Nós preferimos sair durante o anoitecer, seria melhor para camuflar nossa passagem, tentaríamos fazer apenas uma parada, um descanso rápido, mais para os dragões e assim só pararíamos no destino final.
Já tem pelo menos uma hora que estamos no ar, o tempo não está nada bom, consigo sentir a tempestade que vai cair, isso não é nada favorável para a gente.
A chuva estava ficando mais forte, só que ainda dava para continuar, mas quando os relâmpagos começaram a clarear o céu, Baela sinalizou que era melhor pararmos. Conseguimos descer em Vaufreixo, sede da casa Ashford, o Lorde Randyll nos recebeu muito bem e cedeu quartos extremamente confortáveis para ficarmos até que a tempestade passasse, mas não esperaríamos tanto assim, o risco de ficar por aqui até amanhecer era muito grande, precisaríamos partir logo, com ou sem tempestade.
A chuva diminuiu um pouco, só que os relâmpagos ainda clareiam o céu, mas não podemos mais ficar aqui, precisamos partir, assim que descemos do castelo, vejo Randyll, ele vem em nossa direção.
— Não acham melhor deixar para partir pela manhã?
— Não, temos assuntos urgentes para tratar com Catryn Tyrell, não podemos perder tempo, obrigada pela hospedagem. – É melhor mantermos a história assim, nenhum lorde imagina que o rei vai enviar duas "crianças", como eles gostam de nos chamar, para uma guerra, as armaduras só não causam desconfianças por estarmos em tempos de guerra, toda proteção é necessária.
Catryn tem movido seu exército em silêncio, tentando ao máximo não espalhar o pânico pela Campina, é óbvio que chama um pouco de atenção, mas o que é meio exército contra três? Isso não preocuparia eles, agora dragões sim, podemos reduzir os números deles, mas como estávamos recebendo nas notícias de Correrrio, provavelmente eles também terão balistas, por sorte, Moondancer e Storm são ágeis, eu tenho um perfeito controle sobre o meu dragão, assim como Baela, isso já é uma vantagem tática, há sempre riscos, mas acredito que com uma ação rápida, conseguiremos conter os avanços e mantê-los fora dos portões de VilaVelha.
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Em tempos de guerra o farol da casa Hightower se acende na cor verde, de longe já conseguimos avistar ele, optamos por contornar pela Fortaleza de Águas Claras, sede da casa Florent, já que os exércitos deles estão posicionados nas terras da casa Tarly, os lordes foram feitos de reféns, porque essa não foi uma casa que se rebelou contra o rei, então eles forçaram a entrada e tomaram como acampamento de guerra, não é longe de VilaVelha, passamos por Bandallon que fica ao noroeste da grande cidade, é a sede da casa Blackbar e também é por onde o exército Tyrell tem se movido, mesmo que não seja uma surpresa que o rei enviaria ajuda, eles sabem que os dragões estão em Correrrio, o único montador que VilaVelha tem, estará combatendo em terra.
Quando chegamos, sobrevoamos pela cidade, só há guardas da patrulha da cidade, até nos portos somente quem poderá batalhar caso ocorra uma invasão inesperada, coisa que nesse momento acho bem difícil, já que Aemond fez planos táticos junto de Daeron e Ormund quando ele esteve aqui, ele além de ser excelente em combate, também aprendeu muito bem sobre posicionamentos, estratégias de proteção e contra-ataques, por isso meu avô faz questão de enviá-lo para conversar com aliados, por mais que ele não admita, ele gosta disso, é cansativo mas ele é muito bom nisso.
Nós pousamos no pátio, Daeron e Ormund já estão nos esperando.
— Não gostaria de revê-las nessas condições. – Meu tio diz e me abraça, depois também abraça Baela.
— Nem me fale. As coisas estão muito ruins? – Ormund confirma.
— Nosso exército está posicionado bem ao portão da cidade, mandamos nossa linha de frente para impedir o avanço do ataque deles, mas foi uma perda de tempo, há braavosis com eles também, parece que Braavos tem uma quantidade infinita de pessoas dispostas a acabar com a dinastia Targaryen. – Ele suspira e passa a mão no rosto. – Só alguns voltaram com vida, o exército Tyrell está perto do Vinhomel, juntaremos os dois exércitos e com a ajuda de vocês duas no céu, teremos alguma chance de impedi-los. – Daeron concorda com ele e começa a contar sobre algumas das estratégias que precisamos seguir, por mais que pensem que o rei não enviaria mais ajuda de dragões, trouxeram muitas balistas para precaução, Monte Chifre (Sede da casa Tarly) será derrubado assim que eles se estabelecerem mais a frente de VilaVelha, Ormund acha que vão se movimentar durante a madrugada, para atacar durante o alvorecer.
Se eles realmente começarem a se movimentar durante a madrugada, eu atacarei de surpresa, Storm pode se camuflar, será muito mais difícil para eles tentarem acertar ela e poderíamos fazê-los recuarem, o ideal seria atacá-los sempre que tentassem ganhar mais espaço, sempre com os dragões e evitar um combate direto entre os exércitos, os números deles são muito maiores para vencermos assim.
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6 dias do início do ataque
Há corpos por onde olhamos, o campo verde está pintado de cinzas e manchas vermelhas, grandes poças de sangue, virou um massacre, o exército de Norvos está intocável, eles estão na retaguarda, só avançaram se estiverem perdendo, não posso chegar perto da Sede sem que usem as balistas de defesa do castelo, contei pelo menos umas oito, não dá para arriscar. Pela manhã recebemos informações de Correrrio, parece que a vantagem finalmente está do nosso lado, pelo menos isso.
Vejo Baela sinalizar algo no campo, consigo ver a linha deles se fechando em volta do nosso ataque, Daeron está lá, Storm desce agilmente, Ormund sinaliza para que eles abaixem e coloquem os escudo como proteção, tento chegar o mais perto possível para não atingi-los e assim que os homens de Lorath percebem meu ataque, tentam recuar, mas já é tarde demais.
— DRACARYS. – O fogo consome tudo, as chamas se espelham rapidamente, seus corpos estão queimando, os gritos são agonizantes, é triste, mas a guerra é isso...
Desço no nosso acampamento, Ormund recuou um pouco, alguns dos homens dos Tyrells conseguiram avançar mais no momento em que eu ataquei, Baela me protegeu em relação as balistas, queimou duas das que estavam armadas para me derrubar.
— Acha que é possível conseguirmos atacar pelo flanco esquerdo de Qohor? Estou preocupado que mais da metade deles ainda está de pé, já tivemos muitas perdas. – Sor Gusly pergunta.
— Podemos tentar, mas as baixas poderiam ser maiores... Não estamos em posição de perder mais ninguém. – Antes que ele termine, Baela interfere.
— Rhaenys pode distraí-los, eles vão focar em Storm que é maior, as balistas estarão viradas para ela, será arriscado, mas isso me dá a chance de ir por cima e descer bem no pé deles, Moondancer é menor e com isso, não será tão visada, eles estão com mais medo dela. – Finaliza apontando para mim. Ormund concorda com ela.
— Sim, Rhaenys já fez grandes estragos nos homens Loraths, para ela reduzir Qohor é um pulo, mas eles esquecem que Baela também pode fazer isso, vamos tentar por esse caminho, pode dar certo e não perderemos homens. – Todos concordam com o plano.
— Em terra, temos que tomar muito cuidado com os braavosis, eles estão atacando depois de Qohor, sempre nas nossas fraquezas, isso está acabando com nossas defesas, eles são mais fortes e mais habilidosos. Seria uma benção conseguir mais exércitos para nos ajudar. – Sim, os homens de Braavos costumam ter o dobro dos nossos, seus músculos são imensos, parecem até que podem esmagar um tronco de árvore só com as mãos, de tão grandes e fortes que são.
Sigo caminho para fora da tenda com Daeron ao meu encalço.
— Tome cuidado, Baela tem razão, você virou o alvo principal, derrubar você vai dar um alívio para eles... – Ele sorri. — Quem diria, você sendo o maior terror de um exército. – Lhe dou um tapinha no braço.
Durante o tempo que temos para descansar, todos ali estão empenhados em melhorar as minhas habilidades com espadas, mesmo que seja pouco tempo, já consegui grandes avanços, estou treinando com guerreiros experientes em batalhas, até consegui vencer uma vez de Baela, depois de perder sete, ela também tem treinado, nunca se sabe se precisarão de nós duas em terra.
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O ataque a Qohor quase deu errado, umas das balistas passou raspando em Storm, nada que vá afetar, só que o susto... Pelos Deuses, mas pelo menos foi distração suficiente para Baela atacá-los, ela subiu o mais alto possível, depois desceu com tudo, bem ao pé deles e queimou toda a defesa deles, logo o ataque dos Hightowers avançou e atacou em seu momento de desespero, Qohor ainda está forte, mas isso faz com que Norvo já comece a pensar em mover os seus, com isso, poderei atacar sem que isso cause uma morte para uma maldita balista fixa do castelo.
Baela está treinando com Sor Gusly, ele é um ótimo espadachim, habilidoso demais.
— Chegou uma carta de Correrrio, parece que os dois lados recuaram um pouco... – Daeron se senta ao meu lado, ele parece tenso.
— Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa para recuarem assim? – Ele assente. — Daeron, fala logo, você está me deixando nervosa. – Baela parou o treino quando me viu ficar exaltada.
— O que aconteceu? – Ele suspira.
— Parece que conseguiram pegar dois dos nossos... Dois Targaryens, foi o que a carta afirmou, só não sabemos quais foram. – Na hora começa a me bater um desespero, sinto como se fosse colocar tudo o que comi nas últimas horas para fora. Dois dos nossos foram pegos, não, isso não pode estar acontecendo, eles vão matá-los.
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Boa tardeeee👀❤️
Não esqueçam de conferir se leram os dois de ontem🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻