Uma noite - Jikook 🏳️‍⚧️ | M...

By evy_amaze

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[Em andamento] [Livro físico 20/10 pelo selo Dream Amaze] Jeon Jungkook e Park Jimin não faziam ideia que est... More

Sejam bem-vindos
|1| Decepções
|2| O bar
|3| último apartamento
|4| Dia seguinte
|5| Estúdios
|6| Desabafos
|7| Frio na barriga
|8| Peras e maçãs
|9| Ferrado
|10| Aceitação
|11| Primeiro ultrassom
|12| Cartas na mesa
|13| Reunião
|14| Singularidade
|15| Contrato
|16| Um encontro nada legal
|17| Primeiro de setembro
|18| Novo lar
|19| Ida a Busan
|20| Papéis
|21| Hospital
|22| O debut
|23| Treze de outubro
|24| Hotel
|25| Mal-entendido
|26| Angel Baby
|27| Caixinha preta
|28| Mudança
|29| Resultados
|30| Primeiro encontro
|31| Fotografías
|32| Montanha-russa de sentimentos
|33| Grande noite ¹
|34| Grande noite ²
|35| Primeiro passeio
|36| Momentos definitivos
|37| Ariel está aqui
|38| Primeiro dia com ela
|39| Confiança, apoio e reciprocidade
|41| Eu o quero também
|42| Documentos
|43| Live
|44| Um sucesso ou um fiasco?
|45| Planos explícitos
|46| Casa nova
|47| Novas experiências
|48| Auto-cobrança
|49| Gravações
|50| Pai em tempo integral
|51| Combustível para o desejo
|52| Ciúmes
|53| Casamento de verão
|54| Primeiro álbum
|55| O que acontecerá?
|56| Possibilidades
|57| Um tempo passou
|58| Ensaios e medos
|59| Premiação
|60| Rio Han
|61| Amor
|62| Decisões judiciais
|63| Oficialização
|64| Hawoo
|65| Tarde ensolarada
|66| Passos
|67| Anos de mentira
|68| Pais e Filhos
|69| O momento de um sonho
|70| A sensação de liberdade
|71| Jantar romântico
|72| Beijos quentes
|73| Homem mau
|74| Questões e primeiras paixões
|75| Últimos preparativos
|76| Nosso casamento
|77| Lua de Mel

|40| um capítulo final

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By evy_amaze

🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑

Um aviso!!!

Esse capítulo contém cenas fortes. Cenas com citação a pensamentos de autocídio e cenas com sangue. Por favor, caso seja sensível a esse tipo de leitura, sinta-se à vontade para não ler este capítulo, ok?

Beijos!

Ah!! O capítulo não foi revisado, então desculpem os eventuais erros 🤍

#pandagravidinho 🐼

🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑

"Jungkook"

Meu corpo ainda estava gelado.

O que faço agora?

ㅡ Vamos ligar para alguém. ㅡ Jimin diz, ainda olhando o bebê.

Mas confuso, pergunto:

ㅡ Pra quem?

ㅡ A polícia? Sua mãe? Eu não sei, Jun, mas estamos com um bebê enquanto o pai dele pode estar por aí, em perigo.

ㅡ Perigo? Você acha que... o Namjoon pode estar pensando em...

ㅡ Não pensa nisso, Jungkook. Eu não quero pensar nisso.

ㅡ Nem eu! Meu Deus, mas por quê? Por que ele fez isso?

ㅡ Ele está passando por um momento muito embaraçoso, Jun. Ele deve estar confuso. Perdeu a mulher que amava, teve um filho com ela e ela sequer conseguiu segurá-lo nos braços como era o único desejo dela. Eu não consigo imaginar como esteja a mente dele nesse segundo.

ㅡ Mas é um bebê, Jimin. ㅡ ergo o bebê conforto, olhando para NamHa ainda quietinho ㅡ É o sangue dele. Carne da carne dele, ele deveria pensar nesse bebê agora.

ㅡ Não sabemos como ele está, Jun. Por favor, não vamos julgá-lo.

ㅡ Mas e se ele estiver com fome? Se estiver com a fralda cheia? Jimin, nós já temos Ariel. Como podemos cuidar de outro bebê? E os seus fãs? Já foi anunciado que você teve apenas um bebê, vamos aparecer com outro assim, do nada?

ㅡ Você está pensando muito em coisas que podem ser pensadas depois. Agora, tudo o que precisamos fazer é encontrar Namjoon e cuidar de NamHa.

ㅡ Como vamos cuidar dele? ㅡ pergunto, sentindo meu coração verdadeiramente desesperado.

ㅡ Me dê ele aqui. ㅡ ele pede, mas praticamente o toma de minhas mãos.

Observo Jimin levá-lo até o sofá, retirando o bebê para repousá-lo em seu colo.

ㅡ O que fará?

NamHa é um pouco maior que Ariel, mas ele parece ser tão quieto quanto ela. Ele está encolhido, ainda dormindo, mesmo que agora esteja no colo de Jimin, um desconhecido para si até mesmo na voz, ele está tranquilo.

Observo meu namorado retirar a roupa que o bebê usa com um cuidado sem igual. Sento ao seu lado, hipnotizado com o modo como NamHa faz um pequeno bico e se encolhe, mas ele sequer chora ou abre os olhos.

ㅡ Ele é fofo. ㅡ falo apenas por falar. Jimin sorri, mas ele verifica a fralda, e ela está sequinha.

ㅡ Namjoon parece ter cuidado tão bem dele por esse tempo. ㅡ Jimin comenta, voltando a vesti-lo, suspirando no fim quando apenas observou NamHa com seu biquinho, mas agora chupando a própria língua. ㅡ ele precisa de ajuda, hyung. ㅡ Jimin me olha.

ㅡ Ele deve estar com fome.

ㅡ Não estou falando de NamHa... Namjoon ama esse bebê, eu sei, por isso ele pediu para você cuidar dele. Mas Namjoon deve estar mentalmente instável, sinto um pouco de medo.

Não conseguia mentir e dizer que também não sentia medo. Na verdade, desde que cheguei na portaria e simplesmente encontrei o porteiro com aquele bebê, tão confuso quanto estamos agora, eu senti medo.

Procurei por Namjoon na rua, ele havia sumido tão rápido que quase instantaneamente me veio pensamentos ruins sobre o que ele poderia estar querendo fazer, mas eu simplesmente não conseguia acreditar que ele havia chegado a uma conclusão tão devastadora e sem volta como aquela.

ㅡ Não... ㅡ me ergui, começando a caminhar de um lado a outro. ㅡ suicídio? É isso? Namjoon não faria isso.

ㅡ Só estou dizendo que...

ㅡ Jimin, não! ㅡ senti meu coração voltar a apertar. ㅡ ele não pode fazer isso.

ㅡ Vamos ligar para a polícia, tá bem? Informemos tudo o que está acontecendo e ligaremos para a sua mãe também. Ela saberá nos acalmar.

Assenti, buscando meu celular primeiramente para ligar para minha mãe. Lhe expliquei o que havia acontecido em menos de dois minutos e pedi que ela fosse até o apartamento de Namjoon, já que moravam no mesmo prédio.

Em seguida, liguei para a polícia, informei o que havia acontecido outra vez e foi frustrante quando simplesmente me encheram de perguntas, antes de confirmarem meu endereço e afirmarem que dois policiais viriam até nós.

ㅡ O que vai fazer? ㅡ perguntei quando vi Jimin caminhando até a cozinha com NamHa nos braços. O segui, o observando buscar uma das pequenas mamadeiras de Ariel.

ㅡ Vou fazer uma mamadeira para ele. ㅡ disse, preparando tudo com uma mão só.

ㅡ Eu posso segurá-lo pra você.

ㅡ Não precisa ㅡ ele apenas disse, lendo novamente as instruções da máquina que preparava a mamadeira. ㅡ liga pro Taehyung, por favor, vou precisar dele.

ㅡ Dele? Mas por quê?

ㅡ Porque ele é meu irmão, Jun. Realmente preciso dele agora.

Não quis questioná-lo novamente o porquê, mas busquei novamente o meu celular e liguei para meu cunhado.

E por mais que tudo de repente tenha se tornado um caos, Jimin sentou-se no sofá. Ele continuou ninando o bebê e o deu de mamar, sorrindo enfim quando NamHa abriu os olhos inocentes, sequer sabendo o que infelizmente estava acontecendo com seu pai.

Não demorou até que minha mãe chegasse como um furacão. Jimin a recebeu, ela simplesmente estava pálida e seus olhos diziam o que lhe preocupava.

ㅡ Ele não estava em casa. ㅡ ela disse, caminhando até o bebê que agora dormia num ninho no centro do nosso sofá. ㅡ e a polícia?

ㅡ Ainda não chegou ninguém. ㅡ falei frustrado, observando-a se aproximar de NamHa tão rapidamente quanto Jimin se aproximou.

ㅡ Você precisa ir atrás dele, Jungkook. ㅡ mamãe falou, acariciando os cabelinhos pretos do bebê.

ㅡ Eu? Mas aonde vou achá-lo, mãe? Não faço ideia de onde ele foi. Ele sumiu!

ㅡ Você é a pessoa que mais o conhece bem. Pense um pouco, não há um lugar que ele vá para fugir do mundo? Um lugar que o traga paz.

ㅡ Esse lugar era a minha casa. ㅡ falei baixo, desviando o olhar para o chão. ㅡ ele costumava dizer que gostava quando ficávamos sós, era como o início, mas... não, não há mais nada disso. Tudo acabou, vocês sabem.

Minha mãe suspira, mas ofega quando o som do chorinho de Ariel preenche o lugar através da babá eletrônica.

Jimin se ergue, caminhando até o quartinho da nossa filha. Minha cabeça já doía e nada parecia fazer sentido mais. Quando Taehyung chegou logo em seguida junto a Seokjin, pensei seriamente em realmente ir sozinho atrás de Namjoon.

Parecia que todos chegavam, menos a polícia.

Logo a casa estava cheia, mas eu não conseguia parar de observar agora os bebês juntos nos colos de Jimin e Taehyung.

Isso não deveria estar acontecendo.

Quando a campainha voltou a tocar, me apressei a receber os dois policiais que haviam finalmente chegado.

É óbvio, eles adentraram o lugar, o observando por completo. Cumprimentaram todos, mas principalmente sorriram para Jimin como se aquilo fosse um encontro com fãs, e não uma séria ocorrência.

Sentamos juntos num lugar afastado. Entreguei-lhes o bilhete deixado por Namjoon e expliquei o que havia acontecido, como havíamos nos conhecido e até tudo o que havia acontecido a nós dois no último ano. Tentei deixar tudo o mais entendível possível para que, de alguma forma, eles conseguissem resolver essa avalanche.

ㅡ Você sabe com que roupas ele está vestido? Pode nos ajudar.

ㅡ Eu não o vi, mas o porteiro sim.

ㅡ Tudo bem, vamos falar com ele. Fiquem perto dos telefones e celulares, talvez ele ligue. Nós também entraremos em contato em duas horas e se não conseguirmos encontrá-lo hoje, mais equipes poderão continuar com uma busca maior pela manhã.

ㅡ Tudo bem, mas e o bebê?

Os policiais olharam para NamHa.

ㅡ Podemos levá-lo conosco até a delegacia. Você nos acompanha e o entrega para um conselheiro tutelar. Ele irá tentar contatar a família da criança.

ㅡ Entregá-lo? ㅡ meus olhos vacilaram.

ㅡ Mas Namjoon pode voltar. ㅡ Jimin disse, ainda sentado. ㅡ acho que podemos ficar com ele por essa noite e amanhã fazemos isso.

ㅡ Se é o que desejam. O pai da criança ainda não está dado como desaparecido, por isso as buscas mais intensas só começarão amanhã. Mas caso isso aconteça, é obrigação de vocês entregar a criança para algum parente vivo.

ㅡ E o bilhete que ele deixou? ㅡ minha mãe pergunta. ㅡ aquilo não serve de algo? Ele quis deixar o bebê aqui.

ㅡ Entendo, senhora, pelo que o senhor Jeon me contou, eles eram amigos. Mas ainda assim, amigos não são familiares. É a lei.

ㅡ Tudo bem. ㅡ falei, ainda me sentindo estranho. ㅡ faremos isso se ele não aparecer.

ㅡ Tudo bem. De qualquer modo, se mantenham positivos. Já vimos casos de pessoas mentalmente instáveis, como pode ser o caso desse senhor, voltar para a casa a salvo. Nós o encontraremos.

ㅡ Obrigado. ㅡ agradeci e logo em seguida me despedi dos policiais.

Me aproximei de Jimin, buscando Ariel de seu colo. Minha pequena estava com os olhos abertos, atenta a todas as vozes. A repousei sobre meu peito, tentando me manter calmo.

ㅡ Ela acordou para mamar? ㅡ perguntei a Jimin, vendo-a procurar por minha voz.

ㅡ Não, era a fralda. Mas já troquei. ㅡ ele respondeu, sorrindo quando a observou.

ㅡ Você deveria descansar, amor. Fico com ela.

ㅡ Estou bem. ㅡ Jimin garantiu, sorrindo quando aspirando o cheirinho gostoso sobre a cabeça de Ariel e relaxei. Era simplesmente extasiante.

NamHa continuava no colo de Taehyung. Jimin repousou a cabeça sobre meu ombro e sussurrou apenas para que eu o ouvisse:

ㅡ Não quero entregá-lo assim.

O olhei de pertinho. Eu sabia que ele ficaria mexido com isso. Mas novamente incapaz de mentir, assenti.

ㅡ Eu também não. Se não encontrarmos Namjoon, teremos que deixar o bebê com uma das irmãs de Dahyun, e elas não são nada legais com crianças, principalmente as que ainda não entendem o que é o mundo. Tenho medo de machucá-lo.

ㅡ Deve ter algo que possamos fazer, Jun.

ㅡ Encontrar o Namjoon. Esse é o único jeito pra esse bebezinho ficar seguro. Ele precisa de um pai.

Jimin assentiu, buscando-o quando Taehyung se desesperou ao tê-lo, enfim, chorando.

Um tempo se passou. Os bebês voltaram a dormir e por decisão de Jimin, ambos ficaram juntinhos no mesmo berço.

Era reconfortante observá-los juntos, sim. Mas não era algo que eu imaginava ver, admito.

Mas quando os policiais voltaram a entrar em contato, foi frustrante. Nenhum de nós havia tido notícia de Namjoon, então foi naquele momento que eu entendi que deveria ir.

ㅡ Mas onde você vai? ㅡ Jimin perguntou preocupado enquanto eu buscava por um casaco mais denso.

ㅡ Não sei, Jimin. Mas vou tentar dar uma volta de carro pelo bairro, talvez eu o encontre.

ㅡ Já está tarde, Jun. Pode ser perigoso.

ㅡ Não será. ㅡ me aproximei de si quando enfim estava pronto e segurei por suas bochechas. O beijei, sentindo seu suspirar em seguida. Olhando em seus olhos, falei: ㅡ mas você precisa descansar. Não se esqueça de que você deu à luz a nossa filha há três dias. Seu corpo precisa de repouso.

ㅡ Vou ficar sentado, mas vou te esperar. ㅡ ele diz, incapaz de mudar de decisão. ㅡ volta bem, tá? Por favor.

ㅡ Irei. E voltarei com o idiota do Namjoon.

Jimin sorriu, mas assentiu em seguida e me abraçou com força, realmente preocupado.

ㅡ Me ligue se o encontrar. ㅡ minha mãe também me abraça.

ㅡ Tá bem, eu vou avisar a todos vocês. ㅡ falei sorrindo, mas me apressei a buscar as chaves do carro.

Se eu demorasse mais, talvez eu nem conseguisse sair mais.

Mas felizmente consegui e segui até a garagem. Quando entrei no carro, me deixei por alguns segundos, descansar. Encostei minha testa sobre o volante e respirei fundo por inúmeras vezes, apenas me preparando para sair, com medo de encontrar Namjoon não da forma em como desejo encontrá-lo.

Quando dei partida, não sabia realmente onde procurá-lo. Apenas segui com o carro pelas ruas que conhecia, aproveitando o tanque cheio para passar por algumas mais de uma vez.

Até passei pelo rio Han. Estacionei e andei por alguns minutos pelas margens. Haviam alguns grupos de pessoas reunidas por ali, mas eu sabia que não o encontraria em nenhum daqueles.

Segui pelos pontos turísticos, pelas pontes da cidade e até pelos bairros mais simples e perigosos.

Mas eu não o encontrei em lugar algum.

Decidi estacionar e pensar um pouco. Já passava das duas da manhã e enquanto fazia aquilo, decidi ouvir um pouco de rádio local, talvez pra livrar minha mente.

"O trânsito da avenida principal está caótico. Foi reportado que a espera está de quase quarenta minutos e já passa de um quilômetro, o que nesse horário sequer é normal."

"Pelo que nos foi reportado, parece que algo está obstruindo a passagem dos carros. Não sabemos se foi um acidente ou algum bêbado que simplesmente decidiu parar no meio da estrada, mas a polícia foi acionada, logo teremos mais informações."

Meus olhos saltaram. Não dava para aquele ter a ver com Namjoon, dava?

De qualquer modo, eu precisava ir até lá ver com meus próprios olhos.

Dei partida no carro novamente e segui pela estrada, entretanto, antes que eu sequer pudesse chegar onde havia todo aquele engarrafamento, meu celular tocou.

E mesmo que não tivesse um nome específico ali, meu coração acelerou apenas por saber que poderia ser a polícia com mais informações.

ㅡ Alô? ㅡ atendi diretamente pelo carro, ainda focado na estrada.

Um silêncio absoluto se sucedeu. Franzi o cenho, observando se ainda estava em chamada.

ㅡ Alô? ㅡ repeti, parando num semáforo vermelho. Ainda olhava para o painel, mas não conseguia reconhecer aquele número. ㅡ quem é? Não estou ouvindo nada!

Voltei a seguir meu caminho, mas freei com força quando ouvi a voz a seguir:

ㅡ Irmão...

Meu coração estava quase saltando para fora. Olhei rapidamente para trás, agradecendo por aquela rua estar parcialmente vazia e nenhum carro estar atrás do meu.

ㅡ Namjoon? ㅡ chamei, tentando não gritar ou me desesperar. ㅡ onde você tá?

ㅡ Irmão, por favor. Me perdoa.

ㅡ Do que está falando? Onde você tá? Eu tô indo te buscar.

ㅡ Não... você não precisa vir. Eu só preciso do seu perdão. É tudo o que preciso agora.

ㅡ Namjoon... ㅡ suspirei. Meus olhos queimavam, ouvi-lo chorar e até soluçar não me ajudava. ㅡ só me diz onde você tá. Eu juro, eu vou te buscar. Eu vou te levar em segurança para casa. NamHa precisa de você, cara.

ㅡ Irmão... eu estou quebrado. Em centenas de pedaços e não farei bem aquele bebê.

ㅡ Ao seu bebê. ㅡ Funguei, sentia tanta raiva e medo dentro de mim que simplesmente deixei minhas lágrimas caírem. ㅡ ele é seu bebê, irmão.

Ouvi o choro de Namjoon aumentar, ele certamente estava em algum lugar afastado, eu não conseguia ouvir nada ao seu redor para tentar identificar e localizá-lo sozinho.

ㅡ Eu te magoei tanto, tantas vezes.

ㅡ Isso é passado.

ㅡ Você não merecia nada daquilo. Nós não merecíamos, mas você não tinha culpa de nada. Só pagou pelo fardo que nós te fizemos carregar.

Eu não conseguia mais respondê-lo. Encostei minha cabeça sobre o volante, abafando minha boca quando um soluço quis romper.

ㅡ Eu te amo, Jungkook. ㅡ o ouvi falar, respirando fundo em seguida. ㅡ eu sempre te amei e se pudesse mudar tudo isso, mudaria. Amor não me trouxe nada além de dor e solidão. Eu não imaginava que seria assim.

ㅡ Ninguém nunca imagina. Mas agora estamos em momentos diferentes. Eu tenho a minha família, você tem a sua. Só precisamos cuidar delas. É tudo o que importa.

ㅡ Você cuidará de NamHa para mim?

ㅡ Você cuidará dele, Namjoon.

ㅡ Eu não posso. Não consigo... Só me promete que você não vai entregá-lo a nenhuma daquelas bruxas das irmãs da Dahyun. Eu assegurei que você tenha direitos, mas se você abrir mão dele, elas...

ㅡ Do que você está falando?

Namjoon ficou em silêncio novamente. Atentei-me que ainda estava parado no meio da estrada, então voltei a dirigir.

ㅡ Onde você está? ㅡ repeti a pergunta.

ㅡ Em frente ao colégio de Yongsan.

ㅡ O nosso antigo colégio?

ㅡ Foi aqui que tudo começou, se lembra? Foi onde nos conhecemos e conhecemos a Dahyun... eu sinto muito por você ter me conhecido.

ㅡ Você está falando muita bobagem. ㅡ acelerei, guiando o carro até Yongsan. Com sorte, eu iria chegar lá em quinze minutos.

ㅡ Não são bobagens, Jungkook, são só verdades. Se eu não tivesse te conhecido, nada teria acontecido assim.

ㅡ Você está sofrendo, eu já entendi isso. Mas, hyung, eu não me importo mais! Eu tenho Jimin agora, eu queria tê-lo conhecido naquela época, mas o destino só age como deve ser. Então o que aconteceu, só aconteceu porque deveria ser assim.

ㅡ Mas e os erros?

ㅡ Eles não tem volta, mas já passaram também.

ㅡ Então você me perdoa? Me perdoa de coração?

ㅡ Eu já te perdoei há muito tempo.

ㅡ Está falando sério?

Eu sabia que Namjoon estava sorrindo naquele momento. De alguma forma, conseguia sentir aquilo.

Apertei o volante, faltavam pouco mais que três minutos para chegar até lá, segurá-lo pelos braços e jogá-lo de alguma forma dentro do carro, o levando de volta e segurança.

ㅡ Obrigado, irmão. ㅡ ouvi Namjoon falar. ㅡ isso era tudo o que eu precisava.

ㅡ O que você tá dizendo?

Um chiado tomou a ligação. Franzi o nariz, mas acelerei ainda mais.

ㅡ Namjoon, por favor. Não faz nada!

É óbvio que ele não me respondeu. O xinguei, batendo com raiva sobre o volante, mas me senti aliviado quando virei a última rua que dava até o colégio.

Porém, com o susto de algo grande batendo em algo duro, me assustei e olhei para o celular.

A ligação ainda continuava, mas eu não sabia se aquele som havia vindo dali.

ㅡ Por favor, por favor, por favor... ㅡ senti minhas mãos tremerem, mas arregalei os olhos quando vi alguns carros parados na estrada, um caminhão logo a frente e pessoas na estrada.

Parei atrás de alguns veículos e corri sem sequer me importar. Ouvia murmúrios de pessoas em choque, mas senti uma faca adentrar meu peito quando freei os passos e vi o tom vermelho do sangue de Namjoon espalhado pelo chão, escorrendo de seu corpo machucado no chão.

ㅡ Não... ㅡ apertei meus dedos sobre os cabelos, dando passos para trás. ㅡ não! não pode ser. Ele... ㅡ o ar faltou em meus pulmões.

Ardia, doía e machucava mais e mais.

Caí de joelhos, meus olhos vacilaram por segundos quando as lágrimas retornaram, mas eu não queria acreditar em nada daquilo.

ㅡ Namjoon... ㅡ chamei, me arrastando um pouco mais para perto de seu corpo.

Ouvir sua respiração falha me causou medo. Ele estava vivo!

Seus olhos vieram para mim quando me aproximei mais, adentrando aquela poça de sangue sem me importar.

ㅡ Eu vou ter paz. ㅡ ele falou com um sorriso, mas tossiu em seguida.

Neguei, queria tocá-lo, segurá-lo e levá-lo para um hospital, mas sabia que não podia.

ㅡ Eu não o vi! ㅡ ouço um homem falar. O olho, vejo o caminhão logo atrás de si e parte dele está amassado. ㅡ ele simplesmente entrou na frente do meu caminhão!

ㅡ Ele precisa de ajuda. ㅡ falei, ainda em meio ao choro.

ㅡ Uma ambulância está vindo. ㅡ o homem falou, erguendo a mão trêmula com o celular ㅡ eu acabei de chamar.

ㅡ Obrigado. ㅡ agradeci baixo, voltando a olhar para Namjoon. ㅡ por favor, fica acordado. Já estão chegando, hyung.

ㅡ Eu quis... terminar onde começamos. ㅡ ele falou com um pouco de dificuldade. ㅡ mas não queria... você aqui. Me desculpa, eu errei de novo.

ㅡ Não seja idiota, eu tô aqui. Não vou deixar mais nada acontecer com você. Só fica acordado, o socorro está chegando.

Namjoon sorriu, mas fechou os olhos brevemente. Ouvi o som das sirenes da ambulância ainda distante, mas já era possível ver as luzes.

Eu não conseguia controlar minha respiração, estava completamente desacreditado e dormente.

Não conseguia acreditar que estava novamente numa situação como aquela, mas sentia em meu peito um desespero maior.

Talvez pela constatação de que Namjoon estava pior do que quando Dahyun foi atropelada.

ㅡ NamHa... ㅡ ele fala de súbito, voltando a abrir os olhos. ㅡ eu o amei. Amei muito, só não... não consegui seguir em frente. Eu não tive medo dele... do futuro. Eu tive medo da minha mente. Não conseguia parar de pensar que não a veria mais... que... eu iria olhá-lo e ouvi-lo perguntar pela mãe, e eu teria que contar-lhe que ela o quis tanto que morreu para isso. Era demais pra mim.

ㅡ Você só está triste. Você deveria ter procurado alguém para conversar ou te ajudar.

ㅡ Eu procurei você. ㅡ sua mão, trêmula e cheia de sangue, tocou a minha. As olhei unidas, voltando a chorar mais. ㅡ procurei e te entreguei o meu coração. Você irá cuidar bem dele, eu sei. Ele vai ter uma irmã. ㅡ Namjoon tentou sorrir novamente, mas voltou a tossir, e diferente de antes, sangue saiu por sua boca. ㅡ diga a ele que eu o amei. Que nós... o amamos e que estaremos com ele para sempre.

ㅡ Hyung...

Os olhos de Namjoon voltaram a se fechar.

Os paramédicos enfim estacionaram ao lado e saíram da ambulância às pressas.

Eu estava totalmente petrificado. Sentia meu corpo pesado e não conseguia desviar meus olhos de Namjoon.

ㅡ Sem pulso. ㅡ a paramédica avisou, tocando-o. ㅡ preciso imobilizar o pescoço, a coluna pode ter sofrido algum dano, mas não devemos agravar isso.

ㅡ O senhor ㅡ outro homem me chamou, tocando em meu ombro. Ainda observava a mulher falar com outro homem enquanto ambos mexiam no corpo estático de Namjoon. ㅡ senhor?

O olhei, fraco.

ㅡ Está machucado?

Vaguei meus olhos pelo meu corpo. Minhas mãos, meus pés e minhas roupas estavam sujas de sangue.

Neguei fraco, me erguendo quando ele me ajudou.

Observei Namjoon ser colocado sobre uma maca e levado para a ambulância, onde começaram uma massagem em seu peito.

ㅡ Você o conhece? Qual o nome dele?

ㅡ K-Kim... Kim Namjoon.

ㅡ Você precisa vir conosco. ㅡ ele diz, me tocando, mas nego, me desfazendo de seu toque.

ㅡ Meu carro... ㅡ falo ainda absorto com tudo, apontando.

O homem entende rapidamente, mas ele parece preocupado antes de se afastar para enfim irem.

ㅡ Estamos o levando para o hospital Red Cross. ㅡ ele avisou antes de fechar as portas e ir.

Naquele segundo, parecia que tudo enfim havia partido para a realidade.

Ainda me sentia sem rumo, pesado, com minha cabeça doendo ainda mais.

Busquei meu celular, minhas mãos tremiam. Não podia ligar diretamente para Jimin, não queria ter que me preocupar mais porque eu sabia que ele ainda estava em recuperação, então liguei para Seokjin.

ㅡ Você o achou?! ㅡ foi a primeira coisa que Seokjin perguntou.

Eu tentei não voltar a chorar, mas funguei.

ㅡ Preciso que me busque, não consigo dirigir.

ㅡ O que houve?

ㅡ Eu o encontrei.

ㅡ E... ele está bem?

ㅡ Hyung, por favor... me encontra em frente a escola de Yongsan.

ㅡ Tá, eu tô indo. Fica seguro, tá bem?

Apenas assenti, mesmo que ele não fosse me ver.

Caminhei devagar até onde meu carro estava. Não entrei, mas sentei ao lado, no chão mesmo, e não liguei para como as pessoas me olhavam.

Eu apenas queria apagar e esquecer o que havia vivido.

Demorou um pouco até que Seokjin chegasse ali com minha mãe. Ela não perguntou nada, sequer sobre o sangue nas minhas roupas ou no meu corpo, apenas se abaixou a minha frente e me abraçou, me protegendo do mundo inteiro.

Mas meu caos estava na mente, girando em loop infinito.

ㅡ Onde ele está? ㅡ Seokjin perguntou.

ㅡ N-No Red Cross.

ㅡ Ele está bem? ㅡ mamãe perguntou.

Neguei, voltando a chorar em seus braços.

Seokjin guiou os olhos para o sangue que ainda estava sobre a estrada.

ㅡ Meu Deus...

ㅡ Vou te levar para a casa. ㅡ mamãe falou, tentando me erguer. ㅡ Jimin está te esperando, eu prometi que te levaria de volta.

ㅡ Não... mãe, eu preciso ir até o Red Cross.

ㅡ Talvez amanhã, Jungkook. Será melhor. ㅡ Seokjin falou, mas neguei outra vez.

ㅡ Talvez ele não tenha esse tempo. ㅡ falei, olhando-o, sentindo meu corpo ainda mais trêmulo. ㅡ por favor ㅡ voltei a olhar para a mamãe ㅡ por favor, eu quero ir.

ㅡ Tá bem. ㅡ ela disse, segurando minha mão tão firmemente que me dava segurança.

Seokjin me ajudou a ir até o carro. Me sentei quieto e fiquei daquela forma até enfim chegarmos lá.

Médicos que estavam na emergência perguntaram se eu estava bem, mas eu tinha que explicar sempre que aquele sangue não era meu.

ㅡ Kim Namjoon. ㅡ Seokjin disse na recepção da emergência. ㅡ somos... família dele. ㅡ ele mentiu, olhando nos olhos da mulher.

ㅡ Ah, sim. Encontrei. ㅡ a mulher ali disse, mas nos olhou de modo estranho. ㅡ por favor, me sigam.

Não entendi o porquê dela não pedir documento nenhum nosso, mas a seguimos. Porém, não fomos muito longe. Ela chamou um dos médicos que estavam por ali e informou quem éramos.

ㅡ Você estava com ele no local do acidente? ㅡ ele perguntou a mim, mas neguei.

ㅡ Eu só cheguei lá depois, antes da ambulância trazê-lo.

ㅡ Onde ele está? ㅡ minha mãe perguntou. ㅡ está bem? Está em cirurgia?

O homem suspirou, pedindo, novamente, para seguirmos.

Eu sentia o medo me consumir enquanto caminhava pelos corredores do hospital. Seguimos por alguns que estavam completamente silenciosos e quando paramos, o homem nos olhou novamente antes de proferir:

ㅡ Sinto muito pela perda.

O olhei, confuso, mas bastou a porta ser aberta para meu corpo inteiro gelar.

Me senti travado novamente. Ouvi o ofego de Seokjin e o choro da minha mãe.

ㅡ Não... ㅡ neguei, voltando a chorar, olhando para o médico.

ㅡ Sinto muito, ele não resistiu. Os paramédicos informaram que conseguiram reanimar o coração dele, mas ele teve uma nova parada cardíaca em seguida. O trauma foi extenso. Isso junto aos dois pulmões, estômago e intestino que tiveram sangramento interno devido ao impacto da colisão, e também todas as lacerações externas, incluindo no crânio, não deram a ele muita chance de lutar. Ele perdeu praticamente todo sangue antes de chegar aqui. Eu sinto muito mesmo.

Eu não conseguia parar de negar e chorar. Mas me aproximei do corpo dele.

Estava tão quieto, coberto por um único lençol branco que me dava esperança de que ele não estivesse mesmo ali.

Mas parei ao lado, toquei a ponta do lençol e o desci devagar, observando cada centímetro de pele machucada ser descoberta até, enfim, ter o rosto sereno dele ali, comprovando que, infelizmente, tudo havia acabado.

ㅡ Eu não aceito isso. ㅡ falei, apertando os dedos. Minhas lágrimas rolavam sem controle, pingando sobre o lençol.

Eu ainda sentia vontade de bater nele, mas não era como antes. Era apenas para fazê-lo acordar, voltar e sorrir como antes ele estava fazendo.

Eu não me importava mais com merda nenhuma do passado.

Eu só o queria de volta.

Mamãe não conseguiu se aproximar, mas Seokjin precisou segurá-la com firmeza quando ela desabou ainda mais em choro.

Namjoon não tinha o título de meu "irmão" atoa. Ele era realmente um irmão, alguém que desde jovem minha mãe preparou tigelas de sopa extra porque iria dormir comigo. Alguém que levou bronca sua porque ficava até de madrugada jogando videogame comigo.

Alguém que, mesmo após tudo, não foi odiado por ela.

O médico nos deixou ficar ali por mais um tempo, mas chegava a ser sufocante. Eu simplesmente não aguentava mais.

ㅡ Espera! ㅡ Seokjin chamou quando simplesmente saí às pressas dali.

Respirei com força, buscando oxigênio.

ㅡ Precisamos chamar alguém da família dele.

ㅡ A família dele morreu. ㅡ falei, desabando novamente. Seokjin se aproximou, mas não tentou me erguer do chão, ele apenas sentou ao meu lado. ㅡ quer dizer... parte dela. Ainda tem NamHa, e...

ㅡ Você. ㅡ Seokjin tocou sobre minha mão. ㅡ você ainda é a família dele, Jungkook. Precisa fazer isso.

ㅡ Por quê? ㅡ olhei para Seokjin ㅡ isso é tudo minha culpa.

ㅡ Não, claro que não é! Não é culpa nem de Namjoon, entendeu?!

ㅡ É minha culpa sim, Seokjin... ele só fez isso depois que eu disse que havia lhe perdoado. Se eu não tivesse falado, ele ainda estaria vivo.

ㅡ Ei, Jungkook... não faz isso com você mesmo. Você sabe bem que não dava para saber o que ele pensava, o que ele queria. Ele se sentiu em paz com o seu perdão. E ok... não era para acabar assim, mas acabou por uma triste decisão do destino. Não foi culpa de ninguém, cara.

Abaixei meu rosto, aquele dia certamente estava sendo o pior de toda a minha vida.

ㅡ Ele tinha tudo pela frente. ㅡ murmurei ㅡ tinha um bebê... um bebê que ele lutou tanto para provar ser seu, mas que no fim, desistiu.

ㅡ Ele não desistiu, ele apenas o entregou para alguém que sabia que o amaria tanto como se fosse seu próprio filho.

Funguei, encarando o nada a frente.

ㅡ Ele disse que NamHa teria uma irmã... ㅡ balbuciei ㅡ falou isso antes de...

ㅡ Eu sei. Dá pra saber que esse era o desejo dele.

ㅡ Como eu vou contar a uma criança que o pai dele morreu dessa forma? Como ele se sentirá no futuro?

ㅡ NamHa não precisa saber disso, Jungkook. Não enquanto for uma criança ou enquanto não entender como a instabilidade mental pode ser a nossa pior inimiga. Quando for a hora certa, ele saberá e certamente compreenderá. Não precisa começar a pensar nisso agora, tá bem? Ele só precisa de amor, carinho, atenção e um lar. E você com Jimin poderá dar tudo isso a ele.

Assenti, ainda sem conseguir parar de sentir o vazio que me tomava.

ㅡ Vamos lá, uh? Você precisa assinar alguns papéis e do resto eu tomo conta. Você vai pra casa, vai tranquilizar Jimin e vai tomar banho e jogar essas roupas fora. Não precisa guardá-las porque sei que irá se lembrar. Se quiser chorar, chore o quanto precisar. Não faz mal.

Assenti outra vez, ficando um tempo ainda ali, em silêncio, tentando juntar os meus pedacinhos para continuar com todo aquele sofrimento.

Mas no fim, com a ajuda de Seokjin e da mamãe, eu consegui. Passava das cinco da manhã quando assinei os papéis que o hospital precisava e deixei Seokjin organizar todo o resto.

Ainda sentei ao lado do corpo de Namjoon. Estava mais calmo, mas continuava lhe olhando, tentando acreditar naquela realidade.

ㅡ Precisamos ir, Jungkook. ㅡ minha mãe chamou. Seus olhos, assim como seu nariz, estavam vermelhos e inchados. Ela não havia parado de chorar por um momento sequer.

Respirei fundo, me erguendo. Toquei o rosto dele outra vez, não estava frio, mas pálido, com os lábios arroxeados.

Eu jurei que não queria me reaproximar de Namjoon, e sequer pensava em uma reconciliação depois de tudo que havia acontecido. Porém, agora, eu me amaldiçoava por esse estar sendo o desfecho da nossa história.

Depois do nascimento de Ariel, eu quis apagar o passado e viver pela minha família. Quis que Namjoon fosse feliz com Dahyun e senti a dor da perda dele quando ela partiu.

Mas eu pensei que no futuro, fossemos nos reencontrar em frente a uma escolinha, por exemplo, e apenas nos olharíamos sem trocar uma palavra sequer enquanto esperávamos por nossos filhos.

Mas a vida para ele parou bem aqui. Três dias após perder a mulher que ele jurava amar.

E eu vou ter que seguir. Eu vou levar Ariel e NamHa para a escolinha e ele não estará lá no final da tarde para trocar olhadas de alguém que já se odiou, mas que tudo já estava resolvido.

Eu vou envelhecer e Namjoon continuará com a idade que está. E um dia... NamHa terá a mesma idade que ele também.

Esse final é o pior, odeio o destino e odeio qualquer pensamento que tenha feito-o chegar onde chegou.

Eu odeio que as coisas que fizemos tenham nos afastado ao ponto de eu não perceber o quanto ele estava mal, ou de não ter chegado alguns minutos mais cedo naquela escola.

Eu odeio tudo e todos. Mas eu perdoei Namjoon e agora... eu desejo que ele tenha a paz que tanto almejou.

Enfim me afastei e segui com minha mãe. Não quis olhar para trás, não quis sentir mais dor.

Aquele capítulo havia se findado, e no segundo em que saí daquele hospital, outro se iniciou instantaneamente. Os personagens ainda seriam os mesmos, mas um novo integrante havia chegado.

E eu, como alguém escolhido por alguém que confiou em mim, me dedicaria a fazê-lo se sentir amado e em família.

NamHa agora era parte de nós também.

[Continua]

🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑

Chorei horrores e ainda tô triste!!!

Me desculpem 💔

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