• Capítulo Vinte e Cinco - Princesa •
Lys tinha chegado a Pedra do Dragão há algum tempo e ainda não se sentia completamente à vontade mesmo com todos os esforços de Daemon para demonstrar que ela estava em casa. O lugar era escuro, frio e rústico demais, com dragões incrustados em todo canto. Parecia mais uma caverna do que um lar propriamente dito.
Ela sabia que aquele lugar era especial para Daemon, não queria ofendê-lo e por isso passava grande parte do seu dia andando a esmo pela parte externa do forte enquanto ele se ocupava de algumas obrigações.
Lys sabia que em breve Daemon partiria para o Vale e mesmo que ele não desejasse, era algo que o príncipe precisava fazer e ela sabia disso.
Ainda se sentia mal por Lady Rhea, não achava que tinha lhe roubado nada, mas parecia injusto que ela pudesse encontrar o amor nos braços do homem que deveria lhe pertencer.
Especialmente naquela tarde estava nostálgica, sentia fortemente a falta de Ezzara que havia ficado em Derivamarca. Seu casamento havia sido adiado por conta de uma viagem que seu futuro marido precisaria fazer até Winterfell e isso tinha separado as amigas temporariamente, o que não fazia de toda a situação menos dolorosa.
A saída da ilha de Corlys e Rhaenys Velaryon foi cercada de conflitos. A princesa proferiu duras palavras a Lys que não deixou-se humilhar facilmente, Daemon também fez questão de colocar Rhaenys em seu lugar, não sem antes ela jurar que haveria vingança contra a quebra do acordo.
Lys tinha medo, não podia mentir pra si mesma. Para o mundo ela seguiria forte e corajosa, mas no fundo sabia que ela não passava de uma qualquer para a coroa de quem seria mais fácil e prático se livrar rapidamente, enquanto Daemon era um príncipe, irmão do rei, um Targaryen, quase intocável.
Mesmo cercada pelos mantos dourados e ainda assim sentia-se insegura.
Estava sentada sozinha no pátio quando ouviu o rugir de Caraxes, seu corpo tremeu inteiro com o susto. Ainda demoraria muito tempo para ela se acostumar à presença da fera.
O animal estava sob a planície de pedras observando o céu com agitação. Lys se levantou e tentou enxergar além do ponto no qual Caraxes se fixava, mas o céu nublado lhe impediu. Então como que de repente um dragão amarelado pouco menor que Caraxes cortou o céu e baixou voo no lado oposto do castelo onde Lys se encontrava.
Estava assustada, poucos dragões ainda existiam e a maioria deles pertencia aos Targaryen de Kings Landing, apenas um era de Laenor Velaryon e ela já tinha visto Seasmoke o suficiente para saber que aquele não era ele.
Lys observou quando a princesa Rhaenyra deslizou graciosamente de sua sela, deu um leve tapinha no couro de seu dragão, sussurrou e o afagou antes do animal levantar voo e partir.
Os olhos de Rhaenyra, tão iguais aos de Daemon focaram Lys pela primeira vez e a princesa pareceu analisá-la por um momento antes de sorrir sem mostrar os dentes e caminhar na direção de Lys.
A morena ficou nervosa, poucas vezes tinha trocado qualquer palavra com a princesa e ela sempre ela estava acompanhada de Alicent Hightower o que fazia com que prestasse menos atenção ainda em Lys.
Assim que ambas as mulheres ficaram frente a frente, foi Rhaenyra quem quebrou o incômodo silêncio.
— Então você deve ser a mulher que virou a a cabeça do meu tio. – Disse ela, mas seu tom não era nada acusatório, assim como sua feição.
— Alteza... – Respondeu Lys prontamente. – Me perdoe se fui algum incômodo.
— Incômodo algum...
— Lysbeth, alteza.
— Lysbeth. Não foi nenhum incômodo. Talvez para o meu pai e ao Lorde Otto, mas não para mim. – Rhaenyra riu. – Não seria a primeira vez que Daemon causa algum tipo de transtorno a eles.
— E eu adoro ser o motivo das dores de cabeça de Otto. – Retrucou Daemon surgindo logo atrás das mulheres sem que elas percebessem sua presença.
Rhaenyra olhou para o tio com certa adoração, mesmo tipo de olhar que Daemon devolveu à princesa. Ele se aproximou o suficiente para beijar-lhe a testa e tomou um lugar ao lado de Lys.
— Vejo que já conheceu Lady Lysbeth. – Disse ele. Lys ainda achava muito estranho ser apresentada como uma lady.
— Sim e devo dizer que tem um ótimo gosto tio, Lysbeth é uma visão. – Falou Rhaenyra divertida.
— Por favor me chame apenas de Lys.
— Lys? Apelidos são íntimos, obrigada por me incluir em seu círculo se intimidade.
Lys sentia-se agradecida por Rhaenyra tê-la tratado tão bem. Um dos seus maiores medos era que toda Red Keep a odiasse o suficiente para fazer de sua vida com Daemon um verdadeiro caos.
Juntos os três caminharam para dentro do forte com Daemon e Rhaenyra trocando informações sobre Viserys. Lys foi logo atrás dos príncipes tentando dar-lhe privacidade nos assuntos que diziam respeito à sua família.
Em determinado momento ela virou-se para seguir para seus aposentos, mas Rhaenyra percebeu e interveio imediatamente, tomando a mão de Lys entre as suas muito brancas e frias.
— Não, por favor, tem muitas coisas que gostaria de conversar com você. – Pediu a princesa.
Lys jamais recusaria um pedido tão educado e de alguém como Rhaenyra Targaryen. Daemon observava as duas enquanto um sorriso satisfeito brincava em seus lábios.
Seguiram até a sala do mapa, na parte mais alta do castelo. Lá havia uma enorme mesa de pedra esculpida no formado de um detalhado mapa de Westeros, onde muito tempo antes, o Aegon planejou sua conquista aos sete reinos.
Sentaram-se e logo após uma breve descontração Rhaenyra assumiu um tom sério.
— Eu adoraria ter vindo aqui apenas para uma visita, mas meu pai não imagina que eu possa estar em Pedra do Dragão. – Disse.
— Ele dirá que eu influencio e incentivo sua desobediência. – Retrucou Daemon.
— De certo modo sim, mas eu vim até aqui porque tem coisas que preciso dizer a você Daemon.
— Então fale.
— Otto Hightower segue viagem com alguns soldados e o destino deles são as portas do seu castelo.
— Era de se esperar que a paz durasse pouco por aqui.
Lys ficou incomodada. Se Otto marchava até Pedra do Dragão seria a mando do rei e o que de tão sério poderia ter ocorrido a ponto de que merecessem a visita da Mão? Seria por causa dela? Lys sentia-se muito impotente e no fundo não achava que alguém como Lorde Hightower se daria a todo esse trabalho somente por ela.
— Mas o que ele deseja vindo até aqui? – Questionou Lys.
— Lady Rhea faleceu no Vale, um infeliz acidente que lhe vitimou e o seu marido ainda não se fez presente. – Ironizou Rhaenyra. – O que deixou o rei mal visto com a lady Jeyne Arryn.
— Como se eu me importasse! – Falou Daemon.
— Mas deveria, pois agora Pedrarruna deveria passar para você, seu casamento era legítimo.
— Aqueles autômatos de bronze jamais me deixariam assumir qualquer coisa no Vale e nem desejaria tamanho suplício. – Reclamou Daemon olhando para Lys.
— Então suponho que ela venha pedir a Daemon que compareça ao Vale para renunciar ao seu direito como marido? – Perguntou Lys novamente.
— É o que acredito, mas não acho que pedir seja a palavra certa.
— Não recebo ordens daquele merdinha...
— Mas recebe do rei, seu irmão. – Falou Lys muito séria.
Daemon a fitou zangado o suficiente para se levantar e andar de um lado pro outro incomodado com a informação que Rhaenyra teouxera.
— Tem que fazer algo antes que isso piore e se torne um problema político grande demais para nós Daemon. – Pediu Lys.
— Ela está certa, se isso chegar a um extremo meu pai não poderá fazer nada a não ser exilá-lo.
— Ele já fez isso uma vez Rhaenyra, quando me despachou pro Vale!
— Daemon, vá ao Vale o quanto antes. Abdique de tudo e retorne, quem sabe assim viveremos em paz.
— Eles não pretendem deixar que vivam em paz Lys, eu sinto muito. – Falou Rhaenyra também se erguendo. – Uma das exigências do rei é que "a prostituta volte de onde nunca deveria ter saído." Me perdoe o linguajar.
Lys emudeceu. Não havia paz em Westeros para ela, mas se pensavam que a fariam desistir de Daemon tão fácil assim estavam muito enganados. Ela não era mais tão boba e sabia que não podia comprar uma briga com o rei, mas se fosse necessário ela daria trabalho.
— Se alguém ousar chamar Lys de prostituta novamente eu arranco a língua com minha própria adaga. – Sibilou Daemon.
— Não vamos precisar disso. – Retrucou Lys – Basta que convoquemos um Meistre e nos casemos nos ritos tradicionais. Se assim o fizermos, não haverá nada que o rei ou lorde Otto possam fazer, você é um homem viúvo que tem o direito de tomar uma nova esposa.
Daemon a fitou como se fosse a primeira vez. Estava impressionado com a intensidade e a resposta que Lys dera a situação, em outros tempos ela teria recuado, mas agora parecia forte e corajosa e isso o excitou.
Rhaenyra custou a acreditar na sugestão de Lys, mas por fim concordou que essa seria uma solução viável e ali diante do trono que fora de Aegon, o Conquistador, Lys e Daemon se comprometeram.
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Olar!
Tenham paciência o próximo sai daqui a pouquinho!
Somos 21K obrigada por tanto ❤️
Beijos, May.
Olá, espero que estejam curtindo e gostando de
O Príncipe Rebelde.
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O Rugido do Leão
uma fanfic de Game Of Thrones
SINOPSE
Adara é uma jovem de verão. Nascida N'As Ilhas e criada em Jardim de Cima. Ela é "vendida" sem cerimônia por seu tio e oferecida em casamento a Jaime Lannister.
Quando Walder Frey lhe toma tudo num piscar de olhos, Adara se vê perdida em terras nortenhas e com a ajuda de amigos e aliados a garota se tornará não somente rainha do norte, mas um fio de esperança na guerra entre o dia e a noite que se aproxima.
Obs: A história é somente baseada em eventos de Game Of Thrones, não segue a mesma linha do tempo e alguns acontecimentos foram reajustados para melhor acomodar o roteiro de O Rugido do Leão.
🥇1º Lugar em #JaimeLannister 12/08/21
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