A Proposta Do Chefe

By ScarlettQuinn5

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Capa feita pela design gráfica: @ATBacks • Classificação • +18 - contém cenas explícitas e eróticas, palavras... More

Personagens
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35

Capítulo 19

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By ScarlettQuinn5

Stacy me puxou gentilmente em direção a cantina, meu coração estava apertado de várias formas diferentes, não podia negar. O que ele fazia aqui? Chegamos a uma cantina simples e com mesas redondas de plástico branca. Fomos ao balcão pedimos dois expressos duplos e croissants, nos sentamos para comer. Mas apesar de estar com fome não conseguia engolir nem um tasco daquele croissant, mas beberiquei o café quente. Parecia que meu mundo aos poucos despencava e só para facilitar minha vida, Liam estava aqui.

Stacy ergue sua mão e passou o guardanapo em volta dos lábios, lá vinha mais um sermão da minha linda amiga teimosa e persistente.

— Você não vai dar atenção a isso. — diz ela.

— Por que ele está aqui, Stacy? — perguntei abismada. — Eu fui bem clara quando disse que não queria o ver por um tempo.

Ela engasgou com o croissant e me fuzilou com o olhar e disse:

— Esquece isso. O foco aqui é seu pai, então finge que ele não está por aqui.

— Mas ele também está em uma sala de espera! — exclamei.

Ela balançou a cabeça negativamente.

— Você quer motivos para vê-lo! — afirmou com sorriso petulante no rosto. — Fique longe por ora, ele não serve para você. E, de repente, ele tem um parente internado ou sei lá o que.

Sorri para ela,as minha mente me pregava peças a cada segundo, tudo girava em torno de meu pai e Liam. Cheguei a uma fase que eu me perguntava o tempo todo quem eu era ou deveria ser, claro sempre corri atrás de tudo que quis na minha vida, nunca tive medo de me perder, mas hoje essas dúvidas vieram, me coloquei a prova. Se meus pai se fosse, quem eu seria através do luto? Se Liam viesse na intenção de se explicar, como reagiria? Eu tava na beira de um precipício, indecisa, olhava para baixo procurando a melhor saída se era voltar para uma terra segura ou se mergulhava naquele abismo de ar. Qual escolha seria prudente?

Olhei para Stacy e ela tagarelava algo como eu devia esquecer Liam, não deveria me aproximar de Liam, não devia falar com Liam, eu podia ouvir mas não sabia o que dizer a ela, parte de mim queria saber o que o trazia aqui, mas outra parte não queria ele por perto e nessa hora minha deusa interior se escondeu na neblina negra que se acomodava em minha cabeça, horrível essa sensação.

Afastei o prato do croissant intocado e bebi o café inteiro, Stacy parou de falar e me olhou preocupada. Me levantei e pedi um croissant de queijo e outro café duplo para levar minha mãe, ela precisava comer alguma coisa. Amava muito minha melhor amiga desde a infância, mas ficar ouvindo ela falar tempo todo mal do Liam, tentando me dizer o que fazer não ia melhor a situação do meu pai, não o levaria pra casa bem de saúde. Sai da cantina o mais rápido que pude ao pagar a conta com uma das minhas economias no cartão e a ouvi gritando meu nome, ignorando continuei em frente na direção que voltava para a sala de espera.

Stacy me alcançou ofegante e ajeitou sua bolsa pousada em seu ombro direito.

— O que deu em você? — perguntou, confusa e um pouco furiosa.

Revirei os olhos.

— Minha mãe ficou sozinha por tempo demais. — repliquei.

— Você mente muito mal, Morg. — acusou-me e sabia que ela insistiria até eu dizer.

Parei abruptamente no meio do caminho, olhando feio para ela. Senti que ela ficou chateada com isso, mas desde que chegamos essa manhã ela não parou de me aborrecer com assunto "Liam", então não me sentiria culpada em fazer o mesmo. Estava chateada com várias situações e a de Liam era a menor delas, acho que Stacy devia ao menos ter respeito. Alguns médicos passavam por nós, mas encarei Stacy com firmeza.

— Stacy, você é minha melhor amiga e entendo que só queira me poupar quando o assunto é Liam, mas nesse momento pare de encher meu saco falando o tempo todo nele, afinal é meu pai que está em sala de cirurgia e não Liam! — exclamei furiosa.

Ela me olhou boquiaberta e alguns segundos sentiu que deveria parar de falar sobre isso. Ela assentiu com veemência e disse:

— Tudo bem, desculpe por isso, acho que nós deveríamos ir embora agora.

Respirei fundo e esfreguei minha têmpora com a ponta do dedo.

— Não quero que vá, Stacy, mas só peço que me poupe de Liam, já acabou! — digo exasperada.

— Tudo bem, não tocarei mais nesse assunto. — murmura.

Ela me abraçou e retribui e deixei as lágrimas rolarem, ela manteve-se em silêncio e foi quando me dei conta que estávamos próximas da sala de espera onde Liam estava, esperava não vê-lo de novo, mas é como dizem querer não é poder. Ele passou por nós sem nos olhar,  senti a frieza irradiar pelo seu corpo, era como o navio do Titanic colidindo diretamente com o iceberg e foi em direção a cantina. Não vou dizer que estava situação toda, era uma merda. Ele não me olhou, não que eu ficasse chocada, afinal não queria mais vê-lo em hipótese nenhuma, mas aquilo foi pior do que ele nem tentar.

Chorei mais do que podia, mais do que aguentaria. Algumas pessoas diriam que eu sou forte, eu já diria que eu sou conivente com a situação, procuro não sofrer tanto, mas agora eu não poderia ser conivente, eu precisava ser forte, mas não conseguia ser.

— Vamos voltar, sua mãe deve estar preocupada. — avisou confortavelmente Stacy.

— Sim, vamos. — murmuro.

Voltamos para a sala de espera e todos estavam apreensivos ainda, Stacy correu para Augustus e eu fui para lado de mamãe.

— Depois de descobrir um câncer metastático podendo ficar em casa em repouso, isso acontece! — exclamou baixinho minha mãe ao deitar sua cabeça em meu ombro.

— Mãe, vai ficar tudo bem, não se preocupe! — digo tentando encoraja-la, e ainda assim, tentar acreditar nas minhas próprias palavras.

🌹

Levou-se mais algumas horas, não havia notícias do meu pai. Stacy segurou minha mão ao sentar do meu lado e assim foi minha incrível tarde, talvez devesse parar um jaleco branco e perguntar sobre ele ou porque não nos dão uma explicação, estava tão demorada essa situação que isso nos deixava apreensivos e nervosos. Pensei em Liam do outro lado, será que já tinha ido embora?

Mamãe levantou e disse que ia ao banheiro, me ofereci para ir com ela mas ela disse que não precisava. Stacy se levantou e disse que a acompanharia ela aceitou, não entendi essa reação dela, mas me senti grata por ela ter aceitado ajuda de Stacy, havia entregado o café que ela havia tomado com satisfação, mas o croissant estava frio e duro feito pedra, disse não estar com fome.

Augustus tocou em meu ombro gentilmente e sorriu.

— Fique calma, logo virão nos dar uma notícia, tenha fé.

Sorri amistosamente para ele.

— Espero, já estou ficando nervosa com essa falta de comunicação. — confesso e comecei a torcer as mãos.

— Isso só piora, tenta imaginar-se no lugar mais feliz, um lugar que te acalme e lhe traga paz. — disse ele sorrindo e Franzi as sobrancelhas. — Tente, vai se sentir melhor.

— Vou tentar. — admito para ele e isso me fez sorrir de novo e me sentir mais calma.

A mãe de Stacy veio em minha direção, me abraçou e disse algumas palavras confortadoras e que estaria ao meu lado no que precisasse, agradeci a ela e me senti em volta de um laço de amor fraternal incrível. A melhor coisa foi conhecer Stacy, quando cheguei na sala havia uma menininha de Maria chiquinhas colocando um menino no seu devido lugar, achei que ela viria logo em cima de mim, falaria coisas horríveis e me preparei mentalmente para criar uma desculpa para não ir a escola no dia seguinte.

Para minha surpresa ela veio em minha direção saltitante e extremamente feliz e segurou minha mão me enchendo de perguntas exóticas, de onde eu era, qual era meu nome, o que gostava de fazer, se podíamos estudar na casa dela, as perguntas na hora me fizeram rir e logo éramos inseparáveis uma da outra, até hoje. Essa lembrança me fez sentir uma paz gigantesca, nossos pais se davam muito bem, e agora com Augustus isso não mudou. Aquilo me fez me sentir mais confiante e quando elas voltaram do banheiro, sorri abertamente para elas. Minha mãe tinha rosto inchado e vermelho, indicava que ela estava chorando, Stacy seguiu o exemplo. Mas ela se aproximou de Augustus e falou algo em seu ouvido.

Pai de Stacy precisou ir embora com sua mãe um pouco mais tarde, nos despedimos e ficamos só nós quatro, Augustus, Stacy, eu e mamãe. Eu decidi dar uma volta pelo hospital já que ficar parada me trazia uma angústia assustadora, caminhei pela recepção e vi a enfermeira que eu havia xingado mais cedo e me senti culpada, queria me desculpar pela forma que falei e me aproximei lentamente com medo de sua reação ou levar um fora, o que era justo. Mas do outro lado estava Liam, em sua sala com a mulher que ainda falava furiosamente ao celular, deduzi ser a madrasta de Liam, ele parecia estar acabado e não ligava para nada que ela falava. Ela parecia muito bem. Ele estava sentado em uma ponta daquela sala se entregando a amargura de seu íntimo, entregue a solidão, como se sua vida não tivesse sido sempre assim.

Me compadeci pelo que vira naquela hora e tudo o que mais queria era lhe dar um abraço, mas tinha que honrar minha palavra de não voltar a vê-lo, de não me aproximar, a promessa que fiz a mim mesma naquela noite, lembrei de Dante que nem mandara uma mensagem me desculpando pelo ocorrido, mas me dei conta que isso já até passara um pouco dos limites. Me aproximei da enfermeira de mais cedo que me encarou desconfortávelmente e não podia culpa-la.

— Olá, eu queria vir aqui me desculpar por mais cedo, não quis ofende-la daquela forma, me desculpe. — pedi com todas as forças e só a vi assentir com a cabeça.

— Tudo bem, já estou acostumada com certas hostilidades nesse hospital, mas não significa que isso facilita meu trabalho, na verdade, até piora. — admitiu com a voz branda e sua expressão suavizou.

— Mesmo assim, não é motivo para ofende-la. Qual seu nome? — pergunto.

Ela começou a mexer em um computador mas estava atenta a tudo ao seu redor, imagino como esse trabalho deve ser difícil, sem pausa e sempre um para ofender alguém que esteja atrás dessa mesa. Eu me sentiria perdida, ela tem uma força incrível, porque cuidar de pessoas deve ser horrível demais para alguém. Pessoas tendem a ser egoístas e despretensiosas quando o assunto é ajudar ao próximo, são extremamente arrogantes e presunçosos, escolher essa profissão era pedir para carregar tudo isso nas costas.

— Meu nome é Taylor McKnight, a seu dispor, precisa de algo srta. Montgomery? — perguntou de forma mais formal.

— Prazer, pode me chamar de Morgan, e sim...— disse e olhei novamente para Liam que agora estava de pé e de braços cruzados enquanto andava de um lado para o outro. — O que aquele senhor está fazendo aqui?

Ela se levantou e olhou para e deu de ombros.

— Sr. Madison deu entrada essa manhã também, um juíz renomado de toda Nova York, está prestes a encerrar a carreira por aposentadoria, mas teve um AVC e também está em cirurgia. — explicou ela.

Olhei para Liam, ele parecia nervoso, triste e preocupado e a mulher só falava ao telefone ignorando sua dor.

— A mulher é arrogante, disse que precisa que termine logo isso para ela ir fazer as unhas, tenho pena do rapaz, ele que o trouxe aqui. — disse Taylor, novamente.

Sorri para Taylor que precisou fazer um serviço no leito 4, e fiquei ali observando aquela cena. Queria ir naquela sala e falar boas e poucas para aquela mulher sem escrúpulos e abraçar Liam. Mas manter-me longe era o mais prudente e acho que ele considerou a ideia de ficar longe de mim. Se o pai dele estava aqui em cirurgia e o meu também, significava que estavam fazendo cirurgia juntos e como isso era possível, não sei.

Mas imagino a dor que Liam estava sentindo, era certo que eles não eram melhores amigos,na verdade se estranhavam o tempo inteiro, vi a pressão que seu pai colocava nele quando nos abordou na igreja, mas vê-lo temendo a vida do pai, até me surpreendeu. Era família, o laço sempre trazia memórias boas, e acredito que mesmo poucas ele deve estar se agarrando a algum, mas quem sou eu pra dizer? Não sou ninguém além de uma mera estagiária.

Fiquei mais uns minutos ali observando Liam e que de repente parou, de frente para mim, nossos olhares se cruzaram por um milésimo de segundo e senti sua dor perpassar por todo meu corpo antes dele me virar as costas. Decidi que era hora de voltar para minha mãe, quando vi entrar na porta Alex Hundger e Zara Loockood, eles avançavam com falsa preocupação até Liam que não gostou nada da visita, a notícia já deve ter soado na tv.

Dei a volta abaixada para que não me vissem e corri direto para minha sala, onde todos aguardava em silêncio. Nós fizemos uma roda e começamos a orar.

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