em termos,
suspeita na mente de um ser angelical,
chegada na terra natal,
o encontro de um autor e suas criações,
o oráculo disse,
quando a bebida (literalmente) ajuda,
winchester perdido,
lobo em pele de cordeiro,
alice não me escreva aquela carta de amor,
quantos anos tem, quantos gostaria de ter,
buraco negro supermassivo,
encontro de dois extremos,
indo colina abaixo,
𝑨𝑻𝑶 𝑼𝑴 † ❝𝗲𝘅𝗶𝘀𝘁𝗲 𝗱𝗼𝗿 𝗲 𝗽𝗿𝗮𝘇𝗲𝗿❞
o silêncio dos inocentes,
se ele for embora,

preparatório prepotente,

55 11 157
By swturnno

Presos no mesmo lugar.

Já faziam várias horas desde que Hariel trancara Eden no quarto em que ele estava agora. O garoto havia chamado pelo serafim diversas vezes, não obtendo resposta. Ele tentara atravessar a porta, que não abria, tentou comandar a porta a abrir, tentou quebrar as paredes com uma das pilastras; tudo sem sucesso.

No último dia inteiro, Eden tentara ligar para Dean ou Bobby, mas não havia sequer sinal. Quando a bateria de seu telefone acabou, o menino retirou a jaqueta de couro e a usou de travesseiro, deitando-se na cama do quarto. Dormiu por um tempo, acordando com o som suave de asas batendo ao seu lado.

'Espera', franziu o cenho. 'Asas?'.

Levantou a cabeça e esperou ver Hariel, mas era outra pessoa, segurando um saco de fast food em uma das mãos. Eden fechou a cara, mas seu estômago roncou com o cheiro de hambúrguer.

— O que quer? — Questionou, a voz rosnada.

Castiel franziu o cenho. — Achei que estaria com fome. — Sinalizou o pacote na mão direita, a outra atrás das costas.

— Eu não estou. — Eden revirou os olhos, abraçando a jaqueta de couro preta. — Por que está aqui?

— Hariel me disse que lhe trouxe aqui para ficar seguro. — Castiel se aproximou, deixando o pacote no colchão, na frente do menino, que sentiu a barriga doer de fome. Lentamente, ele abriu o saco e pegou de lá de dentro um dos dois hambúrgueres, retirando o papel que o envolvia.

— Seguro de que? — Eden questionou, a voz baixa como se estivesse com receio de alguém lhe ouvir. — Ele disse que tem anjos que querem me matar.

— O céu está em um empasse. — Castiel enfiou as mãos nos bolsos. — A maioria acha você perigoso.

— E você acha também? — A voz de Eden era fraca.

Castiel hesitou por alguns segundos.

— Sim.

Eden mordeu um pedaço da comida, quieto. Balançou a cabeça. Estava machucado.

— Entendo. — Resmungou, a voz rouca. — Então é assim que funciona.

— Tente entender-

— Já disse que entendo. — Ele interrompeu, rude, com raiva, e machucado - não que mostrasse a última parte. — Quem foi que colocou uma coleira em você?

— Ninguém colocou uma "coleira" em mim. — Confuso, o anjo tombou a cabeça para o lado.

Eden revirou os olhos, encarando o hambúrguer em mãos. De repente, desejou que estivesse envenenado.

— Eu agradeço pela comida — Começou, se levantando e fazendo menção para andar para longe. — mas quero ver o Dean.

— Não pode sair daqui. — Castiel negou, balançando a cabeça e se pondo na frente do Rosae.

— Cas. — Eden respirou fundo, juntando coragem. — A Lilith é o último selo.

— Está mentindo.

— Por que eu mentiria?

Castiel pareceu pensativo. No fim, decidiu desconsiderar a afirmação do albino.

— Se ela fosse o último selo — Castiel encheu o peito de ar. — eu saberia.

— Eles não te contam muita coisa. Por que te contariam sobre isso? — Ácido, Eden rebateu, cruzando os braços e olhando para cima, diretamente na imensidão de azul que eram as iris do anjo, que não respondeu. — Você não é quem eu quero ver.

— Você não quer ver ninguém.

— Quero ver o Dean.

Castiel não respondeu.

— Escuta, eu não vou usar a Voz do Comando em você. — Eden prometeu, seu olhar se tornando suplicante. — Estou te dando uma chance de se redimir comigo, pelas coisas que me disse, pelo jeito que está me tratando.

— Eu não preciso me redimir. — O anjo disse, a voz neutra e indiferente. — Eu já disse. Eu sirvo ao céu.

Eden sentiu o coração bater mais rápido pela irritação que percorrera suas veias diante do papo furado de Castiel.

— Você não me escuta, me ignora, só obedece o céu, que por acaso, não vai impedir o Armageddon. — Listou, possesso. — Some daqui.

— O que?

— Se você não vai me ajudar com o fim do mundo, então some da minha frente.

Castiel levou alguns segundos para reagir. Pegou a mão de Eden por impulso, mas logo a soltou.

— Voltarei depois. — E sumiu. Eden rosnou.

— Pois nem volte!

Eden saiu do banheiro e fechou a porta atrás de si, secando as mãos na calça cargo preta. Parou quando viu um homem de meia idade usando um terno preto sentado rente á mesa no canto do quarto de hotel do qual não conseguia escapar.

— Ótimo, mais um filho da puta com asas. — Resmungou.

— Sente-se, Eden.

Mesmo hesitante, Eden se sentou á frente dele. Cruzou os braços, na defensiva, seu olhar ameaçador e atento.

— Acredito que não fomos devidamente apresentados. — O homem começou, em uma simpatia que Eden identificou como falsa. — Sou Zacharias.

— Não vou me apresentar. — O menino bufou. — Já sabe quem eu sou.

— De fato, sei. — O homem balançou a cabeça em concordância. — Sei do seu nome antigo, também. Sei de quem cuida de você, e de sua habilidade.

— Ah, uma coisa que você não sabe é que eu sou vidente. — Cínico, o albino começou. — Me deixe adivinhar. — Rosae levantou uma das mãos, sua face pensativa. — Vai me matar.

Zacharias soltou uma risada baixa. — Não estou aqui para matá-lo, apesar de ser a vontade da maioria.

— Então não vai me matar. — Eden sorriu, ladino. — Não ainda. Não é?

O sorriso de Zacharias sumiu. Eden era estupidamente esperto. Irritantemente inteligente. Uma pedra em seu sapato.

— Vamos ao que interessa. — O homem juntou as mãos encima da mesa. — Seu anjo da guarda está fora do radar faz um tempo.

— E o que eu tenho a ver com isso? — Ele foi rápido em rebater, ríspido.

— Talvez saiba onde ele está.

— Ele não seria burro de me contar para onde foi. — Eden revirou os olhos. — Do que se trata isso, afinal?

— Sabemos que ele tentou encher sua cabeça com mentiras. Desconfiamos que ele esteja planejando algo grande envolvendo você e o apocalipse.

Eden soltou uma risada alta, cruzando as pernas uma sobre a outra sob a mesa.

— É, cuzão. — Eden revirou os olhos. — Ele quer que eu pare o apocalipse.

— Receio que não podemos fazer isso.

— Eu posso.

Zacharias tentou se impedir de pular sobre a mesa e esganar Eden. 'Que pirralho cheio de si', pensou.

— Você não entende. — Zacharias voltou a dizer.

— Meio difícil entender quando tudo o que me dão são frases enigmáticas. — Eden cruzou os braços.

— Você deve-

— Como me achou, afinal? — O Rosae interrompe, meio interessado na resposta.

— Existe muita energia vinda de você. — O serafim mantinha o tom de voz calmo. — Era questão de tempo até lhe achar. Tem sorte de ter sido eu a lhe encontrar.

— Corta essa. — O albino apoiou o cotovelo esquerdo na mesa e o queixo na palma da mão. Tinha um olhar desinteressado no rosto e os lábios estavam repuxados para um lado. — Não tenho sorte de você me encontrar. Não passa de um anjo engomadinho com complexo de superioridade que acha que todo mundo vai te venerar porque é fortinho.

O olhar de Zacharias se tornou sombrio. — Eu exijo mais respeito.

— Tenho uma coisa a dizer pra você. — Eden mostrou o dedo médio da mão direita, sorrindo maldoso. Colocou a palma da mão esquerda na mesa. — Enfia essa exigência no seu rabo e roda bem gostoso até sair sangue.

Zacharias puxou sua faca angelical e esfaqueou a mesa, perigosamente perto da mão de Eden. O menino não demonstrou medo, mas por dentro sabia que estava testando seus limites.

Era mais interessante assim.

— Eu sou um anjo do Senhor. — O serafim anunciou, como se estivesse se apresentando para uma multidão de crentes. A cadeira atrás dele caiu no chão, e só então Rosae percebeu que ele estava de pé. — E você, mero humano, não vai me tratar assim.

— Eu vou. — Eden também se levantou, cara a cara com o anjo. — Porque você não vai me matar.

— Ainda.

— Qual é, isso não me assusta. — O sorriso no rosto do menino era suficiente para fazer Zacharias perder a calma, mas o homem se recompôs. — Vai ter que fazer muito mais do que ameaças para me fazer ter medo de você.

Zacharias analisou os olhos de Eden, buscando a verdade. Quando não viu nem um pingo de medo, guardou a faca.

— Quero ver o Dean. — Eden exigiu, enfiando as mãos nos bolsos. — Agora.

— Eu já disse que não pode, Eden. — Uma nova voz se fez no cômodo. Zacharias e Eden encararam Castiel, e o mais novo dos três fechou a cara.

— Você vai me levar até ele.

— Não me ameace.

— Eu não ameacei. — Eden se fez de sonso. — Você tá tão na defensiva... Sabe o que fez.

Castiel e Eden se encararam intensamente, como se mentalmente entrassem em uma briga por dominância. No fim, Castiel foi quem desviou o olhar; Eden se encheu de senso de vitória.

— Tudo bem. — Zacharias irrompeu. — Não há mais motivos para lhe esconder aqui. Vamos te levar até Dean.

Castiel lançou um olhar questionador para o seu superior, mas logo agarrou o bíceps de Eden. Aquela mesma sensação de estar fora do chão tomou conta dos sentidos do rapaz, e ele abriu os olhos para se encontrar em uma sala ampla de arquitetura românica. Tudo era branco e dourado. Eden se perguntou onde estavam.

— Dean. — Zacharias, com as costas para Eden, cumprimentou o homem, e Eden tentou ficar nas postas dos pés para olhar por cima do ombro do anjo. — Você está ótimo.

— Ora, vejam só. — Dean deixou a cerveja que segurava de volta no balde cheio de gelo, se virando para os dois anjos. — Zach e Cas, gêmeos a bordo.

Eden rolou os olhos quando nenhum dos anjos pareceu captar a referência. Dean suspirou.

— É uma- deixa pra lá. — Resmungou. — E aí? Onde é que eu tô?

— Chame de quarto verde. — Zacharias se aproximou. — É aqui que vamos esperar o grande final. Ficará a salvo até a hora da ação.

Dean franziu o cenho quando viu um bocado de cabelos ondulados e brancos atrás de Zacharias.

— Eden?

— Dean. — Eden se soltou da mão de Castiel com um movimento brusco, passando por Zacharias e parando na frente do homem.

— Meu deus, por onde você andou?

— Longa história. — Eden não parecia desconfortável com o peso dos olhares dos dois anjos em suas costas. — Meu anjo da guarda me sequestrou e eles me acharam um dia depois.

Dean franziu o cenho mais uma vez, gentilmente colocando Eden atrás de si e voltando o olhar para Zacharias. Ele pegou um hambúrguer da grande pilha da comida de fast food encima da mesa e estendeu para o Winchester.

— Pegue um hambúrguer. O seu preferido. — Ele sugeriu. — Da birosca em Delaware. Dos seus onze anos, eu acho.

— Não tô com fome. — Dean negou.

— Não? — Zacharias devolveu a comida á pilha. — Que tal a Ginger da 'Ilha de Gilligan'?

Dean balançou a cabeça. — Tentador. — Eden lhe deu um empurrão fraco. Ele logo adicionou: — E estranho.

— A Mary Ann vem de bônus.

— Não, não, eu...

— Não enquanto eu estiver aqui, Zacharias. — Eden cruzou os braços, lembrando-os de que estava lá.

— Olha, esquece o passado, valeu? — Dean ergueu o queixo. — Eu quero saber qual é o plano.

— Deixe tudo conosco. — Zacharias deu um sorriso ladino, semicerrando os olhos. — Queremos que fique relaxado e concentrado.

— Mais fácil ficar furioso e cair fora. Desembucha logo, palhaço.

Zacharias o encarou, e então desviou os olhos para Eden. Suspirou, por fim. — Todos os selos se romperam, exceto um.

— Hm, placar impressionante. — Dean, sarcástico, rebateu. — Tá pau a pau com os Generais de Washington.

— Você acha que sarcasmo é apropriado, considerando que você começou tudo isso? — Zacharias andou por Dean e Eden, agora de costas para eles. Dean ficou visivelmente tenso. — Mas o último selo será diferente.

— Como?

— Lilith tem que quebrá-lo. — Zacharias revelou, e Eden o encarou como se adagas pudessem sair de seus olhos e perfurar o corpo do anjo. — Ela é a única que pode. Amanhã, á meia noite.

— Onde?

— Estamos trabalhando nisso.

— Trabalhem mais! — Dean vocalizou, começando a ficar possesso.

— Nós faremos o nosso trabalho e você faz o seu.

— Ah, é, e sou eu que vou parar ela? Como? Com a faca? — Dean já estava sem paciência.

— Tudo tem o seu tempo. — Zacharias levantou o queixo, querendo se mostrar superior. Querendo que Dean simplesmente ouvisse.

— E o tempo não é agora?

— Tenha fé.

— Fé no que? Em você? — Dean cuspiu as palavras, ríspido. Deu um passo a frente. — E por que acha que eu deveria?

— Porquê você jurou obediência. — Zacharias fez o mesmo, se aproximando de Dean. — Obedeça.

Dean tentou achar palavras, mas permaneceu calado. Zacharias, sentindo-se satisfeito, desviou o olhar a Eden.

— Lembre-se, Eden — Ele chamou. — Mentiras.

Com isso, desapareceu diante de seus olhos. Eden desviou os olhos para Castiel.

— Cas. — Chamou. — Cas, olha pra mim.

Castiel lhe encarou antes de abrir a boca, hesitante.

— Não tente. — E também sumiu. Eden suspirou e pegou um dos hambúrgueres, se sentando na mesa e retirando o papel que cobria a comida.

'Hariel', rezou. 'Vem logo.'

•••

— Então o seu anjo da guarda-

— Hariel.

— Ele te escondeu pra ninguém te achar? — Dean, sentado ao lado de Eden, arqueou as sobrancelhas. — E anjos querem te matar.

— E Sam se libertou, apagou Bobby e fugiu com a demônio vadia. — Eden franziu os lábios. — Que vida de merda nós temos.

— Nem me fale. — Dean soltou ar pelo nariz, quase em um suspiro. — Vou tentar uma coisa.

— O que?

— Cas? — O Winchester chamou alto, se levantando e andando pela sala. — Castiel, desce aqui, rapaz!

Dean casualmente andou até uma pequena figura de porcelana de um anjo e a derrubou no chão, se divertindo ao vê-la quebrar. Eden viu Castiel aparecer atrás do homem.

— Você queria me ver?

Dean se virou para o anjo, pigarreando.

— Eu preciso de uma coisa.

— O que você quiser.

— Preciso que me leve até o Sam.

O anjo tombou a cabeça para o lado. — Por que?

— Tenho que falar uma coisa com ele.

— Falar o que?

— O lance dessa manhã é fácil pra você. É rápido. — Dean se referia ao teletransporte que realizaram para levá-lo até lá.

— Não é aconselhável. — O anjo desviou o olhar. Dean se aproximou.

— Eu não pedi a sua opinião.

— Já se esqueceu do que aconteceu da última vez? — A voz de Castiel se tornou firme, com um traço de irritação.

— Não, e esse é o ponto. — Dean franziu o cenho. — Eu vou fazer o que vocês quiserem, eu só preciso resolver essa última coisa. Cinco minutos.

— Não.

Dean processou a negação em apenas dois segundos. — Como assim "não"? Tá dizendo que eu tô preso aqui?

— Você pode ir para onde desejar.

— Me leva pro meu carro. — Eden se intrometeu, ainda sentado na cadeira. Castiel não o encarou nos olhos.

— Não posso. Você deve ficar aqui. São minhas ordens.

O albino bufou, e Dean também.

— Então, eu posso ir pra onde quiser? Incrível. — Dean levantou o queixo. — Me leva até o Sam.

— Não.

— Então eu quero dar uma volta.

— Tá, eu vou com você.

— Sozinho.

Castiel balançou a cabeça em negação, vocalizando logo em seguida: — Não pode.

Eden estava de saco cheio da negação do anjo.

— Quer saber de uma coisa? Vá se ferrar. — De sangue quente, Dean se virou para a porta. — Tô fora. Vamos, Eden.

Eden se levantou, mas Castiel estendeu a mão em sua direção, como se pedisse para ele ficar. O anjo pronunciou-se:

— Vai sair por qual porta?

Dean olhou para Castiel, e se virou novamente para a porta, que já não estava mais lá. Ele se virou de volta para o anjo, que também havia sumido.

— Que merda. — Resmungou. — Merda!

— Não teria funcionado. — Eden resmunga, assistindo Dean agarrar uma pequena pilastra de pedra e golpear a parede diversas vezes, quebrando-a de pouco em pouco. — Dean.

— Cala a boca!

— Dean!

Dean parou, desacreditado com o que via. A parede estava nova em folha. Passou as pontas dos dedos pelo material liso e branco, jogando a pilastra no chão por pura frustração.

— Desgraçado.

— Quer parar de se comportar como um macaco? — Zacharias, atrás dele, disse. Havia incômodo em sua voz. — Não cai bem.

— Tira a gente daqui. — Dean se aproximou, sem paciência.

— Não é aconselhável.

— Desembucha, Zacharias. — Eden se levantou da cadeira. — Como você quer que Dean pare a Lilith se não nos deixa sair? Diga a verdade.

Zacharias sentiu o maldito impulso revirando sua mente. Sentiu vontade de contar a verdade, e assim o fez:

— Nenhum de vocês vai parar Lilith. — Com um suspiro, ele andou até um dos sofás e se sentou. Dean e Eden encararam-no com olhares de puro choque. — Eu não quero pará-la. Nunca quis. O apocalipse vai estrear em um cinema perto de vocês.

— E aquilo de salvar os selos? — Eden continuou, se aproximando. Era como um verdadeiro laço da verdade.

— Para enrolar os trouxas. — Zacharias casualmente contou. — Não podíamos dizer toda a verdade. Teríamos uma rebelião em massa em nossas mãos.

— Por isso estão atrás de Hariel. Porquê ele quer me usar pra impedir vocês. — Eden concluiu. — Então é verdade. Lilith é o último selo.

— O que?! — Dean arregalou os olhos.

— Ora, pense bem, Eden. — Zacharias parecia se divertir em revelar toda a verdade. — Acha que deixaríamos romperem sessenta e cinco selos se a alta cúpula não quisesse assim?

— Mas por que? — Dean franziu o cenho.

— Por que não? Escutem, o apocalipse. — O anjo passou as mãos no ar, como se apresentasse a incrível ideia. — O marketing é ruim, causa medo nas pessoas, quando é só uma luta de boxe de escala maior. Quando nosso lado vencer, vai ser o paraíso na Terra. Não é ótimo?

— E as pessoas? — Dean rangeu os dentes. — O que acontece com elas?

— Não dá pra fazer um omelete sem quebrar alguns ovos, Dean. Montanhas de ovos. — Zacharias se levantou do sofá branco, ajeitando o paletó. — Não será a primeira limpeza planetária que fazemos.

Eden o olhou de olhos arregalados e raivosos. — Covardes.

— Somos espertos, Eden. — O serafim corrigiu. — Vejam bem, Dean ainda tem um papel a cumprir; seu destino não foi mentido. Você vai impedir. Não o apocalipse, ou Lilith, mas Lúcifer.

Dean parecia atônito. — O que?

— Não me leve a mal. Sam também tem um papel; só precisa de um empurrão na direção certa. E Eden, você não vai sobreviver para ver o apocalipse.

— O que? — Eden e Dean questionaram juntos. — Por que eu? — Fora Eden quem continuou, desta vez sozinho.

— Sabemos da profecia em seu nome, Baghie. — Zacharias respondeu, de queixo erguido e nariz empinado. — Não vamos deixar que interfira e mude tudo.

— Mas o que? — Eden parecia em choque com as notícias. — Como assim mudar tudo? O que eu tenho de tão perigoso?

— Dean, quando isso terminar, vai ter sua recompensa. Paz. Tranquilidade. Duas virgens e setenta vadias. — O anjo ignorou os questionamentos de Eden, dando uma risada. — Confie em mim. Um dia vamos olhar para este dia e rir.

Dean o olhou de sobrancelhas juntas. — Onde fica seu Deus em tudo isso?

Zacharias deu de ombros. — Deus... foi tirar férias.

Com o bater de asas familiar, ele sumiu diante de seus olhos. Eden andou até a mesa e arrancou do balde de gelo uma cerveja, abrindo-a e tomando um longo gole.

— Merda. — Bebeu mais um gole.

— Eden, me escuta. — A voz de Dean chamou sua atencão. — Chama algum deles pra cá e manda seja lá quem for nos levar até Sam.

— Eles não vão vir. — As mãos de Eden estavam tremendo, mas sua face estava neutra. Ele deixou a cerveja aberta encima da mesa e agarrou a própria cabeça, fechando os olhos. — Eu vou me matar.

— Eden, não! — Dean se aproximou rápido e impediu que ele tentasse quebrar o próprio pescoço. — Temos que ser espertos. Seja lá o que eles querem, não vamos dar a eles.

— Eu desisto, Dean.

— Bebe essa cerveja e senta aí, garoto.

Eden levou alguns segundos para concordar.

Na próxima hora, nenhum dos dois disse qualquer palavra. Dean, no canto da sala, tentou ligar para Sam, o telefone nas mãos. Bufou em frustração quando tudo que ouviu foi a ligação caindo antes mesmo de ser atendida.

— Não pode alcançá-lo, Dean. — A voz de Castiel ecoa pela sala. — Você está fora da área de cobertura.

Eden, deitado no sofá no canto da sala, bufou e se encolheu mais, usando a própria jaqueta de cobertor. Dean se virou para o anjo.

— O que vão fazer com Sam?

— Nada. — O de olhos azuis se aproximou. — Ele vai fazer sozinho.

— O que isso quer dizer? — Dean franziu o cenho. Quando Castiel olhou para os próprios sapatos, Dean segurou um suspiro. — Ah, já sei. Política da companhia. Por que está aqui, Castiel?

— Nós dois passamos por muita coisa juntos, eu e você. — O anjo levantou o olhar. — Eu queria dizer que lamento tudo terminar assim.

Dean o olhou com uma pitada de raiva nos olhos verdes. — Lamenta?

Dentro do silêncio, Dean finalmente socou o anjo no rosto; ele nem sequer tropeçou, apenas virou o rosto. Eden abriu os olhos para ver Dean se virar de costas para o anjo e passar a mão no punho dolorido.

— É o Armageddon, Cas. Você vai ter que dizer algo melhor do que "lamento".

— Cas? — Eden chamou baixo, se levantando do sofá. — Você vai deixar que me matem, e tudo que diz é desculpas?

— Vocês têm que tentar entender. Já está previsto há muito tempo. — A voz de Castiel beirava a agitação. — São os seus-

— Destinos? — Dean interrompeu, ficando cara a cara com o anjo. — Qual é, Castiel. Não vem com esse papo furado. Esse negócio de vontade divina é tudo mentira dos seus chefes pra nos manter na linha, seu filho da puta estúpido! Sabe o que é real? Pessoas, famílias - são todas reais, e você vai simplesmente assistí-las queimar?!

— O que vale a pena salvar aqui? — Castiel trancou a mandíbula. — Eu não vejo nada além de dor. Vejo dentro de você. Nada além de raiva, culpa e confusão.

— Castiel! — Eden repreendeu, se aproximando em passos firmes, seus coturnos fazendo barulho contra o chão. Castiel olhou-o nos olhos, frio.

— E você, não há nada além de medo em você. Está completamente perdido, sozinho, querendo desesperadamente fazer parte de algo. — Castiel leu Eden como um livro. O menino arregalou os olhos em sua direção.

— Você não me conhece.

— No Paraíso, tudo é perdoado. Ficará em paz, Dean. Até com o Sam.

Castiel desviou os olhos para Eden, depois para o chão. Dean, na sua frente, se inclinou e pescou a atenção do anjo com um olhar intenso.

— Pode pegar sua paz... e enfiar ela no seu rabo angelical. — Dean quase que sussurrou. — Eu vou ficar com a dor e até aceito o Sam como ele é. É muito melhor do que bancar o perfeitinho no céu!

Castiel suspirou e se virou de costas, encarando a parede. Dean se enfureceu.

— Chega dessa história de ser o bom soldadinho, Castiel! Tem o certo e o errado aqui, e você sabe! Olha pra mim! — Dean violentamente puxou o ombro de Castiel, o forcando a voltar a encará-lo. — Você sabe! Você queria nos avisar de tudo isso antes de ser arrastado até o céu, não queria? Me ajuda agora!

Castiel parecia pronto para ceder. Não conseguia encarar nem Dean, nem Eden.

— O que você quer que eu faça?

— Nos leve até o Sam! Vamos parar tudo isso!

— Se eu fizer isso — Castiel respirou fundo. — Nós três seremos caçados. Seremos mortos.

Dean encarou Castiel com olhos raivosos. — Seu maldito anjo sem alma. Você não liga pra morte, já tá morto! Fim de papo!

Castiel encarou a parede quando Dean se afastou de seu campo de visão.

— Dean, escuta-

— Cas. — Eden o interrompeu, com a voz firme. — Não importa. Some daqui.

Desta vez, apesar de ter prometido não usar sua habilidade, Eden foi bem claro em suas palavras, que reverberaram no corpo de Castiel dos pés á cabeça. Ele foi rápido em bater as asas e sumir na frente de Eden, que suspirou e cruzou os braços.

— Dean. — Eden chamou.

— Não fala comigo!

Eden pareceu se enfurecer. — O que?!

— Não diz uma palavra, Eden!

— Você não vai falar assim comigo, não! — Eden se aproximou pisando duro no chão. Apontou um dedo na cara de Dean. — Eu não sou tuas puta, não sou teu irmão! Não fiz nada pra você, e mesmo assim tá gritando comigo?! Eu não mereço isso! Fui sequestrado por alguém que poderia me proteger mas sumiu, ameaçado de morte por algo que eu nem fiz ainda, e você acha que você tá sofrendo?! Se fecha, cara!

Dean abriu a boca para retrucar, mas deu um passo para trás quando as orbes do Rosae brilharam em um vermelho neon e intenso. A faceta do Winchester agora estava apreensiva.

Eden pareceu surpreso, mas então machucado.

— Ai, meu deus. — Sussurrou. — Você tem medo de mim.

— Eden-

— Eu pensei que você me via como alguém normal. — Eden abriu os braços, indignado. — Você e Sam têm medo de mim?

— Quer saber? Tenho medo sim, de você dar a louca e sair me mandando fazer qualquer coisa que quiser! Eu não confio em você o suficiente! — Dean rebateu. — Droga, cara, você nem é mais humano!

— Eu sou humano, Dean! — Eden enterrou as mãos nos cabelos. — Quando tudo isso acabar, eu não quero mais olhar na sua cara.

Eden se afastou, deixando um Dean tenso e pensativo no canto da sala.

— Eden.

Ao som da voz de Dean, Eden apenas se encolheu mais no canto da sala, enterrando o rosto nos joelhos que abraçava contra o peito.

— Qual é, Eden. Fala comigo.

— Eu disse que não quero mais olhar na sua cara.

— "Quando tudo acabar." — Dean se sentou ao seu lado, lhe oferecendo um hambúrguer. — E ainda não acabou. Tem que falar comigo.

— O que você quer?! — Eden levantou a cabeça e agarrou o hambúrguer, mordendo-o exasperado. — Vai discursar sobre como sou inconfiável de novo?!

— Fala com o Cas. — Dean pediu, sério, tentando ignorar a culpa que sentia de ter falado merda na cara de Eden. Mas era óbvio que não admitiria. Não agora. — Ele não me ouve, mas vai ouvir você.

— Não quero falar nem com ele e nem com você. — O menino desviou os olhos.

— Eu prometo que eu te deixo em paz, mas faz esse esforço.

Eden suspirou pesado e se levantou, sentando-se na mesa. Pensou em rezar para Hariel, pedí-lo para lhe levar para algum outro lugar e se tornar um fugitivo, mas logo se encontrou rezando para Castiel.

'Cas?', chamou, em mente, de olhos fechados. Comeu mais um pedaço do hambúrguer. Estava delicioso. 'Cas, por favor, desça aqui. Precisamos de você. Eu preciso de você. Dean tá sendo um pé no saco e me falou umas coisas bem chatas, e se eu olhar pra essa cara de leite azedo dele mais uma vez, eu acho que vou explodir.'

Ele abriu um dos olhos. Nenhum sinal de Castiel.

— Ótimo! Ele tá com o rabo entre as pernas e não vai descer aqui nunca mais! — Eden mordeu mais um pedaço do pão.

— Tomara que você esteja errado, então.

Eden também contava com isso.

Permaneceram em silêncio por dez minutos. Dean se levantou do chão e andou até Eden, parando em sua frente.

— Eden. — Ele começou, tenso. — Escuta.

Mas Eden apenas olhou por cima do seu ombro, surpreso. Dean não teve tempo de se virar; foi agarrado e jogado contra a parede, sua boca tapada. Castiel tinha um aperto firme contra ele, mas em uma troca de olhares silenciosa, os homens se entenderam.

Dean saiu da frente quando Castiel buscou do bolso a faca demoníaca e cortou o próprio braço. Com pressa, desenhou algo na parede branca, e Eden se aproximou para enxergar melhor o sigilo de banimento angelical.

— Castiel! — Possesso, Zacharias apareceu no outro canto da sala, se aproximando em passos largos. Castiel o encarou por um milésimo de segundo com olhos arregalados, e voltou a desenhar na parede. — O que você está fazendo?!

Quando Castiel colocou a mão no centro do sigilo, uma luz branca forte iluminou a sala, e Eden e Dean taparam os olhos. Assim que a luz cessou, Castiel tirou a mão da parede, agitação e desespero em seu olhar. Não havia mais Zacharias na sala.

— Ele vai voltar logo. — Havia urgência em sua voz. — Temos que achar Sam, e rápido.

— E onde é que ele tá? — Dean o olhou da mesma maneira.

— Eu não sei, mas temos que pará-lo. — Castiel olhou para Eden. — Lilith é de fato o último selo.

— Eu estava certo esse tempo todo? — Eden arregalou os olhos. Não achou que Hariel estivesse contando a verdade.

— Temos que achar o Sam!

Uma ideia se iluminou na mente de Eden. Ele agarrou a mão de Castiel.

— Chuck! — Exclamou. No segundo seguinte, eles estavam em uma cozinha bagunçada.

Chuck falava no telefone com uma mulher. Quando ele se virou e encarou os 3 juntos, afastou o telefone da orelha, chocado.

— Isso não podia acontecer. — Ele engoliu em seco. — Não, moça, isso pode acontecer. É- te ligo depois.

Desligou o telefone rapidamente, jogando-o encima da mesa.  Castiel um passo a frente.

— Chuck. — Chamou. — Onde está o Sam?

— Vocês não podem ir lá. — Ele balançou a cabeça, nervoso. — Não estão lá. Não era pra isso acontecer-

— Responde, caralho! — Eden explodiu. Chuck deu um passo para trás, a voz de Eden mexendo com sua mente.

— Um convento! Saint Mary. — O homem jogou o manuscrito nas mãos de Dean.

— Um convento? — Dean analisou os papéis. — Uma droga de convento?

— É, mas vocês não deveriam estar lá. Não estão nessa história.

— Bom. — Castiel balançou a cabeça em afirmação, dando de ombros. — A gente inventa no caminho.

Eden o olhou em surpresa e admiração. Castiel estava mudado, ou era impressão sua?

O monitor do computador de Chuck, encima da mesa, recebeu interferência, sua imagem piscando e se contorcendo. O chão começou a tremer e uma luz forte iluminou-os pela janela.

— Ah, o que que é, cara?! De novo não! — Chuck parecia exasperado e nervoso.

— É o arcanjo! — Castiel anunciou, alto. — Eu vou distraí-lo, vou distrair todos! Impeçam o Sam!

Castiel tocou em suas testas, e de repente, Eden e Dean estavam em uma sala empoeirada, vazia e escura, cheia de velas. Se entreolharam, seus corpos tensos, suas mentes á mil.

Era agora ou nunca.

eae amigos!! como sempre, comentem por favor <3

eu tô animado pra primeira aparição do Lúcifer, eu amo e odeio ele, aquela putinha de olho vermelho

Continue Reading

You'll Also Like

284K 8.1K 136
"𝑻𝒉𝒆𝒓𝒆'𝒔 𝒓𝒆𝒂𝒍𝒍𝒚 𝒏𝒐 𝒘𝒂𝒚 𝒐𝒇 𝒘𝒊𝒏𝒏𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒇 𝒊𝒏 𝒕𝒉𝒆𝒊𝒓 𝒆𝒚𝒆𝒔 𝒚𝒐𝒖'𝒍𝒍 𝒂𝒍𝒘𝒂𝒚𝒔 𝒃𝒆 𝒂 𝒅𝒖𝒎𝒃 𝒃𝒍𝒐𝒏𝒅𝒆."
85K 219 36
Other books got deleted, but I'm still just a horny little slut that loves to masturbate and watch porn.
1.2M 56.5K 83
"The only person that can change Mr. Oberois is their wives Mrs. Oberois". Oberois are very rich and famous, their business is well known, The Oberoi...
44.7K 926 91
Continuation of Modesto story who happens to intercourse with friends,mature,classmates,strangers and even family...