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Amélia atravessou, sem saber para onde iria, ela sequer pensou algo antes de atravessar e desejar estar em um lugar solitário, para que ninguém visse o quanto aquela visão a afetou.
Ela respirou fundo, olhando ao redor da biblioteca.
Sim, estava na biblioteca da casa do vento.
Ela não se importou, apenas se encostou em uma das estantes e respirou fundo, fechando os olhos e sentindo a raiva dando lugar à cautela.
Por mais que odiasse admitir que seu coração estava indeciso, Amélia não poderia negar que a visão que Rhys mostrou a afetou de formas inimagináveis.
E se aquilo realmente acontecesse?
E se algum dia Aleksander se arrepender?
Ele planeja governar há milênios, eles se conhecem há apenas alguns meses, ou melhor, se conhecem de verdade.
E se algum dia ele...
Não.
Aleksander jamais faria isso.
Ele não seria capaz de algo assim, Amélia não podia se dar ao luxo de duvidar dele.
Ele já desistiu de governar e não é a primeira vez que faz isso por ela.
Estar com ele, amar ele, é um risco que Amélia vai ter que correr.
Ela não pode recuar sempre que duvidar de uma decisão que tomar, ela não pode simplesmente desistir de uma coisa por meros pensamentos que alguém plantou em sua mente.
A raiva a invadiu.
Como Rhysand pôde?
Ele sabe que Amélia é parceira de Aleksander.
Como ninguém contou isso pra ela?
Ela percebe então que ninguém da sua família exceto sua prima, se importa com o que ela sente.
Talvez Nestha...
Mas o resto está pensando apenas no que Aleksander pode ou não fazer.
Eles a manipularam para trair ele, sabendo que ela se culparia se Aleksander fizesse algo e usaram isso para fazê-la falar.
Eles esconderam que Aleksander é parceiro dela.
Enquanto planejavam secretamente uma forma de prender ele.
Eles até quiseram usar Amélia para prende-lo.
Como ela pôde confiar neles?
Como ela pôde ter acreditado que eles realmente se importavam com o que ela sente?
Ela esperava isso, esperava que eles ao menos contassem a ela antes de planejarem tudo e só aí pedir a ajuda dela.
Mas Amélia se enganou, ela odeia admitir, mas foi tola ao acreditar que sua família pensaria nela em uma situação dessas.
A escuridão toma conta da maior parte da biblioteca.
Amélia olha ao redor.
Ela deve ter atravessado para algum dos níveis inferiores.
A fêmea suspirou, indo até as escadas e subindo.
Ela queria pensar enquanto caminhava.
Por isso subiu os níveis da biblioteca.
Mas algo chamou sua atenção ao passar pelo terceiro nivel da biblioteca.
Uma sombra estava parada em frente a uma estante, de costas para ela.
A pessoa, estava quase encoberta pelas sombras, por isso Amélia não identificou quem era.
Mas a fêmea lentamente se aproximou.
A sombra deu um passo, entrando na escuridão total.
- Quem está aí? - ela perguntou baixo, mas obteve apenas o silêncio.
Sua mão se acendeu em chamas e ela ergueu a mesma, esferas de fogo se espalhando pelos arredores.
Ela não viu ninguém.
- A famosa Grã-feérica - um sussurro grave e cruel foi o que ela ouviu.
Amélia congelou.
Ela sentiu novamente as sensações que sentiu no outro dia, pouco antes de Aleksander aparecer na biblioteca.
Ela sentiu o medo dominar seu corpo, seus instintos gritando para que corresse.
Tudo ao redor dela gritava perigo.
Mas a fêmea olhou ao redor.
- Quem é você? - disse em um tom ameaçador.
- Não me reconhece? nos encontramos antes - ele fala, sua voz cruelmente baixa.
- Quem é você? - ela pergunta, agora com mais firmeza na voz, enquanto uma adaga se materializa em sua mão.
Mas seu coração batia acelerado no peito.
Ela ainda estava paralisada de medo e duvidava que pudesse reagir se aquilo atacasse ela.
A coisa riu.
- Logo vai me conhecer, Vileya Myessa - ele sussurrou, antes que sumisse, Amélia soube disso por que a sensação que sentia, sumiu em um piscar de olhos.
Mas a cautela permanecia.
Quem era ele?
Ou melhor, o que era ele?
Ela balançou a cabeça, atravessando para casa, para longe dali.
Amélia suspirou ao se ver na sala de estar, ela ainda pensava na conversa pequena que teve com o desconhecido.
"Logo vai me conhecer, Vileya Myessa"
Ele a chamou...
Pelo caldeirão.
Amélia suspirou.
- Amélia - Aleksander disse, descendo as escadas e encarando a fêmea confuso - O que aconteceu?
Ela o olhou, lembrando das palavras e da visão que Rhysand mostrou.
Seu coração saltou.
Ele não faria aquilo.
- Oi, não houve nada, só...- Ela sorriu pequeno, Aleksander parou em sua frente.
- O quê? - ele questionou.
- Eu falei ao meu pai que estava com você - Ela disse.
Entendimento brilhou nos olhos dele.
- Imagino que a conversa tenha sido difícil - fala baixo, segurando a cintura dela.
- Foi, mas eu já esperava - ela diz com um sorriso, que não chega aos seus olhos.
Aleksander obviamente nota.
- O que ele disse? - questiona.
- Não importa, você não vai recuperar sua magia? - ela muda de assunto.
Aleksander estreita os olhos.
- Não mude de assunto.
Ela revira os olhos.
- Não quero falar disso, vamos falar sobre outra coisa ou você pode recuperar sua magia logo, por que está demorando tanto?
Ele dá de ombros.
- Acho que devo estar ansioso e adiando mesmo sabendo que vou ter que fazer isso - ele fala.
- Então não adie - ela sorri.
- Farei isso na clareira, não sei como vai ser - ele fala.
Amélia assente.
- Vou com você.
- Tão curiosa - ele ronrona.
- Onde está Kieran? - ela questiona e ele dá de ombros.
- Ele disse que tinha coisas para tratar, eu o dispensei antes disso - ele sorri - hora de desfazer o que fiz.
Amélia assente, sentindo um nervosismo, ainda que não seja com ela.
Aleksander ergue a mão e Amélia pega, se aproximando dele, que passa um braço ao redor da cintura da fêmea.
Escuridão os envolve e em menos de dois segundos eles se vêem em uma clareira, a área aberta, grande o suficiente e vazia, para caso algo saisse do controle.
- Se proteja - ele pede, se afastando e vendo-a assentir, um escudo roxo a cobrindo.
- Boa sorte - ela faz joinha.
Ele sorri, dando as costas e seguindo para longe.
Amélia o observa, seu coração acelerado no peito, enquanto sua mente voltava para a visão que seu pai mostrou.
Ela fechou ambas as mãos, entrelaçando os dedos e tentando tirar aquilo da cabeça.
Não era o momento para pensar naquilo.
Aleksander ergueu a mão quando os tesouros aparecem flutuando em sua frente.
Ela viu os ombros dele se moverem enquanto o macho respirava profundamente, antes que luz inundasse suas mãos, uma luz amarelada e forte que rastejou pelo ar, em direção aos tesouros.
Aquela luz envolveu os tesouros, que começaram a emanar uma névoa negra.
A névoa serpenteia em direção a Aleksander e quando aquele poder tocou suas mãos, Amélia sentiu o chão aos seus pés estremecer.
Ela encarou assustada a cena a sua frente.
O chão rachou aos pés dele, quando Aleksander sugou aquela magia, aquele poder tão forte, tão antigo.
Durou segundos, mas Amélia sentiu como se fossem horas, enquanto observava maravilhada veias negras surgirem no chão, partindo dos pés dele e seguindo por alguns metros, desaparecendo em seguida.
Os tesouros aos poucos se desfizeram, se transformando em pó conforme toda a magia deles era sugada.
Até que não restasse nada.
Aleksander baixou as mãos quando terminou, ele ficou em silêncio por alguns segundos, a cabeça baixa.
Amélia se aproximou quando o escudo ao seu redor se desfez.
Ela encarou Aleksander, parando em sua frente e vendo a confusão nos olhos dele.
- Não pode ser...
O murmúrio dele foi quase inaudível.
- O que houve?
Ela estava confusa, por que ele estava daquele jeito se tinha recuperado o poder de volta?
Os olhos vermelhos a fitaram.
- Minha magia...
- O que houve? - ela questionou.
- Algo está errado, precisamos voltar - ele diz segurando a mão dela, atravessando.
Amélia arregalou os olhos quando reapareceram na sala de casa.
- O que houve? - questiona, vendo-o se afastar.
Aleksander parecia atônito.
- Eu... não sinto meu poder - ele fala baixo, segurando na bancada da cozinha - Não sinto ele como antes.
- Como assim? Eu vi a magia indo para você - ela diz.
Ele a encarou.
- Eu não sinto minha magia de volta, Amélia, é como se ela sequer tivesse voltado - ele fala.
Ela o encara.
- Onde está então?
- Eu não sei, consigo sentir que algo mudou, mas não sinto meu poder de volta - ele revela.
- Acho melhor esperar antes de tirar conclusões, talvez seu corpo não esteja acostumado com a magia e precise de tempo para senti-la - ela diz, esperando que fosse isso.
Ele assente devagar.
- Talvez.
Ela segura seu rosto, fazendo-o encarar a fêmea, os olhos vermelhos ainda estavam confusos.
- Vamos esperar, ok? - ele assente.
Amélia sorri.
- Você vai ver que logo tudo vai voltar ao normal e esse susto vai passar - diz e o macho assente.
Ele a encarava como se a visse pela primeira vez, os olhos com um brilho que diziam exatamente o que ele estava pensando.
- Amo você - disse, a voz soando baixa e sincera, como se ele estivesse falando aquilo para si próprio.
Ela sorriu e se inclinou, colando seus lábios.
{...}
Cassandra gemeu baixo quando os dentes de Kieran se fecharam em seu lábio inferior, puxando durante o beijo.
Ela segurou seus cabelos com mais firmeza, sentindo seus lábios serem esmagados pelos dele, que suspirou quando sentiu a mão dela em seu abdômen, por dentro da camisa social que usava.
Ele a tinha visitado naquela manhã.
Cassandra se surpreendeu quando viu o macho enquanto passeava por velaris.
Ela o puxou para um dos becos da cidade, na parte menos movimentada, onde ninguém os veria.
Ela não o questionou sobre ele estar ali, apenas colou seus lábios em um beijo feroz, sentindo as mãos dele em seu corpo, ambos pareceram gostar mais da ideia de se beijarem do que da ideia de falarem sobre qualquer coisa.
Eles se afastaram minimamente quando a falta de ar se fez presente e Cassandra riu baixinho, assim como Kieran.
- O que faz aqui? - ela questiona, divertida.
Ele arqueia uma sobrancelha.
- Apenas passeio.
- Ah...que pena, achei que tivesse aqui para me ver - ela ronrona.
Estavam em um beco, entre dois prédios, Cassandra estava prensada contra a parede, enquanto Kieran apoiava ambas as mãos na parede ao lado do corpo dela, inclinado de forma que seus rostos ficassem próximos.
Ele sorriu malicioso.
- Talvez um pouco disso - diz.
- Foi expulso de novo? - questionou, se referindo a Aleksander e Amélia.
- Não, mas com aqueles dois nunca se sabe - diz - alguma novidade?
Ela nega com a cabeça, encarando os lábios rosados dele.
- Nada de novo, ainda devem estar planejando ou podem ter desistido - disse, vendo-o assentir e se inclinar, deixando um beijo suave no canto da boca dela.
- O que acha que farão? - ele pergunta, descendo os beijos pelo rosto dela, indo em direção ao pescoço e tirando a concentração da fêmea.
- Acho que podem usar a adaga - ela suspira, sentindo os lábios quentes na pele de seu pescoço, ela estava sensível ao toque e os lábios dele deixavam fogo onde tocavam.
- E o que acha que vai acontecer? - ele questiona, voltando os beijos para o rosto dela, antes de se afastar levemente e encarar a fêmea.
- Eu não acho nada, acho que estamos perdendo tempo e falando quando poderíamos estar ocupados fazendo algo mais interessante - ela ronrona, seu coração martelando no peito.
Ele sorri.
- Concordo totalmente - ele fala, antes de beija-la com desejo.
Cassandra não sabe quanto tempo se passou, antes que Kieran se despedisse dela e atravessasse para casa, mas ambos aproveitaram aqueles momentos sozinhos.
Aproveitaram a companhia um do outro, antes de voltar para casa.
{...}
Amélia e Aleksander passaram a tarde juntos, eles treinaram e treparam durante a tarde toda, mas ambos tinham perturbações na mente.
Eles esqueceram os problemas por algumas horas.
Quando Amélia se despediu de Aleksander e disse que se encontraria com Cassandra, ele não conseguiu impedir que sua mente voltasse para mais cedo.
Quando ele não sentiu sua magia como antes.
Algo tinha mudado, ele sentiu que estava mais forte fisicamente e seu poder parecia mais vivo.
Mas apenas isso.
Ele não se sentiu como antes, ele sabia que não era seu corpo se acostumando com a magia.
Seu poder não tinha voltado.
O que o deixava com inúmeras dúvidas.
O que aconteceu com seu poder?
Onde sua magia estava?
Ou melhor, por que não estava nos tesouros?
Se não estivesse nos tesouros era possível que ele tentasse rastrear a magia.
O macho grunhiu frustrado de onde estava, sentado na bancada da cozinha com um copo de whisky na mão.
Usava calça escura e uma camisa social azul, os cabelos soltos caiam por suas costas e estavam levemente ondulados.
A porta da casa se abriu.
Aleksander não precisou se virar para saber que era Kieran.
O Grão-feérico sentou ao seu lado, apoiando os antebraços no balcão.
- E então? Conseguiu recuperar sua magia? - ele questionou.
- Algo estranho aconteceu - Aleksander falou, a voz baixa.
- Problemas? - o outro questionou.
Aleksander suspirou, encarando seu amigo.
- Algo está errado, Kieran - ele murmurou.
A atenção de Kieran se voltou para ele.
- O que aconteceu? - a voz cautelosa soou baixa.
- Eu não recuperei minha magia, ela não estava nos tesouros - ele fala.
Kieran franze o cenho.
- Como não? Fomos enganados esse tempo todo?
- Não acho que seja isso, acho que ela está em outro lugar, só não sei onde - ele fala.
- Não pode sentir sua magia?
- Eu ainda não tentei rastrear ela - Aleksander deu de ombros - algo mudou.
- Como? - questionou.
- Eu sinto meu poder, parece maior, meu corpo parece mais forte mas não é como antes - ele fala.
- Acha que ainda está morrendo? - Kieran questionou, sua mente pensando e repensando no que estavam deixando passar.
- Eu não sei - Aleksander responde.
Uma lâmpada pareceu acender na mente de Kieran, que arregalou os olhos.
- Sua magia não estava nos tesouros, certo? - questionou.
- Exatamente - Aleksander diz.
- Aleksander, acha que a mãe deixaria sua magia tão acessível para você? Acha que seria tão fácil? - ele questionou.
Aleksander franziu o cenho.
- Do que está falando?
- A maldição, eu acho que sei o que significa - Kieran diz, ficando de pé em um rompante.
- O quê? - Aleksander pergunta, encarando-o como se Kieran estivesse louco.
- Me espere aqui - diz, antes de atravessar.
{...}
Amélia encarou Cassandra com os olhos arregalados.
Ambas estavam sentadas na cama da meio illyriana, que contou sem mais nem menos o que tinha acontecido entre ela e Kieran.
- Foi um beijo de verdade? - questionou, ainda desacreditada.
- Eu me sinto envergonhada - Cassandra diz, cobrindo a boca com a mão.
Amélia piscou.
- Eu sabia que existia tensão sexual entre vocês mas...se gostam - ela diz baixo.
Cassandra assente.
- Eu e ele nos beijamos bêbados, há alguns dias, então eu acho que gosto dele há um tempo, acho que o ódio que achei que ele sentia me atraiu - disse divertida.
Amélia riu.
- Cassy, isso é inesperado, mas...fico feliz - sorriu.
- Acho que ele gosta de mim, acho que... - ela não termina.
- Acho que vocês sentem mais do que isso, mas é bom ir com calma - disse.
- Eu sei - Amélia sorriu quando a prima disse isso - e Aleksander? Recuperou a magia?
O sorriso de Amélia sumiu lentamente.
- Eu...acho que a magia dele não estava nos tesouros - fala.
Cassandra a encara confusa.
- O quê? Por quê?
- Ele não sentiu a magia, eu achei que com o tempo ele pudesse sentir, mas a cada minuto que passa eu tenho mais certeza de que a magia dele não estava nos tesouros - Amélia diz.
Cassandra abre a boca para falar, mas a porta se abre.
Elain estava parada na porta, ambas as fêmeas se assustaram ao vê-la ali.
Mas não pela presença da fêmea e sim por que Elain estava pálida.
A barriga dela parecia maior, o que indicava que a gravidez parecia correr bem em seu ritmo natural.
Mas Elain encarava Amélia com um semblante temeroso.
E não estava sozinha.
Feyre, Nestha e Amren estavam atrás dela, pareciam curiosas.
As três estavam na sala, quando Elain apareceu na casa do vento, Lucien a atravessou.
Elain não disse nada para as três na sala, ela apenas perguntou onde Amélia estava e correu até o quarto de Cassandra, como se já soubesse.
Elain caminhou, se aproximando de Amélia, ainda com os olhos arregalados.
- Tia... está tudo bem? - questionou, ficando de pé.
- Amélia, eu...- Elain não terminou, a fêmea engoliu em seco.
- Elain, o que houve? - Feyre se aproximou, hesitante.
- Eu tive uma visão, sobre você - Elain diz, encarando Amélia.
- Uma visão? - Nestha questionou, se aproximando - O que viu?
Elain não deixou de encarar Amélia.
- Eu vi Aleksander e você, eu vi uma criatura com chifres, eu vi sangue e...eu vi uma flecha - Elain ergueu as mãos trêmulas, as quais Amélia segurou.
- Uma flecha? - Amren questionou, os olhos cravados em Elain.
- Eu vi uma flecha sendo atirada, eu vi você - Elain negou com a cabeça - Eu senti...eu senti...
Amélia franziu o cenho.
- O que sentiu?
Todos viram quando Elain encarou Amélia profundamente, apertando as mãos da fêmea.
E seu sussurro foi o suficiente para que a tensão se espalhasse pelo ar.
- Morte.
Feyre arfou, os olhos arregalados.
Amélia soltou as mãos de Elain, negando com a cabeça.
- Do que está falando?
- Eu vi...eu a vi, Amélia - Elain murmurava.
Amélia estava congelada.
- Elain - Nestha chamou.
Elain não parecia sã.
Ela parecia fora de si.
- Eu vi...- ela murmurou.
- Está fora de si, melhor se acalmar e depois falamos disso - Cassandra tenta acalmar a fêmea.
Mas Elain avança, segurando os ombros de Amélia e assustando a fêmea.
- Eu vi...morte, morte, morte, morte...- ela repetia sem parar.
Mas foi afastada por Feyre, que a levou para fora com a ajuda de Nestha e Amren.
Elas conversariam mais tarde, agora precisavam desvendar a visão de Elain e saber o que exatamente ela viu.
Amélia e Cassandra ficaram estáticas para trás.
- Isso foi estranho - Cassandra fala, olhando Amélia e vendo a expressão estática da outra.
- Eu...- Amélia não consegue pronunciar nenhuma palavra.
Morte...
Quando Cassandra faz menção de falar, vê quando Kieran aparece no quarto, os olhos levemente arregalados.
- Kieran? - questiona.
- Eu acho que sei o motivo de Aleksander não ter recuperado a magia de volta - ele diz de uma vez se aproximando - Amélia, preciso que venha comigo.
- Para onde? - Cassandra questiona.
Kieran a encara.
- Preciso testar algo, preciso ter certeza antes de afirmar e por isso preciso que ela venha comigo.
Amélia o encara, ainda atônita com a cena de Elain.
- Eu? - questiona.
Kieran assente, antes de encarar Cassandra.
- Pode vir, se quiser - ele fala.
Cassandra assente.
- Vamos - ela diz, segurando a mão de Amélia que ainda estava surpresa.
Eles não esperaram nem mais um segundo, atravessando para a casa de Aleksander.
O mesmo estava agora de pé, parecia esperar por eles.
Kieran se afastou de ambas assim que chegaram, ele se aproximou de Aleksander que também parecia confuso.
- Consegue rastrear sua magia se ela estiver perto, não é? Então faça isso - ele pede.
- Por que? - Aleksander questiona.
- Por que eu acho que sei o motivo da maldição existir, rastreie sua magia - ele pede.
Aleksander estreitou os olhos, mas ergueu a mão e se concentrou, fechando os olhos.
Ele sentiu sua magia correr por suas veias, uma faísca de seu poder total.
Mas assim que seu sangue esquentou, assim que ele rastreou seu poder ele sentiu o ar na sala esfriar.
Ele sabia que tinha conseguido, sabia que tinha rastreado sua magia.
- Puta merda - Cassandra xingou baixo.
Aleksander abriu os olhos.
E congelou.
O peito de Amélia brilhava como se uma luz tivesse acesa dentro dela.
O coração de Aleksander se tornou gelo, seus olhos se arregalaram e ele travou, baixando a mão, aquela luz desaparecendo.
Amélia parecia confusa, ela encarava o próprio peito com o cenho franzido.
- Isso explica o seu descontrole - Kieran diz, olhando Amélia.
A fêmea olhou Aleksander, estava verdadeiramente confusa.
Mas ele ainda estava congelado, as mãos inertes ao lado do corpo e os olhos arregalados.
Aleksander estava pálido.
Ele parecia ter visto algo assustador, por que a encarava como se Amélia fosse sumir a qualquer momento.
- Isso explica a maldição - Kieran disse - esse tempo todo achamos que bastava recuperar os tesouros e nunca entendemos o motivo da maldição.
- Espera, não estou entendendo - Cassandra fala.
- A magia do caldeirão não estava nos tesouros - Kieran fala - Agora sabemos onde está, isso significa...
Amélia franziu o cenho.
- Significa o quê? - ela encarou Aleksander.
Ele engoliu em seco antes de responder, a voz baixa e desacreditada.
- Isso significa que minha magia... está em você.
* Eu queria escrever mais momentos de Cassandra e Kieran, eles terão momentos mais longos, mas eu queria mesmo era revelar essa surpresa final pra vocês.
Tcharam!
Hehehehhehehe.
Entenderam a maldição?
Eu disse para não esquecerem.
E agora?
O círculo íntimo planeja algo, vocês tem noção do que farão?
Logo eles saberão sobre a maldição e usarão isso a favor deles.
E Aleksander? O que acham que ele vai fazer?
Teorias sobre o que pode acontecer?
Lembrem que eu falei já, que algo impactante vai acontecer e isso vai fazer Aleksander mudar totalmente e vocês com certeza irão tirar conclusões precipitadas do que vai acontecer.
Enfim, esse foi meu plot hehehehehe o poder de Aleksander foi guardado nos tesouros, até o nascimento de Amélia.
E então passou pra ela.
Por isso ela tinha dificuldade em controlar a própria magia, o poder de Aleksander estava atrapalhando ela.
E tem mais uma coisinha que vocês vão saber no próximo cap, sobre o poder dele no corpo dela.
As coisas vão se complicar muito.
Espero que gostem.
Bjs.