Capítulo 19

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Stacy me puxou gentilmente em direção a cantina, meu coração estava apertado de várias formas diferentes, não podia negar. O que ele fazia aqui? Chegamos a uma cantina simples e com mesas redondas de plástico branca. Fomos ao balcão pedimos dois expressos duplos e croissants, nos sentamos para comer. Mas apesar de estar com fome não conseguia engolir nem um tasco daquele croissant, mas beberiquei o café quente. Parecia que meu mundo aos poucos despencava e só para facilitar minha vida, Liam estava aqui.

Stacy ergue sua mão e passou o guardanapo em volta dos lábios, lá vinha mais um sermão da minha linda amiga teimosa e persistente.

— Você não vai dar atenção a isso. — diz ela.

— Por que ele está aqui, Stacy? — perguntei abismada. — Eu fui bem clara quando disse que não queria o ver por um tempo.

Ela engasgou com o croissant e me fuzilou com o olhar e disse:

— Esquece isso. O foco aqui é seu pai, então finge que ele não está por aqui.

— Mas ele também está em uma sala de espera! — exclamei.

Ela balançou a cabeça negativamente.

— Você quer motivos para vê-lo! — afirmou com sorriso petulante no rosto. — Fique longe por ora, ele não serve para você. E, de repente, ele tem um parente internado ou sei lá o que.

Sorri para ela,as minha mente me pregava peças a cada segundo, tudo girava em torno de meu pai e Liam. Cheguei a uma fase que eu me perguntava o tempo todo quem eu era ou deveria ser, claro sempre corri atrás de tudo que quis na minha vida, nunca tive medo de me perder, mas hoje essas dúvidas vieram, me coloquei a prova. Se meus pai se fosse, quem eu seria através do luto? Se Liam viesse na intenção de se explicar, como reagiria? Eu tava na beira de um precipício, indecisa, olhava para baixo procurando a melhor saída se era voltar para uma terra segura ou se mergulhava naquele abismo de ar. Qual escolha seria prudente?

Olhei para Stacy e ela tagarelava algo como eu devia esquecer Liam, não deveria me aproximar de Liam, não devia falar com Liam, eu podia ouvir mas não sabia o que dizer a ela, parte de mim queria saber o que o trazia aqui, mas outra parte não queria ele por perto e nessa hora minha deusa interior se escondeu na neblina negra que se acomodava em minha cabeça, horrível essa sensação.

Afastei o prato do croissant intocado e bebi o café inteiro, Stacy parou de falar e me olhou preocupada. Me levantei e pedi um croissant de queijo e outro café duplo para levar minha mãe, ela precisava comer alguma coisa. Amava muito minha melhor amiga desde a infância, mas ficar ouvindo ela falar tempo todo mal do Liam, tentando me dizer o que fazer não ia melhor a situação do meu pai, não o levaria pra casa bem de saúde. Sai da cantina o mais rápido que pude ao pagar a conta com uma das minhas economias no cartão e a ouvi gritando meu nome, ignorando continuei em frente na direção que voltava para a sala de espera.

Stacy me alcançou ofegante e ajeitou sua bolsa pousada em seu ombro direito.

— O que deu em você? — perguntou, confusa e um pouco furiosa.

Revirei os olhos.

— Minha mãe ficou sozinha por tempo demais. — repliquei.

— Você mente muito mal, Morg. — acusou-me e sabia que ela insistiria até eu dizer.

Parei abruptamente no meio do caminho, olhando feio para ela. Senti que ela ficou chateada com isso, mas desde que chegamos essa manhã ela não parou de me aborrecer com assunto "Liam", então não me sentiria culpada em fazer o mesmo. Estava chateada com várias situações e a de Liam era a menor delas, acho que Stacy devia ao menos ter respeito. Alguns médicos passavam por nós, mas encarei Stacy com firmeza.

A Proposta Do Chefe Where stories live. Discover now