✧ e se você voltasse ✧

By flouwerscent

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Graças ao divórcio dos seus pais e a má relação com parte da sua família, você foi emancipada aos 16 anos e... More

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By flouwerscent

Postando esse capítulo enquanto passo nervoso revendo a primeira temporada de Orange is the new black. Como vcs tão? Eu tão feliz com essa vibe de outono sabe, delicinha. Mas por enquanto na nossa fic vamos enaltecer o verão na Itália, amem 🙏🏼

Preparem-se
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Finalmente é o dia do casório!

Foi assim que Amara te acordou naquela manhã, pulando em cima de você até se assegurar de que você estava desperta. E era isso o que todos pareciam dizer e pensar durante toda a manhã enquanto pessoas andavam de um lado para o outro pelo jardim e pela casa, colocando tudo em seu lugar, cuidando da decoração, da comida, do equipamento de som e de qualquer outra coisa que não podia faltar no casamento do filho de uma mulher como Olga. 

E é nisso que você pensa enquanto está esperando sua vez de ser maquiada. Olga contratou uma equipe de cabeleireiros e maquiadores para arrumar vocês, e a agitação dentro do salão de beleza improvisado montado em um dos enormes salões daquela casa é grande. Você já está com o cabelo pronto, enfiada em um roupão e tentando acompanhar a conversa rolando entre as garotas. É bom que elas pareçam animadas e não nervosas. Claro, ansiosos todos estão, mas animados. 

Os vestidos e os sapatos estão separados cuidadosamente em araras e vocês vão precisar de ajuda até mesmo para se vestir, graças aos espartilhos que Olga inventou de fazê-las usar de última hora. 

— Aquela mulher acha que é uma dama aristocrática da era vitoriana — Lucy comenta emburrada enquanto segura o espartilho pela ponta. — Ela quer que a gente dance e use isso ao mesmo tempo?? Em que mundo isso parece viável?

Ama está sendo maquiada e não parece nem um pouco estressada enquanto puxa assunto com o maquiador. O casamento deve acontecer às 17:00, ainda faltam duas horas e já está essa bagunça. É quase sufocante. 

Você dá a desculpa de que vai pedir água para vocês e sai dali, respirando um pouco de ar fresco enquanto anda lentamente pelo corredor. 

Mal dormiu naquela noite, mas talvez a agitação de todos tenha te deixado agitada o suficiente para não sentir nem um pouco de sono. Você desliza os dedos suavemente pelo papel de parede e deixa seus pés descalços subirem as escadas quase inconscientemente. No andar de cima as coisas estão mais calmas e isso é ótimo. Você respira tranquilamente e entra na biblioteca, esperando encontrar Anthony absorto no trabalho. 

Mas acaba encontrando um homem já idoso arrumando uma prateleira. Ele sorri para você. 

— Posso ajudar? 

— Hã... estou procurando o Anthony. Anthony Vince. Ele não veio hoje? 

Mah, questo Antoine — O senhor ri enquanto desce da escada. — É meu filho. Ele estava me substituindo enquanto eu estava doente. Gripe, sabe como é. Parece inofensiva nos outros, mas é como o fim do mundo quando acontece com você. Você é...? 

Ele estende a mão simpaticamente e você a aperta. 

— Y/N. 

— Um nome muito bonito, Y/N, assim como a dona — O senhor Vince sorri gentilmente enquanto você ri e. Já sabe para quem Anthony puxou. — Meu filho partiu hoje de manhã. Já tinha ficado tempo demais longe da faculdade e começou a se preocupar. Ele já deve estar em Florença, numa hora dessas. 

Você franze a testa. Anthony comentou que estava ali por somente um tempo e logo voltaria para a faculdade, mas não que seria hoje. Fora que ele poderia ter te avisado. 

— Você precisa falar com ele? Devo ter o telefone dele anotado aqui em algum lugar. 

— Não precisa, ele tem meu número — Você diz e sorri. — Grazie mille.

[...] 

Você está voltando para o salão com as garrafas de água quando ouve alguma coisa no armário de casacos. Hesita por um instante e então bate na porta, esperando uma resposta. 

Não tem ninguém. 

Você sorri e entra. Pode-se dizer que aquele armário é maior que o seu quarto do apartamento no Brasil. Gary está sentado no chão, vestido com um roupão e parecendo aflito. Do mesmo jeito que você o encontrou alguns anos atrás, quando invadiu a casa dele para tirá-lo de lá no meio de um baile dado pela Olga. Bem, tirando a parte do roupão. Você se senta ao lado dele. 

— Nada de Brunch com Bobby Flay? — Você brinca, se referindo ao que costumava ser o programa de culinária favorito de Elliot na adolescência. 

— Misericórdia. Não sei como eu gostava daquele homem. Ele é tão egocêntrico. Se eu tivesse que assistir alguém cozinhar nesse momento, definitivamente seria a Rachel Ray. 

— E por que você não está assistindo nada? 

— Sei lá — Ele deita o queixo nos joelhos. — Não dá pra fugir mais, sabe? Dos meus pensamentos. 

— No que você está pensando agora, senhor Elliot? Quer desistir do casamento?

— Claro que não. A gente já enrolou demais. Sabia que a gente já tinha decidido no primeiro mês de namoro? É ridículo, né? Mas é, foi assim. 

— Então não há nenhum problema entre vocês dois? 

— Os únicos problemas que a gente tem é qual jeito a gente vai arrumar a cama de manhã. Ele gosta de estender a colcha por cima dos travesseiros e eu gosto de dobrar e deixar os travesseiros de fora, como qualquer pessoa normal. De resto a gente é simplesmente... igual. Eu nunca achei que ia encontrar alguém, sendo bem sincero, e muito menos uma pessoa que quisesse as mesmas coisas que eu, gostasse das mesmas coisas que eu. É como se fosse perfeito, sabe? A única coisa da qual eu tenho certeza é que a gente vai envelhecer junto e acordar com alguma música do Justin Timberlake todos os dias. Eu me sinto em casa com ele. Sabe como é essa sensação? 

Você dá um sorriso triste. Já soube uma vez. 

— Qual é o problema então, meu bem? 

Ele tenta sorrir e, em poucos segundos, Gary já está deitado em seu colo como se estivesse em um divã de um psicólogo. Você acaricia os cachos dele e o ouve falar. 

— ...eu deixei ela decidir quando, como e onde seria o meu casamento pra deixar ela feliz, sabe? Deixei ela escolher a decoração, os detalhes, a comida... também porque dá trabalho demais e é, minha mãe até que tem um bom gosto, mas é tão apavorante pensar que não é só isso que ela tá decidindo na minha vida ultimamente. Parece que ela tá tomando o controle de tudo, Y/N. TUDO. Até o lugar onde a gente vai passar a "lua de mel" e nossa, como eu odeio essa palavra. 

— Onde vocês vão passar? 

— Caribe, e pode até ser legal mas eu não quero a porra do Caribe. Não quero nada, pra falar a verdade. Eu só queria normalidade, sabe? Voltar pra nossa casa na Inglaterra, cuidar das nossas plantas, cozinhar as nossas tortas com ele, ver nossos programas de TV, nossas caminhadas no parque e... e isso seria o suficiente. Seria incrível. Eu gosto da minha vida do jeito que ela é, por mais que pareça simples, entediante ou pouco ambiciosa. Mas é a minha vida, entende? Eu nem queria fazer faculdade, queria continuar trabalhando numa floricultura pequena e que eu amo e já seria incrível. Mas eu deixei ela pagar minha faculdade e depois disso... parece que ela se sentiu no direito de definir todo o resto. E ainda por cima eu tenho que aguentar ela despejar todo o mau humor dela nas pessoas. 

— Ela não parece tão mal humorada ultimamente. 

— Ah, é que ela tá dormindo com o jardineiro. Ela pensa que ninguém sabe, mas a fofoca já correu na casa inteira. 

Sua boca está aberta em choque e Gary riu. 

— Você acha mesmo que ela ia deixar os funcionários jogarem cricket com os convidados se isso não trouxesse algum benefício a ela? 

— Que mulher...

— Pois é. 

Vocês ficam em silêncio por alguns segundos. 

— Não tem como você simplesmente bater o pé e fazer suas vontade pelo menos por uma vez? 

— Não dá — Ele balança a cabeça. — Ela já reservou as passagens, o quarto de hotel e até os passeios que a gente supostamente vai fazer lá. 

— Foda-se. Se ela quer tanto, manda ela ir e levar o jardineiro junto. É para duas pessoas, não é? Você não pode ficar se colocando de lado para priorizar a felicidade de outra pessoa, Gary. 

Os olhos do rapaz estão vermelhos, assim como o nariz, e ele sorri sem mostrar os dentes. Você quase chora. A ficha ainda está caindo aos poucos. Até esses dias ele era um garoto carinhoso e meio dramático e agora... agora ele está prestes a se casar. 

— Você não vai chorar, né, Y/N? 

— Não me faz te mandar calar a boca no dia do seu casamento, por favor. 

Quando você volta para o salão, as meninas já estão todas quase prontas e você, claro, atrasada, então te enfiam numa cadeira e não te deixam sair de lá até você estar devidamente maquiada. Fazem uns retoques no seu penteado e, assim como as outras, te enfiam no espartilho e depois no vestido. Você está com uma leve falta de ar enquanto anda de um lado para o outro no salão até se acostumar com a roupa e o salto. 

🦋 Como é o penteado de vocês? 🦋

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🦋 E o vestido? 🦋

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Quando dá a hora, vocês são guiadas até o jardim. A decoração está incrível, delicada e cheia de flores, e os convidados já estão todos lá, conversando alegremente. Você percebe que não pode deixar de sorrir, e sorri ainda mais a cada rosto conhecido que você encontra. A maioria está lá: os Duncan, as Sterling, os Pryce. Todos. Com excessão de uma pessoa, você recorda com um sorriso triste. 

— Y/N! — Lana vem ao seu encontro e te abraça calorosamente. — Meu Deus, que saudade! Como você está cada vez mais linda! Esse vestido! Já falei que senti saudades, querida?

— Também sentido muito a sua falta, Lana — Você ri. O sorriso da mulher é enorme enquanto ela te olha de cima a baixo para ver sua roupa. — Chegaram agora? 

— Hoje de manhã. O Joey quis dar uma volta de barco e quase perdemos a hora. 

— O que importa é que vocês chegaram a tempo. E... a dona Fig? Ela está bem? 

— Está ótima. Fomos ver ela antes de pegar o avião. Ela queria muito vir, mas sabe, seria muito cansativo e acabaria prejudicando a saúde dela. Mas prometemos tirar muitas fotos e gravar tudo para mostrar a ela depois. Ah, ela está tão ansiosa para te ver! 

Atrás de vocês, Olga começa a se certificar de que cada um já está em seu lugar. 

— Conversamos depois — Lana se despede de você com dois beijos e vai beijar o filho, Matt, antes de correr se sentar. 

Cada um se junta ao seu respectivo par e você se aproxima de Robert. Ele está parado tranquilamente perto do pilar e parece ainda mais bonito com aquele colete e as mangas da camisa dobradas até o meio dos braços. O sol da tarde bate delicadamente em seu rosto e ele olha para você, dando um sorriso, as mãos enfiadas nos bolsos da calça. O perfume dele enche seu nariz e você respira fundo. 

— Você está muito bonita — Ele diz. 

🦋 Você diz algo? O quê? 🦋

— O seu namorado não veio? — Pryce olha ao redor, fingindo estar procurando algo, e você revira os olhos. 

— Thony não é meu namorado e não, não veio. Ele voltou pra Florença. 

O inglês abre um sorriso enorme. 

— Ah, é mesmo? Interessante. 

— Não começa. 

— Só estou brincando — Ele balança a cabeça, um sorriso tranquilo ainda nos lábios. — Vamos? 

Pryce te dá o braço e vocês caminham atrás dos outros sob a música da pequena orquestra ao vivo, os violinos e violoncelo soando suavemente e parecendo deixar tudo ainda mais bonito. Vocês se colocam nos seus lugares e esperam até que todos estejam posicionados, e então tudo começa. 

Gary parece mais calmo, até mesmo mais leve, você diria, e a cerimônia ocorre rápido, nada como a mãe dele planejou. Ele e Gabe trocam um olhar cúmplice, dizem poucas palavras e então estão trocando as alianças. Nem dá tempo de assimilar nada, somente os aplausos e as lágrimas nos seus olhos, e você não é a única que está chorando. Ri enquanto os dois dão as mãos e passam rapidamente pelo meio dos convidados, sendo cercados pelas pessoas que jogam arroz para o alto, Olga parecendo indignada. Robert olha para você, também rindo, e você nunca viu um casamento tão incrível em toda sua vida. 

[...] 

O jantar acontece do lado de dentro, então assim que acaba a cerimônia e que os convidados conversam entre si no jardim - você recebeu tantos abraços apertados de gente que você não via há séculos -, a equipe de organizadores os guiam até as mesas dispostas no salão de baile. 

As pessoas começam a se acomodar. Já faz um tempo que você está sentindo que tem algo errado com o seu espartilho e você quer evitar passar vergonha, mas sabe que Olga não irá gostar muito de duas madrinhas sumindo ao mesmo tempo, então você pede para Ama disfarçar e te encontrar no quarto de vocês e te ajudar com aquilo.

Você sai sorrateiramente e sobe as escadas, andando em passos apressados pelo corredor. Entra no seu quarto e fecha a porta devagar, começando a tentar abaixar o zíper do vestido. Está nervosa e parece que isso torna o trabalho ainda mais difícil. 

Leva um susto quando alguém abre a porta, o coração batendo com força na garganta, e só piora quando você vê quem é. 

— O que você está fazendo aqui?! 

Robert entra e fecha a porta, parando ali com as mãos nos bolsos feito uma criança com medo de receber um castigo dos pais.

— Eu vi você saindo e... você precisa de ajuda? 

— Sua? Não, obrigada. 

Você vai para a frente do espelho, mas ainda não consegue alcançar o zíper. Suas bochechas já estão queimando e você fica ainda mais irritada. 

— É, pelo visto você prefere se contorcer feito maluca. 

Ele cruza os braços e se apoia na parede, você dá um grunhido e não diz nada. Onde está Amarícia?? 

Pryce te observa por mais alguns instantes e então parece perder a paciência. 

— Eu faço isso, Y/N. 

Quando você percebe os dedos dele já substituíram os seus e, mesmo que você queira xingá-lo pela ação invasiva, acaba deixando para lá e aceitando a ajuda.

— Eu estava conseguindo sozinha. 

— Claro que sim. 

O inglês desce o zíper do seu vestido e, enquanto você segura a parte da frente, o observa pelo espelho enquanto ele analisa o espartilho e começa a apertá-lo. Você está quente e não é só de raiva. 

— Como você sabe lidar com um espartilho? 

— Eu não sei — Ele responde e te olha pelo espelho. — Ou isso vai voltar a soltar em dez minutos ou você vai ter que cortá-lo para conseguir tirar. 

Você ri, mesmo sem querer ter rido. O estresse parece deixar seu corpo aos poucos. Robert finalmente consegue arrumar aquilo, mas não sobe o zíper do seu vestido de volta. Ele fica lá, parado atrás de você, olhando para o seu reflexo. Seu sangue ferve e você vira para o rapaz. 

— Obrigada. Você pode sair agora.  

Ele revira os olhos. 

— Por que você é tão grossa o tempo todo? 

🦋 O que você diz? 

Ele observa seu rosto atentamente, umedece os lábios com a língua, franze a testa. Parece pensativo, parece se perder nos seus traços. Parece estar cada vez mais perto. As picadas do inglês se tornam longas e lentas enquanto os olhos dele ainda fazem seu coração bater com força, e por um momento isso é tudo o que você pode ouvir. 

— Eu me sinto um idiota por ainda te querer tanto. 

Robert te beija. A mão encontra a curva da sua nuca e te puxa para perto, a boca indo de encontro com a sua. A pressão dos lábios dele contra os seus te tira do chão e suas pernas bambeiam quando o inglês envolve um braço em sua cintura e te puxa para o calor do corpo dele, seus corpos grudados até ser difícil de respirar. 

Você prende o fôlego, sua mente é um turbilhão e você não sabe mais nada. Muito menos o que fazer. 

🦋 O que você faz? 🦋

× Interrompe o beijo

× O beija de volta 

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Eu não digo é nada, apenas sorrio e aceno kdkkdksk até o próximo capítulo 💛

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