Príncipe Erick, só tenho uma coisa a te dizer, caramba, entendo finalmente o porquê de ter se apaixonado pela Ariel. Não te julgo mais. Ok, só um pouquinho.
Quando acordei, à noite, naquela areia molhada, a qual me dava calafrios sentidos até as pontas dos pés, me deparei com seu rosto. O rosto de Namor. E, por algum motivo, este me deu um conforto necessário para a situação, como se pudesse assegurar-lhe meus segredos e medos sobre mim mesma. Sim, eu estava desesperada, porém tê-lo ali me fez, de certa forma, um pouco menos aflita do que eu normalmente ficaria.
Ao receber aquele abraço, em primeiro instante, fiquei meio desconcertada. Era, digamos, um embaraço de braços os quais, há muito tempo, não faziam aquilo. Contudo, no momento seguinte, as coisas foram se ajeitando, a confusão tornando-se verdadeiro consolo. O calor de seu corpo me fazia vibrar, mas não em sentido negativo, de forma alguma. Era algo novo, um ímpeto para um conforto inesperado, apesar de necessário. Será isso que Erick pensou ao ter o deslumbre de Ariel? Ah, a quem estou querendo enganar, eu mal o conheço. Não posso estar interessada. Esquece.
- Você está bem?- disse, pela primeira vez, com uma voz calma e apaziguadora, a qual tenderia a acabar com minha tortura temporária.
- Não. É... Não mesmo. Estou assustada, Namor. Isso nunca aconteceu antes.
- Como assim? Achava que poderia... - parecia estar buscando ou pelo menos tentando achar as palavras certas- Sabe, controlar.
- Eu queria, não tem noção de como... Mas, eu não sei nada. Nada mesmo. Eu fujo há tanto tempo disso que, sereio, eu não sei mais de nada. Estou com medo.
Desta vez, porém, ele não me corrigiu, apenas e somente me abraçou mais forte. Eu precisava disso, reconheço. Caro leitor, não entenda como um drama por si só, mas tudo isso era verdade. Há muito tempo eu só relevava, seguindo o que a vida tinha a oferecer, porém, não realmente a vivendo. Não sei mais do que sou capaz, nem sobre quem eu sou.
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Narradora on
- Nick, vai ficar surpreso sobre o que eu descobri, mas vou precisar de mais tempo aqui. Pelo menos, apesar do calor, a caipirinha é ótima.- falou a ruiva ao telefone, sorrindo de lado, como sempre fazia.
- Ok, apenas faça o que lhe pedi. Estou realmente interessado no rumo que isso pode levar.