"Dedique um momento do seu dia para sorrir, e logo após vira espontâneo."
- O amor acontece!
Pov Katherine
— Eu sinto inveja quando alguém te abraça — seus olhos cruzaram com os meus, ele coloca algumas mechas do meu cabelo atrás da minha orelha.
— Por quê? — Pergunto envergonhada, sem conseguir desviar o olhar do seu.
— Por que, por mesmo que seja por alguns segundos, ela está abraçando meu mundo inteiro — ele acaricia meu rosto me deixando hipnotizada com seu toque e quando eu menos espero alguém grita:
— CORTA — nos afastamos automaticamente um pouco constrangidos, o porquê, eu não sei, é apenas uma cena, não deveríamos ficar com vergonha.
Talvez seja porque não estamos nos falando, desde a noite que ele viu o Dylan no meu apartamento. A não ser nas gravações, mas sempre que acabam as cenas ele sai de perto de mim como se não quisesse falar comigo, ou melhor, ele não quer.
— Que cara é essa — Olívia pergunta ao me ver — você está bem? — Nego — Isso tudo é nervosismo?
— Não. Quer dizer, eu não sei! — Ela me olha sem entender — talvez seja, eu só não consigo.
— Ei, você é boa. Não precisa ficar assim, eu vou te ajudar — olho para ela com vontade de chorar — vamos fazer assim, você chega aqui todos os dias uma hora mais cedo e eu te ajudo com as cenas antes das gravações. Assim você vai se sentir mais segura e não ligue para elas — estreito os olhos sem entender e ela olha para umas figurantes que estavam me olhando com desprezo — elas podem ser mais experientes, mas se fossem tão boas, teriam ganhado os papéis, não você — isso é o que menos está me incomodando agora, mas prefiro que ela ache que é isso, do que saber que é por causa dele.
Não faz sentindo sentir isso por quem não se importa. Porque está perto de alguém que te faz bem e mal, ao mesmo tempo, é pedir para sentir dor constantemente, mesmo que depois ela seja aliviada com um belo sorriso. E talvez a gente brigue tanto por sermos tão diferentes, totalmente, mas uma hora, um vai desistir, só espero que não seja com alguém machucado.
Hoje foi o primeiro dia de gravação e é o retorno das minhas aulas, isso vai ser ótimo, pelo menos ocupo um pouco minha cabeça e paro de pensar besteira.
— Então alunos, sejam bem-vindos de volta — a senhorita Abigail, nossa professora fala — espero que tenham descansado bastante, porque vocês estão na reta final para se formarem, quero dedicação total de todos.
Como vou me dedicar ao curso com as gravações? Mas como ela me obrigou a aceitar, ela vai ter que me dá um desconto, porque vou passar isso na cara dela sempre que precisar.
— Tenho um trabalho para vocês. Como eu já falei algumas vezes, uma das coisas mais importante na carreira de um produtor, é ter uma boa visão. Nosso trabalho é igual de um escritor, músico, ou qualquer outro artista. Pegamos algo para se inspirar e criar uma obra. No nosso caso, nossa maior inspiração, normalmente são os livros. Precisamos enxergar o filme perfeito na nossa cabeça enquanto estamos lendo, eu quero que vocês façam isso, peguem um e me convençam que aquela história é perfeita para uma adaptação cinematográfica.
Depois de mais algumas orientações fomos finalmente dispensadas. Vou para cantina com o Dylan, mas tudo parece estranho, as pessoas estão olhando para mim como se nunca tivessem me visto, rindo e acenando.
— Por que estão fazendo isso? Eles nunca nem falaram comigo - reclamo.
— Talvez porque não é todo dia que eles ver uma atriz.
— Sério isso? — Reviro os olhos e sento em uma das mesas — temos que pensar no que vamos fazer, nada de romancezinho, só basta a turma toda fazendo isso, temos que escolher um suspense, ou um clássico da literatura, Jane Austen talvez.
— Prefiro um suspense, a última adaptação do Jane Austen foi uma merda, a única coisa que me fez assistir ao filme foi a atuação da Dakota Johnson.
— Nisso tenho que concordar. Confesso que a primeira coisa que me chama atenção em um filme, é o elenco.
— Não vejo a hora disso acabar logo, não aguento mais estudar — Ele se joga em cima do banco choramingando.
— Aguentar homem, está quase acabando e vamos ser dois produtores de sucesso.
— Vamos ser parceiros. Você vai dirigir e eu vou produzir e seremos a dupla infalível — desde que fizemos nosso primeiro trabalho juntos, falamos que vamos ser sócios, eu amaria trabalhar com meu melhor amigo — falando nisso, já pensou sobre nossa apresentação do final do semestre?
— Pode ser de uma garota burra que dormiu com uma celebridade que é apaixonado por outra e agora se arrepende amargamente? — Eu só me toco na besteira que fiz, quando ele arregala os olhos chocado.
— Você transou com ele? — Sua voz soa mais alto que o esperado e todos ao nosso redor ficar olhando para a gente.
— Cala a boca, quer que todo mundo escute, cacete.
— Porque você não me falou sua safada.
— Ei... — belisco ele.
— Não acredito, finalmente. Achei que você iria morrer virgem - ele dá uma mordida em sua rosquinha.
— Meu Deus, Dylan — Pego minhas coisas levantando saindo de perto dele antes que ele me mate mais ainda de vergonha — tenho que voltar para aula.
— Você tem que me contar tudinho — paro olhando para ele pasma — que é? Homem também gosta de saber os detalhes.
— Não.... Agora ver se me erra que essa aula é muito importante.
— Você pegou o Jason Salvatore, mas eu entendo você, ele é um gostoso — balanço a cabeça envergonhada — qual é, sou homem, mas sei assumir quando um outro também é gostoso, assim como eu, mas eu prefiro a irmã dele, ela é perfeita.
— Mas não é para seu bico, você é um galinha — abro meu armário e pego meus livros dentro.
— Não sou, só estou aproveitando a vida enquanto acho minha alma gêmea — começo a rir sem acreditar — aula de teatro, a senhora Willians estava dando aula sobre Shakespeare e agora sou um pobre apaixonado pela literatura inglesa.
— Ok senhor apaixonado, agora vamos correr antes que ficamos com falta.
A última aula passou correndo, ou foi o fato de eu não estar totalmente presente nela. Passei a maior parte tentando tirar o Jason da cabeça.
— Você deveria ir falar com ele — Dylan está insistindo para eu falar com ele, desde que falei o que aconteceu na noite passada — um dos dois tem que deixar o orgulho de lado e dá o primeiro passo, ou você quer passar meses trabalhando com uma pessoa na qual você nem fala?
— Não vejo problema, assim não estamos brigando.
— Prefere ficar assim do que brigando por besteira? — Dou de ombros com o questionamento dele — eu sei, é estranho, mas vocês se davam bem, do jeito de vocês, mas você estava feliz, eu sei.
— Ok, eu vou falar com ele, mas se ele ficar sendo chato, venho embora — ele comemora.
Vamos para o estacionamento pegar seu carro e ele me deixa no apartamento deles em Manhattan. Esse lugar é lindo. Como não tinha grana nunca tinha vindo nesse bairro, só via na TV.
Vou até aportaria e o porteiro me anuncia, depois de alguns minutos ele me deixa subir. Que chique, no meu prédio não tem isso não. Até tem um senhorzinho que diz ser porteiro, mas entra qualquer um.
— Emma — abraço ela quando abre a porta.
— Pode entrar, meus irmãos foram comprar chocolate. Eu queria comer, então menti para eles falando que era desejo e eles tiveram que ir — começo a rir, agora sei porque as pessoas dizem que ela não presta.
— Posso esperar um pouco? Preciso conversar com o Jason.
— Claro, tudo bem? — Dou de ombros e ela já entende que não.
Ela deita no sofá e devido está usando apenas um cropped consigo ver sua barriga crescendo.
— Da para acreditar que tem um mini baby aqui, com essa barriga minúscula? — Brinco. Mesmo grávida ainda é menor que a minha. Como ela é bailarina, ela tem o corpo lindo, inveja, mas minha coragem não deixa eu fazer exercícios físicos.
— Estou com apenas dois meses, não cresceu nada ainda.
— Você parece muito feliz.
— Sim, eu nunca pensei que isso aconteceria algum dia — estreito os olhos sem entender, ela é jovem e casada, como não aconteceria? — Não sei se você sabe, mas não sou irmã biológica dos gêmeos — arqueio a sobrancelha surpresa, acho eles tão parecidos — e no dia do meu casamento, ou melhor, no dia que ia ser meu casamento o cara que doou os espermatozoides para a minha mãe biológica me gerar, ele atirou em mim e eu tecnicamente não poderia mais ter filhos.
— Nossa, eu sinto muito, não imaginava, vocês são tão unidos, não parece.
— Eu tive muita sorte no quesito família, marido — ela sorrir olhando para uma foto deles em cima do criado mudo — e tenho uma irmã maravilhosa que é filha dos — ela fica um pouco desconfortável em falar — meus pais biológicos.
— É difícil falar deles? — A família dela é completamente diferente da minha, sinto até um pouco de inveja e saudades dos meus pais.
— Katherine, você está bem? — Limpo uma lágrima que insiste em cair em meu rosto.
— Sim, desculpa.
— O que aconteceu?
— Eu só lembrei dos meus pais, acho que nunca vou entender como pessoas que nem são do seu sangue conseguem te amar mais que seus próprios pais.
— Eu também não consigo entender, mas eu sei que é possível. Os meus nunca deram nenhum motivo para que eu duvidasse do amor deles por mim.
— Meu pai me amava muito, minha mãe já não tenho tanta certeza. Depois que ele morreu ela esqueceu completamente que existíamos. E ainda colocou minha irmã contra mim quando vim tentar um futuro melhor.
— Eu sinto muito por isso, nem imagino o que deve ter passado até aqui — ela acaricia meu rosto. Apesar de mal a conhecer, eu confio muito na Emma, tirando o Dylan ela é a única pessoa a quem contei isso aqui.
— Obrigada, agora é melhor paramos com esse papo, não quero que ninguém chegue e me veja assim.
— Não é errado demostrar sua dor, sabe disso né?
— Eu sei, mas eu preciso ser forte.
— Eu dizia a mesma coisa, isso não faz bem, você não é fraca só por não está bem, pelo contrário, você é uma das pessoas mais forte que conheço, e nem sei metade da sua história. Katherine você tem vinte anos, cuida sozinha da sua irmã, em nova York, trabalha, estuda, é uma artista de sucesso, muitos adultos não conseguem fazer metade do que você faz.
— Obrigada, e obrigada por me acolher tão bem. Nunca ninguém fez isso por mim.
— Pode sempre contar comigo, eu sei o que é estar perdida em um mundo sozinha.
Me assusto quando a porta do apartamento é aberta bruscamente. Olho e vejo uma menininha correndo para Emma
— Madrinha Em. — Ela pula nos braços da Emma e sorrio com seu jeito.
Ela deve ter uns oito anos, loirinha e está vestindo uma linda roupa de balé.
— Emma, eu vou te matar — alguém grita da porta e olho para ver quem é.
— Eu não fiz nada dessa vez, eu juro.
— Emma quando seu filho nascer, eu vou ensinar a ele tudo de ruim que você ensina para Lily. Você vai se arrepender amargamente se ser uma péssima influência para minha filha — ela diz querendo bater na Emma. Com certeza é a mãe dela — aah, oi, desculpa não tinha te visto.
— Oi, eu sou a Katherine.
— Eu sou a Vicky, você é a namorada do chato do Jason? Como suporta ele?
— Então... é um sacrifício.
Passamos mais um tempo fofocando, ela contou vários podres da Emma, e agora eu entendo o porquê dela ter entrando daquele jeito. Eu não deixaria meus filhos com ela. Emma é louca.
— O que você faz aqui — uma voz masculina diz atrás de mim. levanto ficando de frente a ele.
— Podemos conversar? — Jason revira os olhos jogando umas sacolas no sofá e saindo da sala, levanto e vou atrás dele — você pode me escutar? — Ele para e se vira para ficar de frente a mim — podemos ir para um lugar sozinhos, por favor? - Ele segura na minha mão e me leva até um jardim que tem na parte de cima do seu prédio.
— Aqui é legal — digo olhando para as plantas.
— É um lugar bom para pensar — ele escora no guarda corpo olhando a cidade. Aqui é tão alto, que se não fosse Nova York talvez conseguíssemos ver estrelas.
— Porque você ficou daquele jeito, porque foi embora sem me escutar? — Ele olha para mim como se estivesse procurando as palavras certas para falar — Jason...
— EU NÃO SEI — ele grita — eu só não gostei de ver você dormindo com ele.
— Mas ele é só meu amigo, estávamos assistindo e acabamos dormindo, não aconteceu nada e nunca vai acontecer, ele é apenas meu melhor amigo, confia em mim, por favor - vejo que ele está com raiva então tento ficar calma, não quero piorar mais ainda as coisas.
— Você não tem que me explicar, não temos nada, Katherine.
— Sim, eu tenho, prometemos ser fiel com o outro enquanto esse namoro falso existe.
— Desculpa, eu não estava bem, precisava te ver. Quando eu vi perdi a cabeça e o álcool não ajudou — ele coloca a mão na cabeça.
— Tudo bem — abraço ele — não precisa ficar assim — passamos algum tempo ali.
— Seu cheiro, eu não consigo tirar ele da cabeça — ele sussurra e beija meu pescoço, meu coração bate forte com seu toque — sem dúvidas é o melhor perfume que já senti — ele sobe os beijos até minha bochecha e para bem em frente à minha boca, fecho os olhos apreciando seu toque. Eu me agarrei a ele, querendo mais. Não posso...
— Eu... eu... eu tenho que ir — me afasto tentando regular minha respiração, como eu queria beijar ele, mas não tem ninguém aqui, não faz sentido nos beijamos.
Descemose me jogo no sofá ao lado da Emma, mas nosso quase beijo não saí da minhacabeça, essa atração que sentimos um pelo outro tem que parar, nem que eu tenha que evitar ficar sozinha com ele.