O Vilão

Door FeyreArcheron15

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Amélia Archeron sempre foi o orgulho dos seus pais. Filha dos grão-senhores da corte noturna, portando um pod... Meer

Avisos!
Cast!
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 24
Capítulo 25
Leiam por favor!
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Aviso!!!
Capítulo 41
Respondam por favor!!!
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Link do vídeo do tik tok!
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Aparência do Horus!!!
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Instagram!!!
Capítulo 66
Horus e Reina!!!
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Leiam por favor!
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Aviso!
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Próxima fic!!!
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94

Capítulo 23

844 88 98
Door FeyreArcheron15

Amélia on:

Não sei em que momento adormeci, não lembro na verdade.

Eu lembro de estar lendo um livro, que peguei da biblioteca, quando minha visão escureceu.

Mas de algo eu sei, eu não dormi na cama.
Eu estava na sacada, sentada em uma almofada que eu mesma tinha trazido da biblioteca.

Então...como eu vim parar na cama?

Eu me negava a acreditar que Aleksander tinha me carregado até aqui, então a opção mais fácil para mim foi que eu acordei e vim sozinha para a cama, mas estava com tanto sono que não lembro.

O que tornou mais difícil de acreditar na minha teoria foi que, quando acordei essa manhã, o outro lado da cama estava bagunçado e o cheiro dele estava em todo o lugar.

Como eu não o senti?

Inspirei, sentindo esse cheiro.

Por mais que o odiasse tinha que admitir que ele cheirava muito bem.

Abri os olhos.
O que eu estava fazendo?

Me levantei e tomei um banho, vestindo uma legging preta e uma regata marrom, ainda descalça eu sai do quarto e desci as escadas lentamente, tentando ver qualquer sinal de Aleksander.

Ele não estava em lugar algum, mas seu cheiro também estava por toda a parte, como se ele tivesse acabado de sair.

No balcão da cozinha, encontrei torradas, bolo e frutas, estranhei, Aleksander comprou isso ou ele fez?

Ele não parecia ser do tipo que cozinha, pela arrogância que emanava dele, eu não me surpreenderia se soubesse que ele não penteia o próprio cabelo sozinho.

Comi rapidamente, tomando uma xícara de café para acompanhar e segui até a área de treinamento.

Se eu achava que Aleksander tinha saido? Estava enganada.

Ele estava na sala de treinamento, no canto da sala, se exercitando.

O macho estava se alongando, usando apenas uma calça de moletom,  eu o ignorei conforme segui para a área de exercícios, ficando de costas para ele enquanto também começava a me alongar.

Senti seu olhar queimando em minhas costas, mas agi como se ele não estivesse ali.

Eu sei que Aleksander não se importa comigo ou com o que penso, mas não vou agir como se ele não tivesse falado aquilo do meu pai.

Lembrar da noite passada só me fez trincar a mandíbula com raiva, e segui até os sacos de areia no outro lado do ringue.

Comecei com uma série de socos e chutes, usando toda a minha força nos golpes, ignorando o macho do outro lado da sala.

Em certo momento comecei a sentir meus punhos doloridos e lembrei que tinha esquecido de enfaixar eles, mas não me importei, continuei descontando a minha raiva.

- Esqueceu de enfaixar as mãos - Ouço a sua voz atrás de mim, ele estava agora do lado do ringue, há poucos metros de mim, mas o ignorei.

- Seus punhos ficarão esfolados - Ele insiste.

Continuei focada, sem sequer olhar para ele.
- Amélia...

Grunho, continuando a socar com ainda mais força, não o percebi se aproximando até que ele estivesse do meu lado, quando soquei novamente, ele segurou meu pulso, me parando.

Franzi o cenho confusa e irritada, a feição dele é séria.

- Se afaste - Eu falo, meu tom raivoso.

- Enfaixe as mãos - Ele diz, tão sério quanto eu.

Puxo minha mão da sua sem delicadeza e com raiva empurro seu peito mas ele não se move.
- Qual o seu problema? - Rosno.

Ele franze o cenho, irritado.
- Meu problema é a sua teimosia.

- Eu não obedeço você - rebato.

- Não é obediência, é sensatez, seus punhos ficarão cortados - ele diz, inclinando o rosto, estávamos cara a cara.

- E o que isso tem a ver com você!?

Ele estreita os olhos, mas não responde a minha pergunta.

- Estar com raiva de mim é uma escolha sua, mas isso não te dá o direito de ser imprudente - Ele diz.

- Fique.longe.de.mim - Rosno, sentindo sua respiração pesada contra meu rosto.

Vejo algo brilhar nos olhos dele, mas não presto atenção.

- Se quer machucar algo, machuque a mim - Ele desafia.

- Você não faz ideia do quanto eu quero isso - Digo.

- Então faça - Ele diz, os olhos brilhando em desafio.

Minha respiração estava acelerada e eu senti muita vontade de socar a cara dele.

Ele sorri de lado, um sorriso de escárnio, estava zombando de mim.

Eu iria recuar, sabia que não poderia vencer ele, mas então flashes vieram em minha mente.

Flashes dele jogando toda a minha família para longe com um movimento de mão.

Dele machucando tia Elain.

Vi Aleksander ameaçando minha família, minha cidade, meu povo.

Vi ele rasgando a asa de tio Cassian, atravessando a lâmina em sua barriga.

Então, com uma força que eu jamais imaginei que teria eu o soquei, como na noite passada.

Meu punho atingiu seu rosto e ele cambaleou para trás, seu rosto se transformando em um misto de dor e satisfação.

Aleksander não fez nada para desviar ou impedir o golpe, mesmo eu sabendo que ele poderia.

Aquilo me irritou ainda mais, então eu o soquei novamente.

Aleksander deu um passo para trás, mas não reagiu, ele cuspiu sangue no chão, e sorriu.

Rosnei, avançando, chutei suas costelas e soquei seu rosto, ele continuou recuando.

- Reaja! - Eu grito, continuando a socar seu rosto e chutar ele, mas Aleksander não fazia nada além de sorrir.

O derrubei com uma rasteira e o montei.

Soquei seu rosto uma vez, depois outra e outra, mas ele não reagiu.

Franzi o cenho, confusa.

- Por que não está me atacando? - Perguntei com raiva, me inclinando em sua direção, aproximando meu rosto do seu.

Ele estava com um corte na boca e seu supercílio sangrava.

- Você está com raiva - Ele diz.

- Por que não está reagindo? - Pergunto, dessa vez eu transparecia confusão.

Ele era o caldeirão.

Tinha uma força e poder incomum.

Ele quase matou tio Cassian por ofender ele, então por que  me deixava bater nele?

Por que ele não reagia?

Aleksander fica sério, seu olhos fitando os meus.

Vejo seus ferimentos se curarem, seu rosto sendo imaculado novamente.

- Amélia...- Ele abriu a boca para falar, mas o interrompi.

- Acha que me deixar te bater vai apagar o que fez? - Aproximei ainda mais meu rosto do seu - eu ainda odeio você com todas as minhas forças.

Me afasto quando ele se ergue sob os cotovelos.

- Seu ódio por mim só me deixa ainda mais atraído por você - Ele diz com um sorrisinho.

Meus olhos se arregalarem novamente pela mudança repentina de assunto, mas cobri minha surpresa com uma máscara de irritação.

- Você é um canalha - Digo, uma adaga de materializando em minha mão, pressiono em seu pescoço, o sorrisinho dele aumenta - Eu poderia te matar agora mesmo.

Aleksander inclina o pescoço, me dando espaço, os olhos escurecendo quando fitam os meus.
- Nós dois sabemos que você não faria isso - Ronrona.

- Você me subestima - Eu digo.

- Não, eu sei que você é capaz de muitas maravilhas Amélia, mas me matar não é uma delas - Ele diz.

- Eu realmente odeio você - falo, por que não tenho palavras para responder a provocação dele.

- E eu já disse que raiva lhe deixa sexy? - Seu tom era provocativo.

- E eu já disse que isso me faz querer rasgar a sua garganta? - rosno.

- Você é tão violenta, amor - Ronrona, se sentando e se aproximando - Isso me excita.

- Você não é normal - Franzo o cenho.

- E você parece gostar - Sorri, vendo a minha confusão ele se inclina, sussurrando em meu ouvido - Do contrário já teria saido do meu colo.

Arregalo os olhos, me dando conta de que eu ainda estava montada nele, me levanto como um raio, ouvindo a risada profunda dele.

- Seu babaca - digo, dando as costas e saindo da sala de treinamento, ignorando o arrepio que senti quando seu hálito quente tocou a pele do meu pescoço, ou da sensação que senti em meu estômago quando ele se aproximou.

Entro no quarto e vou até o banheiro, abrindo a torneira da pia e jogando água no rosto.

Por quê isso acontecia comigo?

Eu não estava atraída por Aleksander.

Eu o odiava.

E definitivamente não cairia nos joguinhos dele.

Tomei um banho, desistindo de treinar e me dirigi até a biblioteca, eu passaria o dia pintando e lendo.

Era a única coisa que eu tinha pra fazer, já que treinar com Aleksander perto era impossível.

                          {...}

Não almocei, eu não queria descer e me encontrar com Aleksander.

Ele pareceu notar, já que não tentou me procurar, não que eu esperasse isso.

Em algum momento do dia, decidi que não aguentava mais ouvir minha barriga roncar e saí da biblioteca, eu usava um conjunto que consistia em uma calça preta e um suéter branco, manchados de tinta, assim como partes do meu rosto, meus cabelos estavam amarrados em um coque frouxo.

Eu estava distraída tentando limpar em vão meu rosto, por isso não vi Aleksander caminhando em minha direção.

Grunhi quando minha testa bateu contra seu peito e me afastei imediatamente, ele me olhava confuso, e diversão cobriu seu semblante quando ele me viu.

- Estava se banhando em tinta?

Ignorei seu sarcasmo.
- Eu quero passar - Falo.

Ele arqueia uma sobrancelha.
- Está doente? - Pergunta, tocando minha testa e dou um tapa em sua mão - Falando sem proferir qualquer  xingamento direcionado a mim, você não deve estar normal.

- Qual é o seu problema? - pergunto - Por que tem que ser tão insuportável?

- Um macho como eu também precisa de um pouco de diversão - Ele sorri de lado.

- Um macho como você?

- É, sabe, toda essa perfeição certamente me faz diferente - bufo da forma que ele fala.

- Se arrogância fosse ouro, você seria rico - Zombo.

- Eu sou, agora vamos falar o que eu realmente vim falar com você - Ele se aproxima, mas dou um passo para trás, arqueando uma sobrancelha.

- O que você quer? - pergunto.

- Acha que vou fazer algo com você? - Pergunta divertido.

- Nunca se sabe - digo amarga.

- Não vou agarrar você, Amélia, não sou como os machos de sua espécie - Ronrona.

- Para alguém que despreza tanto minha espécie, você parece querer nossa atenção demais, não é? - rebato.

- Só a sua na verdade - ele provoca.

Reviro os olhos.
- Eu tenho mais o que fazer - Falo e tento passar, mas ele ergue o braço, interrompendo minha passagem.

- Na verdade, quero que vá a um lugar comigo - diz e o olho, franzindo o cenho.

- Que lugar? - pergunto.

- Você não almoçou e não jantou, quero que venha jantar comigo - diz como se fosse óbvio.

- Definitivamente não - nego.

- Prefere ficar com fome? - ele arqueia uma sobrancelha.

- Prefiro ficar longe de você - empurro seu braço e passo por ele, dou alguns passos até que sua voz me pare.

- É uma pena, por que eu pretendia fazer uma pequena visita a velaris hoje e cancelei apenas por causa desse jantar - Ele diz como quem não quer nada.

Travo, trincando a mandíbula.

Meu sangue ferve.
- Acha que me chantagear vai me fazer jantar com você? - digo, olhando-o.

- Não sei, chantagem pareceu funcionar com seu amigo - ele encosta na parede e cruza os braços, os músculos se flexionando, desvio o olhar de volta para seu rosto, confusão em meu olhar.

- Amigo?

Ele põe um dedo no lábio inferior, fingindo pensar.
- Como era mesmo o nome dele? Mike...Marc...Nick - ele sorri cruelmente.

Arregalo os olhos, avançando e segurando na gola de sua camisa, empurrando-o contra a parede.

O sorrisinho cruel em seus lábios me irrita profundamente.

- O que você fez com ele? - rosno.

Ele inclina o rosto para mais perto.

- Se importa com ele? - Ele pergunta.

- O que você fez com ele? - insisto.

- Eu? Nada, mas veja, Horus ficou muito feliz em bater um papo com o seu amiguinho - Ele sorri perversamente.

- Você o matou? - minha voz não passa de um sussurro, meu rosto contorcido em pavor.

- Matar? Não, apenas o convenci a se afastar de você - ele diz, dando de ombros.

- Você o machucou? - pergunto entredentes.

- Eu não fui pessoalmente para evitar isso, Amélia, caso contrário você não o veria novamente - ele diz.

- Por que? - pergunto, soltando ele.

- Por que? Devo revelar que sou um pouco ciumento - sorri de lado.

- Eu não sou um objeto seu - disparo.

Ele franze o cenho.
- Já lhe tratei como um?

- O que você quer comigo? - contorno sua pergunta.

Ele se aproxima, o olhar se tornando neutro.

Aleksander ergue a mão até a altura do meu rosto e um dos seus dedos faz uma carícia lenta em minha bochecha.

Não consigo imaginar por que motivo eu não me afastei.

- Tenho planos para você, Amélia - Ele revela, segurando meu queixo.

- Não farei parte do que quer que você planeje - falo.

- Você diz isso agora, por hora, a unica coisa que quero de você é que jante - Ele estende a mão.

Penso em negar, mas ele disse que não visitaria velaris hoje por causa disso.

Sendo verdade ou não, eu sabia como meus pais estariam por causa do meu sumiço, ver Aleksander poderia ser um gatilho e eles poderiam tentar algo.

Eu não queria que Aleksander machucasse eles, então, por causa disso e apenas disso eu segurei sua mão.

Aleksander sorriu e não vi mais nada quando a escuridão nos rodeou, só sua mão segurando a minha com firmeza.

Quando a escuridão se dissipou, eu vi que estavamos na floresta.

Por algum motivo não senti frio nenhum, apenas a leve brisa que balançou meus cabelos.

Recolhi minha mão, olhando ao redor, vi esferas de luz presas em algumas árvores, iluminando levemente o ambiente.

A minha frente estava uma ponte de madeira, com lamparinas a enfeitando, assim como um arco de flores, segui o macho, vendo o riacho que passava abaixo da ponte, a água escura devido a falta de iluminação.

Assim que chegamos ao final da ponte, vi que estávamos em uma clareira, essa iluminada por lamparinas, mais a frente vi um lago.

E pela mãe, por um momento eu me permiti apreciar aquela visão.

A água azul era cristalina e brilhava, eu duvidava que não tivesse magia ali.

Mesmo estando afastada eu já conseguia ver o fundo do lago, de tão cristalina que era a água.

Um um espaço perto da lago, vi uma mesa forrada com um tecido branco e duas cadeiras, uma lamparina pendurada em cima da mesa, iluminando.

Franzi o cenho, olhando Aleksander.

- O que significa isso? - perguntei cruzando os braços.

Ele deu de ombros, se aproximando.
- Eu não sou mal educado, um jantar de boas vindas é uma ótima maneira de te receber - responde com um sorrisinho.

Reviro os olhos e lhe dou as costas, pronta para sair daquele lugar, era ridículo ele fazer aquilo, achei que seria apenas um jantar, tá na cara que não é.

- Eu quero voltar - Digo.

Ele me para, segurando meu cotovelo, me virei, olhando-o.

- Pode ao menos apreciar o jantar? - ele pergunta, parecia cansado de discutir.

- Não quero nada que venha de você - digo.

- Prefere passar a noite sentada em uma cozinha do que apreciar um jantar ao ar livre? - ele arqueia uma sobrancelha.

- Prefiro passar uma noite presa do que jantar com você - rebato.

Um brilho afiado passa por seus olhos.

- Você diz que sou insuportável, mas quando tento ao menos ter uma convivência agradável com você faz de tudo para me ignorar - Ele diz.

- Acha que pode ter uma convivência agradável depois do que falou do meu pai? Mesmo sabendo o que realmente aconteceu? - eu sibilo, erguendo o queixo para ficarmos cara a cara.

- O que espera? Um pedido de desculpas? - ele sibila, me encarando de forma intensa.

- Vindo de você eu só espero o pior.

Aleksander respira fundo e o brilho em seus olhos diminui.

- Eu cometi um erro, nunca deveria ter tentado isso, vamos voltar - Ele diz, a voz sombria e passa por mim, esbarrando levemente em meu ombro.

Engulo em seco.

Por alguma razão ouvir ele falar isso fez algo se revirar em meu estômago, mas eu não me importei e segui em sua direção.

Ele não me olhou quando estendeu a mão, eu segurei e fechei os olhos quando senti a escuridão nos rodear.

Assim que ela se dissipou, vi que estávamos novamente na casa, o macho passou em silêncio por mim e subiu as escadas.

Respirei fundo e estalei os dedos, a tinta que cobria meu corpo sumiu e fui até a cozinha, eu mesma faria o meu jantar.

                         {...}

Autora on:

Aleksander estava inclinado no parapeito da sacada, observando a noite afora.

Ele tinha um copo com um líquido ambar em uma mão e já não vestia as mesmas roupas que estava quando levou Amélia àquele lugar.

Ele não sabe o que se passou na cabeça dele.

Não esperava uma reação tão negativa dela, afinal, ele não tinha feito nada de errado.

Ou talvez tivesse?

Seu cenho se franze.

Talvez ela não gostasse de jantares ao ar livre.

Ou simplesmente preferisse outra coisa?

Amélia gostava de ler.

Gostava de pintar.

Ele não acha que ela aceitaria pinta-lo.

Mas ela também gosta de treinar.

Apesar de ser bem treinada, Amélia usava a técnica illyriana, bruta e precisa.

Aleksander poderia usar isso para ensina-la a lutar usando os sentidos, afinal, um guerreiro deve se preparar para tudo.

Ele falaria sobre isso na manhã seguinte.

                            {...}

Amélia on:

Suspirei assim que terminei meu jantar e lavei os pratos.

Não comi muito, fiz apenas um pouco de mingau para mim.

Eu não estava acostumada a comer sozinha, a não ser no café da manhã.

Mas ter a companhia de Aleksander estava fora de cogitação.

Franzi o cenho quando uma dúvida se apoderou de mim.

Aleksander sempre comia sozinho?

Eu duvidava que ele tivesse companhia para essas horas.

Eu odiava comer sozinha.

E se...ele fez aquilo para não ter que jantar sozinho?

Eu não sei se estava sendo ingênua, mas me senti mal quando pensei nisso.

Aleksander era ruim, ele não tinha feito nada de bom até agora.

Por outro lado, tentamos matar ele, que é o nosso criador.

Bati em minha testa quando meu coração falou mais alto que a minha razão e subi as escadas.

Não bati na porta quando entrei e fiquei confusa ao não ver Aleksander de início.

Até que vi um vislumbre dos seus cabelos na sacada e fui até lá.

Ele não me olhou, estava inclinado contra a sacada, parecia concentrado em algo, com um copo com um líquido âmbar na mão.

Inconscientemente parei na entrada da sacada, mas não consegui falar nada de início.

- Se veio aqui dizer que não vai dormir na mesma cama que eu, devo avisar que o sofá não é nem um pouco confortável - diz.

Limpei a garganta.

- Na verdade eu...- hesitei e ele se desencostou da sacada e me olhou confuso.

- Eu quero voltar - Digo de uma vez.

- Voltar... pra onde? - diz lentamente.

- Você sabe pra onde.

Vejo surpresa em seus olhos.

- Por que? - Pergunta, seu tom sem qualquer diversão.

- Não quero jantar sozinha - desvio o olhar para a noite afora.

Aleksander se aproxima e estende a mão, descartando o copo da bebida.

Seguro sua mão e sem dizer nada ele nos transporta para lá.

Dessa vez voltamos a clareira e ele não solta a minha mão de início, mas eu a puxo devagar e pensando se fiz o certo ando em direção a mesa posta ali.

Me viro confusa quando vejo que Aleksander não está me seguindo e o vejo parado no mesmo lugar, ele parecia pensar em algo e não sei o que foi, mas vejo um mini sorriso se abrir em seu rosto e ele pisca, caminhando em minha direção.

Nos sentamos a mesa e sem qualquer movimento da parte do macho uma garrafa de vinho aparece na mesa, assim como duas taças.

Aleksander abre o vinho e serve duas taças, me oferecendo uma.

- Está tentando me embebedar? - arqueio uma sobrancelha.

- Me avise se funcionar - Ele pisca para mim e desvio o olhar, tomando o vinho.

Dois pratos aparecem na mesa, e quando retiro a tampa que os cobria quase fecho os olhos com o cheiro incrível da comida.

- Onde compra comidas tão boas? - pergunto.

Ele fica confuso por um instante.

- Comprar? - Não entendo sua pergunta de primeira, mas dou de ombros e começo a comer, tentando não parecer faminta demais.

Acho que falho, por que quando olho para ele, o macho me fita com um sorrisinho.

- Dá pra parar de me olhar assim? - pergunto.

- Está envergonhada?

- Você não come? - pergunto desviando de sua pergunta.

- Eu não estou com fome - da de ombros.

- Você... não se alimenta de sangue, ou sim? - fico curiosa, tomando mais vinho.

- Posso sobreviver com ambos, comida ou sangue - Ele responde.

Termino de comer e tomo o resto do meu vinho.

Me levanto, não gostando daquele silêncio entre nós.

Não estava constrangedor, só... não estava acostumada a ficar tanto tempo perto dele sem o xingar ou ameaçar.

- Terminei, podemos ir - ele franze o cenho.

- Ainda é cedo, Amélia, por que não aproveita a vista, ainda temos tempo - diz se levantando e caminha até uma pedra em frente o lago.

Aleksander encosta nela e em silêncio observa o pequeno lago, noto só agora que pequenos peixes nadam nele e céus, eles pareciam se camuflar com a água cristalina.

Me aproximo, fixando os olhos naquelas criaturas.

- Você pode se aproximar, sabe - ele diz com diversão.

- Se ficasse calado tudo seria bem melhor - digo, encostando na grande pedra e  olhando para a água brilhante.

- Eu não posso te deixar entediada - ele sorri de lado.

Ficamos em silêncio e por um momento me permito apreciar o céu.

Está com estrelas, nada comparado a velaris, mas, ainda sim é lindo.
- Onde estamos? - pergunto após alguns minutos em silêncio.

De canto de olho vejo que ele olha para mim e parece ponderar se responde a verdade ou não.

Olho para ele, estavamos lado a lado e mesmo eu não sendo baixa, tenho que inclinar a cabeça para olhar Aleksander.

- Eu não posso me comunicar com ninguém, como vou dizer onde estamos? - digo.

Ele desvia o olhar para a frente novamente.
- Estamos na corte primaveril.

- E como Tamlin não te descobriu ainda? - questiono.

Aleksander sorri levemente.

- Ele não é muito inteligente.

- Pela primeira vez tenho que concordar com você - digo.

- Sua família não simpatiza com ele, não é? - assinto - por que?

Estreito os olhos para ele.
- Não vou te contar segredos da minha família.

- Você está em seu direito - ele diz, um sorrisinho nos lábios.

- Está tentando me provocar? - estreito ainda mais os olhos e ele se inclina em minha direção, ficando perto.

- Está funcionando? - diz, se virando e ficando de frente para mim.

Instintivamente tenho vontade de me afastar, não por medo, mas...

Aleksander era... atraente, demais.

Eu não sei por que, já que eu deveria odiar ele, eu acho que me sinto atraída por ele.

E me culpo profundamente por isso.

E agora, já que estamos sozinhos eu não quero cair na tentação e fazer algo que provavelmente vou me arrepender depois.

- O que está fazendo? - pergunto.

Ele não me responde de primeira e sua mão vai até minha bochecha, onde seu dedo inicia uma lente carícia.

Os olhos de Aleksander estavam fixos no meu.

- Você sente, não é? - ele pergunta baixo, se aproximando até estarmos frente a frente.

- Eu...- as palavras somem da minha garganta.

- Você é linda, Amélia - ele diz, parecia hipnotizado, e vendo a luxúria em seus olhos eu não consegui afastar ele.

- Pare de brincar comigo - me arrependo quando minha voz falha.

Seus olhos são atraídos para a minha boca e vejo as pupilas de Aleksander se dilatarem.

- Brincar? - pergunta, a voz baixa e rouca.

Engulo em seco e tento afastar ele, minha mão se espalma em seu peitoral, mas eu não o empurro.

O que eu estou fazendo?

O que está acontecendo comigo?

Eu o odiava há menos de uma hora.

Eu devo me afastar dele.

Mas sinto seu braço rodeando minha cintura e os pensamentos coerentes se dissipam da minha mente.

A outra mão dele se espalma em meu pescoço, do lado e ele ergue meu queixo.

- Eu pareço estar brincando, amor? - pergunta baixinho.

Vejo-o morder o lábio inferior com força, me fitando.

- Eu sei que você também é atraída por mim, Amélia - Um suspiro me escapa quando ele trás meu rosto para mais perto do seu.

- Eu não...- não consigo terminar, meus olhos estão fixos no dele.

- E eu sei que uma hora você vai ceder, espero ansiosamente por isso - murmura.

Meu olhar desce e sinto a garganta secar quando seus lábios rosados se entreabrem.

Aleksander de aproxima e fecho os olhos, não conseguindo fazer nada além disso.

Mas assim que seu lábios tocam os meus eu ouço sua voz novamente.

"Foi isso que disse ao seu pai quando soube que ele foi a vadia de Amarantha por décadas?"

Imediatemente eu o empurro para longe, a raiva me atingindo com força.

Aleksander estava confuso.

- O que está fazendo? - rosno.

- Amélia...- ele se aproxima.

- Acha que pode me manipular? Não se aproxime assim de mim novamente - sibilo e lhe dou as costas.

Eu sabia que não tinha como voltar sozinha, mas não o olhei quando falei.

- Vamos voltar.















































* Quem leu minhas outras fics sabe que eu gosto de esquentar as coisas do nada.

E vocês verão muita tensão sexual por aqui ein.

Próximo capítulo já está sendo escrito e em breve será postado.

Espero que gostem.
Bjs.

















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