Capítulo 38

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Assim que Bárbara se acalmou, Eduardo a deitou na cama e sentou ao lado dela que o encarava com os olhos brilhando.

- Vou pegar o seu remédio e você fica quietinha aqui, ok?

- Tá...

Eduardo levantou e foi até o banheiro, abriu a gaveta de remédios e tirou o vidrinho de conta gotas, voltou ao quarto e Bárbara sentou esperando ele.

- Abre a boca. - pediu e a mesma abriu - Ergue a língua. Isso. - pingou as gotinhas do remédio embaixo da língua dela e fechou o vidro pondo no criado mudo - Daqui a pouco o coração desacelera, te dá sono e você relaxa. - secou o rosto dela.

- Amor, você se sente sozinho?

- O que?

- Hoje você ficou o tempo todo longe, bom, tava perto, mas longe. Você não tem mais... amigos.

- Bárbara, não tem como me sentir sozinho nessa casa. Esqueceu que a gente tem uma filha pequena que é ligada na tomada? E você se deixar fica 24 horas por dia colada em mim, sem contar a Luna que só não fica atrás de mim o tempo todo porque eu vou trabalhar.

- Mas... você não tem mais amigos, amor.

- Bárbara, eu tenho a nossa família, Edite, Fernanda, Santiago.

- Mas e Jacinto, Steve, Margarida, Gardê... Não, a Gardênia não porque ela ainda deve ter o sonho de fadas em que você é o príncipe encantado e eu não gosto dela. - cruzou os braços e ele riu.

- Linda, deixa eu te explicar uma coisa, certo? - segurou as mãos dela - Steve está cheio de trabalho, Jacinto e Margarida se afastaram por conta própria e isso é um problema deles, não meu.

- Se afastaram por minha causa.

- Amigos de verdade não se afastam só porque não gostam de alguém ou da escolha dos outros amigos. Amigos de verdade estão para todas as horas e eles escolheram virar as costas pra mim pelas minhas escolhas, porque eu escolhi dar uma chance a alguém que me amava mais do que a própria vida, eu escolhi amar e cuidar a pessoa mais problemática e carinhosa do mundo. Eles discordaram e se afastaram, mas é problema deles.

- Eu sou problemática?

- Problemática, chata, mandona, chorona, dramática. - observou ela fazer bico para chorar.

- Então por que você tá comigo se eu sou tão ruim assim?

- Porque você é a MINHA problemática, chata, mandona, chorona e dramática. - beijou as mãos de Bárbara e roçou em seu rosto - Só minha.

- Sabe... eu não gosto de ser assim, não gosto de ter essa cabeça cheia de coisa ruim, machuca todo mundo em volta. Você, a Luna, a Fany...

- Você não faz isso de propósito é porque você também tá machucada, suas cicatrizes estão fechando de pouquinho. E você tá cada dia melhor, eu tô tão orgulhoso, sabia? - sorriu carinhoso e acariciou a bochecha dela - Eu tenho orgulho da empresária que você é, conseguiu dar conta de duas empresas e fazer as duas lucrarem. Eu tenho orgulho da mulher que você é, dedicada, insistente, batalhadora, poderosa. Linda, você não faz ideia de como eu adoro o jeito que você esbanja poder, a maneira que você se veste me deixa tão besta, porque eu sei que quando você veste coisas que te valorizam, sua autoestima sobe e não há quem desça ela. - foi falando para tentar fazer o sorriso dela aparecer - Óbvio que às vezes eu sinto um ciuminho da sua roupa, mas eu lembro que as outras pessoas só olham, já eu... - beijou-a - Eu toco e beijo cada pedacinho do seu corpo. - observou um leve sorriso sair dela - Também sinto orgulho da namorada, noiva, esposa que você é. - deu risada - Estamos praticamente casados já, só que sem papel. Eu gosto da sua comida, mesmo você sempre se cortando, se queimando, queimando a comida, eu amo os seus cuidados, seus cheirinhos, dá vontade de ficar doente todo dia só pra ganhar o seu cheirinho, a sua fungadinha de raposa. - ficou encarando os olhos dela e naquele momento ele se sentiu preso - Mas eu tenho orgulho sobre tudo, da mãe que você é, sou apaixonado pela maneira que você está pendente da Aurora mesmo ela já sendo adulta, pela maneira que você ainda põe a Luna pra dormir quando ela não tá bem, pela maneira que você acolhe a Fany quando ela tá tristinha, quando ela faz um machucado e você nina ela como se ainda fosse uma bebê de meses. É a melhor mãe do mundo.

Reaprendendo a CaminharOnde as histórias ganham vida. Descobre agora