BDSM
- Sim, eu aceito ser sua submissa.
Ao dizer tais palavras nunca havia pensado nas reais consequências.
Uma pessoa controlando todos meus horários, roupas, minha alimentação. Que passaria a decidir absolutamente tudo que se referisse a mim.
Realmente valeria a pena abrir mão da liberdade que sempre busquei por causa dela?
A verdade? Por ela sim. Eu nunca havia conhecido uma mulher como Lauren. Ela conseguia se destacar facilmente e me conquistou em um curtíssimo espaço de tempo.
Nos conhecemos no aniversário de Veronica Iglesias. Passei parte da noite recebendo cantadas de homens e mulheres, mas ignorava cada investida.
Percebia o olhar esverdeado instigante em mim mas iria aguardar que ela viesse ao meu encontro, e ela assim o fez.
- Olá, posso me juntar a você? - Sua voz rouca teve minha total atenção enquanto me apoiava no balcão do bar.
- Claro! Me chamo Camila, prazer em conhecê-la. - Me aproximei dando dois beijos em sua bochecha.
- O prazer é todo meu, garanto. Me chamo Lauren Jauregui. - Respondeu no mesmo tom sem retirar os olhos dos meus.
A noite seguiu entre conversas sobre assuntos diversificados. Lauren me fazia perguntas afim de saber cada vez mais sobre mim, mas se mostrava misteriosa, rebatendo cada pergunta que eu fazia com outra.
Ao final da noite, diferente do que eu pensei, não segui para a casa de Lauren.
Ela me ofereceu carona, me levou até em casa e estacionou em frente ao meu portão. Retirei o cinto e me aproximei mas ela se esquivou quando tentei beijá-la. Não entendi o motivo do afastamento. Voltei com o corpo até o banco do carro e olhei para Lauren.
Ela mantinha os olhos fechados e apertava forte o volante. Tinha as dobras dos dedos esbranquiçadas devido a força que fazia e negava com a cabeça como se estivesse afastando algum pensamento.
- Obrigada pela carona. - Falei constrangida e me mexi desconfortável.
O silêncio no carro era incômodo. Não acredito que ela não diria nada, aquele jogo de sedução durante a festa de Vero era puro charme? Fala sério!
Abri a porta do carro e coloquei o pé direito para fora.
- Camila, espera. - Sua voz soava quase como sussurro. - Eu gostaria de um encontro.
Virei o tronco em sua direção e a olhei por alguns minutos tentando entender o que era aquilo tudo.
Ela sofria de algum transtorno bipolar?
- Okay. - Respondi e me levantei ajeitando meu vestido. - Quando? - Questionei segurando a porta do carro.
- Amanhã venho te buscar às 20:00. - Seu tom passou a ser autoritário.
Assenti e bati a porra do carro. Me virei indo em direção a entrada quando ouvi meu nome novamente.
- E Camila, eu não tolero atrasos. - Falou por fim antes de acelerar, me deixando parada no mesmo lugar vendo o automóvel virar a esquina com uma das sobrancelhas arqueadas.
°
- Ela é simplesmente incrível Vero! - Falei animada na ligação que durava quase vinte minutos.
- Mila, já disse pra você tomar cuidado. Lauren é diferente do tipo de gente que você está acostumada a se relacionar...
- O que ela tem de tão diferente assim Vero? Diga.
- Não vou dizer nada. Você não terá um encontro amanhã?! Se ela te convidou, ela mesma irá te dizer, tenho certeza disso. Espere e seja mente aberta se for uma coisa que você realmente queira.
Me despedi de Vero e desliguei o celular mas fiquei com as últimas palavras martelando em minha cabeça.
Que raios de suspense é esse?
No dia seguinte trabalhei normalmente, chegando em casa antes das 19:00. Peguei um macacão social preto decotado em V, com mangas transparentes e um scarpin preto tradicional. Tomei banho e fiz a maquiagem realçando os olhos, passei um batom claro com gloss e deixei o cabelo levemente ondulado.
Ouvi toques na porta e fui em direção segurando a pequena bolsa.
- Olá Lauren.
- Boa noite Camila. - Respondeu me fitando da cabeça aos pés.
Lauren me deu passagem e segui até seu carro. Ela se aproximou e segurou levemente em minha cintura enquanto abria a porta. Senti um arrepio percorrer minha coluna, ela deu a volta entrando e logo pôs o carro em movimento.
Ela me levou para um restaurante italiano sofisticado, mas diferente do dia da festa quase não falou nada. Comemos em silêncio e ela parecia incomodada. Eu já estava prestes a ir embora quando ela resolveu falar.
- Se importa se irmos antes da sobremesa?
- Não. Sinceramente até prefiro. Pensei que você fosse ter mais atitude já que me chamou para sair. Nossa conversa fluiu tão bem na festa. - Respirei fundo colocando as mãos sobre da mesa. - Mas acho que me enganei Lauren.
Vi seu rosto se fechar e o maxilar trincar. Ela me olhava com um olhar furioso.
Mas o que eu poderia fazer? Sinceridade sempre foi uma das minhas maiores virtudes.
- Camila, estou tentando me controlar. Não me teste. - Ela rosnou baixo.
- Isso não é uma corrida para eu te testar Lauren.
O olhar dela mudou, não sei se foi pela minha audácia ou pelo tom que usei ao respondê-la. Mas ela se levantou rapidamente e me segurou pelo pulso. Sua força era suficiente para me fazer segui-la em passos apressados até o estacionamento.
Ela me prenssou com o corpo contra o carro e segurou meu rosto o virando para o lado expondo meu pescoço, e passou a língua da minha clavícula até o maxilar.
Posicionou a perna entre as minhas e forçou o joelho contra meu sexo me arrancando um suspiro.
Fechei meus olhos e mais uma vez meu corpo arrepiou-se.
A brisa da noite, a língua quente de Lauren e aquela pressão em meu sexo estava me deixando fora de mim.
- Do que adianta eu tentar me controlar, se você não colabora? - Sussurrou em meu ouvido e mordiscou meu lóbulo.
Pressionou ainda o joelho, me fazendo gemer alto apertando seus braços.
- Lauren...
- Eu havia feito todo um preparo.. Toda um ordem mas é impossível segui-la com você Camila. - Falava passando o nariz pelo meu rosto, sua boca estava próxima a minha, suas mãos apertavam minha cintura sem parar de me pressionar ao mesmo tempo.
Passei a língua por seu lábio inferior e o puxei. Lauren tombou a cabeça para trás e negou negou dando uma risada baixa, voltou a posição anterior sem retirar a mão de minha cintura e abriu o carro.
- Entra.
- Lauren, eu..
- Entra nesse carro agora Camila, antes que eu te foda no meio do estacionamento.
Me sentei no banco sentindo minhas pernas bambeando e coloquei o cinto. Lauren entrou e logo estávamos indo em direção a um caminho até então, desconhecido por mim.
Ela parou o carro em frente a grande casa, retirou o cinto e se aproximou tomando meus lábios me surpreendendo. Pediu passagem com a língua e eu não demorei a ceder. Sua língua buscava a minha, seu toque era desesperado, segurei forte sua nuca e deslizei a unha pelo local e ouvi Lauren arfar em minha boca.
Ela sugava meu lábio, enquanto eu retirava o cinto. Sentei em seu colo, sem parar com o beijo e a prendi entre minhas pernas. Lauren puxava meu corpo contra si, apertava forte minha coxa e eu gemi em sua boca.
- Camila, para de gemer. Fica impossível me controlar assim. - Sussurrou enquanto sua mão subia pela minha coxa até a bunda.
- É difícil, você tem uma pegada muito gostosa. - Provoquei.
Ela apertou forte minha bunda e sorriu de um jeito diabólico. - Nós precisamos conversar antes. Preciso te explicar algumas coisas.
Me afastei um pouco para enxergá-la melhor.
- Que coisas? O que tanto você precisa me explicar que não pode me foder de uma vez Lauren?
Ela respirou fundo e senti suas unhas em minha pele mesmo por cima do macacão.
- Eu quero uma submissa Camila. - Seus olhos não se esquivaram dos meus e seu tom sério me fez ficar em alerta.
- Quero uma mulher que esteja disponível por completo. Que seja obediente, honesta, devota e leal incondicionalmente à mim. - Respirou fundo e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, enquanto eu observava cada movimento. - Se estiver disposta a isso Camila, se me aceitar como Dominatrix, você me terá exclusivamente. Cuidarei de você como ninguém jamais fez.
A questão é... Você aceita ser a minha submissa?