Alguns anos depois...
Eduardo bocejou e sentou na cama, levantou, abriu a porta do quarto e saiu para o corredor, dando de cara com Fernanda andando com uma venda na cabeça e de pijama de frio.
— Será que alguma dia você vai avisar quando vai dormir aqui pra não me assustar?
— Hum... — bocejou o olhando de cima abaixo — Não. — continuou andando na direção da cozinha e rindo.
— Amor... — colocou a cabeça para dentro do quarto — Você sabia que a Fernanda ia dormir em casa?
— Unhun, ela vai passar o mês aqui. — respondeu sonolenta e se virando de costas para a porta.
— Bom dia, papai. — Luna passou puxando a fila das filhas do casal passando pelo corredor.
— Bom dia, papai. — Fany foi atrás com um pijama idêntico ao da irmã.
— Bom dia, papai. — Luz veio atrás também com um pijama igual.
— Bom dia, meninas. — beijou a testa de cada uma.
Fany estava já com 15 anos, Luna acabara de completar 31 e Luz tinha seus oito aninhos de idade. As três irmãs foram para a cozinha e lá sentaram na mesa, Fernanda entregou a garrafinha com o achocolatado de Luz e os copos maiores com as vitaminas de Fany e Luna.
— Luna, você já tem 31 anos, até quando vai querer que sua mãe e eu façamos sua vitamina? — Fernanda perguntou rindo.
— Eternamente, porque ela é folgada. — Fany respondeu.
— Cuida da sua vida. — Luna riu empurrando a adolescente da cadeira e as duas riram.
— Bom dia. — Bárbara entrou na cozinha de mãos dadas com Eduardo que ajudou-a subir o degrau que ali havia.
— Bom dia, mamãe. — as três irmãs responderam.
— Minhas menininhas. — beijou a cabeça delas que sorriram.
— Quem vai levar a gente pra escola hoje? — Luz perguntou.
— Seu pai e eu. — Bárbara respondeu tirando a garotinha da cadeira, sentando no lugar e a colocando no colo.
A família toda tomou café no mesmo clima de sempre e na mesma harmonia. Após isso, foram todos se arrumar para seus compromissos, Bárbara e Eduardo esperavam no carro, Fany desceu com sua mochila e a da irmãzinha que ia atrás dela, a adolescente abriu a porta de trás e a ajudou subir e se ajeitar para fechar o cinto. A mulher ficou observando pelo retrovisor e sorriu.
Eduardo saiu da garagem de casa e Bárbara pegou o controle fechando o portão. Em questão de dez minutos já estavam estacionando em frente a escola das filhas, Luz se soltou logo do cinto e beijou o rosto dos pais.
— Boa aula, pequena. — Eduardo sorriu.
— Se cuida. — Bárbara a encarou boba e beijou sua testa.
— Obrigada, papai. Pode deixar, mamãe. — abriu a porta e desceu com cuidado.
— Me espera, Luz! — Fany chamou a atenção da irmã indo para o meio do carro — Tchau, mãe. Tchau, pai. — beijou o rosto deles — Bom trabalho.
— Boa aula, filha.
— Obrigada, papai.
— Cuidado, filha. E fica de olho na sua irmã, ok?
— Ok, mamãe. — desceu com a mochila e fechou a porta.
Os casal ficou observando a filha mais velha pegando a mão da irmã mais nova e levar ela para dentro da escola, para então poderem seguir o trajeto para empresa.
— Você é tãoooo linda. — Eduardo falou segurando a mão dela.
— Amor. — deu risada da cara dele — Eu sei que eu sou linda, uma velha conservada.
— E muito gostosa. — sorriu e ela o puxou pelo queixo e o beijou.
— Besta. — sussurrou e então se afastou para o marido voltar a focar na direção.
Em pouco tempo pararam em frente a Lactos, iriam passar ali primeiro antes de ir para empresa de Luna. Eduardo estacionou e os dois desceram, caminharam até a entrada e ficaram parados ao ver Fernanda chegando e se aproximando. Os três iam entrando quando outra coisa lhes chamou atenção, uma moto parando ali perto, um jovem homem desceu e retirou o capacete revelando ter cabelos longos, raspados nas laterais e logo prendeu o mesmo em coque.
— Meu Deus. — Bárbara não conseguia expressar reação, estava completamente paralisada.
— Que lindo. — Fernanda sorriu toda boba.
Ele se aproximou aos poucos enquanto colocava os óculos redondos no rosto e pegava o crachá do bolso da calça, caminhou devagar e colocou a pasta de documentos pendurada no ombro.
— Bom dia, vovó. Achei que fosse me atrasar para o meu primeiro dia de emprego. — sorriu carinhoso.
— Você tá tão lindo, meu amor. Olha só pra você, tão crescido, tão homenzinho. — Bárbara o abraçou com força.
— Vó! Você tá me sufocando. — riu retribuindo.
— Por que não disse que já tinha voltado de Nova York, Santiaguinho? Íamos buscar você. — Eduardo estava impressionado com como ele havia mudado muito nos últimos cinco anos.
— Ah, tio, disse para minha mãe que queria fazer uma surpresa pra vocês. Apenas tia Fer sabia. — o abraçou também.
— Você saiu um menino daqui e voltou um homem. — Eduardo não escondia a surpresa.
— Ele sempre vai ser o menininho da titia, né? — Fernanda logo o puxou para abraçar ele também — Você tá muito alto.
— É, meu pai é um monstro de alto. Parece que a genética dele veio toda pra mim.
— Ou em parte, porque você é a cara de Bárbara. — Fernanda comentou enquanto eles entravam e passavam a catraca.
— Isso é verdade, você é a cara da sua vó. — Eduardo encarou a esposa que sorria.
— Ainda bem, afinal, minha vó é uma mulher linda. — Santiago beijou o rosto da loira.
Eduardo segurou a mão da esposa entrelaçando seus dedos enquanto caminhavam pela empresa subiram ao elevador e o homem puxou a esposa, abraçando-a por trás.
— Eu acho engraçado essa relação de vocês três. Minha vó casada com o ex marido da minha tia que por sua vez é ex enteada da minha vó. — Santiago riu.
— Essa família é mais louca do que você possa imaginar, querido. — Fernanda apertou o botão para subirem até o andar presidencial.
— Eu percebi isso quando eu tinha cinco anos e o vovô armou uma briga no meu aniversário e a vovó caiu no chão estando grávida da Fany e eu destruí a decoração. — sorriu e os três o encararam — Eu era pequeno e não burro, sempre fui observador, vocês que nunca notaram.
Bárbara sorriu orgulhosa olhando para o neto e então subiram para o andar presidencial. Gonçalo vinha andando devagar apoiado por uma bengala, já estava velho e um pouco cansado, ia na empresa apenas para visitar.
— Vovô. — Santiaguinho se aproximou e o abraçou e beijou com carinho.
— Santiaguinho, filho. Como está grande. — apoiou a mão trêmula em seu rosto.
— Todos temos que crescer, vovô. — tocou a mão do velho em sua bochecha.
— Parece tanto com sua avó. — comentou e Bárbara parou atrás junto com Eduardo e Fernanda.
— Bom dia, Gonçalo. — a mulher sorriu e ele também.
— Bom dia, querida.
Por um tempo Eduardo tinha ciúmes e depois, conforme o velho foi ficando doente e frágil, ele já não se importava mais e permitia que fosse carinhoso com a esposa.
— Bom dia, menino.
— Bom dia, Gonçalo.
— O que está fazendo aqui, papai?
— Não posso mais visitar a minha empresa? Pelo amor. Estou velho e cansado, mas ainda não morri.
— Ai, papai, não fala isso.
— Vovô, menos.
— Um velho não pode falar de morte que vocês já reclamam, cada coisa.
...
De tarde, Bárbara e Eduardo já estavam em casa, chegavam sempre cedo para terem um tempo deles de casal e assim estavam, na sala, deitados trocando beijinhos e cheirinhos, ele por cima dela, quando o telefone de casa tocou, o homem pegou e atendeu.
" — Papai? "
— Fany?
" — Você pode vir me buscar na escola? Ou a mamãe? Liberaram a gente mais cedo. "
— Liberaram?
" — Sim, a professora das últimas aulas teve um problema e precisou ir embora. "
— Eu vou te buscar. A sua irmã também vai sair agora?
" — Não, ela é no horário normal, só se você pedir pra liberarem ela. "
— É, acho que é o melhor, pra não ir aí duas vezes.
" — Ok, papai. Vou esperar. "
— Até mais, meu amor. — desligou.
— Fany ligando agora, amor?
— Liberaram ela mais cedo da escola. — levantou fechando os botões da camisa e calça, pegando a chave do carro logo em seguida — Já vou aproveitar e pegar a Luz também. Você vem?
— Vou ficar descansando. — sorriu carinhosa subindo as alças da blusa que ele havia abaixado junto do sutiã e se sentou.
— Ok. — se inclinou e beijou sua testa demoradamente.
— Amor... — Bárbara o olhou — Traz só a Fany, deixa a Luz até o final do horário dela.
— Mas aí vamos ter que voltar pra buscar ela.
— A Luna passa lá na frente todo dia, peço pra ela passar e esperar pra pegar a neném. É que, você e eu quase não temos tanto tempo com Fany, ela já tem 15 anos e é tão quietinha que às vezes penso que acabamos deixando ela um pouco de lado pra dar conta da Luz.
— Você tem razão... — respirou fundo pensativo — Então eu vou buscar só ela, já volto.
Eduardo saiu de casa e pegou o carro da esposa mesmo para ir buscar a filha, estacionou em frente a escola e entrou na secretaria parando em um balcão.
— Eu vim buscar a Estefânia.
— Claro, vou chamá-la. — se virou e entrou na sala de informática — Fany, seu pai chegou.
A adolescente saiu da sala com a mochila nas costas e se aproximou do pai abraçando ele, os dois saíram e Eduardo colocou a mochila da filha no banco de trás e abriu a porta da frente. Fany estranhou que a irmãzinha não tava ali e nem que o pai voltou pra pegá-la.
— Pai, você não vai pegar a Luz? — perguntou ao ver ele entrar no carro.
— Não, sua mãe disse pra deixar ela, ela tá numa fase crucial de aprendizado, já faltou um tempão aquela vez que ela ficou doente. Além de que a gente quer passar um tempinho com você, filha. — saiu com o carro.
— Sério, papai?
— Sim. — sorriu.
Fany sorriu e colocou o cinto, Eduardo voltou pra casa e assim que entrou na garagem, a filha desceu do carro e correu para dentro. Bárbara estava parada com uma xícara na mão, olhando pela porta da varanda.
— Cheguei, mãe! — correu pulando e abraçou a mãe.
— Ui, amor. Cuidado. — a loira riu e colocou o braço ao redor dela — Que abraço gostoso, minha vida.
— Eu tô muito feliz por passar um tempinho com você e com o papai. — deitou a cabeça no peito da mãe que lhe beijou.
— Você tá, meu amor?
— Anhan, muito. — a encarou e Bárbara beijou seu nariz — O que você tá tomando?
— Chá de canela, quer? Tá um delícia.
— Quero. — pegou a xícara na mão e tomou um gole — Tá forte.
— Eu imaginei que você não fosse gostar. — passou o polegar pela boca da filha secando o molhado — Vai trocar de roupa.
— Ok, já volto. — correu para o quarto.
Bárbara se virou para a porta e Eduardo entrou com a mochila da filha nas costas, a mulher sorriu com os olhos enquanto bebia o chá e ele se aproximou assim que deixou a chave na estante. Ela deixou a xícara no criado mudo e ergueu os braços já sentindo ele segurar sua cintura, a loira apoiou as mãos em seu peito e o homem se inclinou para beijá-la, Bárbara para provocar afastou um pouquinho o rosto pra trás o que o fez rir.
— Não me provoca... — ele sussurrou apertando os braços ao redor de seu quadril.
— Não fiz nada... — sorriu e o beijou — Meu marido. — sussurrou olhando nos olhos dele.
— Minha esposa. — beijou sua testa e a abraçou.
— Eu quero ter alguém igual vocês dois tem um ao outro. — Fany comentou voltando pra sala.
— Até porquê seu pai e eu não vamos aceitar qualquer um sendo que você foi criada com todo amor do mundo, pra ficar com você, a pessoa tem que ser igual ao seu pai.
— É, eu sei. — sorriu envergonhada sentando no sofá — Difícil é alguém me levar a sério... — sussurrou baixinho.
— Por que você tá falando isso, filha? — Eduardo sentou ao lado dela e Bárbara do outro.
— Ah, papai, eu não sou normal.
— Como assim, Fany? Da onde você tirou isso? Você é normal sim.
— Eu sou parcialmente surda, pai. Olha a minha fala, toda tropeçada. As pessoas me acham estranha por conta disso, nenhum menino se interessa por mim...
— Filha, você é normal como qualquer outra pessoa, você é mais especial ainda na verdade, você precisa ficar tranquila, a gente sabe que nessa fase vocês sentem muita vontade de namorar e...
— Pai, não... continua. — parou ele.
— Mas...
— Deixa pra lá, só me abraça. — encostou nele e Eduardo a abraçou e aconchegou ela em seu corpo, em seguida Bárbara se junto e beijou seu cabelo.
Os dois sentiram um déjà vu, viveram a mesma coisa com Luna quando era adolescente. Fany dormiu ali no peito do pai e agarrada ao braço da mãe. Eduardo a pegou e deitou ela direito no sofá. Bárbara pegou a coberta da filha e jogou sobre ela, em seguida se deitou junto.
Horas mais tarde, o tempo estava fechado, Luna chegou em casa com a namorada e a irmãzinha que estava apagada. Lulu pegou a pequena cunhada no colo deitando-a em seu ombro e subiu para a casa. Entrou e Bárbara e Fany que estavam abraçadas no sofá as olharam.
— Olha só, ela tá de farda. — Bárbara sorriu se levantando.
— Acabei de sair do quartel, Babi. — sorriu e colocou Luz no colo de Fany que beijou e abraçou a irmã.
— Vamos tomar um banho, hum? — sussurrou para a pequena.
— Unhun.
— Vem. — levantou levando ela — Ui, como você cresceu, não aguento mais você no colo.
— E como foi o trabalho hoje, meu amor? — Bárbara se aproximou da nora e lhe beijou o rosto.
— Cansativo. — a abraçou — Bem cansativo. Quase matei um homem, propositalmente. — sentou-se no braço do sofá.
— Você não pode cometer um homicídio faltando cinco dias para sua cerimônia por subir de cargo, Lucrécia. — Luna entrou cheia de pastas e coisas nas mãos pondo tudo na mesa.
— Luna tem razão. — Bárbara riu apertando o queixo de Lulu com carinho.
Fany deu banho na irmãzinha, vestiu ela e a levou para a sala. Luz foi logo subindo no colo da mãe que estava abraçada com Eduardo, o mesmo beijava o ombro da esposa quando a filha caçula chegou.
— Tá cansadinha, filha? — Bárbara acariciou seu rostinho.
— Unhun. — bocejou.
— Descansa, minha pequena. — acariciou seu cabelo.
Fany ficou ao lado do pai em silêncio, assistindo televisão e ele a abraçou. Luna observava a irmã de longe, como havia crescido, lembrava de como tudo tinha acontecido, como desejou toda a gravidez dela. Sua menininha. A adolescente sentiu o olhar da irmã e a encarou, sorrindo de lado e encostando a cabeça no pai.
— Cheguei. — Fernanda entrou com uma caixa enorme nas mãos — Acabaram de entregar isso pra você, meu amor. — entregou para Fany e a adolescente sorriu boba.
— Eu tava tão ansiosa pra isso chegar.
— O que é isso, filha? — Bárbara perguntou curiosa.
— É pra você, mãe. Eu encomendei, mandei fazer.
— Pra mim? — colocou Luz no colo de Eduardo com cuidado e ali mesmo ela continuou dormindo no colo do pai.
— Abre. — passou a ela e todos ficaram esperando ela abrir a caixa e assim a mesma fez toda ansiosa e se deparou com um quadro grande com o desenho de cada uma das filhas enquanto ainda eram bebês.
— Ai, meu Deus que lindo. — se emocionou encarando a filha que sorria.
— Tá mais lindo do que eu imaginei. — Fany falou — Aurora, Luna, eu e a Luz. — apontou para cada uma das bebês — Na ordem da mais velha pra mais nova.
— Mas... por que eu tô aí? — Luna perguntou um tanto quanto sem graça — Eu... não sou biológica como vocês...
— Olha nos meus olhos e me diz que não sou sua mãe, Luna. — Bárbara a fitou — Fala.
— Você é minha mãe, mas... eu não vim da sua barriga.
— E do coração não conta? — Fany perguntou e a jovem adulta sorriu com lágrimas nos olhos assentindo.
— Eu que fiz, eu que fiz, eu que fiz e eu que fiz. — Bárbara apontou para cada bebê do desenho e mostrou para Fernanda.
— VÓ! — Santiaguinho e Celina entraram correndo e logo Aurora atrás.
— O que é isso? — Bárbara levantou pondo o quadro de lado.
— MINHA MÃE QUER ME BATER! — o jovem ficou atrás da avó.
— Santiago, sai de trás da sua avó agora! — Aurora parou de frente com a mãe e o filho.
— O que tá acontecendo?
— Esse menino atentado que fica me perturbando o dia inteiro e a Celina tá igual!
— Eu não. — riu.
— Não vai bater no meu menininho não, Aurora. — Bárbara segurou no rosto do neto e beijou — E nem na minha neném. — puxou Celina que abraçou a avó se aconchegando.
— Mãe, para de passar a mão na cabeça deles.
— Não. Senta nesse sofá e fica quieta. — apontou e Aurora sentou em silêncio de braços cruzados.
— Irru! — Santiaguinho sentou de frente com a mãe — Levou bronca da vó!
— Ah, é? — tirou o chinelo e jogou nele.
— Filha, você era tão calminha. — Bárbara sorriu pegando Luz no colo de volta e a levando até o cantinho dela na sala onde tinha um colchãozinho.
— Hum... — a garotinha murmurou manhosa sem soltar ela.
— Dorme mais um pouquinho que eu vou te acordar depois pra comer, tá? — beijou o nariz da menina que sorriu e a cobriu.
— Exatamente, mãe. Eu era calminha, não sou mais.
Bárbara encarou bem a filha mais velha e sorriu carinhosa, não demorou para Aurora sentir e sorrir também, de volta para a mulher. Não demorou para a chuva cair e pouco depois Edite chegou toda molhada sendo levada por Bárbara logo ao banheiro que a obrigou a tomar banho.
Luz acordou com os trovões e foi para o olho de Fany que a cobriu com a coberta e beijou seu cabelo, tentando acalma-la.
— Você tem uma cara de nojenta, bonita. — Eduardo comentou enquanto a esposa estava séria encarando o nada e depois o fitou.
— É só a cara.
— Não é não, você era extremamente arrogante.
— Ai, Eduardo, você quer brigar hoje, amor? — ela riu o encarando — Não, né? Que bom. — apertou o rosto dele que segurou dia mão e beijou.