Despertei sentindo um corpo, quente e aconchegante, pressionado atrás do meu e um sorriso enorme se formou em meus lábios antes mesmo que eu abrisse os olhos. Cheguei mais pra trás, pressionando meu corpo ainda mais contra o dele, e agarrei seu braço que estava por cima de mim.
Senti a respiração, quente e suave, em minha nuca. O perfume dele estava por toda parte, na cama, em mim... Era tudo perfeito.
Abri os olhos bem devagar e o sol entrava timidamente pela janela do quarto.
-Bom dia. – a voz rouca em meu ouvido me assustou, mas só por um segundo, logo depois me virei, ficando de frente pra ele e sorri.
-Bom dia. Está acordado há muito tempo? – perguntei acariciando seus cabelos, que estavam em uma bagunça linda.
-Não muito, só fiquei com preguiça de sair daqui. – ele riu. –Percebi quando você acordou.
-Não consigo me lembrar da última vez em que dormi e acordei tão bem assim. – confessei e Harry me puxou para mais perto dele.
Nós dormimos nus e a proximidade nos fez gemer, tinha outras partes nossas acordando também.
Harry se colou mais a mim e me beijou intensamente. Derreti em seus lábios e braços e correspondi ao beijo com a mesma voracidade. Em pouco tempo estávamos nos esfregando um contra o outro, eu rolei, ficando por cima dele, e agarrei nossos membros acariciando-os juntos.
Harry gemeu mais alto em meus lábios e segurou minha bunda me apertando mais contra ele, rebolando e aumentando a fricção de nossos pênis juntos. Era delicioso. Quando nossos lábios se desgrudaram, em busca de ar, ele começou a morder e chupar a pele do meu pescoço, me levando ao delírio. Era um prazer indescritível... E não demorou muito para que acabássemos gozando juntos.
Quando conseguimos normalizar o ritmo de nossas respirações estávamos rindo como bobos.
-Essa é uma maneira incrível de começar o dia. – falei.
-Eu concordo. E acho que devíamos fazer sempre.
-Sim, mas agora precisamos de um banho. – me levantei da cama.
-Acho que essa é uma ótima ideia também. – ele sorriu maliciosamente e eu sabia que aquele não seria um simples banho.
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Depois do, demorado, banho, Harry e eu tomamos café da manhã juntos em minha cozinha, conversamos, rimos e eu percebi que me acostumaria facilmente a tê-lo sempre por ali comigo, era maravilhoso.
-Eu tenho que ir agora. – ele anunciou depois de me ajudar a arrumar a cozinha. –Preciso passar na casa dos meus pais.
-Está tudo bem? – estranhei, já que ele parecia evitar o máximo possível o contato com os pais.
-Sim, só vou dar uma passada lá para avisá-los que Josh e eu vamos viajar nesse fim de semana, se eu apenas avisar por telefone a minha mãe vai encher o saco e quero livrar o Josh dessa, então eu vou. – ele deu de ombros. –Querendo ou não, eles continuam sendo meus pais.
-Eu entendo. – afirmei. –E acho bacana o fato de você ainda se preocupar com eles, apesar de tudo.
-Não consigo simplesmente ignorá-los. – ele sorriu levemente e o beijei.
-Nos vemos a noite de novo? – perguntei.
-Claro, eu passo aqui mais tarde.
-E dorme aqui de novo?
-Isso é um convite? – ele me puxou, passando os braços pela minha cintura, e descansei minhas mãos em seu peito.
-Você sabe que é. – sorri.
-Então sim, eu durmo aqui de novo. – ele disse e me beijou.
Depois fui com ele até a porta, onde nos despedimos com mais beijos, que eu queria que durassem para sempre.
Fiquei ali na porta até Harry entrar no elevador e descer, mas quando eu estava prestes a entrar, a porta ao lado se abriu e Stanley saiu com os pais.
-Louis. – Amber sorriu a me ver e eu não pude evitar corar um pouco ao me lembrar da última vez que nos encontramos, tinha sido tão constrangedor.
-Olá, Amber.
Oliver, o pai dele, mal me cumprimentou, mas eu pouco me importava para isso.
Stanley ficou apenas me olhando.
-Nós estamos saindo para buscar a Clara, namorada do Stan, e depois vamos almoçar com ela. Não quer vir com a gente? – Amber perguntou, e eu sabia que ela só estava sendo gentil, mas era tão desconfortável aquela situação.
-Não posso, obrigado. – tentei sorrir e entrar, mas Stan tinha que dificultar a situação.
-Não pode porque, Lou? Vai almoçar com o namorado? – Stan disse, o tom de nojo evidente ao pronunciar "namorado."
Fiquei com tanta raiva da cara de pau dele, que comecei a falar sem conseguir me conter.
-Não, mas nós vamos viajar, então estou ocupado organizando algumas coisas.
Ele me encarou seriamente e vi o jeito que o pai nos observava estranhamente.
-Vai viajar? Isso é ótimo. – Amber parecia não perceber o clima estranho, ou fingia muito bem.
-Aonde vão? – Stanley continuava a me encarar.
-Doncaster. – não que fosse da conta dele, mas na verdade era mesmo bom ele ficar sabendo logo, quem sabe assim se tocava de que eu estava realmente seguindo em frente.
-Oh, vai apresentá-lo aos seus pais? – Amber perguntou.
-Sim, vamos ficar uns dias lá.
-Está sério assim, Lou? – Stan deu um pequeno passo em minha direção e era como se por aqueles instantes ele estivesse se esquecido da presença dos pais.
-Sim, é. – respondi. –Eu preciso entrar agora, bom almoço pra vocês.
E antes que Amber ou Stan dissessem mais alguma coisa, entrei e fechei a porta. Notei o modo como Stanley ficou abalado quando eu contei que ia levar o Harry para Doncaster, mas não ia deixar aquilo me abalar também. Minha noite, e manhã, tinham sido incríveis e nada estragaria isso.
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O dia passou lentamente. Zayn e Liam estavam no trabalho, então fiquei sozinho em casa, aproveitei para já começar a arrumar minha mochila para a viagem e depois fiquei a toa pelo apartamento.
Depois do almoço Harry me ligou dizendo que passaria as oito para me buscar e irmos comer alguma coisa fora, talvez uma pizza, topei na hora, ia ser divertido e depois ele voltaria comigo e dormiria aqui de novo.
Fiquei jogado no sofá esperando a hora passar e, quando deu sete, resolvi ir logo tomar banho e começar a me arrumar. Demorei debaixo do chuveiro e também escolhendo que roupa iria usar, quando fiquei pronto já era quase oito da noite, para minha felicidade.
Voltei para a sala, esperaria o Harry ali, ele já devia estar chegando, mas assim que me sentei no sofá e ia ligar a tv, a porta do meu apartamento foi aberta com violência, me assustando.
Não acreditei quando vi quem estava entrando ali.
-Stanley! – berrei, ficando de pé.
-Ainda tem a mesma mania de deixar a porta destrancada, Louis. – ele disse ironicamente.
-Isso não te dá o direito de entrar aqui assim. – ele era inacreditável. Apontei para a porta ainda aberta. –Sai logo daqui.
-Não mesmo. – ele começou a vir em minha direção e dei alguns passos pra trás. –Precisamos conversar.
-Não, nós não precisamos conversar, deixa de ser idiota e sai logo daqui. – falei entredentes, furioso com a atitude dele.
Stan de repente parou e me olhou de cima a baixo.
-Vai sair?
-Sim, vou sair com o Harry. Ele já está chegando e se te encontrar aqui não vai gostar nem um pouco.
-Tô pouco me lixando para o que ele vai gostar ou não. – ele avançou de novo em minha direção.
-Você já foi babaca o suficiente, Stanley. Chega com isso... – mal consegui terminar de falar e num rompante ele me empurrou contra a parede.
-Você não pode fazer isso, Louis. Não pode levar esse cara para conhecer seus pais. – ele disse.
-Fica longe de mim. – tentei empurrá-lo, mas ele não estava facilitando.
-É assim que você diz que me amava? Mal terminamos e já está com outro. – ele gritou, os olhos marejando. E senti meus próprios olhos marejarem também, mas era de raiva.
-Pelo menos eu esperei a gente terminar né?! Você começou a namorar outra enquanto ainda estávamos juntos. – gritei de volta e dei outro empurrão nele, mas ele não me soltou.
-Eu te amo, Louis.
-Ah sim, claro. Você tem um belo jeito de demonstrar isso. – ri ironicamente e dei outro empurrão, dessa vez ele largou meus braços, mas continuou na minha frente me mantendo contra a parede.
-Você só está com esse cara para se vingar de mim, não é? Quer me deixar louco? Porque está conseguindo. – ele começou a chorar e minha raiva diminuiu um pouco.
-Não é isso, Stan. – falei. –Eu estou apaixonado pelo Harry.
-Não, eu não acredito. – ele sacudiu a cabeça com força.
-Você me conhece bem o suficiente para saber que estou dizendo a verdade. – o olhei nos olhos e ele viu o quanto eu estava sendo sincero.
-Louis... – ele sussurrou e segurou meu rosto tentando se aproximar, foi tudo muito rápido, mas percebi logo sua intenção e dei um empurrão nele com toda minha força.
-Não encosta mais em mim assim. – falei com firmeza e depois tudo se tornou uma grande confusão.
-Eu falei pra você ficar longe do Louis. – Harry disse entrando no apartamento, que ainda tinha a porta aberta.
-Era só o que faltava. – Stan se virou pra ele. –Você não tem nada a ver com isso, cai fora. O Louis é meu, sempre foi e sempre vai...
Antes que Stan pudesse terminar de falar ou eu pudesse mandar ele calar a boca, Harry o calou com um soco. Foi rápido e certeiro. Stan cambaleou, mas se recuperou rápido e tentou acertar o Harry de volta, mas ele estava preparado para isso e se desviou com facilidade, acertando outro soco na mandíbula do Stan.
Só então consegui me mexer, o Stanley estava tentando partir pra cima do Harry e me meti no meio dos dois.
-Parem. – pedi. –Chega! Stan, vai embora ou juro que vou chamar seus pais e eles vão saber tudo de uma vez.
-Eles não estão aqui, saíram. – Stan disse com a mão no rosto. Ele arfava, estava raivoso.
-O que você está fazendo aqui? Louis já deixou claro que te quer fora da vida dele. – Harry disse e o olhei, ficou óbvio que ele estava se esforçando muito para se controlar. O mantive atrás de mim e agarrei uma de suas mãos com força. Senti ele relaxar um pouco com o meu toque.
-Louis... – Stanley falou o ignorando. –Eu vou terminar com a Clara, prometo que vou. E também vou contar tudo aos meus pais, juro! Mas volta pra mim.
Senti Harry voltar a ficar tenso atrás de mim, mas só apertei sua mão mais forte. Há um tempo atrás as palavras do Stan me teriam feito o cara mais feliz do mundo... Era surpreendente ver o quanto tudo tinha mudado, mas era bom também.
-Você devia mesmo terminar com a Clara e contar tudo aos seus pais. – falei calmamente. –Mas não por mim. E sim por você mesmo, por eles. Nós dois acabamos, Stan... É tarde demais pra gente.
-Louis... – ele tentou dizer, mas Harry o interrompeu.
-Agora sai daqui e não volte mais. – ele disse friamente.
Stan nos encarou por alguns instantes, mas, para meu alívio, foi mesmo embora, batendo a porta com força ao sair.
Encostei meu corpo contra o de Harry, mas ele me virou ficando de frente pra mim e segurou meu rosto.
-Você está bem? Ele fez algo antes de eu chegar? – perguntou.
-Não, ele não fez nada. Está tudo bem. – suspirei. –Eu sempre me esqueço de trancar a merda da porta e ele entrou sem nem bater.
-Eu enlouqueci quando cheguei aqui, escutei os gritos e o vi tentando te beijar e você o empurrando. – ele disse me abraçando com força. Fiquei aliviado por ele ter visto que eu tinha empurrado o Stan e dito para ele se afastar, a última coisa que eu gostaria era de algum tipo de mal entendido entre a gente.
-Está tudo bem agora. – me afastei um pouco e segurei suas mãos. Uma delas estava vermelha. –Dói?
-Não, vai doer mais nele. E foi merecido. – ele disse.
-Eu sei. – sussurrei.
-Lou... – Harry ergueu meu rosto para que eu o olhasse nos olhos.
-O que?
-Quando ele disse aquelas coisas... Que largaria a garota e falaria com os pais... Você...
-Não. – falei antes mesmo que ele terminasse. –Você escutou o que eu disse pra ele, Harry. A minha história com o Stan acabou. Eu estou apaixonado por você.
Ele não disse nada, só me beijou. Mas aquele beijo falou mais do que mil palavras, eu senti o quanto ele ficou aliviado e feliz com minha resposta, senti o quanto ele estava apaixonado por mim também.
A minha história com o Stan estava mesmo acabada! Era triste o modo como tudo aconteceu, eu tinha boas lembranças dele e o amei muito... Mas acabou e, agora, eu estava feliz por isso. Feliz por ter o Harry.
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N/A: Oii :) Muito obrigada pelos votos e comentários :) E eu comecei a postar uma outra fic aqui, ela se chama "Recomeço", então se quiserem dar uma olhada nela lá no meu perfil eu ficarei bem feliz <3 beijos