Choque de cultura.
"Dez pessoas encontradas mortas a tiros na cabeça em uma festa em São Paulo, Brasil. As câmeras do lugar não atestaram nenhum autor do crime. A arma do crime fora encontrada contendo as digitais de todas as vítimas, entretanto, a possibilidade de ser um suicídio em grupo fora descartada, visto o ângulo dos tiros e a quantidade destes, que só poderiam ser feitos por alguém de fora. O caso chocara o país, visto que todas as vítimas eram pessoas de suma importância na política, e não há explicação lógica da parte da polícia sobre o caso."
— Isso é no mínimo esquisito. — Dean atestou, dirigindo seu amado Chevy Impala 1967. Seus olhos claros presos na estrada. — Mas é muito longe. No Brasil, cara.
— Bom, não sabemos se no Brasil existem caçadores também. — Sam deu de ombros. — Além disso, isso tem cara de demônio, ou então paranormal.
— Mas o que um demônio ou um paranormal iriam querer com políticos? — Dean questionou, apertando o volante nas mãos.
— Isso é o que vamos descobrir, certo?
Dean observou o irmão com olhos descontentes. — Você tá querendo que eu entre num avião e vá para um país onde eu não vou entender nada do que dizem?
— Bom, sim. Precisamos nos distrair um pouco. — Sammy deu de ombros, um sorriso ladino nos lábios. — Vamos, cara. Vai ser como uma viagem normal.
— Exceto que é um maldito caso. — Dean suspirou. — Eu não vou entrar em avião nenhum.
— Não acredito que me fez fazer isso.
Sam deu de ombros, observando o mapa em mãos, traduzido á sua língua. Uma menina loira passou por ele, sorrindo em sua direção de modo flertante, e ele não deu a mínima, se virando para o irmão. Estavam fora do aeroporto, procurando por um hotel bom e barato nas redondezas.
— Relaxa, cara. — Sua voz era sarcástica. — Você tá inteiro, não tá?
— Cara, eu gritei como uma menininha na primeira turbulência. — Dean bateu o pé. — Não tô inteiro. Eu deixei minha dignidade naquele avião!
— Deixa de onda, Dean.
Começaram a andar, olhando tudo ao redor. As ruas eram cheias e movimentadas, as pessoas eram muito diferentes das dos Estados Unidos. Sam achava que eram mais abertas e comunicativas; via-as pedindo desculpas se esbarrassem umas nas outras, rindo juntas, e até andando em grupinhos. Ele se virou para o irmão mais velho, jogando para ele o mapa da cidade.
— Fica aqui, não flerta com ninguém. — Exigiu, e Dean rolou os olhos.
— Como se alguém fosse me entender, né. — Disse sob a própria respiração. — Onde você vai?
— Tentar achar alguém que fale inglês. — Sam se afastou, abordando várias pessoas que não poderiam lhe ajudar. Estava quase desistindo quando tentou mais uma vez; se aproximou de uma pessoa de costas para ele. Quieto, cutucou-a, e a pessoa se virou para ele, fumando um cigarro.
Por um segundo, Sam ficou extasiado. A pessoa tinha cabelos aos ombros completamente brancos e pele mais branca ainda, sardas cinzentas no rosto, olhos cor de mel e repuxados. 'O Brasil tem mesmo uma variedade incrível de pessoas', ele pensou.
— E então? — A pessoa questionou em português, sua voz numa linha tênue entre masculina e feminina.
— Huh? — Sam saiu de seu torpor.
— O que foi? — Novamente, em português. Deu uma tragada no cigarro que tinha entre o indicador e o médio da destra, e cruzou os braços. — Tá perdido?
— Você fala inglês? — Sam questionou em um português completamente quebrado. Era uma das únicas coisas que ele aprendera durante a viagem no avião.
A pessoa albina, que Sam não conseguia distinguir o gênero, rolou os olhos.
— Claro. — Respondeu meio contra gosto. — O que você quer saber?
— Uhm, ótimo. — Sam sentiu uma onda de alívio passar por todo o corpo. — Eu gostaria de saber qual o hotel mais próximo, por favor.
A pessoa se inclinou para enxergar Dean tentando ler o mapa, logo atrás do homem alto. Franziu o cenho.
— Você e seu namorado estão de férias, é?
— Meu irmão. — Sam corrigiu, constrangido. — É, mais ou menos.
— Hm, tem um hotel perto da Liberdade. — A pessoa albina respondeu. — Mas você não sabe onde é, certo?
— Certo, uhm...
— Eden. — Respondeu, tragando o cigarro. — Sou o Eden.
Nome estranho, Sam pensou.
— Certo, Eden. — Sam notou a diferença de altura entre ambos, e o quão novo Eden parecia. — Você tem quantos anos?
— O suficiente pra fumar, se é o que te preocupa. — Eden advertiu. — Você vai querer que eu te leve até o hotel ou não?
— Não precisa nos levar. — Sam sorriu. — Vai atrapalhar você-
— Eu tô no meu horário de almoço, então não vai atrapalhar, não. — Eden arqueou uma das sobrancelhas. — Você vai me deixar te levar.
Sam sentiu um aperto esquisito no peito, sua respiração se interrompeu por um segundo e ele respondeu de imediato:
— Sim. — E tapou a boca, de olhos arregalados. Não sabia por qual motivo havia concordado, já que não queria atrapalhar o garoto - ou garota. — Na verdade-
— Não mude de ideia.
Novamente, Sam se sentiu impulsionado a simplesmente concordar. Balançou a cabeça em concordância, indo contra suas vontades.
— Ótimo. — Eden conectou seus braços, forçando-o a andar até Dean.
— Você disse pra não flertar com ninguém e já achou uma guria? — Dean cruzou os braços, bravo com o irmão. — Não é justo.
— Dean, esse é o Eden. Eu acho- acho que não é uma menina. — Sam respondeu, apontando para Eden, ao seu lado. — Ele vai levar a gente até um hotel perto da- uhm-
— Feira da Liberdade. — Eden atestou, sorrindo ladino. Tragou mais do cigarro, jogando a bituca longe. Estendeu a mão para Dean. — Prazer, Dean. Vou ser o seu guia por hoje.
— Certo, Eden. — Dean apertou a mão do albino. — Nome estranho.
— Todo mundo fala isso. Não é de batismo. — Eden deu de ombros, tirando do bolso da calça cargo preta uma chave e a rodando no dedo indicador. — Vamos para o meu carro.
— Você dirige? — Sam franziu o cenho. — De novo, quantos anos você tem?
— Menos de vinte, isso eu garanto.
Sam e Dean se entreolharam, duvidosos. Eden não parecia ter mais de 16 anos.
— Então — Eden arqueou as sobrancelhas. — Vamos. — Saiu mais como um comando do que como uma sugestão. Os Winchester franziram o cenho ao notar que, mesmo sem querer, seguiram-no até um Up de cor azul metálica. Colocaram as malas no porta malas e entraram no carro; Sam no banco do passageiro e Dean nos bancos de trás. Eden colocou as mãos no volante e respirou fundo.
— O que você tá fazendo? — Foi Dean quem questionou. O albino abriu os olhos e ligou o som.
— Meditando. — Eden recolheu os ombros, bocejando. — Você sabe, pra eu não explodir de raiva, bater o carro e matar vocês dois, pobres gringos.
— Pra não o que? — Sam arqueou as sobrancelhas, meio em pânico. — Acho que-
Sam fora interrompido por um som estrondoso ecoando dentro do carro, uma música confusa, com uma voz melódica e largada, masculina; e que ele nunca ouvira antes. Eden deu de ombros, dando partida no carro.
— Não consigo te ouvir! — Exclamou, rindo. — Meus manos Gorillaz cantam muito alto!
Dean sorriu, segurando uma risada. Estava começando a gostar de Eden.
Eden realizou um drift perfeito e os pneus cantaram do lado de fora enquanto Sam e Dean eram jogados contra as janelas do lado direito do carro. Ela desligou a música e tirou a chave da ignição, arrastando as unhas pelo volante com capa de couro sintético. O som causou agonia em Sam.
— Chegamos. — Disse, por fim, se virando para os irmãos. Dean olhou para o lado de fora; estavam em um estacionamento, e do outro lado da rua tinha um hotel de pelo menos 10 andares, pintado de cor bege, com sacadas e grandes janelas. Ele pressionou os lábios em uma linha reta, balançando a cabeça em concordância.
— Esse hotel tá melhor do que qualquer outro que já ficamos, Sammy. — Bateu no ombro do irmão.
— Eu tenho bom gosto. — Eden advertiu, passando uma das mãos pelos cabelos brancos. — E aí, vão descer ou não?
— Claro, mas antes... — Sam pegou o celular do bolso. — A gente poderia pegar seu número? Foi difícil achar alguém que sabe inglês por aqui, sabe.
Eden estalou a língua na boca e pegou um marcador do porta garrafas entre os bancos. Puxou o braço de Sammy de forma forçada, afastando a manga da camiseta de flanela vermelha e preta que ele usava. Tirou a tampa do marcador e rapidamente escreveu no braço de Sam.
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Eden Taylor
— Eden Taylor? — Dean, que estava se esgueirando entre os bancos para curiar, arqueou uma das sobrancelhas. — Pensei que fosse brasileiro, Eden.
— Meus pais eram gringos. — Eden balançou a cabeça. — Imigrantes, sabem?
— Imigrantes? — Sam arqueia as sobrancelhas. — Por isso fala inglês tão bem?
— Ah, não. Não, não, não. — Eden sorri amarelo. — Isso eu aprendi com outra pessoa. Agora, dêem o fora do meu carro, que tenho que voltar ao trabalho.
Sam e Dean automaticamente abriram as portas e saíram do carro aconchegante e com cheiro de baunilha, pegando suas mochilas no porta malas já aberto. Sam se abaixou para olhar Eden pela janela, vendo-o colocando óculos escuros em formato de coração no rosto e mascando um chiclete que ele nem sabia de onde o asiático havia tirado.
— Obrigado pela carona, Eden. — Sam agradeceu, educado. — Eu ligo se precisarmos de ajuda.
— Liguem mesmo. — Estourou uma bola de chiclete, sorrindo e dando partida no carro. — Até mais, gringos enxeridos.
— Enxeridos? — Dean franziu o cenho. Eden não respondeu, pisando no acelerador e saindo do estacionamento, se afastando pela estrada. Os Winchester assistiram o carro se afastar aos poucos, e se entreolharam. — Menininho atrevido, não é?
— Eu não reclamo. Ele trouxe a gente aqui sem reclamar uma única vez. — Sam deu de ombros, começando a andar na direção do hotel.
— Aí, aí, Sam. — Dean cutucou o irmão mais novo, sorrindo. — Fala aí, você não tá convencido de que Eden é menino, né?
— O que?
— Ele tem uma bundinha que... — Dean fez gestos com as mãos, sinalizando uma bunda. — sabe.
— Fala sério, Dean. — Sam franziu o cenho, incrédulo. — Se Eden diz que é menino, então Eden é um menino. Acabou. — E saiu andando.
Dean encarou as costas do irmão, surpreso. — Falou, protetor de trans...
HWJWISISKWJKSJSK PRIMEIRO CAPÍTULO UHULL
eu to animado pra começar essa nova fase da minha escrita, não vou mentir não
e o meu vício por tweets falsos sempre volta..
como sempre, POR FAVOR COMENTEM ALGO, eu amo seus comentários e amo mais ainda qualquer review ou feedback