A Proposta Do Chefe

By ScarlettQuinn5

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Capa feita pela design gráfica: @ATBacks • Classificação • +18 - contém cenas explícitas e eróticas, palavras... More

Personagens
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35

Capítulo 18

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By ScarlettQuinn5

Sob a visão de Morgan.

Acordei com batidas fortes e frequentes na porta, me levantei a custo e me arrastei até a porta. Será que é difícil uma pessoa conseguir dormir até um pouco mais tarde nessa porra de cidade? Abri a porta disposta a dispensar quem quer que fosse atrás da porta e senti um jornal bater furiosamente em meu rosto. A pessoa entrou sem cerimônia pisando em fundo.  Segurei o jornal e li a primeira manchete e meu coração se apertou.

— Esse é o seu chefe, não é? — perguntou Stacy, furiosa.

— Stacy, por favor, não faça drama em cima disso, tudo bem? — pedi cautelosa.

— Sério? Porque isso pode prejudicar sua entrada na Bones & Broomerg, sabe disse né? — perguntou ironicamente.

Dei de ombros, eu já não ligava mais para nada. Uma advocacia ou outra com tantas outras milhares ou abrir meu próprio escritório fazia mais sentido, mas aquela foto deles saindo juntos do bar machucou ainda mais meu coração, mesmo sabendo que tudo era mentira, ainda machucava.

— Quem liga ainda pra isso, Stacy? — pergunto mais como uma afirmação e vejo seu rosto assumir uma expressão de indignação.

— Você não está fazendo isso, não está mesmo! — sibilou ela. — Esse cara usou você de forma ridícula, você não pode deixar se abater assim.

— O que eu deveria fazer? — perguntei com um sorriso irônico no rosto. — Devo ir lá perguntar porque sou manchete de um jornal me acusando de ser corna? Ou devo cobrar porque ele me levou a um passeio extraordinário que me fez me sentir uma idiota? Ou que ele me deve explicações dos seus atos primitivos com outras mulheres?

Nessa hora foi impossível segurar as lágrimas, como eu poderia culpa-lo se eu era compactuava com tudo aquilo? Se tudo não passa de um contrato não-vitalício? Eu devia saber que isso era possível, desde o momento que assumissemos mesmo um romance nao-idealizado por um tempo. Mas envolver meus sentimentos e meu coração foi algo que ainda não tive coragem de acreditar que fizera. Como pude me apaixonar por ele?

Nunca foi real!

Eu ainda não tinha um ponto de vista formado sobre essa confusão intensa dos meus sentimentos que vinham a milhão, enevoando minha mente e me trazendo uma escuridão. Não sabia o que isso viria a repercutir para mim futuramente, mas sabia que eu não tinha forças mais para encarar essa situação, não por agora. Era como se o caule de uma árvore nascesse dentro meu peito e alguém a arrancasse com violência de dentro de mim, me sentia devastada.

Stacy olhou para mim com compaixão e veio em minha direção com braços abertos prontos a me envolverem, mas não era dela que eu precisava agora, mas seria muito bem vindo, afinal eu não sou de ferro e era minha melhor amiga. Liam não podia tomar conta de toda a minha vida, nem de tudo que lutei, mas a sensação que eu tinha era que ele era tudo para mim e toda a minha vida. Era doloroso demais descobrir isso agora. Era tudo que eu via durante anos, todos meus ideais de não me envolver com mais ninguém era ilusão, não queria me envolver por causa de Liam, a paixão só se revelou agora com tanta proximidade.

Mas por que eu tive de cometer esse erro insano? Por que logo comigo?

Me debrulhei em lágrimas assim que senti meu coração minando sangue por dentro, destruído, pingando lentamente seus pedaços. Stacy me levou ao sofá e tratou de ficar em silêncio, o que foi um alívio para mim. Tudo que percebi que agora o destino brincava conosco, apesar da carranca que carregava, Liam só parecia um menino assustado e me dilacerada saber que ele era o grande vilão da minha história, é a segunda vez que choro por ele. Mas dessa vez, seria diferente, eu não iria sair para encontrar ninguém, também não iria assistir a filme tomando um pote de sorvete me entregando a minha tristeza.

Sai do abraço de Stacy que procurou contestar, mas por fim nada falou, fui a cozinha e peguei um carbenet Sauvignon para afogar as mágoas, levei uma taça a Stacy e enchi a minha. Lembro-me de um velho amigo na faculdade, ele desistira antes mesmo de tentar se formar, alguém que eu me esqueci por um longo tempo, ele era apaixonado por vinhos e estudou sobre isso, mas nunca soube o que fizera ele desistir do seu sonho. Ele me deu essa garrafa e disse que quanto mais velha, mais saborosa ela ficava e pediu que eu guardasse para beber com alguém especial, pois era um presente de coração. Havia alguém mais especial que Stacy? Acho que não.

Após meu cenário de autopiedade, decidi me colocar no controle de novo e criar uma nova barreira em meu coração. Fui idiota ao pensar que Liam poderia mudar, mas não se muda quem se é, são prioridades que deve mudar, coisas que Liam nem sequer cogitava em sua vida miserável. Eu sabia que não podia ir no cruzeiro de Alex e Zara, mas eu queria ajudá-lo mas depois de virar manchete seria um caos. Me pergunto o que Alex já deve pensar sobre isso, já que além de promotor estava determinado a bancar um detetive particular. Eu daria tudo para acabar com ele, mas como advogada.

Stacy bebericou sua taça e eu a minha, ela me fez algumas perguntas que não tive outra escolha a não ser contar sobre tudo que se passava entre eu e Liam e a cada descoberta via ela abrir sua boca e ficar alarmada até saber do dia em que fizemos sexo aqui em meu apartamento e tragédia do dia seguinte, ela deixou sua taça de lado na mesinha de centro com frutas e flores artificiais e sua expressão alarmada foi o que me fez rir.

— Você está me dizendo que além de um contrato não-vitalício e sem valor legal nenhum, vocês entraram nesse apartamento e fizeram coisas absurdas como sexo? — perguntou alarmada.

Ainda rindo consegui responder:

— Sim, querida Stacy, aquele desgraçado conseguiu me usar para seus próprios bens mesmo sabendo que ele era o primeiro, acho que eu ficava com aquele fora radical.

— O que você tem na porra da sua cabeça, Morg? — gritou enfurecida.

— Acho que titica de passarinho! — exclamei com deboche ao beber mais um gole da taça de vinho.

Que vinho delicioso.

— Não sei se eu bato sua cabeça contra a parede ou parabenizo-a pela grande burrice! — gritou enfurecida.

Dei de ombros e continuei rindo, eu merecia ouvir aquilo. De repente, ouvi meu celular tocar e corri no quarto para ver o que era. Minha mãe estava me ligando pedindo para aparecer no hospital, meu pai teve uma parada cardíaca e voltou ao hospital, meu coração imediatamente virou uma lama de sangue. Stacy reclamava o tempo todo atrás de mim.

— Você não vai a esse cruzeiro e não quero você perto dele novamente! — ordenou.

Olhei para ela de soslaio enquanto colocava uma roupa decente.

— Tenho problemas maiores agora do que ficar reclamando de Liam. — sibilei. — Meu pai está no hospital, Stacy, desculpa mas essa conversa fica para outra hora.

Corri para o banheiro e prendi meu cabelo em rabo de cavalo frouxo, peguei todos meus pertences e sai em disparada com Stacy atrás de mim.

🌹

Ao chegar nos hospital, aquele cenário mórbido se fez totalmente real, não era um lugar que eu costumava a vir frequentar. Stacy estava logo atrás de mim, e corri para a recepção. Uma moça com uniforme de enfermeira azul, touca e um estetoscópio em volta do pescoço com prancheta em mãos me olhou com a sobrancelha arqueada como se esperasse que eu falasse que estaria com dor para me despachar para sala de espera. Seu rosto era estresse puro e hoje o hospital tava cheio, mas eu só queria saber do meu pai.

— Estou procurando pelo Thomas Montgomery, ele deu entrada aqui essa manhã. — disparei enquanto arfava.

A mulher continuou olhando em minha direção e aquilo me deu raiva.

— Olha aqui, seu monte de merda, eu quero ver meu pai, dá pra fazer a porra do seu trabalho e me dizer onde ele está? — gritei na cara da enfermeira e todos olharam na nossa direção abismados com minha ousadia.

Ela apenas ficou me olhando e não se abateu nenhum pouco por tê-la ofendido, nesse caso ela poderia ter pedido aos seguranças para me tirarem dali, mas rezei que ela não fizesse isso, eu queria muito ver meu pai. Ela mexeu em algo no computador e disse que ele estava em cirurgia que eu podia esperar na sala de espera no fim do corredor, agradeci a ela por fazer seu trabalho e corri máximo que podia com Stacy no meu cangote.

— Você tem coragem, garota! — gritou Stacy entre a corrida, percebi que ela arfava.

Continuei correndo até o fim do corredor e encontrei minha mãe sozinha e aos prantos, corri em sua direção e a abracei a envolvendo em um manto de coragem e amor, nesse momento precisávamos ser fortes por ele, porque eu sabia que ele não desistiria. Ele lutaria até o último minuto, porque sempre foi assim com meu pai, ele sempre lutou para chegar onde havia chegado e ele sempre fora agradecido pelas dádivas que haviam conquistado durante os anos, sempre fora um orgulho para nós e Travis também tinha muito orgulho. Eu não cogitava que ele desistiria agora ainda mais sabendo que minha mãe ainda precisava dele.

Stacy sentou do outro lado e segurou a mão de minha mãe que se debrulhava em lágrimas em meus ombros. Ela precisava de nossa força para acreditar que sairíamos dessa, papai era forte e resistiria, mas minha mãe tava tão abatida que podia ver que ela havia emagrecido um pouco. Todo esse cenário e cheiro de hospital me deixavam com náuseas, mas o que poderíamos fazer agora? Apenas rezar.

Passado uma hora, Stacy avisou por celular a seu namorado que se encontrava no hospital comigo e sua família, estranhei seu gesto e perguntei:

— Stacy, pode ir, agradeço por sua compaixão, mas essa luta é minha.

Ela me olhou e me fuzilou com o olhar, isso me deixou com arrepios.

— Não irei ao lugar nenhum! — disse com firmeza.

— Mas hoje é seu jantar de noivado, certo? — perguntei, confusa.

Ela assentiu e disse:

— Sim, mas eles entendem que estou dando força a uma amiga de longa data agora e podem fazê-lo sem mim.

Sorri para minha amiga e deixei as lágrimas rolarem livremente por meu rosto.

— Obrigada Stacy, mas isso não é justo com você e nem com ele, é sério, pode ir! — insisto.

— Então ele não me ama — disse ela dando de ombros. —, se amar é ser egoísta, então ele não me ama.

Abri os olhos com sua declaração e não soube o que falar. Sabia que podia contar com Stacy, mas isso era até demais para mim e saber que ela pretendia ficar independente do que eu falasse, me deu um choque de realidade e a única coisa que balbuciei foi:

— Obrigada.

🌹

Já falei o quanto Stacy pode ser teimosa quando quer, e ele é persistente nisso. Ela ficou comigo por uma tarde inteira enquanto eu e minha mãe estávamos no ápice da apreensão. Estávamos tensas sem saber o que se passava dentro da cirurgia, mas ela não nos deixou uma única vez. Fora buscar café expresso para nós três e logo o noivo e sua família se juntou a nós para uma companhia. Senti que nós precisavámos daquilo, daquela compaixão em família e me senti muito agradecida. O noivo de Stacy, Augustus se aproximou de nós, falou palavras confortadoras e agradeci mentalmente.

Lembrei da frase de Stacy, se ela a ama vai entender o porquê de estar aqui. Me levantei para apertar sua mão.

— Obrigada por vir, disse a ela que não precisava ficar, mas sabe como ela é. — digo um pouco sem graça.

Ele sorriu.

— Não se incomode com isso, eu a amo e a respeitarei em todas as suas decisões, o jantar pode esperar. — afirmou ele.

— Novamente, muito obrigada por estar aqui. — digo sentindo-me muito grata.

Foi quando percebi a diferença entre ele e Liam. Ele era mente aberta e respeitava o amor da sua vida em tudo, Liam era egoísta e só pensava em si mesmo. Seria muito mais fácil se Liam fosse igual a ele, simpático, compreensivo e muito doado a pessoas, eu não conhecia tão bem assim, mas só isso bastava para saber que Stacy havia feito a escolha certa. Minha mãe se levantou e andou de um lado e para outro segurando em suas mãos um terço entrelaçando as duas e me sensibilizei, ela rezava baixinho e a mãe de Stacy fez companhia a ela. Não pude conter as lágrimas e Stacy fez o mesmo.

Já fazia horas e ninguém nos dava um parecer de nada sobre sua situação, vi circulando por aí dois jalecos brancos mas nada diziam o tomavam a direção dessa sala de espera. Eu comecei a temer o pior e Stacy me olhou com olhar de repreensão.

— Nada disso mocinha, seu pai vai sair dessa. — disse ela na tentativa de me encorajar.

— Estou com tanto medo — confessei.

— Vai dar tudo certo, Morgan. — disse ela com sinceridade. — Tenha fé, nem parece aquela menina determinada que conheci.

Sorri para ela e a abracei enquanto chorava.

Havia momentos em que na vida você se sentia perdido e oprimido, o que eu estava sentindo agora ultrapassava os limites de tudo. Na busca de algo melhor, você pode se perder e foi exatamente o que aconteceu, ignorei meu sentidos, deixei minha família de lado para viver o mundo de Liam, de longe isso não me parecia muito justo. Então eu pude perceber, que eu também estava sendo egoísta ao me dedicar unicamente a Liam.

Minha família precisou de mim e eu não estava lá para ampara-los. Decidi que queria comer alguma coisa e perguntei a minha mãe se ela queria algo, ela negou com a cabeça e avisei que voltava em alguns minutos. Stacy se ofereceu para ir comigo e aceitei de bom grado, ela iria mesmo se eu dissesse não. Caminhamos pelo longo corredor verde claro e dobramos uma esquina e havia outra sala de espera, uma mulher que falava ao telefone exasperadamente e sentado em um canto com a cabeça pendida na parede estava quem eu menos queria ver hoje: Liam.

Lembrei-me de ter pedido para ele manter-se longe o possível, mas acho que pra ele ainda soou vazio. Mas no momento não queria me importar com isso, Stacy olhou para o lado visualizando o mesmo que eu, ela me olhou e segurou a minha mão e começou a me guiar na direção que eu deveria tomar. Mas por um milésimo de segundo queria ir lá, perguntar a ele o que estava acontecendo e lhe ceder meu conforto, mas minha razão diz para eu ignorar e foi o que eu fiz.

Ele nem sequer olhou, estava de olhos fechados mas podia ver a dor que seu corpo transmitia, podia ver não, mas sentir.

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