O Vilão

By FeyreArcheron15

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Amélia Archeron sempre foi o orgulho dos seus pais. Filha dos grão-senhores da corte noturna, portando um pod... More

Avisos!
Cast!
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Leiam por favor!
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Aviso!!!
Capítulo 41
Respondam por favor!!!
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Link do vídeo do tik tok!
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Aparência do Horus!!!
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Instagram!!!
Capítulo 66
Horus e Reina!!!
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Leiam por favor!
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Aviso!
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Próxima fic!!!
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94

Capítulo 35

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By FeyreArcheron15

Amélia on:

Grito quando sinto meus ossos queimarem, literalmente.

O frio envolve meu corpo quando reaparecemos em outro lugar, a brisa era gelada e eu estava tremendo.

Mas eu sentia meu corpo esquentar gradativamente, eu chorava contra o peito de Aleksander, sentindo minhas roupas queimarem pouco a pouco.

O fogo da outonal.

Eu estava descontrolada.

Eu deveria saber que depois de tanto tempo sem treinar meus poderes, a escuridão principalmente, uma hora se acumulariam e explodiriam.

Abraço o pescoço de Aleksander quando sinto a última peça de roupa que cobria meu corpo se transformar em cinzas.

Ele caminhava apressadamente, não olhava para mim, mas seus olhos estavam alarmados.

Vi um lampejo branco quando meus olhos dispararam para além dele e rapidamente notei onde estávamos.

Corte invernal.

Aleksander me apertou contra si quando o poder espremeu meus ossos e gritei, arqueando o corpo.

Aleksander não disse nada e ouvi quando ele diminuiu o ritmo de sua caminhada, eu não sei por quê.

É quando sinto uma água congelante entrar em contato com a minha pele nua.

Vejo o vapor subir, quando minha pele em chamas entra em contato com a água, que evapora, mesmo estando congelante.

A água era em um azul profundo e quando meu corpo está quase totalmente submerso, Aleksander para, se ajoelhando para apoiar meu corpo contra o seu.

- Você está em chamas - ele diz ao tocar minha testa.

Eu tremia, conforme sentia a água congelante ao meu redor.

- Ouça, iremos mergulhar - Ele avisa, assinto, sem dizer nada, mas o seguro com mais força.

Aleksander me abraça, envolvendo minhas costas e puxando meu corpo contra o seu.

Ele respira fundo.

- Quando quiser subir, bata duas vezes em mim, ok? - sussurra contra meu ouvido, assinto, gemendo de dor, mas consigo sentir a temperatura do meu corpo diminuir - Um... dois... três.

Prendo a respiração quando ele mergulha, meus olhos fechados quando a água nos cobre.

Abro os olhos, não vendo nada além da água azul, era escuro embaixo da água, mesmo estando de dia.

Me assusto quando não vejo nada, mas sinto os braços de Aleksander ao meu redor, olho para ele, sentindo que não aguentaria muito mais tempo embaixo da água.

Aleksander me fita, os olhos encarando os meus, ele procurava algo em meu rosto.

E quando bato duas vezes em seu ombro, sentindo meu pulmão queimar, Aleksander sobe, emergindo da água.

Arfo em busca de ar, fechando os olhos e respirando pesadamente.

A dor havia passado.

Autora on:

Aleksander não podia explicar o tipo de sentimento horrível que lhe abateu quando Amélia gritou e quando caminhou em direção àquela água, quase totalmente congelada, com ela nos braços.

Quando sentiu os tecidos da roupa dela se desfazerem em cinzas por causa do fogo em seu sangue, ele pode dizer que sentiu um verdadeiro desespero, ainda que se mantivesse firme.

Nada aconteceria com Amélia.

Ele não deixaria.

Foda-se se ela o traiu.

Que se dane se ela o odeia.

Aleksander não pode fingir que não se importa com ela.

Ao menos isso ele não faria.

Ele sentiu a água em seus pés,   congelante devido ao seu estado quase sólido.

Ele não se importou e evitando olhar para o corpo nu em seus braços, ele entrou mais e mais, sentindo seu corpo tremer devido ao frio que sentia.

Ele não sentiria frio antes, mas estava a cada dia mais vulnerável.

A fêmea em seus braços gritou, arqueando o corpo contra ele e Aleksander trincou a mandíbula.

Seu queixo tremia quando mergulhou até o corpo de Amélia estar quase completamente submerso.

Ele encarou o rosto dela, os olhos estavam fechados e ela chorava, as feições contorcidas em dor.

Ele avisou que mergulhariam, por que ela estava ardendo em febre.

E por que ela não poderia saber o que ele faria.

Aleksander mergulhou, vendo a fêmea prender a respiração.

E quando estavam debaixo d'água, ele usou sua magia.

Sabia que o poder de Amélia estava descontrolado, e sabia o que aconteceria.

Primeiro ela queimaria de dentro para fora, não morreria ou se machucaria, mas sentiria uma dor insuportável.

Depois congelaria até achar que estava morrendo, então sua metamorfose a faria se transformar em diversas coisas, sem controle, seus ossos se quebrariam de diversas formas.

Então, ela brilharia ao ponto de cegar quem se aproximasse, até que a escuridão iria sufoca-la até que ela morresse ou enlouquecesse.

Então, para evitar isso Aleksander interviu.

Ele usou magia, ainda que sentisse suas costas arderem conforme o feitiço que as cobriam se enfraquecia até sumir, expondo as cicatrizes que ele detestava.

Ele fechou os olhos quando suas costas latejaram, mas os abriu novamente quando sentiu sua magia prender o poder de Amélia, até que sentisse a temperatura do corpo dela diminuir.

Quando emergiram, a fêmea arfou em busca de ar e se agarrou a ele.

Ela ainda estava quente, queimando de febre na verdade, mas logo iria melhorar.

Amélia começou a tremer em seus braços quando Aleksander caminhou para fora da água.

Ele sabia que Kieran e Horus estariam em casa quando chegasse, então não poderia levar Amélia assim.

Ele conjurou um cobertor, ainda que sentisse sua magia falhar devido ao uso constante dela, ele a cobriu, sem tirar os olhos do rosto dela.

Então Aleksander atravessou.

                         {...}

Aleksander apareceu na sala de estar e antes que caminhasse para o quarto ele foi abordado por Kieran.

O macho viu Amélia enrolada em um cobertor nos braços de Aleksander e franziu o cenho, fazendo menção de falar algo, mas se calou ao ver a expressão urgente de Aleksander.

O Grão-feérico se afastou, abrindo espaço quando Aleksander passou com Amélia nos braços, Horus que estava perto do balcão o olhou com confusão.

Mas nenhum disse nada conforme Aleksander subia as escadas.

Ele entrou no quarto e fechou a porta, caminhando até a cama para deitar a fêmea lá.

Amélia se encolheu no colchão assim que Aleksander a colocou na cama com cuidado, ele fechou as cortinas da sacada, deixando o quarto escuro.

Então pegou um cobertor no guarda-roupa e cobriu Amélia, que já começava a parar de tremer.

Ele a encarou, tocando sua testa, a temperatura dela estava quase normal, a febre já começava a baixar rapidamente.

Ele tocou seu rosto, fazendo uma leve carícia em sua bochecha e colocando seu cabelo atrás da orelha.

Aleksander foi para o banheiro para tirar as próprias roupas.

Ele olhou suas costas no espelho, as cicatrizes outrora vermelhas, agora já começavam a assumir um tom arrocheado, além de estarem doloridas.

Ele ignorou isso.

O macho trocou sua roupa e voltou para o quarto, se ajoelhando ao lado da cama e fitando a fêmea.

Amélia estava serena, provavelmente estava dormindo.

Ele fechou os olhos, respirando fundo e se levantou, saindo do quarto.

Kieran arqueou as sobrancelhas quando Aleksander parou na cozinha e se serviu de uma dose de whisky.

Ele bebeu tudo de uma vez, usava uma calça escura e uma camiseta social branca.

- O que exatamente foi aquilo? - o Grão-feérico perguntou.

Aleksander se inclinou sob o balcão, encarando o mármore escuro que cobria o mesmo.

- O poder dela... saiu do controle - ele informou, a voz baixa.

- Como isso pôde acontecer? - ele pergunta.

Aleksander nega com a cabeça.

- Eu não sei, ela não deve usar há um tempo e hoje quase morreu por isso - ele responde, olhando para Horus que estava silencioso - Horus, cuide dos outros enquanto estou ausente e aguardem novas ordens.

A criatura de sombras assente.

- Sim, meu senhor - Ele diz e desaparece em sombras.

- De onde são essas criaturas? - Kieran questiona, ainda desacostumado com a presença de Horus.

- Estavam na prisão, eu a criei há muito tempo - Aleksander diz.

- Eu me lembro, são confiáveis? - Kieran desconfiou.

- Não, Horus é o único que chega próximo á Amélia - o outro responde.

- E ela? Como...isso aconteceu? - Kieran pergunta, verdadeiramente confuso.

Ele nunca tinha visto Aleksander preocupado com outra pessoa além deles dois, era incomum, principalmente se levar em conta que Aleksander governou por séculos até serem presos.

Aleksander olha para o amigo, aliviado por estarem unidos novamente.

- Enquanto estava preso, há milênios atrás eu comecei a ter sonhos, com ela - informa.

- Sonhos? A corte dela sequer tinha sido criada - Kieran interrompe.

- Exatamente, mas eu estava enlouquecendo preso e os sonhos...- ele faz uma pausa.

- Salvaram você - O outro completa.

Aleksander assente.

- Parece se importar muito com ela, demais - Kieran comenta.

- Não foi planejado, definitivamente - ele diz amargo por ver seus planos se complicarem a cada dia mais.

- E ela? O que sente em relação a isso? - o de olhos azuis pergunta.

Aleksander solta uma risada sincera.
- Ela tentou me matar várias vezes e já disse que me odeia mais vezes do que consigo contar - ele informa, divertido.

Kieran estava com as sobrancelhas erguidas ao máximo, os olhos indicavam surpresa.

- E você ri? - Aleksander dá de ombros, o Grão-feérico fica desconfiado - Está apaixonado por ela.

Aleksander franze o cenho.
- Eu não acho que possa sentir isso.

- Só por que nunca sentiu não significa que seja incapaz de sentir - O outro diz.

- De qualquer forma, isso não importa, ela vai continuar me odiando - ele flexiona os ombros cansado.

- O poder dela pode se descontrolar novamente - informa o amigo.

Aleksander assente.
- É, aquela besta demoníaca sequer tentou treina-la verdadeiramente - grunhiu.

- E o que fará?

Os olhos vermelhos do macho brilham em diversão e ele não responde, mas abre um sorrisinho que é reposta o suficiente para o outro.

                       {...}

Amélia on:

Senti um leve latejar na cabeça quando abri os olhos, não vi nada além da mais pura escuridão e quando olhei ao redor eu não reconheci o quarto onde estava.

Sentei na cama rapidamente, mas quando fiz menção de me levantar eu me dei conta de algo.

Eu estava sem roupa.

Completamente nua.

Cobri meu corpo com a primeira coisa que encontrei e me levantei, tateando cegamente e tocando em algo macio que parecia um cobertor.

Me levantei, me enrolando na coberta.

Eu não sentia mais dor alguma, também não sentia resquício da minha magia que outrora quase me matou.

Arregalei os olhos quando me dei conta disso.

Eu quase morri, lembro da dor dilacerante que me inundou, lembro de sentir meus ossos queimarem e...

Lembro de Aleksander.

Ele estava lá quando eu gritei de dor.

Lembro que ele me pegou nos braços e me levou para a corte invernal, quando minhas roupas se transformaram em cinzas, Aleksander mergulhou na água congelante comigo e não demorou até que eu sentisse a dor passar gradativamente.

Ele...tinha me ajudado.

Se não fosse por ele eu ainda estaria sofrendo ou morta.

Mas achei que ele me odiasse, depois do que fiz.

Me virei quando a porta se abriu e em um segundo luzes iluminaram o quarto.

Meu coração errou as batidas quando o vi parado na porta.

Aleksander parecia surpreso por me ver acordada e engoli em seco, olhando para mim mesma.

- Você acordou - murmura, os olhos procurando algo em meu corpo.

- Por que me trouxe para cá? - pergunto, mas minha voz sai rouca e sinto minha garganta arranhar.

Aleksander indica um copo de água ao lado da cama e o pego, tomando todo o conteúdo dele de uma vez.

- Está na minha casa - ele informa, caminhando até o armário, procurando entre as roupas ali - outra casa.

- Por que? - pergunta, passando a mão nos cabelos para tira-lo do rosto e segurando o cobertor com mais força ao meu redor.

- Por que o quê? - ele questiona, enquanto escolhe um par de roupas do guarda-roupa.

Me aproximei, ficando ao seu lado.

- Por que me ajudou? - pergunto confusa, olhando para ele.

Aleksander trava, interrompendo o que estava fazendo e me olha.

- Não deveria perguntar o que aconteceu com você? - sorri levemente, diversão em seus olhos.

Mas não vejo as covinhas.
- Responda - insisto.

Aleksander bufa uma risada.

- Quem diria que sua teimosia não mudaria por causa de uma quase morte - brinca, se virando para mim e me entregando roupas - vista isso.

- Por que isso aconteceu comigo? - pergunto, o encarando em busca de respostas, pego as roupas de sua mão

Aleksander me encara e explica calmamente.
- Lhe responderei qualquer coisa, depois que se trocar, pode ir, ainda vou estar aqui quando voltar.

Aceno, vendo-o caminhar até a porta.

Quando Aleksander faz menção de sair, eu o interrompo.

- Obrigada - falo, a minha voz sincera - por me ajudar.

Aleksander congela.

Ele parece surpreso por minhas palavras e me olha por cima do ombro.

- Voltarei em dez minutos - informa e sai do quarto.

Vou ao banheiro e visto as roupas, uma calça de moletom preta e um suéter cinza.

Me olho no espelho, eu estava horrível.

Estava abatida, como se não dormisse há dias, meus olhos expressavam cansaço.

Mas eu sentia minhas energias novamente.

Penteio meus cabelos as mãos e tento parecer menos abatida do que pareço.

Aleksander volta assim que saio do quarto e argo as sobrancelhas ao ver uma bandeja com comida em suas mãos.

- Kieran não quer que passe fome - ele diz antes que eu questione.

- Agradeça a ele por mim - falo, me aproximando com cautela.

Ele coloca a bandeja em cima da cama e aponta para que eu coma.

Em cima da bandeja tinha um copo de suco de laranja, um pedaço de bolo de cenoura, senti o cheiro, além de pãezinhos com geleia.

Senti minha barriga roncar e olhei para Aleksander rapidamente, o macho parecia se divertir me observando.

Quando sentei e comecei a comer, decidindo ser cautelosa depois, ele falou.

- Vamos lá, pergunte - diz, cruzado os braços.

Tomei um pouco de suco antes de falar.

- O que exatamente aconteceu comigo? - Questiono, mordendo um pãozinho com geleia.

Ele suspirou, me vendo comer.
- Sua magia se descontrolou, você não a treina? - ele pergunta.

- Amren me treina, mas não vemos muito resultado, eu não consigo controlar a minha magia - Falo, sentindo a decepção comigo mesma.

Ele arqueia uma sobrancelha.
- Como não consegue controlar? Qual o problema? - ele realmente falava sério.

- Eu sou fraca.

Vejo irritação brilhar em seus olhos e dou de ombros.

- Fraca? Você não faz ideia do quanto é forte não é? - sua voz soa baixa, mas eu congelo, olhando-o surpresa.

- Eu não sou, mal consigo controlar minha magia - falo o óbvio.

- Amélia amor - Ele começa, sentando na cama em minha frente e me olhando de perto - Você tem um poder gigantesco dentro de si e ainda sim não destruiu tudo ao seu redor ainda, você pode ser tudo, mas fraca não é uma dessas coisas.

Eu fitava as orbes vermelhas com surpresa, enquanto Aleksander me encara intensamente, ele pega um pãozinho com geleia e morde, um sorrisinho no rosto enquanto me observa.

- Está surpresa? - ergue uma sobrancelha - quem não soube te treinar foi aquela besta demoníaca...

- Amren - corto.

Ele se corrige, mesmo que sua voz soe levemente sarcástica.
- Amren não soube treinar você, afinal ela não faz ideia do poder dentro de você.

- E você faz? - questiono.

- Eu posso sentir sua magia do outro lado de Prythian, é magnífico o quanto poder há dentro de você, não sei se já notou, mas herdou os poderes dos dois feéricos mais poderosos de Prythian - ele explica.

Franzo o cenho, pensando.

Ele podia estar certo, talvez eu não fosse fraca, só que magia é algo complicado de se controlar.

- Talvez eu precise treinar mais intensamente - concluo.

Ele sorri, me olhando divertido.
- É para isso que estou aqui - diz óbvio.

A confusão me invade.
- Do que está falando?

- A única pessoa capaz de te ajudar, sou eu - ele explica, comendo o resto de seu pãozinho e se levantando, caminhando até a sacada e abrindo as cortinas.

- Por que faz isso? Eu traí você - pergunto.

Ele põe as mãos dentro dos bolsos da calça e observa a paisagem lá fora.

- Isso não importa, você quase se matou hoje - diz, a voz assumindo um tom frio.

- E por que se importa? Isso não afetaria você - ele me encara por cima do ombro.

- Por que faz tantas perguntas?

- Talvez seja porque você nunca responde as que eu quero, não vou treinar com você - concluo.

Ele se vira para mim, franzindo o cenho.

- Por que não?

- Você matou Nala - digo, sentindo uma raiva crescer lentamente em mim ao me lembrar.

- E isso importa? Se não treinar comigo vai morrer - ele fala.

- Amren me treinará - falo me levantando e fazendo menção de sair do quarto, mas em um segundo ele está ao meu lado, sua mão segura meu cotovelo.

- Não tem escolha, aquela besta demoníaca não é capaz de treinar você como eu - insiste, os olhos assumindo um tom mais escuro de vermelho.

Me viro, encarando ele, ambos cara a cara.

- Qual a dificuldade de chama-la pelo nome? - rosno.

- Simples amor, eu.não.quero - diz pausadamente, ele inclina o rosto para mais perto do meu - se negar minha ajuda, seu poder pode se descontrolar de novo.

Notei uma coisa, Aleksander havia me chamado de amor, quando eu estava em crise e agora.

Isso significava algo, ele havia me perdoado ou...

Isso não importa.

Ele matou Nala.

- Prefiro morrer - rosno e me viro.

Assim que toco na maçaneta da porta, sua voz me faz travar.

- E o que aconteceria se sua família estivesse perto? - sinto meu coração acelerar com a mera possibilidade disso acontecer - Imagine que está em um jantar de família e outra crise vem, você se mataria e mataria eles juntos, talvez até mesmo seu povo, quem controlaria você?

Olho com raiva para ele.

- Meus pais podem.

Ele arqueia uma sobrancelha, cruzando os braços.
- Tem certeza?

Olho para a maçaneta, eu estava travada, mesmo que a raiva me dominasse, dessa vez a razão começava a ganhar força.

Merda.

Ele estava certo.

Meus pais não poderiam controlar minha magia, por mais que eu odiasse admitir.

E eu poderia machucar eles.

Eu não queria correr o risco, nem de machucar minha família, nem de machucar meu povo.

- Com uma condição - digo.

Ele assente, os olhos assumindo um brilho satisfeito.

- O que quiser - ele diz.

- Enquanto eu estiver aqui, não fará nada contra velaris...

- Menos isso - ele me interrompe.

Fecho a cara.

- Então vai pro inferno - abro a porta e faço menção de sair, mas a porta se fecha com um rompante e me assusto, dando um passo para trás.

Minhas costas batem contra algo e quando olho para cima, vejo Aleksander me olhando com um sorrisinho, ele quem fechou a porta com a mão.

Sua mão livre segura meu queixo e ele se inclina, aproximando o rosto demais.

Engulo em seco, sentindo meu coração acelerar a medida que seu rosto se aproxima.

Mas ele para centímetros de mim, isso não impede que minha mente viaje até o dia do beijo, quando Aleksander me ergueu e...

- Eu estou brincando, amor, faço o que você quiser - ronrona.

- Estou falando sério - digo, fingindo estar firme mesmo que a proximidade me desconcerte.

Seu sorrisinho aumenta.

- Tudo bem - diz se afastando, me viro para ele - Sou todo seu durante esse tempo.

Meu coração dá uma idiota cambalhota, mas eu ignoro.

- Então vamos até velaris, quero me despedir e pegar minhas coisas.

- Kieran irá conosco - ele avisa e assinto.

Ele passa por mim e sai do quarto, indo falar com kieran.

                           {...}

Desci assim que me senti melhor, afinal, eu estava um caco, ao menos a minha aparência.

Kieran e Aleksander estavam no balcão da cozinha.

O de cabelos platinados sorria divertido, enquanto o outro tinha uma carranca no rosto.

- Vamos - digo, ambos se viram e Aleksander se aproxima.

- Acho que não apresentei, Amélia esse é Kieran, Kieran essa é Amélia - Ele apresenta.

O macho se aproxima, era quase tão alto quanto Aleksander, tinha um porte de guerreiro, mas seus olhos eram frios, não intensa como os de Aleksander, mas ainda havia frieza.

Ele estende a mão e aperto a sua.

- Um prazer conhecer a única pessoa que tentou matar Aleksander e saiu ilesa - ele sorri divertido, olho para Aleksander que o mirava mortalmente.

- Ele mereceu - me explico.

- Eu sei disso - ele responde.

Aleksander revira os olhos.

- Falando nisso, obrigado pelo café da manhã que mandou para mim - agradeço pela comida que Aleksander disse que ele preparou.

Ele franze o cenho.
- Café da manhã?

- Vamos logo - o platinado interrompe rapidamente e damos as mãos, Aleksander me olha, antes que a escuridão nos envolva.

Aparecemos em frente a casa do rio, e ouvi as vozes lá dentro assim que abri a porta, vozes preocupadas.

- Vá na frente, amor - Aleksander diz e o olho feio.

- Não me chame assim na frente deles - digo, ouvindo uma risadinha de Kieran.

Sigo para dentro da casa, passando por um corredor e indo para a segunda sala de estar, encontro meus pais, Amren, Mor, Cassian e Nestha.

Minha mãe vira o rosto para mim assim que entro na sala e em um segundo ela está em cima de mim, seus braços ao meu redor enquanto chora, abraço ela de volta.

- Pela mãe, Amélia, ficamos preocupados, ele fez alguma coisa? - pergunta, segurando meu rosto e nego com a cabeça, ela me abraça novamente, com força.

- Mãe...- falo, sentindo meu ar sumir.

Ela se dá conta e se afasta sorrindo levemente.
- Desculpe.

Sorrio, mas sou interrompida quando recebo um abraço de urso, achei que fosse Cassian, mas reconheço o cheiro e consigo passar os braços ao seu redor, abraçando-o de volta.

- Pai - digo, enfiando o rosto em seu peito, abraçando-o.

Fecho os olhos, sentindo-o deixar um beijo no topo da minha cabeça.

- Pensamos que ele tivesse levado você à força - ele diz quando nos afastamos e segura meu rosto, procurando algo em meus olhos.

- Não, eu tive um problema com meus poderes e Aleksander me ajudou - falo.

Ele franze o cenho.
- Ajudou?

Assinto.
- Sim, se não fosse por ele...

- Se ajudou ou não, ele vai querer algo em troca - ele diz, o rosto sendo tomado pela raiva.

- Não pai, ele quer me ajudar s controlar...

- Amélia, Aleksander não vai te ajudar, por que ele faria isso? - Nestha interrompe, se aproximando para me abraçar com força.

Depois dela, tio Cassian que me abraça e Amren acena com a cabeça, os olhos aliviados.

- Eu...

- Isso não importa, o que importa é que está aqui e ele não vai tocar em você novamente - meu pai tranquiliza.

Sinto meu corpo ficar tenso quando ouço a voz atrás de mim.
- Receio que esteja enganado grão-senhor - ronrona.

Os olhos disparam para atrás de mim e ódio brilha nos olhos do meu pai.

Ele me coloca atrás dele instantâneamente e rosna para o macho parado na porta.

Kieran não estava com ele, provavelmente estava lá fora, esperando.

Aleksander sorri sarcástico.

- Rosnar como um cachorro não impedirá o inevitável - diz.

- Do que está falando? - minha mãe rosna.

Aleksander me olha, franzindo o cenho.

- Não contou pra eles?

- Do que ele está falando, Amélia? - Nestha pergunta.

- Aleksander vai me ajudar a controlar minha magia, então irei morar com ele por um tempo - falo.

- Não.

A voz do meu pai é firme e quando faço menção de sair de trás dele, ele se vira, me olhando com raiva.

- O quê? - pergunto - eu já decidi.

- Você não vai, ele não vai levar você - ele fala, a voz não era do meu pai, era a do grão-senhor.

- Ela já é bem grandinha para decidir - Aleksander fala.

- Se afaste, não vai levar nossa filha - minha mãe rosna, a voz perigosa.

- Pai, não vou arriscar me descontrolar e machucar vocês, além disso, ele não fará nada com velaris enquanto eu estiver com ele e virei visitar vocês sempre - tranquilizo, me afastando.

- Amélia, olhe pra mim! - ele rosna.

Me assusto ao ouvir sua voz autoritária.

Meus olhos se arregalam levemente e o olho assustada.

- Você não vai - ele finaliza.

- Se afaste! - minha mãe ordena, é quando vejo o que tinha acontecido.

Aleksander tinha se aproximado assim que meu pai falou aquilo e minha mãe entrou na frente, sua mão brilhando com fogo, o macho a olhava com raiva, os punhos fechados com força ao lado do corpo.

- Parem - digo, minha voz firme.

- Você é nossa filha, então vai nos obedecer - ele avisa.

- Rhysand...- Nestha tenta intervir, mas ele a olha com raiva.

- Fique fora disso Nestha - fala.

Cassian se aproxima da parceira, que olhava Rhysand com raiva.
- Ela está certa - a fêmea diz, surpreendendo Amélia.

- Ele não vai levar minha filha de novo - diz.

Minha mãe se aproxima.
- Podemos ajudar você - ela insiste, me convencendo a ficar.

Mas me mantenho firme, eles não sabiam que Aleksander nunca me machucou.

Mesmo que achassem ele um monstro, eu tinha que admitir que o macho nunca fez menção de me usar.

E eu não poderia me deixar manipular de novo.

- Não, eu vou - digo, me virando para sair.

Mas a mão do meu pai se fecha em meu braço e ele me puxa, me fazendo desequilibrar e quase cair.

Meus olhos se arregalaram ao máximo e o olho em choque, minha respiração acelerada.           

- Rhysand! - minha mãe diz com a voz alta e ele me solta no mesmo instante.

Arrependimento brilha em seus olhos e ele faz menção de se desculpar, mas algo acontece mais rápido.

Aleksander está em minha frente em menos de um segundo e ele age.

O macho segura o pescoço do meu pai e mais rápido do que consigo admitir o joga para trás com força, fazendo o Grão-feérico bater contra a parede oposta que se racha com o impacto e ele cai no chão, seu semblante contorcido em dor.

Surpresa me invade e me aproximo, mas a minha mãe ataca, seu fogo da outonal corta o ar em nossa direção, mas eu ergo a mão por instinto e a magia para no ar, travando, ela arregala os olhos, se afastando um passo.

- Pare - aviso.

Aleksander me olha surpreso, eu estava ao seu lado.

- Está defendendo ele? - ela fala, exasperada.

Abaixo a mão, fazendo a magia sumir.

- Eu já me decidi - aviso.

- Vou matar você - meu pai diz para o macho, fazendo menção de atacar.

- Se fizer isso, eu não voltarei mais - aviso, a voz firme.

Ele trava, os olhos arregalados e as feições surpresas.

- Mélia - pede.

- Vou pegar as minhas coisas - aviso - não faça nada, estou falando sério.

Ele recua, mesmo que os olhos mirem Aleksander mortalmente.

- Vamos - digo, ignorando os olhares surpresos eu seguro o braço do macho, levando-o comigo enquanto subo as escadas para o meu quarto.

Aleksander não diz nada até que entramos no quarto e eu fecho a porta.

Solto o ar que eu sequer sabia que prendia e faço menção de ir ao armário.

Mas Aleksander segura a minha mão, me fazendo olhar para ele.

- É o melhor a se fazer, eles entenderão depois - fala, os olhos me fitando com o que parece ser preocupação.

Ele se aproxima, tocando meu braço, onde meu pai me segurou.

Não tinha ficado marca, apesar do susto que eu tive.

Aleksander toca o local exato, mas não encontra marca e me fita.

- Ele tem sorte por ser seu pai - diz.

- Ele odeia você e acha que vai fazer algo comigo - explico.

Apesar da raiva e do susto, eu entendia meu pai, afinal para todos Aleksander era extremamente manipulador e calculista.

Não que ele não fosse, mas não era só isso.

- Ainda sim, ele só não está morto porque é seu pai - diz.

- Vamos logo - digo, indo até o armário e procurando algumas roupas.

- Quer ajuda? - questiona.

Nego com a cabeça.

- Não, só levarei alguns minutos - digo e o macho assente, indo até alguns quadros no canto da parede, quadros agrupados no chão.

Eu tinha esquecido deles, mas sequer lembro o que pintei, então não me importo e continuo procurando roupas tranquilamente.

Mesmo que eu soubesse o quanto meus pais estavam enlouquecendo lá embaixo.












                 





































* Sinceramente eu amei escrever esse capítulo, devo admitir que tô querendo postar logo, porque quero postar os vídeos que tenho prontos no tik tok, mas se eu fizer isso agora vou dar spoiler.

Espero que esses dias eu tenha bastante criatividade.

Eu amo mesmo ler os comentários e responder eles, então podem comentar a vontade.

Obrigado a vocês que estão lendo, são a minha motivação.

Espero que gostem.
Bjs.

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