"One day, you'll leave this world behind
So live a life you will remember"
"Um dia, você deixará este mundo para trás
Então viva uma vida da qual você irá se lembrar"
O corpo de Bella, totalmente avermelhado, começou a se contorcer, se debatendo nos braços de Edward como se estivesse sendo eletrocutada. Todo esse tempo, o seu rosto estava vazio, inconsciente.
Era uma sacudida selvagem que vinha do centro de seu corpo e que a agitava. Enquanto ela tinha convulsões, sons de algo rachando e se partindo mantinham o ritmo dos espasmos.
Rosalie e Jasper ficaram congelados por um momento, um corte no joelho de Bella derramava algumas fitas de sangue, e nenhum dos dois estava esperando por esse baque imediato.
Edward pegou o corpo de Bella nos braços, e, gritando tão rápido que era difícil separar as palavras individualmente, ele se lançou escadas acima para o segundo andar, com Jacob e Alice correndo atrás dele.
- Jazz... - Fui até ele e coloquei as mãos em seu rosto, tirando seu foco do sangue derramado pelo chão. - Rosalie, leve ele para fora, por favor. - Olhei para ela. - O cheiro de sangue está muito forte, eu vou subir ver como Bella está, mas preciso que você leve-o.
Os dois estavam há algum tempo sem caçar, e eu tinha noção que eles estavam se controlando com aquele sangue todo espalhado, não só por eles, mas sim porque ambos estavam apreensivos com essa situação e com Bella.
Mas Jazz não estava a tanto tempo longe do sangue humano quantos os outros, e ele parecia entender isso, pois logo recobrou sua consciência e acenou concordando que deveria sair dali.
- Sim... claro. - Eu me surpreendi quando Rosalie aceitou sem hesitar, algo em mim achava que aquela criança agora era sua prioridade número um.
- Me desculpe. - Jasper sussurrou me olhando. - Por não...
- Ei, está tudo bem. - Fiquei na ponta dos pés, beijando seu rosto rapidamente. - Não se preocupe, tudo bem? Eu já venho, só preciso ver como ela está, logo vou te encontrar e nós podemos ir caçar.
Ouvi o barulho de coisas sendo arrastadas no andar de cima e logo me apressei em subir. Jazz e Rose já tinham saído pela porta da frente, eu havia escutado o barulho da porta abrindo e fechando.
O quarto para onde eu os segui parecia uma enfermaria de emergência no meio de uma biblioteca. As luzes eram brilhantes e brancas. Bella estava na mesa embaixo delas, sua pele fantasmagórica debaixo do brilho. O corpo dela se debatia, um peixe na areia. Alice prendeu Bella, puxando e arrancando suas roupas enquanto Edward enfiava uma seringa no braço dela.
- O que está acontecendo, Edward? - Empurrei Jacob que estava entre a porta e o corredor, me permitindo entrar no quarto.
- Ele está sufocando! - Ele se referia a criança.
- A placenta deve ter se descolado! - Alice tentava descobrir o que havia acontecido.
Em algum momento, Bella recobrou a consciência. Ela respondeu às palavras deles com um grito que se agarrou nos meus tímpanos.
- Morfina! - Edward gritou para Alice que revirava vários tipos de medicamento, tentando achar o certo.
- TIREM ele daí! - Bella gritou. - Ele não consegue RESPIRAR! Faça isso AGORA!
Eu vi os pontos vermelhos aparecendo quando os gritos fizeram os vasos nos olhos dela se romperem.
- A morfina. - Edward rugiu.
- NÃO! AGORA! - Outra golfada de sangue saiu enquanto ela gritava. Ele segurou a cabeça dela pra cima, tentando desesperadamente limpar sua boca para que ela pudesse respirar de novo.
- Jacob, pega meu celular e liga para Carlisle. - O tirei do meu bolso e joguei pelo ar para que ele pegasse. - Alice, fala com ele a hora que atender, temos que saber onde ele está. - Eu ordenei e ela concordou.
Rosalie apareceu no quarto e pegou o celular de Jacob quando Carlisle atendeu a chamada. Alice se afastou, seus olhos dourados estavam arregalados e saltando das órbitas, enquanto Rosalie gritava freneticamente para o telefone.
Na luz brilhante, a pele de Bella parecia mais roxa e preta do que branca. Vermelho escuro estava se espalhando por baixo da sua pele. A mão de Rosalie apareceu com um bisturi.
- Deixe a morfina se espalhar! - Edward gritou para ela.
- Não há tempo. - Rosalie assobiou. - Ele está morrendo!
A mão dela desceu para o estômago de Bella, e um ponto vermelho vívido esguichou onde ela perfurou a pele. Era como um balde sendo virado de cabeça pra baixo, uma mangueira ligada na máxima potência. Bella se contorceu, mas não gritou. Ela ainda estava sufocando.
E então Rosalie perdeu o foco. Eu vi a expressão em seu rosto mudar, e vi seus lábios se erguerem sobre os dentes e seus olhos negros brilhando de sede.
- Não, Rose! - Edward rosnou, mas as mãos dele estavam presas, tentando segurar Bella na posição vertical para que ela pudesse respirar.
- Rosalie, olhe para mim. - Me coloquei entre ela e o corpo de Bella, evitando a visão do sangue jorrando, torcendo para que isso melhorasse pelo menos 1%. - Hey, como Jasper está?
- Ele... ele está lá... fora... - Sua voz saiu pausadamente, tentando também desviar o foco do sangue.
- Ótimo, ótimo. - Falei freneticamente, parte de mim aliviada por saber que ele estava bem. - Preciso que me escute, tudo bem? Hey, olha pra mim.
- É... sim... - Ela murmurou.
- Desça e fique com ele, tudo bem? Respire fundo quando chegar lá fora, eu vou cuidar da Bella e do bebê. - Garanti para ela. - Alice, por favor vá junto com ela. - Pedi quando vi seus olhos também vidrados no sangue.
Alice não disse nada, apenas veio até nós e puxou Rosalie pelo braço, a levando para fora.
Eu não vi Alice terminando o serviço. Eu voltei para a mesa de operação, onde Bella estava ficando azulada, seus olhos arregalados e vidrados.
- Harley, Jacob, vou precisar da ajuda de vocês. - Edward gritou.
Eu julguei seu rosto rapidamente, procurando por algum sinal de que ele ia reagir como Rosalie. Não havia nada além de uma singular ferocidade.
- Jacob, faça-a respirar. - Pedi por Edward. - Precisamos mantê-la viva e respirando.
Outro barulho de algo se partindo dentro dela, o mais alto até agora, tão alto que nós três esperamos, chocados, pelo seu grito de resposta. Nada. Suas pernas que haviam estado curvadas de agonia, agora estavam sem vida, espalhadas de uma forma não natural.
- A coluna dela... - Edward resfolegou horrorizado.
- Tire isso de dentro dela! - Jacob falou, botando o bisturi na frente dele. - Ela não vai sentir nada agora!
Quando Edward continuou paralisado, eu peguei o bisturi da mão de Jake, deixando-o livre para fazer sua parte no plano.
Me aproximei mais dela enquanto sentia sangue jorrando pela minha roupa e manchando minhas mãos. Jacob se inclinou por cima da cabeça dela, pressionando seus lábios no dela, soprando ar para seus pulmões.
Eu podia ouvir seu coração batendo sem ritmo.
Continue aguentando, eu pensei ferozmente para ela.
Você prometeu, mantenha seu coração batendo. Lembrei de todas nossas conversas onde ela me prometia que no fim tudo ficaria bem.
Controlando todo o pânico que havia em mim, ergui o bisturi e pressionei em sua barriga, perfurando-a e fazendo mais sangue pingar pelo chão.
- A placenta é profunda demais para eu conseguir perfurar. - Olhei para Edward sem saber o que fazer, parte minha entrando em desespero quando Bella retomou a consciência e começou a gritar em desespero.
- Fala com ela, distraí, qualquer coisa. - Edward veio até onde eu estava, tomando meu lugar e racionando por onde deveria continuar.
- Hey, Bella. - Fui até ela, colocando a mão em sua testa para acalmá-la.
- Vocês precisam tirar ele... - Sua voz não passava de um sopro, baixa demais para seus próprios ouvidos e o de Jacob.
- Mantenha ela acordada. - Edward pediu indo até uma mesa e largando o bisturi lá. - Fale sobre qualquer coisa.
- Edward, ela está morrendo! - Falei desesperada sem saber o que fazer, qualquer toque meu fazia ela piorar.
Bella me olhava com os olhos semicerrados, prontos para se fechar eternamente a qualquer momento, eu sabia que ela ainda estava me ouvindo, então busquei no fundo da minha consciência algo para mantê-la consciente.
- Eu fui pedida em casamento. - Soltei em um tom alto para ela poder ouvir bem.
E havia funcionado. Quando menos percebi, seus olhos abriram novamente e um sorriso apareceu no canto de seus lábios, imperceptível para qualquer visão humana.
- E quero que você seja minha madrinha. - Falei animada, sabendo que ela também estaria.
- Will vai ameaçar o Jasper quando ele souber, igual ele fez com o Edward. - Bella continuava com sua voz baixa e ofegante, mas lutava para se manter respirando.
- Quando isso acabar vou precisar da ajuda para os convites, eu realmente não sei como fazer.
- Isso vai acabar bem, não é? - Depois desses dias onde ela garantia que tudo acabaria bem no fim, ela agora perguntava para mim, incerta sobre seu próprio futuro.
- Vai sim, Bella. - Falei ouvindo sua respiração pesada lutando para se manter estável, mas o próximo som vibrou em mim, inesperado, aterrorizante.
Era como metal sendo partido. O som me fez lembrar o som penetrante dos vampiros que eu matei sendo destruídos. Eu olhei para ver o rosto de Edward manchado de sangue.
Dentes de vampiro, uma forma garantida de cortar a pele.
Eu estremeci quando Jacob voltou a mandar ar para seus pulmões novamente. Ela tossiu, seus olhos piscando e revirando cegamente.
- Fique comigo agora, Bella! - Eu gritei para ela. - Você me ouviu? Fique! Você não vai me deixar. Mantenha seu coração batendo!
Seus olhos rolaram, procurando por mim, mas sem ver nada.
Então de repente seu corpo ficou rígido embaixo das minhas mãos, apesar da respiração dela ter aumentado de ritmo e seu coração continuava a bater.
Eu me dei conta de que a rigidez dela significava que a criança já havia nascido. As batidas internas estavam acabadas. Ele devia estar fora dela.
Estava.
- Judtih... - Edward sussurrou para aquele novo ser que estava chorando.
Então Bella estava errada. Não era o menino que ela havia imaginado. Nenhuma grande surpresa aí. Sobre o que ela não estava errada?
Eu não tirei meus olhos dos olhos avermelhados dela, mas eu senti suas mãos erguendo fracamente.
- Me deixe... - Ela gaguejou num sussurro partido. - Dá ela pra mim.
Algo quente tocou meu braço, mas eu não consegui desviar minha atenção do rosto de Bella. Ela piscou e então encarou, finalmente vendo alguma coisa. Ela gemeu um som estranho, fraco.
- Judith... Tão... linda.
E então ela perdeu o ar, perdeu o ar de dor.
Quando eu olhei, já era tarde demais. Edward já tinha passado o bebê ensanguentado para seus braços sem vida.
Meus olhos observaram a pele dela. Estava vermelha de sangue, o sangue que tinha preenchido sua boca, o sangue que estava por todo o corpo da criança e o sangue fresco saindo de uma pequena mordida no formato de uma lua crescente dupla em seu seio esquerdo. Edward a pegou novamente.
- Não, Judith. - Edward murmurou, como se estivesse ensinando boas maneiras à menina.
Eu não olhei para ele, nem para Jacob e nem para a recém-nascida. Eu só olhei Bella enquanto seus olhos rolavam para trás. Com uma última batida fraca, seu coração falhou e ficou em silêncio.
Ela perdeu, talvez, meia batida, e as mãos de Jacob estavam em seu peito, fazendo compressões. Mas logo tomei seu lugar enquanto ele enxugava seus olhos molhados de lágrimas.
Eu contei em minha cabeça, tentando manter o ritmo uniforme das compressões. Um. Dois. Três. Quatro.
Era como se eu estivesse presa em uma realidade paralela sem ninguém, mas eu ainda estava consciente dos sons no quarto. Uma pequena batida embaixo das minhas mãos, o coração de Jacob descompassado e uma batida vibrante, que era muito rápida, muito leve.
- O que vocês estão esperando? - Jacob tossiu sem fôlego enquanto eu continuava pressionando o coração dela novamente. Um. Dois. Três. Quatro.
- Pegue o bebê. - Edward disse urgentemente para alguém, e eu não sabia se era comigo ou não.
Um. Dois. Três. Quatro.
- Me dê ela. - A voz de Jasper surgiu no quarto. - Eu estou bem, me dê o bebê, Edward. Eu vou cuidar dela até que Bella...
Um. Dois. Três. Quatro. Lentamente seu ritmo ia diminuindo.
Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, eu ouvi o choro diminuindo a distância e o cheiro de Jasper não estava mais presente igual estava alguns segundos atrás.
- Afaste suas mãos, Harley.
Eu tirei o olhar dos olhos brancos de Bella, ainda pressionando o coração dela por ela. Edward tinha uma seringa nas mãos, toda prateada, como se fosse feita de metal.
- O que é isso? - Jacob perguntou, sancionando minha curiosidade.
A mão dele tirou a minha do caminho, e no mesmo segundo, ele enfiou a agulha direto no coração dela.
Eu ouvi o coração dela dar um salto, como se ele tivesse batido nela com um remo.
- Nosso veneno. - Edward respondeu enquanto injetava.
Voltei a pressionar seu coração. Um. Dois. Três. Quatro.
- Isso vai dar certo? - Jacob implorava por alguma resposta positiva. Qualquer coisa.
- Não está funcionando. - A voz de Edward estava gélida, estava morta. Penetrante e inconsciente. Como se ele fosse uma máquina.
Estava mais difícil, como se o sangue dela tivesse se congelado lá, mais grosso e mais lento. Enquanto eu empurrava o sangue agora viscoso em suas artérias, Edward passou por mim e inclinou seu rosto em seu pescoço, mordendo ali e descendo pela parte de dentro de seus braços e em seus pulsos.
Algumas lágrimas escapavam do olho de Jacob, ele já havia aceitado que não estava funcionando. Nada estava funcionando. Então, lentamente, ele deu as costas para nós, saindo pela porta e descendo as escadas em passos pesados.
Além dele, eu conseguia ouvir o som da pele de Bella se partindo enquanto Edward a mordia, de novo e de novo, forçando o veneno no sistema dela, em todos os pontos que era possível.
Nada mais acontecia. Não havia nada ali, apenas eu, apenas ele. Trabalhando em um corpo sem vida.
Porque isso era tudo o que restava da pessoa que nós dois amamos. Esse cadáver quebrado, ensanguentado, feito em pedaços. Não podíamos reconstruir Bella. Era tarde demais. Eu sabia que ela estava morta. Eu tinha certeza, aquela conexão que nós duas tínhamos desde o momento em que nascemos não existia mais.
E no mesmo segundo que eu me dei conta daquilo, o veneno voltou a queimar em minha garganta. A sede que eu não sentia em semanas me atingiu em cheio com todo o sangue espalhado pela sala, pelas minhas roupas e pelo meu corpo.
Edward me empurrou para o lado percebendo o estado que eu estava e começou a bombear mais forte seu coração que já não trabalhava mais sozinho.
- Ela não está morta. - Ele rosnou. - Ela vai ficar bem.
Eu já não tinha certeza se ele estava falando comigo.
- Você prometeu que ficaria viva. - Sussurrei para ela, esperando que pudesse me ouvir de algum lugar. - Você prometeu que nunca me deixaria, que sempre estaríamos juntas. - Minha voz era chorosa, mas nenhuma lágrima saía de meu olho.
A única coisa que eu sentia era a dor crescendo em meu peito e o veneno se acumulando junto à sede na minha garganta.
Eu conseguia lembrar perfeitamente do segundo em que eu havia sido mordida, como no mesmo momento aquilo começou a fazer efeito sobre meu corpo e meu coração acelerou.
Mas não havia mais nenhum batimento ali. Havia sido tarde demais. Ela não estava mais viva.
Então, foi aí. O oceano de dor. A outra costa longínqua de água efervescente que eu não conseguia imaginar, quanto menos ver.
A mesma dor que eu havia sentido na noite em que soube que Will havia morrido estava me consumindo novamente. Eu me sentia vazia, porque quando soube que ele estava vivo, meu coração havia se curado novamente.
Mas Bella não voltaria, não havia como consertar todos esses cacos espalhados pelo meu peito.
Ela havia sido a pessoa que me ajudou em todos os momentos difíceis, ela sempre esteve ao meu lado independente de qualquer coisa ruim que eu fizesse. Por muito tempo Bella havia sido meu porto seguro em meio aos sentimentos ruins que me rodeavam, ela era boa para qualquer um que estivesse perto de si.
Isso não era justo. Acabar assim não era justo.
Ela havia se sacrificado por vontade própria a ser feita em pedaços pela criança que só teve a oportunidade de ver por míseros segundos, e então a luta estava acabada. Estava tudo acabado.
Eu queria apagar as lembranças do cérebro de alguma forma e deixá-lo como uma folha nova, apenas para mandar embora as imagens dos minutos finais de Bella, os gritos, o sangue, a dor insuportável, e o seu corpo se quebrando.
Eu suportaria qualquer coisa se pudesse mandar aquilo embora.
Mas se eu fizesse isso, acabaria apagando todos nossos momentos. O primeiro dia de aula onde eu voltei chorando para casa e Bella estava lá para me acolher. A primeira vez que eu fiquei triste por um garoto quando tinha 12 anos. Quando tentamos sair escondidas de madrugada para uma festa pela primeira vez. As tentativas de abrir os presentes de natal antes da hora. Quando eu dormia na sala enquanto assistiamos filmes e ela tinha que me levar para o meu quarto. Cada cama que compartilhamos, cada fone de ouvido em viagens longas e cansativas, cada segredo, cada vez que lutamos uma pela outra e as promessas de sempre estarmos juntas.
Se eu apagasse tudo e Bella tivesse sobrevivido, ela teria me odiado por isso. Ela iria querer me matar pessoalmente.
Eu estremeci pelo som que ricocheteava o quarto, o som do coração morto sendo forçado a bater lentamente diminuindo. Edward estava parando.
- Não, não, não. - Fui para o meu posto de novo, empurrando suas mãos e pressionando seu coração novamente. - Bella, não, por favor. - Eu implorava. - Você prometeu, por favor, não vá. - Assim como Edward, minha voz não havia mais vida alguma.
Apenas eu implorando por algo que não vinha nunca.
- Isso não pode acabar assim, por favor.
Um. Dois. Três. Quatro.
- Harley... - Edward colocou sua mão sobre meu braço e eu o empurrei com uma força desnecessária.
- Mantenha seu coração batendo, Bella. - Meus olhos focados em seu rosto imploravam por alguma resposta. - Nós não podemos desistir dela, ela não desistiria de nós. Nunca. - Murmurei para Edward, esperando que isso milagrosamente trouxesse ela de novo.
- Harley... - Ele tentou novamente se aproximar, mas num repentino movimento, o afastei.
- Não posso desistir dela. Eu não posso. Eu não me perdoaria. - A dor em meu peito crescia a cada segundo.
Um. Dois. Três. Quatro.
Um. Dois. Três. Quatro.
Um. Dois. Três. Quatro.
Um. Dois. Três. Quatro.
Um. Dois. Três. Quatro.
Um. Dois. Três. Quatro.
Um. Dois. Três. Quatro.
Um. Dois. Três. Quatro.
Um. Dois. Três. Quatro...
Senti alguém se aproximar de mim novamente e eu estava pronta para tirar as mãos de Edward novamente quando o cheiro de Jasper dominou o quarto e seus braços me puxaram pela cintura, me fazendo sair do lugar.
- Não, eu não vou. - O desespero tomava conta de mim. Se o veneno fosse funcionar, precisaria de um coração batendo. Eu não podia parar.
Me soltei de seus braços e voltei até onde Bella estava, continuando a pressionar seu peito.
- Harley... - Jasper veio até mim, segurando minhas duas mãos com as suas fazendo com que eu parasse. - Já faz dois dias, ela não vai voltar...
nota¹ - confesso que fiquei mal nesse cap, eu gostava demais da bella </3
• capítulo reescrito e revisado.
~3275 palavras.