Em Outra Vida, Talvez?

By onlybgirl

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Talvez sejamos a pessoa certa, na hora errada. Um romance adolescente. Um término indefinido. Um amor interro... More

Notas da Autora
Capitulo 01 - Briga.
Capítulo 02 - Memory Board
Capitulo 03 - 10 anos.
Capitulo 04 - Sentimento de culpa.
Capitulo 05 - Exposição de fotografia.
Capítulo 06 - Ponto-virgula
Capítulo 07 - Alcoólatra.
Capítulo 08 - Área privada.
Capitulo 09 - Eu odeio você.
Capítulo 10 - Disputa.
Capítulo 11 - "vocês passaram a noite aqui"
Capitulo 12 - Câmera Fotográfica.
Capítulo 13 - Criatura atordoada por amores passados.
Capítulo 14 - Rompimento e recomeço.
Capítulo 15 - Fotos.
Capítulo 16 - Admiração
Capítulo 17 - Saudades Salgada
Capítulo 18 - Closet.
Capítulo 19 - "eu posso ser sua outra vez"
Capítulo 20 - Orgasmos e carícias.
Capítulo 21 - "eu quero você"
Capítulo 22 - Convenção.
Capítulo 23 - Dança.
Capítulo 24 - Fetiches
Capítulo 25 - "não quero tentar de novo"
Capítulo 26 - A forma sólida da palavra "casa".
Capítulo 27 - Rosa.
Capítulo 28 - Reunião.
Capítulo 29 - Quarto de hospital.
Capítulo 30 - Tormenta.
Capítulo 31 - Cartas (Parte I)
Capítulo 32 - Cartas (Parte II)
Capítulo 33 - Cartas (Parte III)
Capítulo 34 - Cartas (Parte IV)
Capítulo 35 - Cartas (Parte V)
Capítulo 36 - Aceitação.
Capítulo 38 - Marjorie.
Capítulo 39 - Thalia.
Capítulo 40 - Profecia (final parte I)
Capitulo 41 - Em Outra vida, Talvez? (final parte II)
Agradecimentos

Capítulo 37 - Nova York

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By onlybgirl


"A história da minha vida, eu a levo para casa
Dirijo a noite toda para mantê-la quente
— One Direction".

Nova York City | Dois meses depois.

— Liga pra sua cunhada e diz que eu estou com vontade de comer melancia – eu coloco meu telefone no bolso enquanto desvio de um casal que passava apressado pelo corredor de desembarque. – Meu celular acabou de morrer.

Sofia ergue a sobrancelha pra mim, franzindo o cenho.

— Você estava falando sério sobre a melancia? – Eu concordo com a cabeça, tentando enxergar a área de checkout naquele mar de pessoas. – Onde ela vai conseguir uma melancia em um aeroporto?

Lauren teve de regressar duas semanas antes do previsto para Nova York, a fim de realizar o reunião com a organização do Milão Fashion Week, e, como Rogério havia deixado reservado a vaga de Sofia para daquela data a dois meses, não faria sentindo voarmos para Nova York antes. Ao invés, tentamos organizar tudo da melhor maneira possível, para que nada seja feito de última hora. Minha casa foi posta para aluguel, e, duas semanas antes de voarmos, a qual Lauren retornou, consegui um inquilino por indicação de Dinah. Logo, permaneci esses dias no hotel que Lauren havia ficado, já que a reserva era até a data em que voarmos.
Ashley foi a responsável por selecionar as escolas nas quais Sofia poderia ser matriculada, e a escolhida fora uma a apenas dois quarteirões da Marjorie, onde ela poderia ir e voltar sem o auxílio de um ônibus escolar. Estava tudo caminhando bem, até.

Em relação ao meu bebê, foi mais fácil aceita-lo quando tive apoio de todas as pessoas nas quais contei, sendo elas Dinah e os amigos de Lauren. Isso me fez sentir acolhida e confiante. Seu desenvolvimento estava saindo bem e rápido, de acordo com todo o pré-natal que estou realizando. Para ser honesta, não sei ao certo se estou ansiosa para saber o gênero, e nem mesmo estou comprando roupinhas –embora já tenho passado horas no Pinterest babando nos quartos de nenéns. Não quero ficar ansiosa para nada, e, seja um menino ou uma menina, eu estarei feliz.
Agora, em relação a Lauren, o assunto é diferente. Ela está incontáveis vezes mais animada do que eu. Já recebi fotos de berços, carrinhos, paleta de cores para quarto, roupas, sapatos, gorros, e até mesmo mamadeiras, e, embora eu tente a lembrar que estou com pouco mais que três meses, e que é muito cedo para comprar tudo isso, não sou ouvida. Seu cuidado comigo aumentou em quase 100%, também, e, de uma em uma hora, estou recebendo uma mensagem perguntando se estou bem, se estou sentindo enjôo, se estou me alimentando direito, se já bebi água. Houve um episódio, alguns dias antes dela regressar, em que ela tomou meu café da manhã da minha mão, pois continua presunto, e, segundo as pesquisas que ela fez, grávidas não podem comer presunto. No fim, eu acabo rindo disso, e a deixando ficar animada. Me sinto feliz por isso.

Agora, acabamos de desembarcar em solo Novaiorquino, e o combinado foi que Lauren nos encontrasse aqui.

— Eu não sei, Sofi, so liga pra ela e diga que estou com vontade – encontro a esteira onde as malas são entregues com o olhar, e toco no braço da minha irmã, para que ela possa me seguir.

Não havíamos trago tanta coisa assim, apenas o essencial, com a promessa de que voltaríamos em algum momento para buscar mais utensílios pessoais que precisassemos.

— Eu vou até deixar no auto-falante pra você escutar ela perguntando a mesma coisa que eu – Sofia diz, desativando o bluetooth de seu fone antes de discar o número de Lauren.

Nós paramos em frente à esteira, enquanto ouço o toque do telefone se misturando com o burburinho e as chamadas no auto-falante do aeroporto. Nova York dava a sensação de sufocamento, de tantas pessoas próximas.

— Oi? Eu vi a mensagem que vocês chegaram – Lauren diz, assim que atende. – Estou a uns dois minutos, o trânsito está péssimo.

— Sua namorada quer que você compre melancia pra ela – eu localizo nossa mala vindo. – Está com vontade.

— O quê? – Sinto vontade de rir pelo tom de Lauren. – Onde eu vou conseguir melancia em um aeroporto?

Sofia da um toque em meu braço, e faz aquela cara de "eu não te falei?". Eu apenas dou de ombros, como se não tivesse nada que eu pudesse fazer em relação àquilo.

— Eu perguntei a mesma coisa, mas ela falou dessa melancia a viagem inteira.

— Ai, Deus – Lauren resmunga. – Ok, vou atrasar alguns minutos.

— Tá bom, a gente te espera na saída, seja lá onde ela seja – após isso, Sofia encerra a chamada, e guarda o telefone no bolso, me olhando. – Satisfeita, madame?

— Muito. Agora me ajuda a pegar essas malas porque eu não posso carregar peso – exagero, colocando uma das mãos na coluna, como aquelas grávidas de oito meses fazem para tentar sanar o peso da barriga.

— Você está muito folgada, Camila – minha irmã se queixa, mas estica as mãos para conseguir retirar nossas malas que vinha da esteira. – Minha sobrinha nem deve estar te dando tanto trabalho assim. Vou engravidar para comprovar isso.

Meu sangue esfria, e, por um segundo ou dois, sinto que vou cair no chão após escutar aquilo.

— Sofia Isabela – a repreendo –, nem brinca com isso que eu sou uma mulher gestante e posso passar mal aqui.

Minha irmã ri, e eu a ajudo a retirar a última mala da esteira.
Nos direcionamos a recepção do aeroporto, onde fazemos checkout e pedimos informações da saída, já que o lugar era enorme. Lauren nos esperaria na saída, onde os táxi estariam localizados, e é pra lá onde vamos, seguindo as placas.

Tenho um choque de realidade em relação à diferença de estados quando chegamos na área externa. O aeroporto de San Diego era minúsculo comparado ao de Nova York –eu digo, à quantidade de movimentação ali fora.
Nós esperamos no acento prioritário por cerca de trinta minutos, onde, pela falatoria de Sofia referente à sua animação com a Marjorie, eu não fico entediada. Até que uma BMW X4 tão prata e tão polido que chegava a doer os olhos estaciona no espaço vago bem à nossa frente. Lauren surge do mesmo, e eu me pergunto quantos carros ela deveria ter em sua garagem. Porém, o pensamento não se prende por muito tempo em mim, pois a saudades que eu estava prestes a matar dela não deixa espaço para que eu sinta mais nada.

Minha irmã é mais eficaz do que eu, e cumprimenta Lauren com um abraço primeiro, e eu já estou com um sorriso de orelha a orelha quando ela vem para o meu lado, abrindo os braços receptiva.

— Oi, amor – ela também compartilhava do mesmo sorriso que o meu quando eu digo isso. – Que saudades que eu estava.

Lauren não me aperta com a força costumava, e eu imagino que seja para não me machucar, mas eu a aperto de volta, bem apertado. Duas semanas de repente se pareceram uma vida.

— Também estava morrendo de saudades, meu bem – nos afastamos um pouco para que ela consiga deixar um selar nos meus lábios, e, em seguida, ela olha para minha barriga, colocando a mão ali, sobre o pano do moletom que eu usava. – Oi pra você também, mocinha.

Lauren tirou para si que o que eu esperava era uma menina, e, desde então, se relaciona ao feto com o pronome feminino, como se já tivesse visto o ultrassom e tivesse plena certeza.

— Você nem sabe – repito o que sempre digo, e Lauren da de ombros.

— É uma menina, eu tenho certeza – e ela responde o que sempre diz também.

— Também acho – Sofia completamente, e eu desisto da discussão.

— Você fica mais bonita em Nova York –toco o sobretudo quadriculado que Lauren usava por cima de uma blusa completamente branca e uma calça social preta –, acho que são essas roupas.

— É sua saudades de mim, isso sim – ela ri, apontando para as malas em seguida. – Vamos?

Sofia e Lauren colocam as bagagens no porta-malas, enquanto eu me sento no banco do carona e percebo a metade de uma melancia inteira no porta luvas. Eu rio pelo exagero que Lauren teve ao me trazer quase a fruta inteira, mas não faço médias ao abrir uma parte do plástico para dar uma mordida. Minha boca já estava salivando.
Elas entram cerca de cinco minutos depois, rindo de algo que fiquei de lado, e Lauren liga o rápido baixo antes de dar partida.

— Ok, aqui vai nossa agenda – ela diz enquanto saímos da área de embarque e desembarque de veículos –; vamos ter que pular a parte que vocês vão tomar um banho e descansar, porque a diretora da Marjorie só tem esse tempo da manhã para fazermos a matrícula da Sofia. E, coincidentemente, a escola também só tem esse período. Vamos na escola primeiro, porque é mais perto, e, de lá, vamos para a Marjorie, tudo bem?

Sofia e eu concordamos, e eu apoio minha cabeça na janela do carro enquanto mordo mais um pedaço da melancia, observando as pessoas passando apressadas com suas malas sendo arrastadas.

— Você está bem, amor? – Ela repousa a mão sobre minha coxa. – Acha que está bom o tanto que comprei.

Preciso levar a mão até a boca para que não exploda melancia para todos os cantos enquanto solto uma risada.

— Você me comprou metade de uma melancia, Laur, estou comendo pra dois mas não assim – ela da de ombros, abrindo um sorrisinho de canto.

— Fiquei na dúvida, vai que eu trazia só uma lasca, você ficava brava e não me liberava hoje – eu arregalo os olhos enquanto Sofia explode em uma risada no banco de trás.

Minha bochecha queima, e sinto que estou da cor da melancia agora.

— Agora você vai ficar, mesmo – digo, e Sofia ri mais alto, enquanto Lauren a acompanha. Obviamente era uma mentira, eu queria, mais do que tudo, a sentir novamente.

__*__

A escola não foi uma tarefa difícil de se lidar, visto que já havíamos deixado avisado e a secretária deixou a ficha de matrícula pronta para ser preenchida. No fim, nosso próximo destino foi a Marjorie.

Adentramos um corredor extenso, e, à medida em que nos aprofundamos nele, algumas fotos emulduradas em preto e branco, alinhadas horizontalmente começam a surgir, com uma plaquinha de prata indicando o nome e dois anos. Eu paro, para conseguir analisar aquelas molduras, até que enxergo o que procurava; a moldura com as iniciais L.J. Ela era uma das mais recentes, com a data mais recente, e imagino que aqueles anos sejam o de ingressão na Marjorie, e do final do curso.

— Meu Deus, Laur, é você? – Lauren está sorrindo orgulhosa para sua moldura quando concorda, sem conseguir tirar os olhos daquela parte da parede. Da sua parte.

— Quando eles me ligaram pedindo permissão para me colocar na parede de honra eu acho que tive no mínimo uns quatro surtos de felicidade – ela conta, e eu sei que vou ficar imersa naquela história, então, tudo que faço é olha-la. Quero ouvir. – Saí com a Ash e o Harry para comemorar e tive que parar no hospital para tomar glicose na veia de tanto que bebi.

Ela ri. Uma risada nostálgica, como se ela estivesse revivendo cada segundo daquele dia. Seus olhos brilham.

— Eu sempre achei que fosse talentosa, mas, por mais que eu falasse que sim, nunca imaginei que eu chegaria onde cheguei, sabe? – Eu concordo, embora ela não estivesse me olhando. – Sempre quis entrar na Majorie, e, várias vezes, acordava no meio da madrugada e vinha até esse corredor para ficar adimirando a moldura dos outros, me perguntando o que eles fizeram para estarem ali, como eles se sentiram quando viram seu quadro pela primeira vez, e se algum dia eu iria experimentar dessa sensação. E quando aconteceu... Céus! Eu me lembro perfeitamente o que senti quando vi isso pela primeira vez. Eu tento ao máximo me manter no anonimato, não permitir aparelhos fotográficos em nenhum dos meus eventos, acho que posso fazer meu trabalho sem me preocupar se meu rosto está sendo ou não reconhecido assim. Posso me importar mais com a qualidade do meu trabalho e não com a fama. Enfim, eu pedi para eles colocarem apenas minhas iniciais, que é como eu sou conhecida, e fiquei imensamente feliz quando a vi nessa parede. Como o próprio nome já diz, me senti honrada, prestigiada, reconhecida. Senti que tinha realizado meu sonho de vez, e eu estava grata por tudo isso, não importava quantas noites eu passei acordada chorando na frente do computador porque não estava conseguindo tratar bem minhas fotos, porque isso estava consumindo todo meu tempo e minha vida social, me fazendo perder muitos "amigos", porque reprovei em alguma matéria, ou pelas diversas crises existenciais e de ansiedade que eu tive aqui dentro por pensar que eu não era boa o suficiente. No fim, senti que tudo tinha válido a pena, cada momento. Tive muitas oportunidades que avalancaram minha carreira por causa desse mural. Sou imensamente grata.

Ouvir aquilo me faz sentir uma onda de orgulho imensa. Me faz sentir orgulhosa por estar com uma pessoa como ela. Estou tão feliz que, entre todas essas bilhares de pessoas, Lauren foi escolhida pelo universo para ser a minha. Agora, tenho certeza que nunca seria feliz com outra pessoa que não fosse ela.

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Nome em Português:o POV do autor Autor:Entrail_JI Capítulos:857(completo) Sinopse: A pessoa em quem o mundo gira. A pessoa que derrota todos os seus...