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By triangulumcamren

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Camila Cabello Intersexual


- Ah Lauser, qual é. Eu não acredito que você fez isso! - A voz de Dinah soava estridente e eu me encolhia enquanto andava mais rápido em direção a saída.

- Dinah, para. Só.. Para e me deixa em paz. - Murmurei olhando por cima do ombro mas no momento seguinte tropecei no meio fio. - Xinguei para o nada ao mesmo momento em que recebia olhares e tentei ignorar, ajeitando meu óculos de grau que havia escorregado pelo meu nariz.

- Merda Lauren, se você continuar desse jeito não vai só morrer virgem mas vai morrer bv também! - Dinah sussurrou a última parte e eu fechei ainda mais meus olhos negando com a cabeça.

- Olha, entende uma coisa DJ. Eu vou falar devagar pra ver se entra de uma vez na sua cabeça. - Falei ao mesmo tempo em que parava de andar e fiquei virada para ela que a havia parado a alguns centímetros de distância.

- Hum. - Ela resmungou olhando as unhas e eu esperei ela erguer o olhar para que eu começasse a falar.

- Algumas pessoas nascem desinibidas. Algumas nascem tímidas fofas e tem eu. Que não me encaixo em nenhuma dessas opções. Eu não sou desinibida, eu não sou tímida do tipo fofa eu só... Existo Dinah. Eu nasci pra ser sozinha.

- Lauren eu não consigo entender, as garotas literalmente caem aos seus pés e você.. Você nada, fica abobada encarando parecendo que sei lá, te deram um pause muito louco. - Dinah falava e gesticulava me fazendo soar ainda mais de nervoso. - A Keana queria te beijar agora a pouco, você fugiu. LAUREN VOCÊ FUGIU, VOCÊ CORREU! - Ela falou mais alto e eu olhei para os lados vendo que sim, já estávamos chamando atenção. E merda eu odiava qualquer tipo de atenção.

- Dinah eu não consigo, ok? Eu não me sinto confortável beijando uma pessoa que eu mal conheço e pelo amor de Deus, para de chamar atenção. As pessoas estão olhando. - Resmunguei e Dinah revirou os olhos.

- Eu vou te deixar em paz Lauren, mas você precisa urgentemente de ajuda. Isso não é normal. - Dinah resmungou e eu revirei meus olhos voltando a andar pela calçada.

°

Já havia se passado uma semana e aquela frase de Dinah continuava martelando na minha cabeça. "Isso não é normal" realmente poderia não ser. Não é como se eu quisesse morrer sozinha ou se não quisesse fazer algum sexo. Eu queria, porra, como eu queria... Só que as coisas simplesmente não funcionavam quando tinha outra pessoa na minha frente. Minhas mãos soavam, minha boca secava e eu perdia completamente minha habilidade de fala e isso acontece desde que entrei na escola. Enquanto minhas amigas falavam de garotos, garotas, beijos e sexo eu focava em livros. Lia tudo e qualquer tipo de exemplar que colocassem na minha frente e com isso, fui deixada cada vez mais de lado acabei apreciando ainda mais minha própria companhia.

Suspirei novamente olhando para o link que direcionava diretamente para o canal de comunicação e novamente as palavras de Dinah soaram em meu cérebro. - Merda que seja. - Cliquei no link azul e aguardei alguns segundos para a página abrir.

Experimente uma sessão gratuita.


A página me direcionou novamente após um clique e rapidamente vi meu próprio telefone completar a ligação. Respirei fundo e coloquei meu telefone na orelha, Deus me ajude.

- Olá bom dia, me chamo Camila Cabello, com quem eu falo?

A voz soou do outro lado da linha e como de praxe, fiquei muda alguns minutos sentindo as primeiras gotas de suor se formarem em minha sobrancelha.

- O-Oi Doutora Camila, bom dia eu-eu me chamo Lauren, Lauren Jauregui.

Respondi fazendo minha voz sair mesmo sentindo minha garganta apertar a cada tentativa.

- Estou feliz por termos esse primeiro contato Lauren, preciso lembrar que essa nossa primeira conversa é experimental, completamente gratuita.

- Certo, certo.

- Em que posso ajudá-la? Digo, quais foram suas motivações para me contatar?

Porque minha amiga não para de encher meu saco, é um motivo plausível? É, acho que não. Então eu pensei mesmo já tendo feito isso durante grande parte da semana e mais meia hora antes enquanto encarava os dados dela na página do Google.

- Alô, Lauren? Ainda está em linha?

A voz me chamou e eu neguei com a cabeça dando um tapa em minha própria testa.

- Estou, me desculpe. Entrei em contato porque.. Porque eu não.. Não.. Jesus!

Murmurei passando a mão na minha testa soada e escutei como um riso do outro lado da linha.

- Lauren, apenas fale comigo como se estivesse falando com alguma amiga. Esse é o primeiro passo, eu não poderei ajudar se você não me informar qual o motivo da ligação.

Camila falou mas não soou evasiva, a voz dela era calma e isso fez com que eu colocasse minha cabeça no lugar.

- Eu não consigo.. Eu não consigo me aproximar de outras pessoas.

Consegui falar por fim e ouvi um murmúrio do outro lado.

- Afetivamente falando.

A voz soou do outro lado da linha e eu murmurei em concordância.

- Você tem alguma dúvida em relação a sua orientação sexual ou passou algum trauma?

Ela perguntou e eu parei para pensar.

- Não tenho problema com minha orientação e trauma, eu.. Uma vez na escola antes do ensino médio, uma garota me pediu um beijo, eu estava completamente envergonhada porque aquela era minha primeira semana no colégio e eu fiquei parada sem respondê-la. A garota virou de costas e saiu espalhando pela escola inteira que eu havia babado toda sua boca enquanto tentava beijá-la.

- Trauma.

Ela falou baixo e eu franzi o cenho. Até hoje eu nunca havia parado para pensar o motivo de eu não conseguir me sentir a vontade com outras pessoas. Talvez aquele tenha sido o estopim de tudo.

- Eu posso.. É, eu posso melhorar, posso me curar disso?

Perguntei sem saber ao certo se queria ter aquela resposta.

- Não é um caminho fácil, mas nós podemos trabalhar com isso. Alguns acontecimentos podem não parecer importante quando somos mais novos, mas a medida em que crescemos e não tratamos, essas pequenas coisas se transformam em grandes e em algum momento precisamos de ajuda para seguir em frente.

Ela falou e eu concordei.

- Essa nossa primeira interação é por trinta minutos e esse tempo acabou. Já sabemos o que pode ter causado sua negativa acerca de outras pessoas e obviamente precisamos conversar mais sobre você. Com isso, você gostaria de marcar uma sessão?

- Sim, eu tenho interesse.

- Preciso que você me envie seus dados para o pagamento e assim que feito, preciso do comprovante para te enviar o e-mail com meu acesso direto para que possamos fazer as sessões por vídeo chamada.

Ela passou mais algumas informações como dia e horário, tempo de sessão e assim que terminamos, fiz o pagamento da primeira sessão e encaminhei o comprovante recebendo em seguida um link para fazer minha primeira sessão aproveitando que ela estava livre naquele momento. Me ajeitei no sofá e coloquei o celular ao lado, segurei o tablet e o deixei em cima da minha mesa de centro, usando um livro como suporte para que ele ficasse reto e Cliquei no link vendo o ícone de vídeo piscar algumas vezes antes do rosto aparecer, tomando a tela por completo.

Pisquei algumas vezes e senti minha bochecha arder ao ver os olhos castanhos tentando ajeitar a própria tela. Ela usava uma blusa social clara e era possível ver o primeiro botão aberto, o cabelo estava puxado para trás e parecia ser escuro. Castanho, talvez preto.

- Olá de novo.

A voz soou mais alta dessa vez e eu pude ver que agora ela sorria.

- Olá doutora.


Falei e forcei um sorriso nervoso, no momento em que apertava um dedo contra o outro tentando permanecer calma.

- Vamos continuar de onde paramos, certo? Temos quarenta minutos e sinta-se a vontade para falar tudo o que sentir. Eu vou tomar algumas anotações para saber qual a melhor forma de te ajudar.

Ela deu mais um sorriso e eu assenti.

- Certo, então como.. Como eu estava dizendo, eu não havia parado para pensar sobre a.. a Amanda até agora a pouco, mas enquanto minhas amigas falam abertamente sobre sexo, namorados, boates e filhos, eu-eu não consigo me aproximar, eu sei o que preciso fazer na teoria, eu acho.. Mas eu... Eu não sei o que acontece.

Cocei a cabeça sem saber se havia me explicado bem, mas a Dra. Camila parecia paciente o suficiente para me esperar concluir qualquer tipo de raciocínio que fosse.

- Você já chegou a ter algum relacionamento? Qualquer tipo mesmo que por pouco tempo ou apenas por uma noite?

Eu neguei com a cabeça e vi sua testa franzi levemente antes de desviar a atenção provavelmente tomando nota.

- Eu tenho amigas, mas outro tipo de relacionamento...

Neguei com a cabeça novamente.

- Inclusive n..

Fechei os olhos e suspirei ficando em silêncio.

- Lauren? Pode ser sincera comigo, não estou aqui para te julgar, quero te ajudar, lembre-se disso.

Ela sorriu novamente e eu olhei para baixo antes de encará-la.

- Tem uma novata na empresa que eu trabalho e estávamos ficando próximas. Eu estava ajudando com toda a questão de reconhecimento dos locais da empresa e, a duas semanas atrás ela se aproximou falando que estava atraída por mim. Eu me encolhi ainda mais contra a parede e... E ela, ela tentou me beijar.

- E qual foi sua reação?

Camila perguntou e eu dei de ombros.

- Eu corri. Literalmente.

Falei vendo um sorriso se abrir como ela se fosse rir e me encolhi.

- Você sente atração pelo sexo feminino?

Ela perguntou e eu dei de ombros.

- Eu não tenho propriedade para falar isso, mas acredito que.. que ficaria tudo bem se eu estivesse com uma pessoa que me.. Fizesse sentir bem. Eu não ligo para rótulos, eu-eu só acho que ficaria tudo bem independente de com quem eu estivesse. Eu não.. Eu não sei se consegui me explicar.

- Eu entendi Lauren, sem rótulos.

Ela sorriu e eu assenti.

- Como é sua relação familiar? Você tem contato com seus pais?

Ela perguntou e eu vi meu sorriso se abrir automaticamente.

- Sim, eles moram aqui no estado, um pouco longe para vê-los todos os dias, mas não suficiente para que eu falte no almoço de domingo. Eu não poderia ter os melhores pais.

- Agora me fale um pouco sobre você.

Ela pediu e eu respirei fundo antes de começar.

- Certo, meu nome é Lauren Michelle Jauregui, tenho 24 anos. Faço 25 daqui a quatro meses e moro em Boston. Trabalho na Math&Works na área de tecnologia e.. Acho que é isso.

- Tem algum animal de estimação?

Ela perguntou e eu neguei.

- Não, norma do condomínio. Mas eu tinha uma gata que ficou com meus pais, o nome dela é Yumi.

Camila me fez mais algumas perguntas e eu tentei ser o mais sincera possível. Quando menos esperei ela informou o final da sessão. Nós nos despedimos e eu senti meu sangue voltar novamente para meu corpo assim que o tablet mostrava sua tela inicial.

°

No dia seguinte fui para o trabalho normalmente, mas precisei inventar para Keana que estava gripada para que ela mantivesse distância. Contei a Dinah sobre minha consulta e minha amiga literalmente pulou de alegria por eu ter tomado uma iniciativa. Apesar dela perguntar os assuntos abordados, preferi desconversar. Não que eu não confiasse, afinal ela era minha melhor amiga. Mas eu preferia manter aquele assunto para mim naquele momento e ela entendeu mudando de assunto completamente.

Às quinze e quarenta e cinco eu já estava sentada em minha cama e o tablet estava no encosto que eu havia comprado durante a manhã. Ajeitei meu cabelo mais uma vez e aguardei até que estivesse no horário.

E no momento exato da sessão, cliquei no link da chamada vendo Camila me atender no segundo toque do outro lado.

- Olá Lauren, boa tarde como tem passado?

Camila estava com uma blusa azul clara, o cabelo preso em um rabo de cavalo e sorria abertamente para mim.

- Boa tarde doutora, eu estou bem e você?

Perguntei sentindo um friozinho na barriga enquanto ela assentia do outro lado.

- Estou ótima, obrigada por perguntar. Sobre seu trabalho, está tudo bem?

- Huh, sim. Mas.. A Keana continua insistente, eu falei que estava gripada para que ela pudesse se afastar, ainda não me sinto confortável com ela.

Respondi sentindo minha bochecha esquentar e Camila sorriu novamente.

- Tudo bem Lauren, as coisas irão acontecer no seu tempo. Nós vamos trabalhar para que você saia da sua zona, mas se você não se sente bem com Keana, nós iremos trabalhar sem pressão. Inicialmente no seu tempo, sim?

- Certo.

Respondi e a vi olhar para baixo enquanto anotava algo.

- Você ainda tem contato com alguém que estudava no mesmo colégio que o seu?

- A única pessoa que mantenho contato é Dinah. Minha melhor amiga.

- Ela tem ciência do que aconteceu aquele dia?

Ela perguntou e eu assenti.

- Ela estava próxima e viu boa parte do que aconteceu, depois dos boatos ela se juntou a mim e estamos assim desde então.

- Entendo.

Ela escreveu alguma coisa e voltou a me encarar.

- Primeiro de tudo Lauren você tem que ser ciente de que essa situação não te define. Não é porque uma garotinha espalhou que você a babou durante o beijo que isso seja uma verdade absoluta na sua vida. O primeiro beijo de ninguém é bom, isso é um fato.


Ela riu e eu sorri mais escutando o jeito mais natural com que ela falava.

- Acontecem batidas de dentes entre as duas pessoas, boca aberta demais, excessos de saliva e eu posso confessar uma coisa?

Ela perguntou e eu assenti rapidamente.

- Quando eu era mais nova antes de dar meu primeiro beijo, eu tinha tanto medo de dar tudo errado que eu treinava com uma laranja.

- C-COMO?

Perguntei impactada e depois ri. Porque eu imaginei aquela cena cômica.

- Não era uma coisa legal até eu ter a brilhante ideia de descascar a fruta antes de treinar. Na minha primeira tentativa minha boca dobrou de tamanho e ardeu por dois dias pela acidez da casca.

Joguei minha cabeça para trás rindo ainda mais da situação.

- Ok, pode rir. Mas uma dica que eu dou é.. Nunca veja aquele vídeo japonês que ensina a beijar no espelho.

- Existem esses tipos vídeo?

Perguntei interessada secando minhas lágrimas e vi que Camila continuava me olhando, e parecia mais relaxada.

- Oh sim. Eu tentei também, grande erro, fique com a laranja descascada. Vai por mim. Ou treine na mão.

- Treinar.. Beijo na mão? Como?

Franzi o cenho tentando imaginar mais nada fazia muito sentido naquilo.

- Primeiro você deixa a mão dessa forma.

Camila virou a mão mostrando os dedos fechados em volta da palma.

- Imagine que essa parte seja uma boca.

Ela apontava para o polegar e o indicador .

- E você treina assim...

Oh... Puta merda... Eu posso jurar que minha garganta secou completamente enquanto a chamada continuava.

Camila havia ficado de perfil, aproximando mais a câmera que agora focava somente em seu rosto e em sua mão fechada. A língua dela se movia em torno do polegar e havia um barulho baixo de estalo antes dela pressionar a língua novamente em volta da pequena abertura que ficava entre o polegar e o indicador.

- Conseguiu entender?

Ela parou lambendo os lábios antes da tela voltar ao tamanho real sem o zoom.

- Eu.. Eu acho que.. Acho que sim. Posso tentar isso.

- Ótimo então Lauren. Nosso tempo terminou, você gostou de nossa sessão? Se sentiu a vontade para falar comigo?

Camila perguntou e eu engoli em seco antes de concordar.

- Sim, eu.. Eu me senti confortável.

Forcei minha voz a sair e ela sorriu para a tela.

- Fico feliz. Espero que você treine e nós vemos na segunda-feira às dezesseis horas. Tenha um excelente final de semana.

Nos despedimos e a chamada de vídeo foi encerrada por ela.

Permaneci alguns minutos piscando para a tela inicial do tablet e suspirei.

°

Eu não trabalhava aos finais de semana. No sábado me dei o luxo de acordar tarde e fiz uma pequena arrumação deixando a casa organizada. Fiz algumas compras no mercado perto de casa e as organizei assim que retornei. Relaxei um pouco assistindo a TV e depois comecei a preparar o almoço, depois de uma segunda organização para a limpeza da louça, fui novamente para a TV procurar alguma série.

A noite enquanto estava mexendo no celular falando com Dinah que fazia o máximo para que eu pudesse acompanhá-la para uma saída, olhei para no lado vendo meu tablet na cômoda. Mordi meu lábio e finalizei as mensagens com Dinah. Lembrei automaticamente da Dra. Camila e olhei para minha mão.

Ah pelo amor de deus, não deve ser tão estranho... - Pensei no momento em que fechava meu punho deixando esticado somente o polegar e o indicador deixando uma pequena abertura como Camila havia ensinado. Aproximei meus lábios do indicador e os separei deixando que somente meus lábios encostasse nos dedo. Depois repeti o movimento no polegar virando minha cabeça e pressionando um pouco minha língua na pequena separação entre eles. A imagem de Camila fazendo os movimentos em vídeo vieram na minha mente e por alguns segundos imaginei a boca dela no lugar dos meus dedos.

Cara isso foi... Estranhamente bom. Quer dizer, pra quem nunca beijou acho que.. É acho que tô bem, é eu tô indo bem.


No dia seguinte me arrumei cedo e passei na padaria para comprar uma sobremesa. Entrei no carro e dirigi por quase uma hora até chegar na casa dos meus pais para nosso almoço de domingo.

°

Na segunda feira após o trabalho, corri para casa. Dinah havia me prendido depois da saída falando sobre a garota que havia conhecido no sábado à noite na boate em que estava e isso fez com que eu chegasse em casa faltando meia hora para minha sessão com Camila.

Às dezesseis horas em ponto cliquei no link, Camila prontamente me atendeu com um daqueles sorrisos largos e logo iniciamos a sessão.

- Eu.. Eu pratiquei...

Comecei a falar em algum momento e parei assim que os olhos castanhos se levantaram em minha direção.

- Você praticou... ?

Ela perguntou me encarando e eu mordi meu lábio sem graça

- O beijo, eu.. Eu pratiquei.. sozinha.

Falei cheia de vergonha e ela sorriu mais largo.

- Na laranja descascada?

Perguntou curiosa eu neguei.

- Na mão.

Respondi vendo ela as sentir.


- Me mostre.

- Te-te mostrar?

- Sim, mostre-me para ver se está correto.

Ela pediu e eu suspirei. Certo, ela estava ali para me ajudar e não me julgar.

Repeti na minha mente e me aproximei do tablet deixando minha mão na posição que ela havia me ensinado e a encarei. Ela fez um aceno com a mão como se me incentivasse e eu respirei fundo movendo minha boca com a da mesma forma que eu havia treinado. E no final, movi meu lábio dando uma pequena chupada no meu dedo inferior antes de me afastar e ver a Dra. Camila me encarando com a tampa da caneta na boca.

- Eu-eu fui bem?

Perguntei e ela abaixou a mão sacudindo a cabeça.

- Sim, meu Deus sim! Isso foi.. Uau você será uma excelente beijoqueira.

S

orri mordendo meu lábio e ela se ajeitou antes de voltar a atenção para a chamada.

- Você costuma sair com suas amigas?

Camila perguntou e eu fiz uma careta.

- Não, eu fico envergonhada de sair com elas e com receio de alguém se aproximar demais.

- Lauren, sair com amigas não significa que você terá que fazer o que elas fazem ou que é obrigação ficar com alguém. Você pode sair para se divertir e voltar para casa a qualquer momento que não estiver se sentindo bem. Além do mais, sempre há segurança em boates para afastar pessoas insistentes demais. Mas normalmente um "não estou afim, obrigada" já resolve parte da situação.

A Dra. falou e eu me senti boba por alguns minutos lembrando de todas as vezes que neguei sair com minhas amigas por medo. Suspirei e a escutei mais um pouco antes de nossa sessão terminar.

No dia seguinte conversei sobre isso com Dinah. Ela ficou feliz em saber que eu tentaria sair de casa e me chamou para ir para a casa dela no sábado para que pudéssemos nos arrumar e ir para a boate. Ally escutou parte da conversa e se alto convidou nos fazendo rir.

Na sexta feira durante a sessão com Camila falei sobre minha saída com as amiga. Ela ficou feliz por escutá-la e dar uma chance, me lembrando sobre eu ter o poder de decisão sobre qualquer atitude que venha me incomodar.

°

No sábado como combinado estávamos na casa de Dinah. Apesar de Dinah insistir em uma saia que parecia ter um palmo de comprimento, optei por usar o vestido que havia comprado. Ele batia um pouco acima da minha coxa e combinava perfeitamente com meu tênis. Deixando novamente Dinah indignada por abrir mão do salto alto que ela havia separado pra mim.

Quando chegamos na frente do local, me senti em uma espécie de formigueiro. Dinah nos puxou para o começo da fila e abraçou o segurança falando alguma coisa para ele que liberou nossa entrada rapidamente.

Lá dentro a situação não estava muito diferente. Haviam várias pessoas amontoadas e seguimos para a parte mais alta, que graças ao bom deus estava mais vazia.

- Vou pegar algumas bebidas. - Allyson falou por cima do ombro e Dinah assentiu ficando em pé apoiada na grade enquanto olhava para a pista de dança.

- Está procurando alguém? - Perguntei tendo a atenção da minha amiga que assentiu rapidamente.

- Aquela garota que te disse a umas semanas atrás. Aqui, encontrei vem aqui. - Ela apontou e me chamou para perto dela. - Aquela garota de blusa dourada do lado da de blusa vermelha. - Ela apontou e eu forcei meu olhar para encontrar a garota que ela falava e não demorei muito para fazê-lo.

A menina dançava enquanto a outra de vermelho rebolava ao seu lado mexendo nos cabelos castanhos e eu senti uma coisa estranha na boca do meu estômago. Eu escutava a voz de Dinah soando longe mas em momento algum consegui tirar meus olhos da garota que rebolava de costas.

- Tudo bem por você? - Dinah falou me cutucando e eu me virei.

- Oi? O que?

Ela franziu o cenho, olhou novamente para baixo e riu. - Tudo bem por você ficar aqui sozinha enquanto vou dar um oi pra Normani? - Ela perguntou novamente e eu concordei com a cabeça.

- Ah, claro, que isso. Vai lá. Nós vemos depois. - Falei vendo a outra me dar um beijo na testa antes de descer.

Suspirei e olhei novamente para a pista em busca da garota, mas ela já não estava ali, alguns minutos mais tarde consegui ver Dinah se aproximar da outra garota que dançava e beijar seu rosto antes de se virar e acenar pra mim, apontando e falando algo com a menina que rapidamente acenou também enquanto sorria. Senti minhas bochechas arderem e forcei um sorriso, acenando de volta e logo voltei a sentar quando Allyson retornou com algumas bebidas.

- Servida? - Perguntou e eu sorri em agradecimento antes de pegar um corpinho com um líquido transparente e sorver fazendo uma careta logo em seguida.

- Misericórdia. - Murmurei e Allyson que já estava com os olhos e bochechas avermelhadas gargalhou alto virando dois daqueles copinhos seguidos.

- Alguém te interessou aqui? - Ela perguntou e eu mordi a parte de dentro da minha bochecha negando.

- Daqui a pouco você encontra. - Ela falou virando mais um corpinho em seguida.

A música soava alta e Allyson se balançava contra a grade. Eu não sabia que uma pessoa podia sacodir tanto a cabeça sem fazê-la se soltar do próprio pescoço, mas Ally me mostrou que sim, isso era possível.

- Ei gata, tá acompanhada? - Um rapaz loiro perguntou e Allyson logo se aproximou fazendo os cílios baterem lentamente.

- Estou com uma amiga. - Ela falou e ele se virou em minha direção acenando com a cabeça em comprimento e eu sorri voltando a olhar para frente, vendo algumas pessoas embaixo, na pista de dança.

- Então, você quer sair daqui? Ir dançar um pouco? - Ele perguntou e Allyson se virou em minha direção.

- Tudo bem, pode ir, eu vou pra casa. Já cumpri minha cota do mês. Você pode avisar a Dinah que peguei um taxi? - Perguntei e Allyson se aproximou me dando um beijo no rosto em despedida e seguiu escada abaixo com o loiro em seu encalço.

Ajeitei minha bolsa pequena na lateral do meu corpo e puxei meu celular enviando a mensagem para Dinah que eu iria para casa, afinal, Allyson pode ficar ocupada demais ou desencontrar com ela. Guardei novamente meu telefone e segui em direção a saída. A fila do lado de fora continuava gigante. Passei pelo segurança e sorri para ele antes de atravessar a rua e pegar um dos táxis que estavam enfileirados ali.

°

- E então, você se divertiu no sábado?

Camila perguntava enquanto sorvia o líquido da xícara e eu concordei.

- Foi legal, eu fiquei um pouco deslocada no começo. Mas depois me senti bem. Até bebi um pouco com minha amiga.

Camila sorriu e colocou a mão no queixo.

- Me conte mais sobre isso.

°

Os dias foram passando e eu me sentia cada vez mais confortável com Camila. Nós tínhamos nossos encontros três vezes na semana e ela sempre me dava algumas dicas sobre relacionamentos e mencionava alguma situação particular que me tirava altas gargalhadas. Compartilhava com ela algumas frustrações e ela me escutava pacientemente e em seguida me dava dicas de como reverter a situação.

- Masturbação.

Ela pontuou enquanto conversávamos sobre sexo e eu engasguei.

- O-oque tem?

Perguntei olhando para o lado e Camila riu.

- Olhe para mim Lauren, sem tabus. Você se masturba? Apesar de não ter sexo com parceiros se masturbar é um autoconhecimento.

- Eu o faço às vezes mas, nunca.. nunca consigo.. Sabe?

Fiz uma careta e forcei um sorriso.

- Você não consegue gozar? É isso que está tentando dizer?

Perguntou e eu assenti.

- Às vezes eu me sinto inútil, não sirvo nem para me satisfazer e... no final acabo ficando mais frustrada do que quando comecei.

Divaguei e Camila me olhou séria.

- Lauren, você não pode se diminuir por conta disso. Ninguém nasce sabendo tudo e se tocar é um ato de autoconhecimento como acabei de dizer.

- Eu preciso realmente ser estudada Camila. Eu não sou normal.

Resmunguei e ela riu negando.

- Você não tem ideia de como isso é normal. Você sabia que até mulheres casadas às vezes tem dificuldade de chegar ao orgasmo?

- É sério?

- Seríssimo e em casos assim são muito mais complicados de se obter ajuda porque elas não falam sobre isso, seja por vergonha ou por receio de ser sincera com os próprios parceiros sobre o que as estimula mais. Às vezes passam anos em relacionamentos assim, tendo uma vida unicamente de só dar prazer sem recebê-lo de volta.

- Eu não.. Nossa, eu não tinha ideia.

Murmurei e ela sorriu assentindo.

- Concorda comigo que falar sobre isso é muito mais simples do que fazer uma pessoa descobrir sozinha o que fazer para te agradar ou se está fazendo da forma que você realmente gosta?

Ela arqueou a sobrancelhas e eu assenti.

- Realmente ficaria mais fácil para os dois lados.

- É sobre isso. Você precisa ter uma certa intimidade para conversar com a pessoa sobre o que te agrada. Poupa tempo e frustrações.

Ela falou divertida e eu sorri sem graça.

- Sua próxima lição será essa. Você precisa chegar ao orgasmo independente de usar mãos ou algum vibrador para te ajudar.

- Meu deus, eu não tenho coragem de comprar um.. Um desses.

Murmurei e Camila mordeu a ponta da unha.

- Você pode pedir para alguma amiga ou comprar pela internet. Mas de qualquer forma você precisa lidar com a situação. Combinado?

Murmurei um "sim" e nossa sessão foi encerrada.

Merda.. Como eu faço isso sem ficar ainda mais constrangida? - Murmurei sozinha e resolvi que no dia seguinte falaria com Dinah.

°

- VOCÊ QUER QUE EU...

- Dinah pelo amor de Deus fala baixo! - Fiz menção de colocar a mão em sua boca e ela negou rindo.

- Tá ok, me.. Me desculpa só fiquei.. Chocada.

- Ah deixa pra lá. - Resmunguei e voltei a andar pela calçada deixando minha amiga para trás.

- Não, espera. Vamos fazer o seguinte...

°

- Não Dinah eu não consigo. - Falei sentindo meu colo e rosto completamente ardidos. - Eu não vou entrar aí.

- Lauren, para! É só uma loja. - Ela apontou para a fachada e eu suspirei sentindo o suor pela minha testa.

- Você não pode simplesmente entrar e comprar pra mim? - Eu pedi e a vi revirar os olhos. - Poxa vida Dinah, se fosse pra entrar aí eu não teria pedido pra você. Por favor... - Pedi e a vi bufando largando meu braço.

- Tá. Mais na próxima vez você entra comigo. - Ela apontou para o meu rosto e eu voltei para o carro enquanto ela seguia para a enteada.

Minutos depois Dinah saiu com duas sacolas pretas e veio em direção ao carro.

- Aqui está. - Ela jogou a sacola no meu colo e me entregou meu cartão de crédito enquanto segurava no próprio colo a outra sacola preta maior.

- O que tem aí? - Perguntei um tanto curiosa e vi o sorriso da minha amiga crescer.

Ela retirou uma embalagem de um pênis de borracha que me fez ter uma crise de tosse e um vidrinho.

- Puta merda! - Murmurei e a vi sorrir de maneira safada. - Dinah essa porra vai te rasgar inteira! - Apontei para o consolo e ela caiu na gargalhada.

- Qual é Lauren, são dezenove centímetros, eu aguento. Além do mais, é do tamanho da Normani. - Falou mordendo o lábio e eu me senti envergonhada por saber aquele detalhe.

- E isso.. O que é? - Perguntei segurando um frasquinho verde claro. - Coquetel de Caipirinha? - Franzi o cenho e ela sorriu.

- É um gel pra.. Jogar lá, sabe? Na minha boceta antes da Mani chupar.

- AI CREDO, DINAH! - Toma isso pelo amor de Jesus. - Joguei o frasco de volta pra ela que começou a rir da minha reação, então liguei o carro dando partida.

E lá estava eu, a mais de quarenta minutos encarando aquele pequeno vibrador roxo. Eu me sentia envergonhada só de imaginar como Dinah o pediu para a vendedora.

Eu havia acabado o banho e permanecia deitada somente com uma blusa grande enquanto tinha o vibrador em cima da cabeceira.

"Não se esqueça de higienizar antes de usar". Aquelas foram as últimas palavras de Dinah quando a deixei em casa. Então o retirei da embalagem, passei uma boa quantidade de álcool, depois o lavei e sequei antes de colocar no mesmo lugar já com as pilhas necessárias e o encarar por mais algum tempo.

Me remexi na cama e peguei o objeto virando a tampa, escutei um pequeno estalo e ele logo começou a tremer na minha mão.

Certo, eu vou fazer isso!

Afastei minhas pernas embaixo do edredom e pressionei a ponta oval em cima do meu clitóris e prendi a respiração antes de afastá-lo assustada.

Puta merda!

Respirei fundo novamente e pressionei levemente sentindo uma sensação gostosa antes de deitar, fazendo vibrar em meus lábios. Um suspiro escapou da minha boca e minha mão livre logo subiu em direção ao meu seio esquerdo, o massageei e senti meu sexo molhado. Usei da minha própria lubrificação para fazer o pequeno vibrador deslizar ainda mais por minhas dobras.

°

Era impressão minha ou o céu estava mais azul e as árvores mais verdes hoje? Eu não conseguia desfazer o sorriso dos meus lábios e quando Dinah me encontrou na entrada da empresa ela sorriu largo.

- Oh. Meu. Deus! Sim, você fez! Conte-me tudo! - Ela falou em risos e eu entrei prometendo que contaria tudo durante nosso almoço.

°

- E como foi sua experiência?

A voz de Camila soou do outro lado e eu forcei meus olhos a encararem o rosto maquiado.

- Posso dizer que estou.. Huh, orgulhosa de mim.

Falei sem conseguir desfazer o sorriso e ela fez uma dancinha com as mãos e braços ainda sentada.

- Sim! É disso que estou falando. Nada melhor do que uma garota que consegue se satisfazer!

Ela falou animada e eu me encostei no sofá sorrindo aliviada por ter conseguido ultrapassar aquela barreira.

°

Mais duas semanas se passaram e eu me sentia cada vez mais confiante. Eu já conseguia falar sobre masturbação sem corar, olha que progresso!

Dinah me chamou para sair novamente e após ter negado o último pedido resolvi aceitar dessa vez.

- Eu prometo dessa vez não te abandonar. - Ela falava enquanto passava mais uma camada de gloss e eu revirei meus olhos.

- Sem promessas que não pode cumprir. - Falei e ela deu de ombros.

- O que vale é a intenção, certo? - Eu revirei os olhos e sorri.

- Eu não me importo de ficar sozinha, mas qualquer coisa eu te envio uma mensagem falando que vim pra casa e você continua lá se divertindo como quiser.

Terminamos de nos arrumar e partimos em direção a boate. O esquema foi igual ao anterior.
Chegamos, dissemos oi para o segurança e eles nos colocou para dentro e ficamos na parte de cima, só que agora do outro lado. Essa parte vip era um pouco maior e dava até para dançar no espaço que havia entre a mesa e a grade.

- Eu já volto. Vou buscar bebidas. - Ela falou e eu assenti me levantando para olhar a pista de dança que já estava lotada.

- Acompanhada? - Uma garota loira perguntou e eu assenti. Ela deu alguns passos em minha direção e percorreu com os olhos o lugar que estava vazio.

- Ãn, minha amiga foi buscar... bebidas. - Falei e ela sorriu.

- Ah claro. - Ela esticou a mão com as unhas pintadas de azul em minha direção. - Amanda. - Ela sorriu fazendo duas covinha fundas aparecerem e no momento em que eu apertava sua mão, tive um déjà vu da garotinha com covinha que me pediu um beijo no colégio.

Eu puxei minha mão e ela me encarou franzindo o cenho. Ela tombou a cabeça e estreitou os olhos em minha direção.

- Você... Nós.. nos conhecemos? - A voz soou mais perto e eu me forcei a olhar para baixo.

Naquele momento exato eu vi Dinah que caminhava em minha direção parar, e sorrir enquanto selava os lábios de Normani, que caminhava vindo na direção contrária.

Porra, merda!

- Então, nós nos conhecemos?! Qual é seu nome? - Ela perguntou e eu senti o suor brotar em minha testa e meu coração palpitar.

Abri minha boca e fechei algumas vezes sem conseguir falar tendo aqueles olhos azuis focados cada vez mais em mim.

- Lauser, olha quem eu trouxe para te... Conhecer... - Dinah falava vindo por trás de Amanda sorrindo daquele jeito safado e percebi que segurava a mão de Normani atrás dela.

Ela me olhou com perspectiva mas quando se aproximou mais e encarou Amanda sua cara logo fechou.

Ela havia reconhecido a garota.

- VOCÊ! - Dinah falou séria e Normani alheia passou por ela.

- Olá, então você é a famosa Lauren! Eu tenho a sensação que já te conheço de tanto Dinah falar de você. Como você está? - Normani falou me puxando para um abraço e vi quando os olhos de Amanda dobraram de tamanho. Tentei retribuir o abraço que recebia mais senti meu corpo mole no momento em que olhei para a Dinah, que estava entre a escada e Amanda eu a vi subindo.

Era.. Era Camila.

Ela estava com um rabo de cavalo frouxo e alguns fios soltos contornavam seu rosto. Normani me soltou e percebi a surpresa também no rosto de Camila ao me reconhecer.

- Anda garota, me fala o que você está fazendo aqui?! Não foi suficiente humilhar Lauren com aquela mentira quando pequena? Veio fazer o que aqui agora? - A voz de Dinah soava irritada e Amanda olhava para nós quatro sem falar absolutamente nada.

- Eu.. Eu não... - Ela começou a falar e Camila se virou para mim, olhando para Amanda novamente antes de sorrir e se posicionar ao meu lado.

- Olá, sou Camila, namorada de Lauren. Você está nos atrapalhando se nos der licença... O local está reservado. - Ela apontou com o dedo em volta e Amanda a olhou de cima a baixo franzindo o cenho.

- Ah, certo me.. Me desculpa eu não quis parecer intrometida. - Ela balbuciou com Dinah ainda encarando mas não fez menção alguma de se mover.

- Baby, que saudade que eu senti de você. - Camila murmurou alto em minha direção e seus braços vieram para o meu pescoço. Eu me mantive parada e demorei cerca de três segundos para retribuir o beijo que Camila me dava.

O mundo havia parado naquele momento. A boca macia estava contra a minha e automaticamente lembrei de todas as dicas que ela havia me dado, de todo o exercício usando a mão e passei o braço em volta de sua cintura antes de puxá-la para mim, intensificando ainda mais o beijo.

Camila mordiscava meu lábio e deixava minha língua invadir sua boca em uma carícia gostosa. Chupei o lábio inferior antes de selar nossos lábios e nos afastarmos finalizando o beijo.

Eu olhei para o lado e as três ainda estavam paradas nos encarando. Dinah estava com a mão na boca e Normani, com os olhos arregalados. Amanda estava com as bochechas vermelhas e empurrou Normani ao descer as escadas nos deixando a sós na área vip.

- GENTE... Fiquei excitada! Lauren..
. garota.. - Dinah balbuciava me deixando completamente envergonhada. Tentei ignorar olhando para frente me deparando com aquele par de olhos castanhos que até então só havia visto por chamada de vídeo.

- É... Oi. - Camila falou sorrindo e eu abri a boca para responder, sem sucesso. - Eu já mencionei que sou impulsiva às vezes?! - Ela perguntou e eu neguei vendo o sorriso rasgar seus lábios avermelhados pelo beijo que havíamos trocado.

- Você.. Me beijou. - Eu consegui balbuciar e ela me olhou com o rosto um pouco avermelhado.

- Merda, olha.. Isso não foi nenhum pouco profis..

- Ai meu Deus, você me beijou... DINAH... EU BEIJEI NA BOCA! - Falei alto chamando atenção da minha amiga que estava com a boca ocupada na de Normani, mas fez um joinha antes de afastar o rosto.

- Você deu seu primeiro beijo Lauser. Foi incrível de ver. - Ela falou e Normani sorriu, logo puxando seu rosto para um novo beijo.

- Você.. Gostou? - Camila perguntou e eu mordi meu lábio vendo ela trocar o peso dos pés. - Droga eu tirei sua escolha sobre.. Com quem dar seu primeiro beijo, mas eu vi a forma com que Dinah olhou aquela loira azeda que estava aqui e... Me lembrei da garota da sua escola e... Eu estraguei tudo não foi?! - Ela falava sem parar e eu sorri ainda abobalhada.

- Foi a melhor sensação que eu já tive. - Falei vendo ela fechar os lábios e sorrir. - Eu.. Huh, eu posso te beijar de novo? - Perguntei sentindo seus braços em volta do meu pescoço antes dela sorrir e assentir quebrando a distância para me beijar novamente.

Eu poderia passar horas e horas fazendo aquilo. Eu sentia todas as partes do meu corpo formigarem enquanto sentia os lábios de Camila nos meus. Eu estava com os lábios dormentes mas me recusava a me afastar. Porque eu não havia experimentado isso antes? Minha mão estava em sua nuca e minha unha encostou na corrente do colar que ela usava. Na intenção de afastá-la, acabei passando a unha por sua nuca e escutei um gemido vindo de Camila enquanto minha língua estava em sua boca e senti todos os pelos do meu braço se arrepiarem. Foi uma sensação diferente. Então eu repeti, escutando um novo gemido dela em seguida sua mão me puxando, intensificando ainda mais nosso beijo.

- Eu preciso de ar. - Camila murmurou próximo a minha boca antes de selar nossos lábios.

- Eu.. Fiz alguma coisa errada? - Perguntei incerta sentindo uma sensação ruim tomar conta do meu corpo e Camila rapidamente negou.

- Você está sendo perfeita Lauren, perfeita. Só que.. Eu preciso de ar. - Ela falou olhando para baixo e então minha boca se abriu.

O membro marcava a saia, fazendo como se fosse uma barraca se formar e eu senti minhas bochechas arderem na hora.

- Ãn, ah.. Eu.. Huh, agora entendi. Ar. - Murmurei e ela riu me fazendo ficar ainda mais envergonhada.

- Você sabe o que é intersexualidade? - Camila se ajeitou e puxou o copo de bebida que Dinah havia deixado na mesinha e segurou, colocando o braço em cima da ereção.

- Eu, sei. Já li sobre o assunto algumas vezes na biblioteca. - Respondi e ela assentiu, mordendo o lábio.

- Certo. - Ela olhou para o lado e negou com a cabeça. Eu me virei e vi Normani praticamente engolindo Dinah em um beijo desengonçado. - Essas duas... - Ela murmurou e riu me olhando.

- Eu não sabia que você conhecia Dinah. - Falei e ela deu de ombros.

- Foi bem por acaso. Normani é minha melhor amiga e nós estávamos aqui nessa boate a uns dias atrás. Ela tinha me chamado para que eu conhecesse Dinah. Elas já ficam a algum tempo. Acho que é coisa séria. - Ela divagou e eu engoli em seco.

- Eu.. Eu acho que já te vi aqui. - Falei e ela franziu o cenho.

- Quando?

- Mordi meu lábio e apertei meus dedos sentindo meu coração bater mais rápido. - Huh, lembra quando eu disse que ia sair com minha amiga para uma boate? - Perguntei e ela entreabriu os lábios como se lembrasse da conversa.

- É claro! Mas não te vi aquele dia. - Ela falou e eu movi minhas mãos para o outro lado.

- Eu tinha ficado ali em cima enquanto ela descia para ver Normani e.. Você estava dançando. - Falei sentindo minhas bochechas esquentarem e ela riu.

- Eu amo dançar. - Ela divagou e olhou para baixo.

- Você... Você quer dançar? - Perguntei tirando segurança não sei de onde e ela me olhou curiosa.

- Você não precisa me chamar se não estiver tudo bem pra você. - Ela falou sorrindo e colocou a mão em cima da minha fazendo alguns círculos.

- Eu estou bem com isso. - Falei e ela sorriu largo as sentindo.

- Eu adoraria.

Nós descemos para a pista, Camila seguia na frente e eu atrás sempre de mãos dadas. Ela parou no centro da pista e passou a mover o corpo de acordo com as batidas, jogando o cabelo para os lados enquanto os braços seguiam o mesmo ritmo. E eu, bom. Nos primeiros minutos a olhei igual uma boba até que ela reparou e sorriu.

- Dança comigo! - Ela falou por cima da música perto do meu ouvido e virou de costas.

O quadril se movia ritmado, eu respirei fundo sentindo o aroma dos cabelos castanhos e minha mão seguiu para sua cintura. Eu movi meu corpo timidamente e ela deu um passo para trás, deixando a bunda colada em meu sexo. Resfoleguei e senti sua cabeça pender para trás, tocando meu ombro. Camila estava com os olhos fechados e sorria largo. Minha boca seguiu em direção ao seu pescoço e deixei um beijo ali. Ela abriu os olhos, e sorriu mais puxando minha cabeça para mais perto, iniciando um beijo enquanto dançávamos.

- Nós vamos continuar com a.. Com a sessão? - Perguntei enquanto seguíamos atravessando a rua.

- Provavelmente vou te encaminhar para uma outra profissional. - Camila falou e eu parei de andar enquanto encarava séria.

- Eu não quero. - Falei e a vi suspirar passando a mão no meu cabelo.

- Lauren, nós ultrapassamos um limite. Uma coisa é acontecer transferência durante uma sessão virtual ou pessoal entre um paciente e psicólogo. Outra coisa é.. Nós nos beijamos. Nós ficamos íntimas demais e isso não será bom pro seu desenvolvimento no tratamento.

- Se eu soubesse que nós não íamos mais nos ver ou nos falar eu não teria te beijado o restante da noite. - Falei sentindo meus olhos pinicarem e ela suspirou me puxando para um abraço.

- Em que momento eu disse que não vamos nos ver ou nos falar? - Camila perguntou e eu dei de ombros ainda encostada em seu abraço. - Eu não vou mais fazer as sessões com você. Mas nós podemos sair. Podemos conversar sobre qualquer coisa. - Ela falou e eu levantei meu rosto.

- Mesmo? - Perguntei e a vi assenti.

- Táxi senhoritas? - O motorista perguntou alto e Camila rapidamente negou e agradeceu.

- Me empresta seu celular. - Ela pediu e eu mexi na bolsa retirando o aparelho. - Ela digitou algumas coisas, me entregou e logo o próprio telefone apitou. - Pronto. - Ela falou digitando no celular o bloqueando em seguida. - Agora você tem meu telefone particular. - Ela sorriu e eu me afastei um pouco olhando para meu telefone apagado.

- Você quer sair comigo amanhã? - Ela perguntou e eu prontamente assenti vendo um sorriso nascer nos lábios dela.

- Eu saio do serviço às quinze. - Falei e ela assentiu.

- Ótimo. Me manda seu endereço que eu te busco às dezoito. - Ela falou e eu puxei rapidamente o telefone encaminhando meu endereço.

Continuamos paradas nos beijando na calçada antes de Camila me colocar em um taxi e se despedir. Eu estava ansiosa pela nossa saída e também estava feliz pela noite que acabara de ter.

°

No dia seguinte Dinah não apareceu. Enviei uma mensagem preocupada mas a loira disse que havia perdido a hora na casa de Normani e que pegaria um atestado para trazer ao trabalho no dia seguinte. Guardei meu telefone e voltei a trabalhar nem percebendo o tempo passar.

Assim que cheguei em casa separei minha roupa para sair a noite e limpei a casa enquanto tocava uma música alta. Quando terminei já estava na hora de me arrumar. Segui para o banho aproveitando para lavar meus cabelos e assim que saí, vesti minha calça jeans, coloquei meu allstar e uma blusa cinza de manga que deixava um pouco da minha barriga à mostra.

Às dezoito horas em ponto escutei uma buzina, peguei minha bolsa colocando a chave assim que tranquei a porta.

Camila estava do lado de fora encostada no carro. Ela vestia uma calça jeans, tênis e blusa preta. Os cabelos estavam soltos e mesmo distante pude sentir o cheiro de seu perfume suave.

- Oi Camz. - Falei e rapidamente me xinguei mas vi o semblante mudar confuso para curioso em poucos segundos.

- Camz?! - Ela perguntou se aproximando e eu me perdi mais um pouco em seu perfume.

- É um apelido diferente. - Respondi ainda tendo sua mão em minha cintura e a vi assentir devagar enquanto encostava os lábios nos meus.

- Eu gostei. - Respondeu iniciando um beijo demorado antes de se aproximar do carro e abrir a porta para eu pudesse entrar.

Camila me levou para jantar e logo depois fomos para o píer. Ela segurava minha mão e eu estava confortável e me sentindo bem com aquela sensação.

°

Outra semana havia se passado, pedi para que Camila fosse comigo em uma exposição de fotografias. Nós passamos a semana inteira conversando por mensagem e algumas vezes fizemos chamada de vídeo, mas era visível a falta que ela já me fazia.

Ficamos cerca de uma hora e meia na exposição e depois a chamei para meu lugar favorito.

- Não é nenhum restaurante italiano, mas aqui vende o melhor hambúrguer do estado. - Falei enquanto segurava meu hambúrguer com todos os dedos para que ele não desmanchasse e Camila sorriu, tentando segurar o dela deixando alguns tomates caírem no prato.

Eu mordi e gemi de prazer ao sentir todo aquele sabor na minha boca e quando abri meus olhos, Camila me olhava fixa, ainda segurando o hambúrguer próximo a boca.

- Você não pode fazer isso e esperar que eu não sinta nada. - Ela falou e eu ri sentindo minhas bochechas vermelhas.

- Não foi intencional. - Falei depois de engolir o pedaço que estava na minha boca. - Só que... Isso é uma delícia, me dá vontade de gemer toda vez que eu coloco na boca. - Falei vendo os olhos castanhos dobrarem de tamanho e só depois percebi a frase que havia saído da minha boca.

- Ok, preciso de água com gelo. - Ela falou soltando o hambúrguer, limpando a mão antes de pegar o copo com água que estava ao lado e sorver um grande gole. - Lauren, Lauren...- Camila murmurou negando antes de segurar o hambúrguer dando uma grande mordida dessa vez.

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