Pela visão de Liam.
Para mim era só mais um dia comum, como todos os outros. Finalmente, o casamento de Alex e Zara, chegou. Passei a semana juntamente com minha assistente, adiantando tudo para que não fique nenhuma peça fora do tabuleiros.
Escolhi o melhor terno que tinha no meu guarda roupa cinza e preto. Porque era com.o a minha vida toda. Estava pronto para encarar Zara de novo. Ela devia saber disso, que não havia mais nenhuma sombra do moleque que almejou casar com ela um dia.
Meu celular tocou e vi o nome do juiz mais poderoso de Nova York na tela. Meu pai insuportável.
Esperei dar o quarto toque e atendi:
- Pode falar.
-Comporte-se neste maldito casamento, Liam Madison! - gritou meu pai do outro lado da linha.
- Certo. - digo monossilábico.
- Confio em você, moleque. - diz ele seco.
Desligo o telefone sem pena.
Não é de hoje que Alex e meu pai não se dão bem, mas no tribunal parecem duas pessoas altamente civilizadas. Ele fez uma promessa em nós destruir. Não é que eu não fosse gostar, o problema é que ele me colocou no meio e a minha empresa, cuja meu pai não concordou em trabalhar em defesa de outras empresas, mas nada faço apenas do que oferecer contratos sobre a lei de outras advocacias. Era o que eu queria seguir? Não. Mas para irritar meu pai, vale a pena.
Claro que indo sozinho,era o que Zara e Alex queriam, mas não daria esse gostinho. Então tive a brilhante idéia de convidar alguém a ser minha namorada, e tinha que ser alguém que já me conhecia o suficiente para não se apaixonar. Antes de de Morgan trabalhar como estagiária lá, houve umas duas que literalmente babava e me paquerava ao invés de conferir arquivos e contratos, não duraram muito.
Bem, Morgan foi a única que ficou prontamente em sua mesa fazendo o que pedi por horas a fio, nunca reclamou. No início, nem desejava bom dia, achava desnecessário. Mas ela nunca pareceu se importar com isso, na verdade, ela é especificamente profissional nesse quesito, mulher forte e determinada e então fiz a proposta.
Não sei o que mudou tão rápido para ela dizer sim, mas sei que deve haver um motivo e perguntarei depois, por agora. Me sinto aliviado por ela ter de ir comigo, uma pessoa que trabalha fielmente comigo e confio nela. Por isso deixei que ela escolhesse os termos.
Desci para garagem e entrei em meu carro cinza e mandei mensagem que a buscaria em casa. Ela respondeu que está aguardando e já está pronta. Peguei a via principal menos congestionada, Nova York era caos de engarrafamento, mas hoje eu tinha de dar sorte.
Em poucos minutos cheguei e ela já estava na portaria, tinha uma garota ao seu lado terminando os ajustes do vestido azul turquesa caindo sobre seus ombros, deixando-os exposto, aquilo me cativou, estava com um penteado lindo em um coque sofisticado feito apenas para casamentos. O vestido ia até ao chão, deixando o delineado do seu corpo mais escultural ainda, uma maquiagem tão bem feito, que achei que era um anjo que estava prestes a entrar em meu carro. Meu amigo debaixo deu sinais e mandei ele ficar quieto, mas impossível segura-lo.
Ela estava incrivelmente linda.
Ela sempre estava linda, eu daria as honras se ela quisesse trabalhar na Bones & Broomerg, eu já sabia disso, a vi comentar com alguém no telefone e de repente me vi querendo realizar essa vontade dela. Liguei para lá e disse que estariam sendo burros se não a contratasse e que ela sabia muito bem o que quer, que eles não se arrependeriam.
Me perguntaram se já que ela era tão boa, porque eu estava ajudando ela a sair da minha empresa, eu simplesmente respondi que ela merece algo melhor do que Madison & Huntersberg. Eles prometeram inspecionar melhor seu currículo e dariam uma resposta. Quando ela disse, fiquei eufórico.
E quando eu tinha acabado de tomar um banho e mergulhar na cama com um bom seriado de masterchef, quando ouvi o celular tocar e tinha seu nome na tela. Será que havia acontecido alguma coisa na empresa? Quando atendi ouvi ela pedir socorro e me levantei na hora, estava furioso. Quem poderia fazer mal a ela? Dirigi feito bala e quando cheguei ao local, pelo rastreio de celular já estava com um ódio engasgado na garganta e peguei o desgraçado e usei o boxing para alguma coisa afinal. Mas parei quando ela me segurou e pediu pra irmos embora.
Ela entrou no carro e disse "oi" um pouco sem jeito, tive que cobrir meu amigo com o paletó do terno.
- Você está linda. - digo casualmente.
Veja ela sorrir com aquele batom nude brilhando em seus lábios carnudos. Meus olhos se fixaram por um minuto em seus lábios.
- Obrigada, você não está nada mal, Sr. Madison. - afirma ela.
- Para isso dar certo, é melhor criar alguns apelidos, se quisermos que isso dê certo. - realço a voz fria que sempre mantive.
Ela assentiu veemente e pegou um papel pequeno e se prontificou a ler.
- Eu passei a noite fazendo isso, bom eu preferiria te chamar de Leão solitário e você... - disse ela e comecei a rir.
- Definitivamente, não! - digo curto e grosso.
Ela deu de ombros.
- Então, apenas seguiremos o clichê, nos chamaremos de amor, se isso lhe deixa mais à vontade. - afirma ela.
- Melhor assim.
Enquanto eu estacionava o carro, busquei seguir padrões tradicionais e ser cavalheiro com a moça. Desci do carro e dei a volta, abri a porta e estendi minha mão, ela segurou com delicadeza e sorriu murmurando um "obrigado" e havia muitas pessoas muito bem vestidas da mais alta sociedade, desembargadores chegando. E, no outro lado havia gente poderosas que podiam colocar meu pai abaixo de cinzas. Não me admira ele ter tanto receio de Alex.
Morgan olhou em volta boquiaberta e por um segundo sorri internamente, havia percebido que ela nunca visitou um casamento assim ao ar livre e ainda mais de gente poderosas.
— Hora de começar o show, srta. Montgomery. — digo suave, quase um sussurro.
Ela assentiu e passou sua mão em meu braço. Ela estava esplêndida, me senti bem estando em sua companhia e isso era estranho para mim, ela parecia admirada pelo lugar. Caminhei até a escadaria da igreja mais renomada de Nova York. Alguns rostos conhecidos se voltaram para nós, uns ficaram chocados, outros ficaram interessados em saber como isso aconteceu. Subimos as escadas e entramos na igreja.
Meu pai estava sentado com minha mãe, para minha surpresa e assentiu levemente em minha direção. Continuei a andar e vi Alex de pé ao altar, sentamos na primeira fileira onde gentilmente Alex e Zara dedicaram para mim. Com certeza, não contaram em estar acompanhado da minha assistente. A ajuda dela será suficientemente recompensada.
Segurei sua a mão e a ajudei a sentar mesmo que isso tenha sido comumente desnecessário, ela sorriu e agradeceu, sentei-me ao seu lado. Mas me intriga meu pai estar aqui, ele enfatizou que era para eu representar seu nome, mas essa conversa fica para outro dia.
Alex me olhou com um sorriso arrogante no rosto e fez um gesto de cabeça a qual retribui. Ele se aproximou para um aperto de mão, levantei-me para que ele visse que ele não me intimidava dessa maneira.
— Fico feliz com sua presença, Madison. — afirma ele em um murmuro.
— Fico lisonjeado pelo convite, Sr. Hundger. — digo friamente enquanto ajeitava a gravata no pescoço.
Mesmo que eu não tivesse nada a ver com os problemas do meu pai, Alex se achou no direito de afetar minha advocacia. Mesmo que aquilo não fosse direcionados em sua função, parece que o ressentimento deles começou a me afetar. Mas mesmo assim, não o suportava por sua superioridade e arrogância.
— Vejo que veio acompanhado e muito bem acompanhado. — disse ele e olhou para Morgan, que delicadamente levantou como uma verdadeira dama e lhe estendeu a mão.
Ele foi muito educado e depositou um leve e rápido beijos nas costas de sua mão. Arranhei a garganta achando aquilo ridículo demais, ele riu do meu gesto.
— Madison, irei me casar hoje, o que acha que farei? — zombou ele.
— Querido, não se aborreça por uma coisa tão pequena. — diz sensualmente Morgan segurando meu braço e olhei em seus olhos escuros e profundos e estranhamente aquilo me acalmou. — Vamos nos sentar, obrigada pela atenção, Sr. Hundger e felicidades.
Ele sorriu e voltou ao seu lugar, mas percebi que ele não tirava os olhos de nós. Morgan havia percebido e segurou minha mão e a acariciou com seu polegar. Olhei para ela atenta a todos os detalhes, percebi também muitos olhares virados em nossa direção, o que foi constrangedor demais. Esperavam que eu viesse sozinho. E agora estou aqui.
Não ia deixar ela fazer o trabalho sozinha, beijei rapidamente sua têmpora e sorriu amavelmente. Por um momento, achei que se fosse em outras circunstâncias, uma outra vida, poderíamos realmente ficar juntos, mas era estranho estar confortavelmente ao lado dela.
A igreja iniciou a marcha nupcial e todos nós nos levantamos e olhamos para a porta. Ela entrou com seu pai, meu coração gelou, se é que existia um batendo aqui dentro.