SUA ALTEZA REAL - Freenbecky

By xfreenbecky

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Rebecca Armstrong está vivendo o que parece um sonho com a garota por quem é apaixonada, até que ela dá um pé... More

Dúvida.
She's back.
Decisão.
Escolha.
Carta.
Sem chance.
A Realeza.
Gregorstoun.
Colega de quarto.
Damas de Gregorstoun.
Bem recebida.
Promessa.
Meninas Malvadas.
Sexta-feira.
PUB.
TMZ.
Majestade.
Corrida.
Perdedoras.
Crown Town.
Rio.
Frio.
Socorro.
Forbes.
Um novo começo.
Lavanderia.
Coração Valente.
Prattle.
Skye.
Quem é ela?
Jantar.
Valsa.
Old Man of Storr.
Mudanças.
Revista.
Ação de Graças.
People.
Momento certo.
Apaixonada.
Amuleto.
Crush.
People.
Discussão.
Coração partido.
De volta.
The end.

O Desafio.

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By xfreenbecky

A manhã do início do Desafio até que está ensolarada.

Tá bom, "ensolarada" pode ser uma palavra generosa demais, mas não está chovendo, e as nuvens não são tão espessas, então, a meu ver, é um amanhã ensolarada. Um ensolarado escocês.

E, para dizer a verdade, estou levemente animada. Tá bom, talvez muito animada.

Sim, ter que fazer isso com Freen é abaixo do ideal, mas finalmente sair para a natureza da Escócia? A Escócia de verdade? Nem mesmo a expectativa de passar dois dias sozinha com Freen pode acabar com minha animação.

Apesar de que, enquanto esperamos na frente do colégio a hora de sair, ela certamente está dando o seu melhor.

— Essa é a coisa mais estúpida que eu já tive que fazer — Freen murmura com a boca encostada num copo de isopor com chá.

O chá está fumegando no ar frio da manhã e seus óculos escuros gigantes ficam embaçados. Do pescoço para cima, ela é a típica Freen – aqueles óculos escuros são Chanel, o cabelo foi arrumado num rabo de cavalo alto e ela está usando um boné da Celine.

Do pescoço para baixo, ela está tão horrenda quanto o restante de nós.

Estamos vestindo calças cáqui e camisetas de manga comprida cobertas por um colete pesado e nossas capas de chuva de Gregorstoun por cima.

Levamos algumas peças de roupa a mais em nossas mochilas, mas no geral todos nós estamos parecendo funcionários de zoológicos levemente desarrumados.

Ainda assim, esse é o melhor vestuário para o que estamos fazendo, mesmo que nem tudo caia tão bem. O colégio não tinha uniformes de Desafio para garotas, no fim das contas, então estamos nos virando com o que pudemos arranjar, exceto pelas botas. Eu trouxe o meu melhor par decasa, e mexo meus dedos dentro delas agora.

— A coisa mais estúpida? — pergunto a Freen. — Acho difícil acreditar nisso.

Espero uma resposta ácida, mas, em vez disso, Freen apenas dá de ombros e diz: — Justo.

Olho para ela e ajeito a mochila nos ombros.

— Você está doente? — pergunto. — Ou só assustada com o acampamento?

— Nenhum dos dois, Armstrong — ela responde, derramando o resto do chá no cascalho.

O líquido atinge um grupo de garotas ali perto. Elas dão gritinhos de susto, mas, quando percebem quem jogou o chá fora, não falam nada.

Privilégio de princesa, claro.

Freen enfia o copo vazio em um dos bolsos laterais da mochila, então pelo menos ela não está adicionando o item "jogar lixo no chão" à lista de pecados.

Ouvimos um ronco baixo quando cinco vans se aproximam e, do meu outro lado, Nam se mexe inquieta no mesmo lugar.

— Ainda não acho que isso seja necessário — ela diz. — Quer dizer, eu me sinto muito autossuficiente e também em conexão com o mundo ao meu redor.

— Pelo menos você vai acampar com Elisabeth — digo, acenando com a cabeça para sua colega de quarto. — Eu estou presa com Freen, e Troye com Dougal.

O colega de quarto de Troye é um gigante perto dele, seus ombros são tão largos que é surpreendente saber que ele consegue atravessar portas. Enquanto observo, Dougal dá um soco amigável no ombro de Troye, e Troye quase cai no chão.

Ele faz uma careta, esfregando o braço e tentando sorrir para Dougal.

Então ele olha para a gente.

Me mata, ele mexe a boca para dizer, e Nam se vira para mim.

— Você tem bons argumentos, Becky.

Nós nos espalhamos pelas vans. O plano é que seremos deixados em pontos predefinidos a vários quilômetros uns dos outros. Predefinidos pelo colégio, devo dizer. Nós não fazemos ideia de onde vamos parar, e, enquanto avançamos aos solavancos pelo solo duro, eu murmuro para Nam:

— Talvez não fiquemos longe uns dos outros. Quer dizer, a gente vai acabar se encontrando em algum momento, né?

Nam olha pela janela. Estamos subindo um morro agora, o céu ainda está azul sobre nossas cabeças, os morros são uma mistura de verde, amarelo e do cinza de todas as pedras.

— Talvez? — ela sugere, e me inclino sobre ela para observar a série de vales grandes e pequenos se estendendo sob nós.

Repentinamente, daqui de cima, o colégio começa a desaparecer na distância, então percebo o quão longe já estamos. Talvez eles consigam nos espalhar a distâncias suficientes para que não nos vejamos de novo até segunda-feira.

Meu estômago começa a embrulhar um pouco. Pela primeira vez, eu me dou conta de que estou prestes a ser largada no meio de lugar nenhum e ainda esperam que eu faça o caminho de volta para o colégio intacta.

E terei de fazer isso com Freen.

Talvez essa seja a parte mais difícil de engolir, a ideia de que eu e Freen teremos que nos virar, apenas nós duas. E, pelo jeito que ela está estudando suas unhas ao meu lado, claramente entediada, estou certa de que as chances de um urso me devorar enquanto ela, sei lá, analisa as sobrancelhas num espelho portátil são bem altas.

— Existem ursos na Escócia? — pergunto, e sinto mesmo que eu deveria ter tido curiosidade de saber isso antes, mas enfim.

— Extintos há centena de anos — o sr. McGregor me tranquiliza lá da frente, mas começa a murmurar sobre as pistolas novamente, então parece possível que ele esteja mentindo e, ai, meu Deus, por que eu quis vir para a Escócia mesmo?

Nós atingimos o cume e a paisagem através da janela é de tirar o fôlego.

À nossa frente, um morro pedregoso se ergue até o céu, o topo ainda coberto de neve e, à direita, a terra se alarga para dentro de um vale. Eu consigo distinguir a cintilação de um curso de água e, com o sol brilhando de verdade, é como se isso fosse uma cena de filme.

É por isso, eu me lembro. É por isso que você está aqui.

O sr. McGregor estaciona a van e acena com a cabeça para a janela.

— Tudo certo, Time A-9, esse é o seu ponto de partida. Vamos lá, meninas!

Time A-9. Freen e eu.

— Certo — respondo enquanto Freen apenas dá um suspiro, abre a porta e praticamente desliza para fora da van.

— Vamos acabar logo com isso — ela murmura e eu engulo um comentário sobre como aquela atitude certamente não nos levará muito longe.

O objetivo disso tudo é que a gente se aproxime, afinal de contas, então estou determinada a pelo menos ser... tá bom, "amigável" pode ser uma palavra muito forte, mas "agradável". Isso parece ser o máximo que posso oferecer no momento.

Enquanto o sr. McGregor tira nossas mochilas do porta-malas, Nam abre sua janela e gesticula para que eu me aproxime.

— Courage, mon amie — ela diz, oferecendo seu dedo mindinho dobrado e, com um sorriso, eu agarro o dedo mindinho dela com o meu e aperto.

— Desejo o mesmo pra você, Nam — digo. — Te vejo do outro lado.

Freen revira os olhos enquanto tira seus óculos escuros caros do topo da cabeça.

— Ai, pelo amor de Deus — ela diz com a voz arrastada. — A gente não está indo para a guerra, é só um acampamentozinho.

Ela tem razão, por mais que me doa admitir isso, mas, enquanto olho ao redor, é difícil enxergar isso como um "acampamentozinho". Esses morros são mais altos do que eu imaginava, tudo parece terrivelmente áspero e, enquanto a van segue em frente, sou lembrada de que pelas próximas horas somos apenas Freen, eu, e uma abundância de mata selvagem escocesa.

Isso não parece muito "inho".

Limpando a garganta, me viro, observando os arredores. Eu já acampei com meu pai, mas sempre em áreas de acampamento onde o lugar em que deveríamos montar a barraca estava marcado. E a maioria daqueles lugares também tinha, você sabe, banheiros e chuveiros e tal.

— Acho que podemos seguir em frente e começar a procurar um canto — eu sugiro e, para minha surpresa, Freen aponta ao longe, morro abaixo.

— A gente devia montar a barraca ali — ela diz. — Do outro lado da água.

Descendo a elevação, há um riacho onde a água corre veloz e, do outro lado, o solo parece mais assentado e talvez menos pedregoso.

— Uau, isso é... de muita ajuda, na verdade — digo, sorrindo para Freen. — Boa ideia.

— Não é nada — ela diz, arrumando a mochila nos ombros e partimos naquela direção.

O vento está soprando e o cheiro é uma mistura do doce de mato com o leve aroma mineral da água à nossa frente. Eu levanto o rosto para absorver tudo isso, observando as nuvens se movendo no céu, sorrindo.

— Tá bom, isso é incrível — digo, sem me importar de estar vestindo as roupas de outra pessoa e acompanhada por alguém que não gosta muito de mim.

Atrás de mim, Freen dá um grunhido que pode ser de concordância ou significar que acampar já tenha começado a acabar com ela.

Estou tranquila com qualquer uma das opções neste momento.

Chegamos ao pé do morro e um pouco daquela alegria de Noviça Rebelde me abandona quando vejo que o riacho que parecia tão tranquilo lá de cima é muito maior e turbulento do que eu havia pensado.

Também é... marrom. Não um tom nojento de marrom, não me entenda mal. Parece mais um rio de root beer, o que seria uma ideia legal, mas significa que eu não consigo enxergar o fundo, então não sei qual é a profundidade.

Já fui bloqueada pela natureza em dez minutos.

— Ali! — Freen grita, apontando para algumas pedras que formam um caminho desigual e escorregadio através da água. — A gente pode atravessar por ali.

— A gente pode morrer por ali — respondo, tirando a franja dos olhos.

Freen ainda está usando os óculos escuros, suas bochechas estão coradas pelo vento e alguns fios de cabelo estão se soltando do rabo de cavalo.

Mas ela balança a cabeça.

— Não, eu já atravessei vários riachos como esse.
Eles nunca são muito fundos e, se você atravessar com cuidado e sem pressa, não tem perigo de escorregar.

Ela me estende a mão.

— Aqui, vou fazer o seguinte. Eu seguro sua mochila enquanto você atravessa.

Gosto da ideia de tentar atravessar sem uma mochila pesada nas costas.

— Mas aí você vai atravessar como? — pergunto, franzindo a testa.

Freen dá de ombros.

— Estou mais acostumada a esse tipo de coisa do que você imagina. Como eu disse, já participei de muitas excursões de tiro e precisamos carregar equipamentos muito mais pesados do que isso por terrenos ainda mais acidentados. É só uma questão de equilíbrio, na verdade.

Ela diz isso com tanta confiança que eu me vejo retirando a mochila.

— Se você tem certeza.

Embora eu não possa ver seus olhos por trás dos óculos, imagino que ela os esteja revirando.

— Eu tenho certeza de que quero resolver logo essa parte da viagem o mais rápido possível, então me dá essa droga de mochila e atravessa o rio.

Ela pega a mochila das minhas mãos e, tenho que admitir, ela nem vacila com o peso. Talvez Freen seja mais casca-dura do que ela aparenta ser.

Então eu abro um sorriso.

— Obrigada!

— Vai logo, Armstrong — ela responde, apontando em direção à água.

Meu primeiro passo não é tão firme como eu gostaria e fico com os olhos fixos em toda aquela água correndo sob meus pés. Mas o segundo passo é mais fácil e, com as mãos estendidas para os lados, estou muito feliz de não estar carregando uma mochila como um casco de tartaruga nas costas.

Estou focada em meus passos, mas também no vento, que parece ficar mais barulhento, no ruído vasto do rio e na margem oposta, então não sei quanto tempo vou precisar para atravessar. Parece uma eternidade, mas, quando meus pés finalmente pisam na margem escorregadia do outro lado, consigo sorrir. Subo com um pouco de esforço, deixando o rio atrás de mim até achar a área mais firme e assentada que Freen tinha apontado antes.

Eu me viro para Freen e a chamo:

— Sua esper...

As palavras morrem na minha garganta.

Freen não está do lado oposto do rio. Ela está bem ao meu lado.

Com um sorriso largo.

E nossas mochilas não estão em nenhum lugar à vista.

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