Mason Thames
HOJE NÃO TERIA TREINO DO TIME o que me deixou mais aliviado, já que minha cabeça não estava tão boa para outras coisas, por que estou me importando tanto? Por que estou preocupado com a Ayla?
Estou no intervalo com o pessoal, os meninos, e as garotas, o Landon também veio se sentar conosco, o que eu achei legal ele é um cara legal.
O ruivo conversa com Maddy, sorrio vendo que os dois estão se dando bem, mas logo meus pensamentos voltam para a pessoa que os tem tomado a manhã inteira.
- Não vai comer mermão? - Tristan pergunta ao meu lado.
- Não, tô sem fome. - falo olhando o japonês.
- O inferno congelou! Você sem fome. - Tristan diz indignado. - sinto muito, mas vou ter que roubar seu hambúrguer.
E dito isso ele pega meu hambúrguer comendo, não dou importância, o que não aconteceria em casos normais, eu iria estrangular o Tristan agora, mas não fiz.
Depois de uns segundos eu levanto da mesa.
- Onde vai miojo? - Miguel me pergunta, enquanto os outros conversavam.
- Vou...vou em casa, esqueci de pegar uma coisa. - falo inventando um problema qualquer.
Miguel acha meio estranho mas não fala nada, continua a conversa com o pessoal.
Saio dali e vou em direção ao estacionamento, dando partida no carro, saindo da escola.
Ayla Cazarez Mora
EU NÃO CONSEGUI IR A ESCOLA, NÃO estou com cabeça para absolutamente nada, Miguel queria ficar aqui comigo mas eu não deixei, não vou atrapalhar ele por que estou mal, meu pai pelo contrário nem sabe que eu estou ruim, o trabalho não deixa, ele não está em casa então eu não tenho que me preocupar em fingir que não estava chorando.
Deitada na minha cama que agora parece tão fria, começo a pensar nas possibilidades, como seria as coisas se ela estivesse aqui? Eu penso nessa possibilidade todos os dias.
Lágrimas escorrem enquanto me aconchego mais ao travesseiro.
Eu não tomei café ou almocei, não tinha o mínimo de fome, meu corpo parece flutuar e meus olhos estão inchados, vermelhos provavelmente.
Agarro o lençol enquanto mais lágrimas descem.
Escuto a campainha lá embaixo tocar, espero a pessoa ir embora, concerteza é alguém que errou endereço ou um carteiro, mais a campainha toca novamente.
Limpo as lágrimas descendo as escadas, antes de abrir a porta olho meu rosto no espelho perto da entrada, verifico se não estou parecendo um morto vivo, mas não adianta já que parece que estou fazendo cosplay de um.
Abro a porta e fico sem reação ao olhar a pessoa, esperava todos menos ELE.
- Oi...- Mason diz meio sem jeito, me olhando verificando algo.
- Oi...- falo tentando disfarçar a voz de choro, falhando miseravelmente.
- Eu ahn...o Miguel disse que não estava bem, eu vim ver se não precisava de algo. - ele diz com as mãos no bolso da calça.
Na verdade eu precisava, precisava de muita coisa, uma delas impossível, ter minha mãe aqui.
- Entra. - falo passando a mão no olho, dando espaço para ele que adentra a casa.
Mason entra e fica parado, eu o olho sendo incapaz de segurar as lágrimas, o garoto parece ficar sem saber o que fazer.
- Por favor não chora, eu não sei o que fazer quando mulheres choram. - ele diz nervoso.
Não digo nada ando até a sala, mexendo freneticamente na blusa larga que uso, limpo as lágrimas que escorrem.
- Ayla, espera. - Mason diz com um tom calmo.
Eu viro o olhando, ele vem na minha direção e me envolve em um abraço, puxando minha cabeça contra seu peito, passando as mãos no meu cabelo.
Sinto um alívio, como se o peso saísse das minhas costas, aconchego o rosto no peito do garoto, ele me aperta no abraço, de repente me encontro sendo a garotinha de seis anos de idade, quando perdeu sua mãe, eu precisei dele naquela época, e eu odeio dizer isso, mesmo que mentalmente, mas eu precisava do Mason, preciso agora.
-Por que veio ? - pergunto no meio do abraço, a voz embargada, agora achando menos estranho nossa proximidade.
- Odeio dizer isso, mas eu estava preocupado...- Mason diz baixo, eu fico surpresa de começo mas acho bom ele ter vindo.
Mason não parecia querer desfazer o abraço, e por mais que eu não quisesse admitir, eu também não quero desfazer.
- Você está melhor? - Mason pergunta de repente.
- Estou. - falo me soltando do seu abraço, passando a mão no rosto.
Mason me olha como se não soubesse o que faria agora.
- Eu sinto muito por tudo, por ainda sentir a dor. - ele diz coçando a nuca, por um momento não parecia o garoto egocêntrico, estúpido e idiota de sempre.
Parecia o Mason de sete anos de idade, aquele Mason...
- Está tudo bem. - falo me sentando no sofá, pegando uma almofada e abraçando.
Não sei lidar com esse momento, me surpreendeu bastante ele ter vindo me ver, seria uma aposta? Mais outra?
- É uma aposta? - pergunto assim que ele se senta na minha frente.
- O que? - Mason pergunta sem entender.
- É uma aposta? Veio ver como estou, apostou com a Clair? - pergunto olhando o garoto.
- Não! - ele diz indignado. - eu não apostei, é difícil entender que eu me importo? Nem que seja um pouco. - ele me olha fazendo a pergunta.
- Um pouco. - falo desviando o olhar.
- Eu não aceitei aquela aposta da Clair, ok ? - Mason diz me olhando, direciono o olhar ao Thames. - eu recusei, por que me importo!
- E não faria isso pela Clair? - pergunto com os olhos nele.
- Não teria motivos para fazer, você pode achar que sou um idiota Ayla, mas eu me importo, aquele Mason não morreu. - ele diz desviando o olhar, meio receoso de dizer as palavras que acabará de pronunciar.
Penso no que o ruivo falou, ele se levanta com as mãos no bolso.
- Já comeu ? - pergunta curioso.
- Não, não estou com fome.- falo abaixando a cabeça.
- Se não comer vai morrer, aí o Miguel que vai ficar no meu pé. - Mason diz me olhando com repreensão. - vai comer sim.
Ele simplesmente diz, sem perguntar nada, indo até a cozinha.
Levanto rapidamente vendo ele caçar algumas coisas no armário.
- Onde tem panela aqui Chatayla? - Mason pergunta revirando a parte de baixo do armário.
- O que tá fazendo? - pergunto olhando o garoto que me lança um olhar tedioso.
- O que acha ? - ele pergunta irônico. - fazendo comida para você não cair dura no chão. - ele volta a procurar as panelas. - e se você cair eu não te carrego não.
- Você veio na minha casa me insultar?
- Claro, achou que era só o abraço? - Mason pergunta dando um sorriso de canto.
- As panelas não ficam aí. - falo revirando os olhos indo até o ruivo, que parece perdido na cozinha.
- Me mostra então Aylerda. - ele diz me olhando mexer no armário em outro canto, enquanto ele cruza os braços.
Pego uma panela e entrego ao Mason, ele pega e dá um sorriso debochado.
- Você por acaso sabe cozinhar? - pergunto encostando na bancada enquanto ele tenta desajeitadamente ligar o fogão.
- Não. - ele diz fazendo uma careta. - mas se eu não fizer você vai passar fome, e você não está boa para cozinhar, então eu vou ter que fazer.
- Hum. - murmuro, o garoto vai até a geladeira e abre, não acha o que quer e fecha novamente.
- Tem miojo aqui? - Mason pergunta coçando a cabeça.
- Tem, olha seu cabelo aí. - falo dando uma risada leve.
- Nossa que engraçado abelhinha. - Mason revira os olhos impaciente. - tem ou não?
- Vai fazer miojo para mim ?
- Não, vou fazer um banquete italiano. - ele diz com sarcasmo. - não sei cozinhar não mermão.
- Ignorante. - falo cruzando os braços. - tá no armário a porta do meio.
Ele anda até a porta do meio, pegando um saquinho de miojo, eu olho Mason fazer tudo, preparando as coisas e mexendo o miojo, era engraçado ver ele cozinhar, ou pelo menos tentar.
Ele realmente se preocupa? Se ele está fazendo miojo mesmo não pedindo é por que deve se preocupar pelo menos um pouco.
Dou uma risada com meu pensamento.
- Do que está rindo ? - Mason pergunta enquanto coloca o saquinho de tempero no miojo.
- De você, está fazendo miojo para mim sem eu pedir. - falo sorrindo e olhando o ruivo, que dá um sorrisinho.
- Não se acostuma. - ele fala pegando um prato.
Mason coloca o miojo no prato e me entrega, com um garfo, sento em uma cadeira da ilha da cozinha, o ruivo senta na minha frente, me observando enquanto eu amarro o cabelo.
- É para comer tudo. - ele diz mandão, como uma mãe preocupada.
- Está parecendo sua mãe quando a gente vai almoçar lá nos domingos. - falo sorrindo, dando uma garfada no miojo.
Ele dá um sorriso de canto, observando eu comer a comida a frente, eu continuo comendo pensando o quanto a situação é engraçada, para duas pessoas que se odeiam conversando civilizadamente e sem se matar.
E também surpreendentemente o Mason tendo o mínimo de preocupação o que me parecia impossível.
Ele não tira os olhos de mim, checando se eu estava comendo tudo.
- Parece bem preocupado para quem quer me matar ou viver me insultando. - falo olhando o ruivo.
- É porque se eu não tiver você, não vai ter ninguém para eu perturbar. - ele diz dando de ombros.
- Faz sentido. - falo abaixando a cabeça, continuando comendo.
Depois de uns segundos eu termino de comer, Mason me olha e pega o prato levando a pia, lavando o mesmo.
Eu saio da cadeira empurrando ela para o lugar, Mason vai até a geladeira, pegando uma garrafinha de água e tomando.
- A propósito seu miojo fica horrível. - falo implicando o garoto, na verdade tinha ficado muito bom.
- É isso que dá fazer caridade para pobre, come e sai reclamando. - ele diz bufando, fingindo estar magoado.
- Não pedi a caridade. - falo rindo e baixando a cabeça.
- Você e essa sua mania. - Mason diz me olhando. - me dá agonia sabia ?
- Que mania ?
- Essa de você sorrir ou rir, e abaixar a cabeça. - Mason diz me olhando nos olhos.
- Você dá aqueles tapinhas na sua coxa quando tá nervoso também me dá agonia. - falo dando de ombros.
- Tem isso desde pequena. - ele diz cruzando os braços.
Ele lembra de tudo, faz tanto tempo que achei que as lembranças não eram relevantes para ele.
Mas ele lembrava, dos mínimos detalhes, eu também lembro, de tudo, até de uma certa coisa que me dá vergonha.
Desvio o olhar ao lembrar da lembrança que eu desejava esquecer.
- Já que está melhor...eu acho que vou indo, eu matei aula, tem a última ainda. - ele diz apontando para a saída.
- Matou aula para vim ver como eu estava? - perguntei sorrindo sarcástica para ele.
- Não viaja muito, fiz também pelo Miguel. - Mason diz andando até a saída, eu o acompanho.
- Vou fingir que acredito. - falo balançando a cabeça.
Ele abre a porta e me olha, verificando se estava bem mesmo.
- Não conta para o Miguel que eu estive aqui...sabe como é, ele é ciumento, não que tenha motivo para isso. - ele diz se explicando, esclarecendo nenhum interesse.
- Eu sei, não vou falar. - concordo com a cabeça.
- Te vejo depois então abelhinha. - ele sorri me olhando.
- Te vejo depois Masoanta. - sorrio implicando.
Mason sai indo a caminho do carro seu, estacionado na frente da casa, eu fecho a porta indo até a sala.
Fez muito bem ele estar aqui comigo, por mais que eu não quisesse admitir para mim mesma, eu precisei do Mason a anos atrás e precisei dele agora.
E ele esteve aqui, mesmo não gostando tanto de mim, mas isso não mudava nada, ainda acho ele um idiota, mas um idiota que eu me sentia bem por perto.
Gostandoooo?
Vote e comente, n seja um leitor fantasma.
O que estão achando do desenvolvimento do Mason e a Ayla ?
Me falem o que estão achando.
Até o próximo ep e bjs do Masoanta 💋🥂